Buscar

Apostila de Orientação para 2 Fase em Penal - OAB

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 104 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 104 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 104 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APOSTILA – ORIENTAÇÃO PARA A 2ª. FASE DO EXAME DE ORDEM, CONFORME O 
PROVIMENTO 136/0AB. 
 
 
 
Na prova prático-profissional é permitida, exclusivamente, a consulta à legislação sem 
qualquer anotação ou comentário. Não é permitido o uso de material didático, tais como 
Manuais, Livros de Doutrina, sendo também vedado o uso de apostilas ou material que possua 
modelos de peças práticas. 
 
1 - Fique atento à leitura do problema proposto e à fase processual que se encontra. Você deve 
utilizar somente os dados fornecidos pelo problema, sem acrescentar algo alheio ao enunciado. 
Não assine a peça e nem forneça quaisquer outros dados pessoais. 
 
2 - Reserve cerca de 3 hs para a peça prático-profissional e cerca de 25 minutos para cada 
questão, quando sua prova tiver tempo de duração de 5 horas. 
 
3 - Antes de iniciar a elaboração da peça realize um pequeno rascunho, contendo um esquema 
do que vai ser produzido, ou seja, anote qual a peça, para quem vai ser encaminhada, qual a 
tese, qual o pedido etc. Após, inicie a feitura da peça. 
 
4 - Durante a elaboração da peça e questões não utilize palavras repetidas. Cuidado para não 
repetir a mesma palavra no início de parágrafos próximos, como também no mesmo parágrafo. 
 
5 - Cuidado com os erros de grafia, acentuação e português. Eles podem levar à reprovação. 
 
6 - Na prova prático-profissional, os examinadores avaliarão o raciocínio jurídico, a 
fundamentação e sua consistência, a capacidade de interpretação e exposição, a correção 
gramatical e a técnica profissional demonstrada. 
 
7 – A procura dos temas nos Códigos deve ser feita a partir do índice alfabético remissivo. Isto 
agiliza sua procura e, conseqüentemente, o tempo de prova será melhor aproveitado. 
 
8 – Cada parágrafo feito deve ser analisado para que não reste nenhum erro, como também para 
que o parágrafo seguinte não seja repetição do anterior. 
 
9 – A letra apresentada pelo candidato deve ser legível, pois poderá correr o risco do 
examinador não entendê-la ou até mesmo interpretá-la de modo diverso do que está realmente 
escrito. 
 
10 – As questões devem ser respondidas desde as primeiras linhas, e de forma objetiva, indo ao 
cerne das questões. 
 
11 – O Candidato deve iniciar a prova com a elaboração da peça profissional e, em seguida 
responder as questões. 
 
12 – Importante lembrar que o examinador fará a correção da prova analisando a conduta de um 
profissional. Portanto, o uso de técnica profissional é imprescindível (boas frases, bons 
parágrafos, comentários técnicos e adequados para o caso). 
 
13 – O candidato deve utilizar de raciocínio jurídico, amparado por doutrina, jurisprudência e 
Súmulas do STJ e STF. 
 
 
 
 
 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
Observações Preliminares sobre a peça: “É uma peça comumente utilizada no meio jurídico 
que visa colocar em liberdade indivíduo primário ou tecnicamente primário, com bons 
antecedentes, residência e emprego fixos”. 
 
Fundamentos Legais 
 
 Artigo 5º, inciso LXVI da Constituição Federal combinado com o artigo 310, 
parágrafo único, do Código de Processo Penal. 
 
Endereçamento 
 
 Essa peça é encaminhada a 1ª instância (a um Juiz de Direito ou Juiz Federal 
competente). 
 
Denominação do postulante 
 O indivíduo que ingressa – via procurador - com o pedido de liberdade 
provisória recebe a denominação de REQUERENTE. 
 
Prazo 
 Diferentemente de outras peças usadas na esfera penal, a liberdade provisória 
não possui momento oportuno para ser requerida, podendo ser feita tanto em fase de inquérito 
policial como durante a instrução – após o ajuizamento da ação penal. 
 
Hipótese 
 Necessário frisar que essa peça é utilizada em casos em que haja prisão legal 
provisória, obrigando o acusado a vincular–se a certas exigências, assegurando sua presença nos 
atos processuais. 
 
Forma 
 Compõe– se de uma única peça, instruída com documentos, quais sejam: 
certidão de antecedentes criminais, comprovante de residência e de trabalho, dentre outros. 
 
Observações imprescindíveis 
 São três os requsitos: primariedade, bons antecedentes e ausência dos motivos 
autorizadores da prisão preventiva. 
 É uma peça onde não se adentra no mérito, porém instruída por documentos. 
 
Casos práticos 
 
 A – O indivíduo foi autuado em flagrante delito, é primário. 
 B – Tício, preso em flagrante, é primário, reside no distrito da culpa e possui 
emprego. 
 
 
 
 
Modelo prático 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de ____, 
Estado de São Paulo, 
(pular 1 linha) 
 
Processo nº ___/___. 
(pular 8 linhas) 
 
 
 _____, qualificado nos autos da prisão em flagrante em 
epígrafe, via de seu advogado que esta subscreve (procuração inclusa), vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA com fulcro no artigo 5º, 
inciso LXVI, da Constituição Federal, c.c. o artigo 310, parágrafo único do Código de Processo 
Penal, expondo o que segue: 
 (pular 1 linha) 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE (DOS FATOS): 
 (pular 1 linha) 
 O requerente foi preso em flagrante delito, por infringir o 
dispositivo legal do artigo ____ do ________________, relatando o auto de prisão em flagrante 
que:____________________________ (fatos) 
 (pular 1 linha) 
 INFORMAÇÕES QUE PRESTA O REQUERENTE 
SOBRE SUA VIDA PREGRESSA: 
 (pular 1 linha) 
 1 – possui residência fixa (doc. 1). 
 2 – primário (doc. 2). 
 3 – trabalha licitamente (doc. 3). 
 (pular 1 linha) 
 REQUERIMENTO: 
 (pular 1 linha) 
 Presentes, no caso em tela, os requisitos autorizadores da 
Liberdade Provisória e ausentes motivos para manutenção da custódia cautelar, requer a Vossa 
Excelência, após a oitiva do representante do “Parquet”, a concessão do pedido, expedindo – se 
o competente alvará de soltura e demais formalidades inerentes ao ato. 
 (pular 1 linha) 
 P. deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data. 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado_____________________ 
 O . A . B ./ S. P. nº______________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CASOS REFERENTES À MATÉRIA: 
 
1 – Mévia, em conjunto com alguns colegas, acham por bem subtrair objetos que se 
encontravam no interior de um caminhão. Neste mesmo momento chegam policiais e os 
surpreendem. Todos confessam para o delegado diante duas testemunhas, lavrado o flagrante, os 
delituosos são conduzidos ao cárcere. Mévia é primária e reside com seus genitores. 
Questão: Como advogado de Mévia, adote a medida cabível para sua soltura. 
 
2 – G, em companhia de três amigos, resolvem assaltar caminhões de carga na cidade de Itajobi 
– SP, ocorre que na noite anterior à ação, G é abordado pela polícia que verifica a existência em 
seu automóvel de um pente de arma de fogo. Ao ser interrogado na Delegacia, G confessa que, 
juntamente com seus amigos, iria praticar roubo de cargas. Todos são presos em flagrante delito 
pelo crime de formação de quadrilha ou bando. G trabalha como motorista de caminhão, 
possuindo, também, residência certa e esteve envolvido, porém não condenado, em crimes de 
mesma espécie. 
Questão: Como advogado de G, adote a medida cabível para sua soltura. 
 
3 – B, comerciante conhecido na cidade onde reside, vinha sendo, costumeiramente, vítima do 
delito de furto. Desconfiado de A, comunicou a polícia, e juntos, em certo dia, decidiram 
esperar escondidos dentro de seu estabelecimento comercial, a fim de que tal ato fosse 
cometido. Após algum tempo, A adentrou no estabelecimento e furtou R$ 90,00, sendo autuado 
em flagrante delito por infração ao artigo 155 do Código Penal. A trabalha no comércio vizinho 
ao de B e mora com sua avó, sendo conhecido nos meios policiais pela prática de vários delitos, 
porém não possui sentença condenatória transitada em julgado contra sua pessoa. 
Questão: Como advogado de A, adote a medida cabível para sua soltura. 
 
Pergunta: 
4 - Asplênio, funcionário público federal, no horário de expediente,solicitou a Tarso a quantia 
de R$ 2.000,00, em espécie, como condição para extraviar autos de processo criminal. Nesse 
momento, Asplênio foi preso em flagrante, antes de extraviar o processo que se encontrava na 
seção onde está lotado. Sabe-se, ainda, que Asplênio é primário e tem bons antecedentes. 
Com base na situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, às perguntas a 
seguir.Asplênio cometeu crime afiançável? 
Que pedido, privativo de advogado, deve ser formulado para Asplênio ser solto? 
 
 
 
 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
Observações Preliminares sobre a peça: “A peça em tela é utilizada quando a prisão em 
flagrante possui mácula. Há uma prisão em flagrante ilegal, contendo vícios ou irregularidades, 
tal como flagrante preparado, provocado dentre outras hipóteses”. 
Fundamentos Legais 
 O relaxamento de prisão em flagrante tem amparo de nossa Carta Política, em 
seu artigo 5º, inciso LXV. 
Endereçamento 
 Da mesma forma que a Liberdade Provisória, esta peça é encaminhada a 1ª 
instância (a um Juiz de Direito Competente de uma Vara Criminal, ou a um Juiz Federal). 
 
Denominação do postulante 
 Também na mesma esteira da Liberdade Provisória, o indivíduo que ingressa – 
via procurador – com o pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante recebe a denominação 
de REQUERENTE. 
Prazo 
 Como na Liberdade Provisória, o pedido de Relaxamento de Prisão em 
Flagrante, não possui momento oportuno para ser requerido, podendo ser feito enquanto 
perdurar a situação de ilegalidade. 
Hipótese 
 Essa peça é utilizada em casos em que haja prisão em flagrante ilegal, ou seja, 
quando o auto e prisão em flagrante possuir irregularidades, como no caso em que a pessoa após 
cometer algum crime se apresenta espontaneamente e é presa em flagrante delito, ou então 
quando não é realizada a entrega de nota de culpa no prazo de 24 horas, após a prisão. 
Forma 
 Compõe-se de uma única peça, onde serão demonstradas as máculas existentes 
no auto de prisão em flagrante. Não se discute o mérito da causa. 
 
Observações imprescindíveis 
 Caberá relaxamento de prisão em flagrante, em casos de prisão ilegal, ou seja, o 
auto de prisão em flagrante conterá vícios, como no caso do flagrante preparado, ou quando não 
é expedida e entregue ao indiciado sua nota de culpa, dentre outros. 
 A ilegalidade da prisão é imprescindível. A diferença desta peça para com a 
liberdade provisória é que no relaxamento o auto de prisão em flagrante a prisão é ilegal, já na 
liberdade provisória a prisão é legal, porém o preso possui os requisitos inerentes a concessão 
de tal liberdade. Atenção: PODEM SER CUMULADOS OS PEDIDOS DE RELAXAMENTO 
DE FLAGRANTE E LIBERDADE PROVISÓRIA, QUANDO, SIMULTANEAMENTE, 
HOUVER VÍCIO DO FLAGRANTE E ESTIVEREM AUSENTES OS REQUISITOS DA 
PRISÃO PREVENTIVA. 
Casos práticos 
 
 A – preso em flagrante delito, não houve a expedição da nota de culpa. 
 B – policiais preparam o flagrante, vindo a autuar o indivíduo em flagrante 
delito. 
 
Modelo prático 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de 
_______________, Estado de São Paulo, 
(pular 2 linhas) 
 
Processo nº __/__ 
(pular 8 linhas) 
 
 ________, qualificado nos autos de prisão em flagrante em 
epígrafe, via de seu advogado e procurador que esta subscreve (procuração inclusa), vem, mui 
respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, requerer RELAXAMENTO DE 
PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, 
pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz: 
 (pular 1 linha) 
 DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE: 
 (pular 1 linha) 
 (especificar os motivos da prisão e os vícios do auto, tudo de 
acordo com os dados fornecidos pelo caso sorteado). 
 Do Direito – Ausência de situação flagrancial (ou Vício 
formal do flagrante) 
 (pular 1 linha) 
 (especificar toda a matéria de direito, jurisprudência, Súmulas 
etc...) 
 REQUERIMENTO: 
 (pular 1 linha) 
 Assim sendo, requer: 
 Vista ao ilustre representante do Ministério Público; 
 A concessão do pedido, determinando o relaxamento da prisão 
ilegal noticiada; 
 A expedição do competente alvará de soltura, em favor do 
requerente. 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado ______________ 
 O. A. B. / S. P. nº ________ 
 
 
 CASOS REFERENTES À MATÉRIA 
 
1 – Felício, de boa família, comerciante famozérrimo, com desconfiança que seu empregado de 
nome Carlão, estava subtraindo dinheiro do estabelecimento em que laborava, comunicou o fato 
à polícia e então juntos, decidiram preparar um flagrante. Alguns dias após, foi encontrado em 
poder do empregado notas de dinheiro previamente marcadas pelos milicianos e por Felício, 
sendo autuado em flagrante delito por infringir o disposto no artigo 168, § 1º, inciso III, do 
Código Penal. O representante do Ministério Público ofereceu denúncia, não sendo, até o 
momento, apreciada pelo Magistrado competente. 
Questão: Como advogado de Carlão, ingressar com a peça cabível em seu favor, justificando e 
dando a tramitação. 
 
 
2 – Kico, com 20 anos, morador da cidade de Kicolândia, em passeio na capital do Estado de 
Minas Gerais resolveu subtrair, mediante emprego de violência, à bicicleta de João, momento 
que foi surpreendido por policias, sendo encaminhado até o distrito policial mais próximo onde 
restou autuado em flagrante delito por infração ao artigo 157 do Código Penal. Quando da 
lavratura do auto de prisão em flagrante não foi entregue a nota de culpa. 
Questão: Elaborar a medida cabível, para realizar a libertação de Kico. 
 
 
3 – Flúvio, trabalhador, com 19 anos de idade, passava um belo final de semana, na chácara de 
sua família, quando por volta das 23:00 hs, ouviu ruídos que vinham da porta dos fundos, 
momento em que se dirigiu em direção a tal local, munido de uma espingarda calibre 12, de 
propriedade de seu avô, quando se deparou com um vulto que vinha em sua direção, e que 
devido à escuridão não conseguia identificar. Após algumas tentativas em pedir para que tal 
pessoa se identificasse e com medo que era um ladrão perigoso, desferiu-lhe um tiro, que 
acabou por atingir a vítima, levando-a a óbito. Em seguida soube que a vítima era o caseiro da 
chácara, que era mudo. Imediatamente, Flúvio dirigiu-se à Delegacia de Polícia, comunicando o 
acontecido. Após a oitiva dos fatos, o Delegado de Polícia que lá se encontrava, prendeu-o em 
flagrante pelo crime previsto no artigo 121 do Código Penal. 
Questão: Como advogado de Flúvio, elaborar a peça cabível para libertá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABEAS CORPUS 
 
Observações preliminares sobre a peça: “O “habeas corpus” como a liberdade provisória e o 
relaxamento de prisão em flagrante, também não é alicerçado em um momento processual 
específico, podendo ser impetrado a qualquer momento. Tem cabimento quando o indivíduo 
sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal no seu direito ambulatorial.” 
 
Fundamentos Legais: 
 Art. 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal c.c art. 647 a 667 do Código de 
Processo Penal ou art. 648, inciso ___ do CPP. 
 
Endereçamento: 
 Esta peça é dirigida sempre à autoridade competente, imediatamente, superior à 
autoridade que está cometendo ou na iminência de cometer coação ilegal. Ex: autoridade 
coatora sendo o delegado de polícia, o “habeas corpus” será dirigido à próxima autoridade 
superior, ou seja, o Juiz. Se a autoridade coatora for um Juiz de Direito dirigir-se-á o HC ao 
Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça (segunda instância) e assim sucessivamente. 
 Caso a autoridade apontada como coatora seja membro do Ministério Público 
que atue em primeira instância, o HC será endereçado à segunda instância, ou seja, para 
Tribunal. Assim, sendo MP Estadualou do Distrito Federal, o HC será encaminha ao Presidente 
do TJ. Entretanto, sendo MP Federal, o HC será endereçado ao Presidente do TRF da respectiva 
região. 
 
Denominação do postulante: 
 A pessoa que está na iminência de sofrer ou que está sofrendo a coação 
(constrangimento) ilegal é denominada paciente. O indivíduo que impetra o HC recebe a 
denominação de impetrante. 
 
Prazo: 
 Não existe momento processual oportuno para a impetração de ordem de 
“habeas corpus”, pois basta haver coação ilegal ou sua iminência e, que não haja peça 
específica a ser proposta naquele momento. Assim, não há prazo para a impetração do HC, 
podendo ser antes ou após o trânsito em julgado. 
 Contudo, recomenda-se atenção para o fato de que havendo peça específica para 
o momento processual, esta deve ser elaborada, salvo se o indivíduo estiver preso ilegalmente, 
pois nesse caso, mesmo havendo peça oportuna, para o momento, deve ser elaborado um HC, 
para que seja concedida sua liberdade. 
 
Hipótese: 
 Previsto em nossa Carta Política como um remédio garantidor da liberdade 
ambulatorial, cabível nas hipóteses previstas nos incisos do artigo 648 do CPP. 
 Em verdade, o HC é uma verdadeira ação impugnativa como a Revisão 
Criminal. Ocorre que o HC é ação impugnativa de caráter popular, onde qualquer do povo 
poderá propor-lo (inclusive um menor ou pessoa jurídica em favor de seus diretores) face 
existência ou a iminência de existência de coação ilegal contra liberdade do individuo. 
 
Forma: 
 Tal qual a liberdade provisória e o relaxamento de prisão em flagrante, o HC 
também é composto por uma única peça, que deve estar sempre carreada com documentos 
(cópia do auto de prisão em flagrante, documentos comprobatórios da coação ilegal ou da sua 
iminência). 
 
Observações imprescindíveis: 
 O HC é cabível sempre que alguém estiver na iminência ou sofrendo coação 
ilegal por parte de autoridade competente, denominada, neste caso, autoridade coatora. 
 O HC pode ser Liberatório ou Preventivo e deve ser endereçado, 
necessariamente, à autoridade superior à autoridade coatora. 
 O “corpo” do HC deve conter os dados do impetrante e paciente, como também 
da autoridade apontada como coatora. 
 O HC também pode ser impetrado pelo membro do Ministério Público. 
 Dentro de um caso concreto vislumbra-se a possibilidade de impetração de HC 
quando nele contiver: “foi expedido mandado de prisão”, “o processo está em andamento”, “o 
réu está na iminência de ser preso”, “o réu está preso há mais de cem dias e a instrução não foi 
concluída”. 
 Verificada a presença do fumus boni iuris e periculum in mora, o candidato 
deve elaborar HC com pedido de liminar e, apontar, durante a peça, onde estão no caso a 
fumaça do bom direito e o perigo na demora. 
 
Casos Práticos: 
A – Jorge, após cometer delito de furto, foi preso, permanecendo nesta situação há 108 dias, não 
sendo a instrução sequer iniciada até o momento. Requereu a libertação, o que lê fora negada. 
B – Sílvio, preso em flagrante por furto, requereu a fiança que fora negada pelo juiz da Vara 
Criminal de Guairá-PR. 
 
Modelo Prático: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de 
__________, Estado de São Paulo, 
ou 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subsecção Judiciária de 
______, do Estado de _______, 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça, 
Seção Criminal, do Estado de São Paulo, 
ou 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Regional 
Federal da ____ Região, 
(pular 8 linhas) 
 O advogado________________________, brasileiro, solteiro, 
inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de _______, sob o nº ____, 
com escritório profissional na rua ______________, nº______, na cidade de _____________, 
Estado de _________, vem, mui respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, 
impetrar ordem de “habeas corpus”, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição 
Federal, c.c o artigo 648, inciso____, do Código de Processo Penal, em favor de 
________________________ (qualificação do paciente), por estar sofrendo (ou estar na 
iminência de sofrer) coação ilegal, por determinação do Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara 
Criminal da Comarca de _______________ (ou por determinação do Ilustríssimo Senhor 
Doutor Delegado de Polícia do __________ Distrito Policial, da cidade de ________________), 
expondo, para tanto o que segue: 
(pular 1 linha) 
 DOS FATOS: 
 (pular 1 linha) 
 DA COAÇÃO ILEGAL: 
 (pular 1 linha) 
 DO DIREITO: 
 (pular 1 linha) 
 CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS: 
 (pular 1 linha) 
 REQUERIMENTO: 
 (pular 1 linha) 
 Por tudo quanto foi exposto e em face da ilegalidade patente, 
requer seja concedida liminar, presentes que estão o fumus boni iuris e o periculum in mora 
para, liminarmente determinar... Depois de prestadas as informações pela autoridade coatora, e 
do parecer do digníssimo membro do Ministério Publico, requer a concessão da presente ordem 
de “habeas corpus”, com a finalidade _______________________ , com fundamento no artigo 
___ do ___________ , expedindo, para tal finalidade, o competente alvará de soltura 
(contramandado de prisão), em favor do paciente ora qualificado. 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado____________ 
 O . A . B . / __nº______ 
 
 
 
 
 
CASOS REFERENTES À MATÉRIA: 
 
1 – C lesionou de forma leve a pessoa de U. Após lavrado o termo circunstanciado, C ressarciu 
de forma integral U, sendo tal ato homologado pelo juiz de Direito. O representante do 
Ministério Público que atua perante a o Juizado Especial Criminal da Comarca de Colônia, 
mesmo sabendo do acordo, denuncia C, e o processo está em andamento. 
Questão: Como advogado, intentar a medida judicial cabível. 
 
2 – C, famoso locutor de rodeio, através de notícia veiculada em vários jornais, difamou I, que é 
peão de rodeio. Este último após 8 meses da data do conhecimento da autoria do fato, promoveu 
ação penal contra C, ação esta que se encontra em trâmite. 
Questão: Como advogado de C, adote a medida cabível. 
 
3 – Anita, encontra-se encarcerada em flagrante delito, sendo-lhe imputada pela autoridade 
policial do 1º DP a prática do crime de favorecimento à prostituição – Art. 229 CP - no local 
denominado Casa de Massagem, na Rua Bento Quirino, nesta capital, que foi inaugurada hoje. 
No local foram encontrados alguns casais praticando coito. Anita, que estava presente no local, 
é primária e não registra antecedentes criminais, além de não admitir ser a proprietária do local. 
Requereu a concessão de liberdade provisória que fora negada. 
Questão: Requeira a soltura de Anita. 
 
4 – Beira Rio, preso em flagrante delito, por estar, segundo laudo vestibular, na posse de 
substância entorpecente conhecida como cocaína, foi denunciado como infrator do artigo 33 da 
Lei 11.343/06. O interrogatório judicial ainda não foi realizado. Carreou-se aos autos o laudo do 
exame laboratorial toxicológico, onde se verifica que o material apreendido deu resultado 
positivo para xilocaína em pó. Fora requerida a revogação de sua prisão, havendo o conseqüente 
indeferimento. 
Questão: Encontre a medida cabível para a soltura do suposto meliante. 
 
5 – Mélvio tentou atirar em Tício com revólver cujo cão havia sido desmontado pela própria 
vítima. Na denúncia a conduta de Mélvio foi capitulada no artigo 121, caput c.c o artigo 14, 
inciso II, ambos do CP. Dos autos consta o laudo sobre as condições da arma utilizada, 
comprovando a sua inidoneidade. Mélvio requereu a concessão de liberdade provisória, o que 
fora negado pela autoridade competente. 
Questão: Adotar a medida adotada em favor de Mélvio. 
 
6 – Luiz, brasileiro, casado, vendedor, nascido em 12/05/1926, foi denunciadopor ter subtraído 
de Maria um relógio, uma aliança e uma pulseira de ouro, em 12/01/1991, na Rua Santos n. 900. 
O denunciado forjou que possuía uma arma. O juiz da 2ª Vara Criminal de Sorocaba-SP recebeu 
a denúncia em 25/03/1995, e o réu foi interrogado em 18/03/1996. As testemunhas de acusação 
também foram ouvidas em 18/03/1996. As de defesa inquiridas em 25/04/1996. O defensor 
apresentou memoriais em 10/05/1996. Em 25/05/1996 prolatou-se sentença condenando Luiz à 
pena de 4 anos de reclusão e 10 dias–multa, por infração ao artigo 157, caput, do CP e, foi 
fixado o regime prisional fechado para início de cumprimento da pena, por ser um crime grave. 
O advogado do réu, homem distraído, perdeu o prazo para recorrer, e a sentença transitou em 
julgado para a defesa e acusação. Expediu-se mandado de prisão, e o réu está na iminência de 
ser preso. 
Questão: Defenda Luiz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇAO / RESPOSTA PRELIMINAR 
 
Observações preliminares sobre a peça: “É uma peça utilizada após a citação do acusado. 
Após a decisão que recebeu provisoriamente a ação penal, o juiz abre prazo de 10 (dez) dias 
para o advogado apresentar a defesa, podendo nela alegar tudo (preliminar e mérito) o que 
entenda necessário, devendo arrolar as suas testemunhas, sob pena de preclusão. 
 
Fundamentos Legais 
 Artigo 396-A do Código de Processo Penal, ou a fundamentação da Legislação 
Especial, ou sendo o procedimento da primeira fase do júri, nos termos do art. 406 do CPP. 
 
Endereçamento 
 É uma peça endereçada exclusivamente a primeira instância juiz de Direito ou 
juiz federal competente de uma Vara Criminal ou Vara do Júri, ou seja, dirigida ao juiz da vara 
onde tramita o processo. 
 
Denominação do postulante 
 O indivíduo que apresenta a Defesa Escrita recebe a denominação de 
ACUSADO, RÉU ou IMPUTADO. 
Prazo 
 Diferentemente da Liberdade Provisória, do Relaxamento de Prisão e do HC, a 
Resposta escrita à acusação, necessariamente precisa ser apresentada dentro de 10 (dez) dias 
após a citação do acusado. A contagem do prazo deve ser feita no dia útil seguinte após a 
citação, isto nos termos da Sumula 710 do STF e do art. 798 do CPP. 
Hipótese 
 Esta Defesa é peça obrigatória, pois se o acusado, através de seu advogado não 
apresentar no prazo legal, o juiz, deverá nomear defensor para fazê-lo, sob pena de nulidade por 
cerceamento de defesa. 
 
Forma 
 Compõe-se de uma única peça, tal como as peças já estudadas, onde poderá ser 
tratada tese preliminar e de mérito, alem de arrolar das testemunhas, sob pena de preclusão. 
 
Observações imprescindíveis 
 A Reposta Escrita à Acusação será apresentada após a citação do acusado, 
dentro do prazo de dez dias. 
 Também recebe a denominação, por alguns autores, de Defesa Preliminar ou 
Resposta Preliminar. 
 A dica mais comum para se saber se o caso é de apresentação da peça em tela é 
que houve a citação do acusado. 
 Na resposta à acusação pode haver discussão do mérito da causa, alegadas 
preliminares, e arrolar testemunhas, sob pena de preclusão. As exceções devem ser articuladas 
em arrazoado separado. 
 
Casos Práticos 
 
 A – Dino foi citado na data de ontem. Apresente a medida processual cabível. 
 B – O magistrado recebeu a ação penal e determinou a citação do acusado, fato 
que ocorreu na data de ontem. 
 
Modelo Prático 
 
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da _____ Vara Criminal da Comarca de 
______________, Estado de _______. 
ou 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara Federal da Subsecção Judiciária de 
_______, do Estado de _______, 
(pular 2 linhas) 
Processo nº __/__ 
(pular 8 linhas) 
 
 _______, qualificado nos autos da Ação Penal que lhe move a 
Justiça Pública, processo em epígrafe, via de seu advogado e procurador que esta subscreve, 
vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA ESCRITA, 
a que alude o artigo 396-A do Código de Processo Penal (ou a Legislação Especial ou art. 406 
CPP – Júri) expondo e requerendo o que segue: 
(pular 1 linha) 
 DOS FATOS: 
 
 Narrar os fatos em parágrafos de ate 4 ou 5 linhas, não 
repetindo a mesma palavra dentro do mesmo parágrafo. 
 (pular 1 linha) 
 DA PRELIMINAR: 
 Narrar a preliminar, tal como citação defeituosa, hipótese de 
rejeição da ação penal etc. 
 Na narrativa da preliminar, pode ser citada doutrina e 
jurisprudência, alem de ficar bem esclarecido o motivo que deu ensejo para essa alegação. 
 (pular 1 linha) 
 DO MERITO: 
 Narrar a tese de mérito, como, por exemplo, hipótese de 
absolvição sumária, nos termos do art. 397 do CPP. 
 (pular 1 linha) 
 DOS PEDIDOS: 
 Nesta fase, havendo a argüição de preliminar, deve ser feito o 
pedido preliminar e de mérito. Não havendo argüição de preliminar, mas somente tese de 
mérito, o pedido será apenas em relação a tese alegada. 
 Fique atento no pedido, para a presença das hipóteses do art. 
397 do CPP, pois após a apresentação da resposta escrita, os autos serão enviados ao juiz que 
decidira sob a hipótese de absolvição sumária ou não. 
 Não se esqueça de arrolar testemunhas, realizando a 
qualificação e requerendo as devidas intimações, como por exemplo: 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ . 
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ . 
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ . 
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ . 
 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado _________________ 
 O . A . B. / ______. nº _________ 
 
 
CASOS REFERENTES À MATÉRIA 
 
1 – Tormento praticou o delito de homicídio em sua forma qualificada. Foi denunciado e citado 
para apresentar sua defesa. 
Questão: como advogado de Tormento elabore a peça pertinente ao momento processual. 
 
2 - Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas 
penas previstas no art. 213, c/c art. 224, alínea b, do Código Penal, por crime praticado contra 
Geisa, de 20 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi 
narrada nos seguintes termos: "No mês de agosto de 2000, em dia não determinado, Alessandro 
dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. 
Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Geisa, o denunciado constrangeu-a 
a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo 
de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de 
grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando 
aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos 
libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente 
mental, incapaz de reger a si mesma." Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os 
depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz 
da 2.ª Vara Criminal do Estado XX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se 
defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2008. Alessandro procurou, no 
mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade 
específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. 
Disse, então, a seu advogado que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a 
namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Romilda, e sua mãe, Geralda, que moram 
com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. 
Disse, ainda, que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o 
promotor, segundoo réu, agido por conta própria. Por fim, Alessandro informou que não havia 
qualquer prova da debilidade mental da vítima. 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a) 
pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Em 
seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação legal e jurídica, explore as teses 
defensivas e date o documento no último dia do prazo para protocolo. 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTA PRELIMINAR (ou) RESPOSTA POR ESCRITO 
(Do rito especial dos crimes afiançáveis de Funcionário público) 
 
Observações preliminares: É um peça processual que só possui utilidade nos processos 
referentes aos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (artigos 513 e seguintes do 
Código de Processo Penal), salvo nos casos de excesso de exação e facilitação ao contrabando 
ou descaminho. 
 
Tramitação Inicial 
 Oferecida a peça acusatória, antes mesmo de o juiz decidir a cerca do recebimento, deverá 
notificar o funcionário público, dando-lhe prazo de 15 dias, para oferecer sua defesa às 
acusações. Não fica o funcionário público obrigado a apresentar a resposta prévia, mas o juiz é 
obrigado a proceder determinada notificação dando-lhe um prazo de 15 (quinze) dias, sob pena 
de nulidade. O fundamento legal deste prazo está no art. 514 do CPP. 
 
Procedimento Posterior 
 Após a notificação dada pelo juiz para que o funcionário público, caso este apresente sua 
resposta prévia, o juiz poderá seguir por dois caminhos: primeiro acolhe a resposta prévia, não 
recebe a peça acusatória, podendo neste caso o Ministério Público recorrer em sentido estrito 
apresentando a defesa apenas às contra-razões do recurso; já se o juiz não acolher a resposta 
prévia, receberá a peça acusatória, dando início ao processo e consequentemente determinando a 
citação do acusado. 
 
Forma/ Estrutura 
Compõe-se por um única peça, endereçada ao juiz, que deverá conter as razões do funcionário 
público a favor de sua defesa, instruída com documentos, se possível, sendo que no final deve 
ser requerido que NÃO receba a peça acusatória. 
 
Modelo Prático 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara Criminal da Comarca de ______ 
Santa Catarina, 
 Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara Criminal da Seção Judiciária de 
________, 
(pular 2 linhas) 
Autos nº___ 
(pular 8 linhas) 
 
 
 _________, já qualificado nos autos em epigrafe , através de seu 
advogado, no final assinado, vem mui respeitosamente, a ilustre presença de Vossa Excelência, 
com fulcro no art. 514 do Código de Processo Penal, apresentar sua RESPOSTA 
PRELIMINAR, expondo e requerendo o quanto segue: 
(pular 1 linha) 
 DOS FATOS: 
 (pular 1 linha) 
 DA PRELIMINAR: 
 (pular 1 linha) 
 DO DIRETO: 
 (pular 1 linha) 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 (pular 1 linha) 
 
Requerimento/pedido 
 É, pois, a presente para requerer que Vossa Excelência não receba a 
exordial ou denúncia, julgando nos termos do art. 516 do Código de Processo Penal.... 
 Termos em que, 
 Pede e espera deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado____________ 
 O.A.B./ ____ nº__________ 
 
 
CASOS REFERENTES À MATÉRIA: 
 
1 – Tíssio, funcionário público federal, exerce cargo de diretor numa repartição, tendo como 
função fiscalizar a atuação dos subordinados. No dia 25 de maio de 2005, Tácio, funcionário 
público, colega e subordinado de Tíssio, cometeu infração administrativa, ou seja, não fez 
relatório exigido para um determinado caso concreto. Não houve responsabilização 
administrativa de Tácio, pois Tíssio não sabia da infração. Diante da omissão de Tíssio, foi 
oferecida denúncia, com base no artigo 320 do CP. A denúncia foi autuada pelo juiz, que 
notificou o acusado para responder. 
QUESTÃO: Como advogado de Tíssio, tome a medida cabível. 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
Observações preliminares sobre a peça: As Alegações Finais ou “Memoriais Escritos” é a 
peça a ser utilizada após o final da instrução criminal e antes da prolação de sentença. Nela as 
partes fazem um resumo do que consta dos autos, sendo a última oportunidade, antes da 
sentença, para as partes frisarem suas teses preliminares e de mérito. 
Com a reforma do CPP (lei 11.719/08), haverá apresentação de Alegações Finais 
(Memoriais Escritos), quando não puderem ser realizadas de maneira oral, pois se trata da regra 
atual. Desta feita, apenas em casos complexos, ou de grande numero de acusados, haverá a 
conversão dos memoriais orais em escritos, nos termos do art. 403, §3º. do CPP. 
Aqui, para a apresentação da peca em questão, existe processo e existe momento 
processual específico. 
 
Fundamentos Legais 
 Art. 403, §3º do Código de Processo Penal, sendo o rito ordinário. Porém em 
caso de procedimento de competência do Júri, o respaldo legal é encontrado no artigo 411 do 
CPP. 
Endereçamento 
 É encaminhada a um juiz de Direito competente da Vara Criminal (ou Juiz 
Federal) onde tramita o processo (procedimento comum ordinário) ou da Vara do Júri 
(procedimento especial do júri – crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados e os 
crimes a ele conexos). 
 
Denominação do postulante 
 Como na Resposta Escrita, a denominação utilizada pelo indivíduo que 
apresenta as Alegações Finais, é ACUSADO, RÉU ou IMPUTADO. 
 
Prazo 
 Quando há conversão de memoriais orais em escritos, são 5 (cinco) dias 
sucessivos para cada parte (acusação e defesa). 
 
Hipótese 
 É a última manifestação das partes antes da prolação de sentença, ou seja, é o 
momento processual adequado para as partes argüirem suas teses (preliminar e mérito), antes 
que se dê uma solução de 1ª instância para o caso. 
Forma 
 É elaborada em uma única peça, podendo ser dividida em preliminar e mérito 
conforme o caso apresentado. 
 
Observações imprescindíveis 
 
 Nas Alegações Finais sempre há momento processual específico, sendo 
elaborada primeiramente pela acusação e após pela defesa. 
 Para a elaboração da peça em estudo, o caso deve trazer em qual fase se 
encontra o processo, ou seja após a audiência de instrução, debates e julgamento. Deve constar 
que o houve a conversão de memoriais orais em escritos, ou que o MP já elaborou suas 
Alegações Finais, ou que o MP opinou pela condenação, ou que o MP opinou pela pronúncia, 
ou ainda que o processo esta na fase do art. 403 CPP etc. 
 Quando estamos na fase de Alegações Finais, temos processo, não temos 
sentença e trânsito em julgado. 
 
Casos práticos 
 
 A – Elabore a defesa final de seu cliente. 
 B – O processo em epígrafe está na fase do art. 403 do CPP. 
 C – O representante do Ministério Público apresentou seus Memoriais. 
 D - Elabore os Memoriais de Defesa de seu cliente. 
 
Modelo Prático (rito ordinário) 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ____ Vara Criminal da Comarca de 
____________, Estado de São Paulo, 
ou 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subsecção Judiciária de 
____________, Estado de ________, 
(pular 2 linhas) 
Processo nº __/__ 
(pular 8 linhas) 
 _____________, qualificado nos autos da Ação Penal que lhe 
move a Justiça Pública, por infração ao artigo ____ do ou da ________ , via de seu advogado e 
procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à douta presença de Vossa 
Excelência, com fulcro no art. 403 do Código de Processo Penal, apresentar MEMORIAIS 
ESCRITOS, expondo e requerendo o quanto segue: 
(pular 1 linha) 
 DOS FATOS: 
 (pular 1 linha) 
 O presente processo, diz respeito a suposta prática docrime de 
_____________ e, segundo consta na exordial, o ora imputado ____________ (narrar os fatos, 
sem que haja a repetição da mesma palavra dentro do mesmo parágrafo, como também que o 
parágrafo tenha, no maximo, entre 4 ou 5 linhas). 
 (pular 1 linha) 
 DA PRELIMINAR: 
 (pular 1 linha) 
 Narrar a tese preliminar, com a menção de doutrina e 
jurisprudência. 
 (pular 1 linha) 
 DO MERITO: 
 
Via de regra este é o momento de articular tese que redunde na absolvição do cliente 
 (pular 1 linha) 
 *não esquecer de reservar, conquanto não haja consulta, espaço 
específico para colocação de doutrina e jurisprudência, que deve ser assim enunciada, por 
exemplo: 
 “A jurisprudência já afirmou que nos crimes materiais contra a 
ordem tributária é imprescindível o lançamento, que condiciona a própria tipicidade da conduta 
(HC no. ... do C. STF)” 
 
Ou 
 A doutrina de Guilherme Nucci tem merecido reiteradas 
citações dos Tribunais. O eminente autor entende que... (Código Penal, p....,). 
 
Obs. Importante: o candidato só deve citar jurisprudência ou doutrina que conheça, não 
importando que não saiba exatamente o nome do livro do autor ou o número do recurso criminal 
enfrentado pela corte, ou mesmo o texto exato, bastando que saiba fazer um resumo da posição 
defendida. 
 (pular 1 linha) 
 
 SUBSIDIARIAMENTE 
Aqui o candidato deve mencionar todas as teses alternativas à anulação do processo e a 
absolvição pura e simples. A pertinência da tese dependerá do caso concreto. 
Apenas para ilustrar, aqui vão algumas teses que o candidato deve saber manusear na 
hora da prova: 
 Desclassificação (atenção com eventual prescrição ou decadência que dela derivar e com a 
súmula 337 do STJ). Afastamento de qualificadoras. Circunstâncias judiciais favoráveis. 
Reconhecimento de atenuantes. Afastamento de agravantes e causas de aumento. 
Reconhecimento de causas de diminuição. Concurso de crimes mais favorável ao agente. 
Regime inicial de cumprimento de pena menos gravoso. Substituição da pena por 
restritiva de direitos, ou pena de multa. Sursis. Recurso em liberdade. Negativa de 
indenização. Negativa aos efeitos do art. 91 do CP. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS): 
 (pular 1 linha) 
 
 A acusação não logrou provar o que imputara na denúncia e as 
provas produzidas impõe a prolação de uma sentença absolutória (pular 1 linha) 
 É imprescindível, para uma condenação criminal, um juízo de 
certeza. Meras suposições não bastam para levar a uma sentença penal condenatória. Entretanto, 
se V. Exa. entender de forma diversa, a condenação não pode ser nos termos que pretende o 
Parquet, devendo ser considerados os argumentos acima expendidos. 
 (pular 1 linha) 
 DOS PEDIDOS: 
 (pular 1 linha) 
 Por tudo quanto foi exposto e inequivocamente provado, a 
defesa requer preliminarmente a .... Se V. Exa entender de forma diversa, afastando a nulidade 
apontada, postula-se a absolvição do imputado, com fulcro no inciso __, do artigo 386 do 
Código de Processo Penal. 
Subsidiariamente pede-se... 
 (pular 1 linha) 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado _________________ 
 O.A.B. / ____. nº _____________ 
 
CASOS REFERENTES À MATÉRIA 
 
1 – George, segundo consta da denuncia teve sua carteira violentamente subtraída por Osama, 
na Cidade de Nova Yorque-SP. Durante a fase processual, restou apurado que a vítima não 
sofreu qualquer tipo de constrangimento ou violência, o que as testemunhas presenciais 
puderam esclarecer. O representante do “Parquet” requereu a condenação de Osama, e você, 
como advogado foi intimado na data de ontem para apresentar o que de direito. 
Questão: Defenda Osama, justificando e dando a tramitação. 
 
2 – Mariano Pereira, brasileiro, solteiro, nascido em 20/1/1987, foi denunciado pela prática de 
infração prevista no art. 157, § 2.º, incisos I e II, do Código Penal, porque, no dia 19/2/2007, por 
volta das 17 h 40 min, em conjunto com outras duas pessoas, ainda não identificadas, teria 
subtraído, mediante o emprego de arma de fogo, a quantia de aproximadamente R$ 20.000,00 
de agência do banco Zeta, localizada em Brasília – DF. 
Consta na denúncia que, no dia dos fatos, os autores se dirigiram até o local e convenceram o 
vigia a permitir sua entrada na agência após o horário de encerramento do atendimento ao 
público, oportunidade em que anunciaram o assalto. 
Além do vigia, apenas uma bancária, Maria Santos, encontrava-se no local e entregou o dinheiro 
que estava disponível, enquanto Mariano, o único que estava armado, apontava sua arma para o 
vigia. 
Fugiram em seguida pela entrada da agência. Durante o inquérito, o vigia, Manoel Alves, foi 
ouvido e declarou: que abriu a porta porque um dos ladrões disse que era irmão da funcionária; 
que, após destravar a porta e o primeiro ladrão entrar, os outros apareceram e não conseguiu 
mais travar a porta; que apenas um estava armado e ficou apontando a arma o tempo todo para 
ele; que nenhum disparo foi efetuado nem sofreram qualquer violência; que levaram muito 
dinheiro; que a agência estava sendo desativada e não havia muito movimento no local. 
O vigia fez retrato falado dos ladrões, que foi divulgado pela imprensa, e, por intermédio de 
uma denúncia anônima, a polícia conseguiu chegar até Mariano. O vigia Manoel reconheceu o 
indiciado na delegacia e faleceu antes de ser ouvido em juízo. 
Regularmente denunciado e citado, em seu interrogatório judicial, acompanhado pelo advogado, 
Mariano negou a autoria do delito. A defesa não apresentou alegações preliminares. 
Durante a instrução criminal, a bancária Maria Santos afirmou: que não consegue reconhecer o 
réu; que ficou muito nervosa durante o assalto porque tem depressão; que o assalto não demorou 
nem 5 minutos; que não houve violência nem viu a arma; que o Sr. Manoel faleceu poucos 
meses após o fato; que ele fez o retrato falado e reconheceu o acusado; que o sistema de 
vigilância da agência estava com defeito e por isso não houve filmagem; que o sistema não foi 
consertado porque a agência estava sendo desativada; que o Sr. Manoel era meio distraído e ela 
acredita que ele deixou o primeiro ladrão entrar por boa fé; que sempre ficava até mais tarde no 
banco e um de seus 5 irmãos ia buscá-la após as 18 h; que, por ficar até mais tarde, muitas vezes 
fechava o caixa dos colegas, conferia malotes etc.; que a quantia levada foi de quase vinte mil 
reais. 
O policial Pedro Domingos também prestou o seguinte depoimento em juízo: que o retrato 
falado foi feito pelo vigia e muito divulgado na imprensa; que, por uma denúncia anônima, 
chegaram até Mariano e ele foi reconhecido; que o réu negou participação no roubo, mas não 
explicou como comprou uma moto nova à vista já que está desempregado; que os assaltantes 
provavelmente vigiaram a agência e notaram a pouca segurança, os horários e hábitos dos 
empregados do banco Zeta; que não 
recuperaram o dinheiro; que nenhuma arma foi apreendida em poder de Mariano; que os outros 
autores não foram identificados; que, pela sua experiência, tem plena convicção da participação 
do acusado no roubo. 
Na fase de requerimento de diligências, a folha de antecedentes penais do réu foi juntada e 
consta um inquérito em curso pela prática de crime contra o patrimônio. 
Na fase seguinte, a acusação pediu a condenação nos termos da denúncia. 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de Mariano, a 
peça processual, privativa de advogado,pertinente à defesa do acusado. Inclua, em seu texto, a 
fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas possíveis e date no último dia do 
prazo para protocolo, considerando que a intimação tenha ocorrido no dia 23/6/2008, segunda-
feira. 
 
3 – Abravamel, empresário, com 45 anos de idade, teve por várias vezes suaresidência 
assaltada. No dia 25/09/00, ao retornar para sua residência, notou que a porta de sua casa estava 
aberta, momento em que viu um vulto caminhando em sua direção. Indagou algumas vezes 
quem era tal pessoa, não logrando êxito, porém o citado vulto continuava a caminhar em sua 
direção, quando de imediato, o empresário saca de sua arma e atira. Após o ocorrido, apurou-se 
que tal vulto era de um deficiente mental. Instaurou-se processo, e no final da instrução, o 
representante do Ministério Público requereu a pronúncia do empresário. 
Questão: Como advogado, e intimado na data de hoje aplique a medida cabível ao caso. 
 
4 – Barriga, com 22 anos de idade, desempregado, genitor de três filhos, passando por grandes 
dificuldades financeiras, cometeu o crime de furto, pois se dirigiu até um comércio na cidade de 
Brotas-SP, e lá chegando subtraiu para si duas maçãs, sendo posteriormente denunciado como 
incurso no artigo 155 do Código Penal. Não obteve a suspensão condicional do processo, por 
ser reincidente em crime que praticou de forma dolosa. 
Questão: Como advogado de Barriga apresente a peça cabível, tendo em vista ter sido intimado 
na data de ontem. 
 
5 – Carlos, com 33 anos de idade, está sendo processado na cidade de Mogi Mirim, pelo crime 
de falsidade ideológica, pois serviu de testemunha instrumentária do registro de nascimento do 
recém nascido, do qual Alberto dizia ser o genitor, pois segundo ele havia mantido relações 
sexuais com a mãe do recém nascido. 
Questão: No transcorrer do processo, o “Parquet” opinou pela condenação de Carlos nas penas 
da lei. Defenda-o. 
 
6 – Caim, enfermeiro, do Hospital sem Base, responde processo por praticar ato que se adequa 
ao que dispõe o artigo 121, parágrafo 2º, inciso III, 1ª parte, c.c. o artigo 14, inciso II do CP, 
pois segundo narra a denúncia, tal enfermeiro tentou matar Abel, mediante aplicação de injeção 
intra venosa. Feito o laudo, para apurar o caráter da substância ora utilizada, este conclui que tal 
substância ministrada não tinha potencialidade lesiva, não podendo através de seu uso causar a 
morte de ninguém. O representante do Ministério Público apresentou suas Alegações Finais, 
requerendo a pronúncia de Caim, conforme versava a denúncia. 
Questão: Advogue para Caim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDIDO DE EXPLICAÇÕES 
 
Observações preliminares sobre a peça: O Pedido de Explicações, como o próprio nome 
sugere, é um pedido elaborado anteriormente à ação penal, e versa sobre os delitos contra a 
honra, ou seja, calúnia, injúria e difamação. É uma medida de caráter facultativo, preliminar e 
preparatório de uma futura ação penal privada. 
 
Fundamentos Legais 
 Nos crimes previstos no Código Penal (calúnia, injúria e difamação) encontra 
respaldo no artigo 144 do mesmo diploma legal. Já nos casos dos mesmos crimes supra citados, 
porém cometidos através dos veículos de imprensa, incidia a Lei 5250/67 pela Lei de Imprensa. 
ENTRETANTO, O STF, DECLAROU TOTAL INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI EM 
QUESTAO. 
 
Endereçamento 
 Tal pedido tem que ser distribuído a um Juiz de Direito ou a um Juiz Federal 
competente. 
 
Denominação do postulante 
 Os indivíduos que estão nos pólos do Pedido de Explicações são denominados 
INTERPELANTE / INTERPELADO ou REQUERENTE / REQUERIDO. 
 
Prazo 
 O Pedido de Explicações, não comporta prazo determinado, porém, é feito antes 
da ação penal, e não interrompe e nem suspende o prazo decadencial (6 meses) para o 
oferecimento da queixa-crime. 
 
Hipótese 
 Vale salientar que tal peça é utilizada de forma preparatória para uma futura 
ação penal privada (queixa-crime), como nos crimes que afrontam a honra, a exemplo da 
calúnia, injúria e difamação. 
 
Forma 
 Tal pedido é composto por uma única peça, que pode vir alicerçada de 
documentos, ou seja, o Pedido de Explicações pode vir acompanhado de prova documental. 
Observações imprescindíveis 
 É peça comumente elaborada antes de uma ação penal privada, tratando-se de 
medida facultativa e preparatória para o oferecimento da sobredita ação penal. Trata dos delitos 
contra a honra. 
 O interpelado não é obrigado a responder ao Pedido de Explicações, que 
somente pode ser intentado pela pessoa que supõe ter sido ofendida em sua honra. Assim, 
a suposta vítima elabora a peça em questão, justamente para tentar produzir prova do crime 
contra a honra, que será anexada à queixa-crime. 
 Deve ficar consignado que o Pedido de Explicações é feito uma vez que o 
indivíduo ainda não possui prova suficiente de que fora vítima de um crime contra a sua honra, 
e assim, por meio da peça em pauta procura, em juízo, produzir a prova para sustentar um futuro 
oferecimento da ação penal privada. 
Casos práticos 
 
 A – A peça vai pedir para você propor medida preliminar, e que seu cliente 
achou-se ofendido por frases ambíguas, dúbias ou equívocas. 
 
Modelo Prático 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ___ Vara Criminal da Comarca de 
___________, Estado de São Paulo, 
(pular 8 linhas) 
 
 ______, brasileiro, estado civil _______, profissão 
__________, portador do RG nº _______ e do CPF nº ________, residente e domiciliado à Rua 
______________, nº __, via de seu advogado e procurador que esta subscreve (procuração 
inclusa), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 144 do 
Código Penal (ou artigo 25 da Lei 5.250/67), requer que se processe PEDIDO DE 
EXPLICAÇÕES, em face de ______, brasileiro, estado civil _____, profissão ________, 
portador do RG nº _______, e do CPF nº ______, residente e domiciliado à Rua __________, nº 
__, pelas razões abaixo expostas:. (pular 1 linha) 
 DOS FATOS 
 (pular 1 linha) 
 O interpelado na data de, _________, do mês de ________ do 
corrente ano, proferiu frases equívocas, ambíguas e dúbias contra o interpelante. 
 (pular 1 linha) 
 Por seu turno, o interpelante sentiu-se ofendido, pois inferiu 
pela existência dos delitos de calúnia, injúria e difamação. 
 (pular 1 linha) 
 DO DIREITO: 
 (pular 1 linha) 
 A respeito do assunto, nossos Pretórios assim se posicionam: 
 (pular 1 linha) 
 “Só tem cabimento o pedido, quando ocorrerem alusões ou 
frases das quais se possa inferir a existência de crimes contra a honra”(RT 519/402). 
 (pular 1 linha) 
 REQUERIMENTO: 
 (pular 1 linha) 
 Por tudo quanto foi exposto e inequivocamente demonstrado, 
requer a Vossa Excelência: 
 O Recebimento do presente pedido; 
 Que seja designado dia e hora para a realização de audiência, 
com a notificação do interpelado para que possa prestar as explicações necessárias, ou que as 
faça por escrito. 
 Derradeiramente, após tomadas as explicações ou certificada a 
recusa em prestá-las, requer a entrega dos autos. 
 (pular 1 linha) 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 1 linha) 
 Local e data. 
 (pular 1 linha) 
 Advogado________ 
 O. A . B. / S. P. nº__ 
 
CASOS REFERENTES À MATÉRIA: 
 
1 – Tyson, por meio do jornal da cidade de Marília-PE, transcreveu frases equívocas, ambíguas 
e dúbias em desfavor de Maguila, tendo este último 38 anos de idade na data dos fatos e 
possuindo residência e emprego fixos. Por sua vez, Maguila sentiu-se ofendido, conseguindo, 
por si só, deduzir a existência do crime de calúnia. 
Questão: Aplique a medida preliminar cabível 
 
2 – Tora e Batente, amigos de longa data, um dia se separaram. Ocorre que Batente andou 
proferindo publicamente frases equívocas, ambíguas e dúbias contra a frágil pessoa de Tora, 
inferindo este pela existência dos crimes de calúnia, injúria e difamação, do que se julgou 
extremamente ofendido. 
Questão: Como advogado, aplique a medida preliminar que revista o caso em tela. 
 
3 – Felix, residente na cidade de Porto Ferreira, casado e sem filhos, possuindo 50 anos de 
idade, andou pelos quatro cantos da cidade em que reside, proferindo frasesequívocas, 
ambíguas e dúbias contra a pessoa de Guma, que é pescador profissional, dizendo até que 
sequer conseguiria pescar um peixe dentro de um aquário. Guma, sentindo-se profundamente 
ofendido, acha que foi vítima dos crimes contra a honra, e diz que tomará todas as providências 
cabíveis contra seu agressor verbal. 
Questão: Guma acaba de adentrar em seu escritório narrando-lhe os fatos e pedindo que ingresse 
com a medida cabível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUEIXA (QUEIXA-CRIME) 
 
Observações preliminares sobre a peça: Sempre que se falar em queixa, estamos tratando da 
petição inicial da ação penal privada, assim como a denúncia é a petição inicial da ação penal 
privada. 
 
Endereçamento 
 A queixa-crime é necessariamente encaminhada à primeira instância, ou seja, a 
um juiz de direito ou juiz federal de uma Vara Criminal. 
 
Denominação do postulante 
 O indivíduo que oferece a peça em tela é denominado QUERELANTE, e o 
indivíduo contra quem se propôs a queixa recebe a denominação de QUERELADO. 
 
Prazo 
 O prazo para o oferecimento de queixa crime é decadencial, não havendo 
suspensão ou interrupção, e depende de certas hipóteses, senão vejamos: São 6 (seis) meses, 
contados a partir do conhecimento da autoria delitiva; ou então, 3 (três) meses, nos casos dos 
crimes de imprensa, contados a partir da publicação (veiculação) da notícia. O STF julgou 
inconstitucional da lei de imprensa. 
 
Hipótese 
 No caso de ação penal privada, é a peça que inaugura tal ação, sendo oferecida 
em juízo. Temos hipóteses de crimes que se procedem mediante queixa, contidas, por exemplo, 
nos artigos 163 e 145 do CP. 
 Há também a hipótese da ação penal privada subsidiária da pública (artigo 29 
do CPP e artigo 5º, LIX da CF), quando se trata de crime de ação penal pública, e o membro do 
Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da denúncia, surge para a vítima a 
oportunidade do oferecimento da queixa-crime subsidiária, que terá o prazo decadencial de 6 
meses contados da data em que o Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da 
denúncia. 
 
Forma 
 Compõe-se de uma peça, que deve ser elaborada em conjunto com uma 
procuração específica, que trará uma síntese fática sobre o ocorrido. 
 Ademais, como a queixa-crime é uma petição inicial, deve ser realizada a 
qualificação das partes (querelante e querelado). 
Observações imprescindíveis 
 O requerimento da queixa deve conter, além de outras coisas mais, o pedido de 
condenação. 
 A queixa, apesar de peça única deve vir acompanhada de uma procuração 
específica, onde deve conter um breve relato dos fatos de deram corpo a peça que está sendo 
oferecida. 
 Tem legitimidade para oferecer a queixa-crime, a vítima ou seu representante 
legal, além das pessoas elencadas no artigo 31 do CPP. 
 
Casos práticos 
 
 A – Fafá clama, há tempos, para todos ouvirem que sua cunhada “trabalha” na 
Casa de Prostituição denominada Relax, fato que é presenciado por diversos cidadãos. 
 
Modelo prático 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ou Juiz Federal da Egrégia ___ Vara Criminal da 
Comarca ou Subsecção Judiciária de _____, Estado de São Paulo, 
(pular 8 linhas) 
 
 ________, brasileiro, estado civil ____, profissão ____, 
portador da Cédula de Identidade RG nº ____, e do CPF/MF nº ____, residente e domiciliado na 
Rua ______, nº ___, na cidade de ______, via de seu advogado e procurador que a esta 
subscreve (procuração específica inclusa), vem, mui respeitosamente à Douta presença de Vossa 
Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, nos moldes do art. 41 do Código Penal contra ______, 
brasileiro, estado civil ____, profissão ____, portado da Cédula de Identidade RG nº ____, e do 
CPF/MF nº ____, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, pelos 
motivos que a seguir aduz: 
 (pular 1 linha) 
 OS FATOS: 
 (pular 1 linha) 
 (narre de forma ordeira os fatos ocorridos, inclusive citando o 
dispositivo legal infringido, pulando 1 linha de um parágrafo a outro) 
 REQUERIMENTO: 
 (pular 1 linha) 
 Por tudo quanto restou exposto e demonstrado, tendo o 
querelado infringido o artigo ___ do Código Penal, requer a Vossa Excelência: 
 Que a presente seja recebida; 
 Que se colha a manifestação do representante do “Parquet”; 
 A citação para o interrogatório e intimação para os demais atos 
processuais, até final julgamento, momento em que deverá ser condenado, observando-se o 
disposto no artigo 529 do Código de Direito Processual Penal; 
 Notificação das testemunhas, cujo rol segue abaixo. 
 (pular 1 linha) 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado ______________ 
 O . A . B. / ____ nº _______ 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1 – nome, qualificação, endereço 
2 – nome, qualificação, endereço 
3 – nome, qualificação, endereço 
 (pular 2 linhas) 
 
 Advogado ______________ 
 O . A . B. / ______. nº _______ 
 
 
PROCURAÇÃO ESPECÍFICA 
 (pular 8 linhas) 
 
 
 
 ____________, brasileiro, estado civil _____, profissão _____, 
portador da Cédula de Identidade RG nº _____, e do CPF/MF nº _____, residente e domiciliado 
na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, nomeia e constitui seu advogado e procurador o 
Dr. __________, brasileiro, estado civil _____, advogado, OAB/SP nº _____, com escritório 
profissional na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, a quem confere todos os poderes, 
inclusive os da cláusula “ad judicia” e, especialmente para propor queixa-crime contra: 
_______, brasileiro, estado civil _____, profissão _____, portador da Cédula de Identidade RG 
nº _____, e do CPF/MF nº ______, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, na cidade de 
_______, pelo fato a seguir: 
 (narrar os fatos com clareza e objetividade – breve relato dos 
fatos) 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Assinatura do Cliente (Querelante) 
 
 
 
 
 CASOS REFERENTES À MATÉRIA: 
 
1 – Corla, com 23 anos de idade, solteira, manicure, é lindeira de Joana, que possui 30 anos de 
idade, é casada com Zé, e trabalha como doméstica, na residência de Ricardo. Ocorre que já há 
quase três meses, Corla vem falando para todos os vizinhos e demais pessoas que nas 
proximidades se encontram que sua vizinha pratica sexo com Ricardo e com todos os seus 
amigos, e que seu trabalho deveria ser na zona local. 
Questão: Como todos os vizinhos, e até mesmo outras pessoas ouviram o que Corla disse, 
Advogue para Joana tomando as providências cabíveis. 
 
2 – Múrcio, separado judicialmente, presidente da Associação dos Médicos da cidade de 
Ribeirão Preto-SP, teve sua honra afrontada por pessoas que são seus inimigos políticos. Tais 
pessoas são os também médicos, Drs. Adib e Dalilo que, usualmente fazem fortes críticas e 
restrições à sua gestão. Desta vez, citados oponentes enviaram uma circular a todos os outros 
associados, onde fizeram severas acusações à pessoa do então presidente. Dentre outras coisas, 
disseram que o Dr. Múrcio era safado e pilantra, e que habitualmente se apropriava de dinheiro 
que não era seu. 
Questão: Apresente a peça cabível para a defesa dos interesses de Múrcio. 
 
3 – Tácio, famoso comerciante da cidade de Ubarana-MT, vendeu a Roberto várias telhas, que 
no total perfizeram o montante de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Roberto pagou tal 
quantia no ato, porém com cheque que não tinha provisão de fundos. Tácio, arrependido de ter 
realizado tal negócio e com o dissabor de ser enganado, dirigiu até a Delegacia de Polícia de sua 
cidade, onde foi lavrado inquérito e enviado à Justiça. Após o período de 60 dias, Tácio não 
obteve nenhuma notícia, pois, providência alguma foi tomada. 
Questão: Advogue para Tácio e faça com que a justiça dê andamento ao feito.REPRESENTAÇÃO 
 
Observações preliminares sobre a peça: “Enquanto a queixa é usada nos crimes de ação penal 
privada, a Representação tem utilidade para casos de ação penal pública condicionada. Tal peça 
pode ser intentada tanto pelo ofendido como pelo seu representante legal e, nada mais é do que 
condição de procedibilidade da ação penal pública. 
 
Endereçamento 
 Diferentemente das peças estudadas anteriormente, a Representação, pode ser 
dirigida a um juiz de direito ou juiz federal competente, a um Delegado de Polícia ou ainda a 
um membro do Ministério Público. 
 
Denominação do postulante 
 A denominação utilizada para os dois pólos da representação é REQUERENTE 
e REQUERIDO. 
Prazo 
 Nesta peça o prazo é variado, sendo de 6 (seis) meses a partir do momento do 
conhecimento da autoria do delito. 
 
Hipótese 
 É uma peça utilizada em casos de crimes de ação penal pública condicionada, e 
como o próprio nome sugere, é condicionada à representação da vítima ou de seu representante 
legal. Ex. art. 130, § 2º, 147, 152 a 154, 213, 215 do CP, etc. 
 
Forma 
 A representação é exclusivamente composta de uma única peça. 
 Na verdade a representação é condição de procedibilidade para o oferecimento 
da denúncia nos crimes de ação penal pública condicionada. 
 
Observações imprescindíveis 
 A representação equivale a uma manifestação de vontade, sendo uma condição 
de procedibilidade da ação penal pública condicionada. 
 Pode ser dirigida não só a um magistrado, como também a um Delegado de 
Polícia ou ainda a um representante do Ministério Público. 
 Deve-se também frisar que depois de oferecida a denúncia, a representação se 
faz irretratável, nos moldes do artigo 25 do CPP. 
 
Casos práticos 
 
 A – “R”, ameaçou de morte “L”, fato visto por diversas pessoas. 
 B – “M”, desferiu um soco no rosto de “N”, lesionando este de forma leve, fato 
ocorrido dentro de uma movimentada boate. 
 
Modelo prático 
 
Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia (ou Juiz de Direito, ou ainda representante do 
MP) do ____ Distrito Policial da Cidade de _____________, Estado de São Paulo, 
(pular 8 linhas) 
 
 _____________, brasileiro, estado civil ______, profissão 
______, portador da Cédula de Identidade RG nº ____, e do CPF/MF nº ____, residente e 
domiciliado na Rua _______, nº ___, nesta cidade de _______, via de seu advogado e 
procurador que esta subscreve (procuração inclusa), vem, mui respeitosamente à Douta presença 
de Vossa Senhoria, formular REPRESENTAÇÃO contra __________, brasileiro, estado civil 
______, profissão ______, portador da Cédula de Identidade RG nº ____ e do CPF/MF nº ____, 
residente e domiciliado na Rua _______, nº ___, nesta cidade de _________, expondo e 
requerendo o que segue: 
 (pular 1 linha) 
 OS FATOS 
 (pular 1 linha) 
 Requerente e requerido ________ (narrar os fatos de forma 
ordenada e objetiva, pulando 1 linha a cada parágrafo). 
 (pular 1 linha) 
 REQUERIMENTO 
 (pular 1 linha) 
 por tudo quanto foi exposto, tendo o requerido violado o artigo 
_____ do Código Penal, vem o requerente representar contra este, autorizando o que de direito, 
a fim de que possa o Ilustre Representante do Ministério Público intentar a ação penal. 
 Derradeiramente requer a intimação das testemunhas que 
poderão ser ouvidas, cujo rol segue abaixo 
 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado ________________ 
 O . A . B. / _______ nº _________ 
 (pular 1 linha) 
 
 _________________________ 
 Requerente 
 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1 – nome, qualificação e endereço. 
2 – nome, qualificação e endereço. 
3 – nome, qualificação e endereço. 
4 – nome, qualificação e endereço. 
 
 Advogado _________________ 
 O . A . B. / _____. nº __________ 
 (pular 1 linha) 
 
 _________________________ 
 Requerente 
 
 
 
 
 
 
 CASOS REFERENTES À MATÉRIA 
 
1 – Caio e Décio, ambos com 22 anos de idade, estudam na mesma faculdade, e trabalham no 
mesmo local, porém dia destes, Caio discutiu com seu colega e o ameaçou de morte, fato que foi 
presenciado por vários colegas de labor, muitos até ficaram horrorizados com tal ocorrido. 
Questão: passados dois dias Décio procura seu escritório, pedindo para que você ingresse com a 
medida cabível. 
 
2 – Muria e Murcia trabalham no mesmo escritório de contabilidade, na cidade de Jundiaí. 
Ocorre que no acerca de 4 meses, Muria ameaçou Murcia de tirar-lhe a vida. Tal fato se passou 
na presença de várias pessoas. 
Questão: como advogado de Murcia, pleiteie a solução adequada. Justificando. 
 
3 – Leoncio e Leonildo amigos de longa data, se desentenderam e discutiram. Durante a 
discussão, Leonildo desferiu um soco no rosto de Leôncio causando-lhe lesão corporal leve, fato 
que fora presenciado por Ticio e Melvio. Tal fato ocorreu a cinco meses atrás. 
Questão: Advogue para a vítima requerendo o que de direito para que possa haver o 
oferecimento da denuncia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS 
COMPETÊCIA RECURSAL DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL 
 
 No que diz respeito a Justiça Comum Estadual temos o Tribunal de Justiça (Seção 
Criminal), que tem competência para julgar recursos relacionados a todos os crimes, salvo os 
crimes de menor potencial ofensivo (crimes com pena máxima em abstrato de até 2 anos) que 
serão julgados pelo Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal. 
 Também vale lembrar que em tal órgão, seus componentes recebem a denominação de 
Desembargadores. 
 Por sua vez, na Justiça Comum Estadual, em sede de 1ª instância temos Juízes de 
Direito da Vara Criminal da Comarca de Fortaleza, Estado do Ceará, por exemplo. 
 Quanto à 2ª instância temos, para todos os Estados, o Tribunal de Justiça, Seção ou 
Secção Criminal, do Estado de Minas Gerais, por exemplo. 
 Os integrantes dos TJs são denominados Desembargadores. 
 Os TJs possuem Câmaras Criminais. 
 Os crimes de competência da Justiça Comum Estadual são todos aqueles que não serão 
da competência da Justiça Comum Federal, Militar ou Eleitoral. 
 
COMPETÊNCIA RECURSAL DA JUSTIÇA COMUM FEDERAL 
 
 Na Justiça Federal, em sede de 1ª instância temos Juízes Federais da Vara Criminal da 
Seção Judiciária de São Paulo, por exemplo. 
 Quanto à 2ª instância, temos o Tribunal Regional Federal, dividido em regiões, como 
por exemplo, SP e MS formam a 3ª Região. 
 Os integrantes dos TRFs são denominados Desembargadores. 
 Os TRFs possuem Turmas recursais. 
 Os crimes de competência da Justiça Comum Federal estão tratados no artigo 109 da 
CF. 
 Dentre os crimes de competência da Justiça Comum Federal temos: crimes políticos 
(Lei de Segurança Nacional); crimes que atinjam quaisquer interesses da União ou de suas 
entidades autárquicas, ou empresas públicas, salvo as contravenções e os crimes de competência 
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (art. 109, IV da CF); crimes praticados contra a Justiça 
do Trabalho e a Justiça Eleitoral, excetuado os crimes eleitorais; tráfico internacional de 
entorpecentes; crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, ressalvados os casos da 
competência Justiça Militar – art. 109, IX da CF; crimes contra o sistema financeiro e contra a 
ordem econômica e financeira; art. 109, X da CF; crimes praticados contra servidores públicos 
no exercício da função, etc. 
 Importante frisar que em matéria de competência devem ser estudadas as 
Súmulas do STJ e STF. 
 
 
 
 
 
 
APELAÇÃO 
 
Observações Preliminares sobre a peça: “Tal peça é cabível quando, no processo, houve 
sentença, porém não há trânsito em julgado”. Então tem processo, tem sentença que ainda não 
transitou em julgado. 
 
Fundamentos Legais: 
 Encontra respaldo nos artigos 593 e seguintes do CPP ou ainda os artigos 
correspondentes na respectiva legislação especial, dependendo decada caso. 
 
Endereçamento: 
 Diferentemente das peças outrora analisadas, a apelação é endereçada ao juiz “a 
quo” e ao respectivo Tribunal, ou seja, a petição de interposição é dirigida ao juiz que proferiu a 
sentença e, as razões, onde são expostas as teses, é endereçada ao Tribunal de Justiça, TRF ou 
Colégio Recursal. 
Denominação do Postulante: 
 Quem recorre da decisão é denominado APELANTE, já a outra parte recebe a 
denominação de APELADO. 
Prazo: 
 Para a petição de interposição o prazo é de cinco dias, porém para as razões, o 
prazo é de oito dias, todavia na prática tais peças são interpostas no mesmo prazo, ou seja, 
conjuntamente. 
 O prazo para a interposição de apelação se inicia a partir da intimação da 
sentença. 
 Em se tratando da Lei 9.099/95, o prazo para a apelação será de 10 dias. 
Hipótese: 
 A apelação é cabível contra sentença sem trânsito em julgado, nesta peça a parte 
buscará a reforma total ou parcial da decisão “a quo”. 
 
Forma: 
 Compõe-se de duas peças, ou seja, da petição de interposição, dirigida ao juiz 
que prolatou a sentença, e das razões endereçada ao respectivo Tribunal (TJ ou TRF). 
 
Observações Imprescindíveis: 
 Devemos sempre atentar que quando é caso para se apelar, existe processo, 
sentença, porém não há trânsito em julgado. 
 Os efeitos da apelação podem ser devolutivo e suspensivo. 
 Tal peça deve ser feita distintamente através da petição de interposição e das 
razões. 
 
Casos Práticos: 
 A – João, após ser processado por crime, foi condenado por sentença recorrível. 
 B – Paulo, condenado, ficou sabendo que a sentença transitou em julgado para a 
acusação. 
 C – Pedro foi condenado por sentença que não transitou em julgado, tendo sido 
intimado, assim como seu defensor, na data de ontem. 
Modelo Prático: 
*petição de interposição: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de _________, 
Estado de São Paulo, 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Seção Judiciária de 
________, Estado de São Paulo, 
(pular 1 linha) 
Processo nº __/__ 
(pular 8 linhas) 
 
 ______________________, qualificado nos autos do processo 
em epígrafe, via de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à 
Douta Presença de Vossa Excelência, dentro qüinqüídio legal, interpor recurso de 
APELAÇÃO, com fulcro no artigo 593 do Código de Processo Penal, data vênia, por não se 
conformar com a r. sentença condenatória. 
 Em anexo, seguem as razões recursais. 
 (pular 1 linha) 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 (pular 2 linhas) 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado__________ 
 O . A . B ./ ____. nº___ 
 
*roteiro de Razões de Apelação: 
Egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal, do Estado de São Paulo, 
ou 
 Egrégio Tribunal Regional Federal da ___ Região. 
(pular 2 linhas) 
Comarca de ____________________ 
Cartório do ____ Ofício Criminal 
Processo nº __/__ 
(pular 1 linha) 
Apelante: ______________________ 
Apelado: ______________________ 
(pular 3 linhas) 
DOUTO PROCURADOR, 
(pular 2 linhas) 
COLENDA CÂMARA (justiça estadual) 
COLENDA TURMA (justiça federal) 
(pular 2 linhas) 
EMÉRITOS JULGADORES: 
(pular 3 linhas) 
 A r. sentença condenatória de fls. não deu ao caso o conforto da 
justiça e merece ser reformada, senão vejamos: 
ou 
 Em que pese o zelo do magistrado “a quo”, este não deu ao caso 
a solução adequada, assim vejamos: 
ou 
 A r. sentença de fls. é injusta e necessita de reparo. 
Verifiquemos: 
 (pular 1 linha) 
 DOS FATOS : 
 
 (pular 1 linha) 
 DO DIREITO: 
 Aqui o candidato deve organizar seu raciocínio da mesma 
maneira que em uma alegação final: higidez do processo (preliminares) mérito (absolvição, 
normalmente) e subsidiárias (outras teses que melhorem de alguma forma a situação do 
condenado, como desclassificação, afastamento de qualificadora, alteração de regime de 
cumprimento, etc.). 
 
 (pular 1 linha) 
 *não se esquecer de reservar, conquanto não haja consulta, 
espaço específico para colocação de doutrina e jurisprudência, que deve ser assim enunciada, 
por exemplo: 
 “A jurisprudência já se pronunciou no sentido de que o regime 
integralmente fechado não compõe com o princípio da individualização da pena (HC no. ... do 
C. STF)” 
 
Ou 
 Doutrina respeitada sobre este tema é a de Júlio Fabrini 
Mirabete. O eminente autor entende que... (CP interpretado p....,). 
 
Obs. Importante: o candidato só deve citar jurisprudência ou doutrina que conheça, não 
importando que não saiba exatamente o nome do livro do autor ou o número do recurso 
criminal enfrentado pela corte. 
 
: 
 ou 
 CONCLUSÃO: 
 (pular 1 linha) 
 * este tópico serve para reforçar a sua tese. 
 REQUERIMENTO: 
 Por tudo que dos autos consta, requer a reforma da r. sentença 
condenatória, sendo imprescindível a imposição da absolvição ao caso em tela, alicerçado no 
inciso _____ do artigo 386 do Código de Processo Penal. 
 (pular 1 linha) 
 DE FORMA ALTERNATIVA: 
 (pular 1 linha) 
 *neste tópico, deve-se requerer algo além da absolvição, ou 
seja, suspensão condicional da pena, pena mínima, perdão judicial, enfim, a aplicação de 
benefícios cabíveis ao caso em questão. 
 Local e data 
 (pular 2 linhas) 
 Advogado_____________ 
 O . A . B ./ ____. nº______ 
 
*a apelação, em suas razões, pode ser confeccionada com preliminar e mérito, dependendo do 
caso. 
 
 CASOS REFERENTES À MATÉRIA: 
 
1 – Adroaldo, com 20 anos bem vividos, praticou a figura típica do artigo 155 em sua forma 
qualificada do CP. Tal fato ocorreu em 20/12/96, portanto, perto do natal. A data do 
recebimento da denúncia foi 20/11/97, e o processo teve seus trâmites normais. A sentença 
datada de 10/12/99 condenou Adroaldo em 2 anos de reclusão com concessão de sursis. Durante 
o processo, o réu negou a autoria, e as testemunhas nada esclareceram. A sentença transitou em 
julgado para a acusação. Questão: Intimado na data de ontem, defenda Adroaldo. 
 
2 – Sassofereto, quando em época de IP, permaneceu calado. Na fase seguinte, foi condenado 
como infrator do artigo 157, parágrafo 2º, incisos I e II c.c o artigo 14, inciso II, do CP. A pena 
aplicada foi de 1 ano, 9 meses e 10 dias de reclusão, além do pagamento de 4 dias multa. As 
provas produzidas eram frágeis, porém, o magistrado que compõe a 5ª Vara Criminal da 
Comarca de Colina-CE, alicerçou o seu decisório na presunção de culpa por Fernando ter 
permanecido em silêncio na fase policial. Questão: A sentença foi publicada há 5 dias, e como 
advogado defenda Fernando. 
 
3 – Guapo, morador da cidade de Jaboatão, foi denunciado como incurso nas penas do artigo 
155, parágrafo 4º, inciso I do CP, sob a acusação de Ter adentrado na residência do senhor 
Manoel Luiz, com 50 anos de idade, e primário. Guapo subtraiu uma TV. Na polícia confessou 
o delito mas, em juízo, negou o fato, esclarecendo ao magistrado que a confissão ocorreu pois 
foi ameaçado pelos policiais. O advogado do acusado apresentou defesa prévia em momento 
oportuno. Quando ouvidas, as testemunhas arroladas pela acusação nada esclareceram, ao passo 
que as arroladas pela defesa confirmaram que Guapo é trabalhador e boa pessoa. Quando da 
fase do artigo 402, do CPP, nada foi requerido pelas partes. Na fase do artigo seguinte, o 
“Parquet” pediu a condenação. Após ser intimado, o defensor do ora acusado não apresentou 
suas alegações finais. Sem tomar qualquer tipo de providência, o juiz prolatou sentença onde 
condenou Guapo concedendo sursis. Intimado o réu, de próprio punho recorreu. 
Questão: Como advogado de Guapo, ofereça as razões recursais. 
 
4 – Edmario e Reimundo, estão sendo processados por lesões corporais graves recíprocas. As 
testemunhas arroladas em sede de denúncia não residem na comarca dos fatos, portanto, para 
sua oitiva, expediu-se competente carta precatória, intimando-se as partes.

Outros materiais

Perguntas Recentes