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Arboviroses [Dengue, Febre amarela, Chikungunya e Zika]

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Arboviroses 
Arboviroses são doenças associadas aos vírus que 
infectam artrópodes e se multiplicam primordialmente 
nesses organismos. O nome vem de Arthropode born 
virosis. Essas doenças tendem a ser controladas, porém 
nunca extintas, já que seria necessário impedir a 
replicação e eliminar os vetores principais, o que é 
inviável. 
Arbovírus são agentes que possuem RNA como material 
genético. 
A mutação genética no vírus aumenta a competência do 
vetor, aumenta a replicação viral em hospedeiros e/ou 
reservatórios e aumenta as taxas de transmissão. É 
importante ressaltar que os surtos de arboviroses nunca 
se sobrepõem: apenas uma doença prevalece em 
determinada época do ano e em determinada 
população. 
Existe diferença entre os vetores da doença, mostrada 
na tabela abaixo: 
 
imunidade 
Vírus com envoltório podem penetrar as células por 
endocitose ou por fusão da membrana (aboviroses = 
endocitose). 
A infecção viral (RNA) estimula diretamente a produção 
de IFN do tipo 1 (alfa e beta) pelas células infectadas → 
favorece a resposta imunológica. IFNs tipo 1 exercem 
seus efeitos sobre células ainda não infectadas com 
quatro atividades principais: 1. inibição da replicação 
viral; 2. inibição da proliferação celular; 3. síntese de 
proteína quinase, que inibe a fosforilação de eIF-2 e, 
portanto, inibe a síntese de proteínas; 4. aumento do 
potencial lítico de NK. Os IFNs tipo 1 também 
aumentam a expressão de MHC-I e redução de MHC-II, 
favorecendo o reconhecimento de antígeno por LT CD8 
→ aumento de citotoxicidade, e impede com que LT 
helpers participem nesse estágio da infecção. 
Como são altamente citolíticas e tem potencial para 
auto-reatividade, a presença e atuação de células NK 
são extremamente controladas. Como citocinas são 
moléculas de estresse liberadas pelas células infectadas 
por vírus, elas estimulam o recrutamento de linfócitos 
NK para o sitio de inflamação/infecção. 
Macrófagos, e também outras células, que expressam 
receptor de Fc (FcR) conseguem se ligar à anticorpos 
produzidos por linfócitos B. Células NK então lisam as 
células infectadas pela citotoxicidade mediada por 
anticorpos (ADCC). As células NK expressam CD2 e um 
receptor de baixa afinidade pela região Fc do IgG, 
chamado de FcγRIII ou CD16. 
Para mais detalhes, vide figuras ao final do resumo. 
Quando os linfócitos T produzem citocinas de padrão 
Th1, isto é, IL-2 e IFN-γ, é induzida uma resposta 
predominantemente do tipo celular, caracterizada por 
um infiltrado rico em neutrófilos polimorfonucleares, 
linfócitos e macrófagos e pela formação de granulomas. 
 
 
dengue 
Da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus e possui 
quatro sorotipos identificados no Brasil. São vírus de 
RNA, de capsídeo esférico e com envoltório. O genoma 
codifica para três proteínas: C, pré-M e M (envoltório e 
membrana) e proteínas não estruturais. O 
nucleocapsídeo é liberado no citoplasma por vesículas 
recobertas por clatrinas. Ligam-se a receptores em 
células endoteliais e monócitos. 
O vetor da dengue são os mosquitos do gênero Aedes, 
sendo eles Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os 
reservatórios da doença são macacos do gênero Samiri 
e o homem. A transmissão é feita pela fêmea e o 
paciente infectado já é passível de transmitir a doença 
um dia antes do aparecimento dos sintomas. O 
mosquito transmite o vírus durante seu ciclo de vida (35 
dias); além disso, ovos de fêmeas infectadas pelo vírus 
também se tornam vetores. 
Após a inoculação, a primeira replicação ocorre nas 
células musculares estriadas, lisas, fibroblastos e em 
linfonodos locais. Inicia-se a viremia com disseminação 
sistêmica com vírus livres, no plasma ou no interior de 
monócitos/macrófagos (*tropismo). Sintomas de febre 
e mal estar ocorre no período de viremia (2 a 7 dias após 
a inoculação). Sintomas relacionados com a liberação de 
citocinas por macrófagos e LTH: IL2 e rIL-2 solúvel, IFN-
gama e IFN-alfa, (altos até a convalescença), TNF-alfa, 
Il1-beta e fator de ativação de plaquetas (PAF). 
Leucopenia e discreta depressão medular: > títulos de 
citocinas macrofágicas. Mialgias e dor retro ocular: 
replicação viral nos músculos. 
Febre na dengue clássica é autolimitada e o fim da 
doença coincide com a presença de altos títulos de 
anticorpos que se ligam ao envoltório viral, levando a 
lise ou a bloqueio com receptores específicos e, 
portanto, neutralização viral. IgM e IgG detectáveis a 
partir do 4º dia de infecção, sendo que os níveis 
máximos de IgM ocorrem no 7-8ºdia e o declínio lento 
pode durar meses. 
 
Na primo-infecção (primeiro contato) o paciente pode 
ser assintomático ou sintomático; no ultimo caso pode 
ser tanto a dengue clássica ou dengue com sinais de 
alerta, com ou sem sangramento ou hemorragia. A 
dengue grave é associada a uma segunda infecção pela 
dengue, que pode haver choque ou não. 
As manifestações da dengue hemorrágica são: 
hemorragias na pele, sangramento gengival 
sangramento nasal, sangramento gastrointestinal, 
hematúria. A febre hemorrágica acontece no 3º ao 7º 
dia de infecção, sendo que o início da infecção os 
sintomas são iguais da dengue clássica. Dentre os 
sorotipos da dengue, o tipo 1 e 3 são os mais agressivos. 
A evolução é rápida e pode levar a manifestações 
hemorrágicas, hepatomegalia e insuficiência 
circulatória. Os fatores de risco estão na imagem abaixo. 
 
 
O diagnóstico da dengue pode ser por: achados clínicos, 
epidemiológicos ou laboratoriais, exame hematológico, 
dosagem de albumina, prova de função hepática, exame 
de urina (hematúria), febre (durante surto epidêmico) e 
prova do laço (formação de petéquias). 
 
 
A resposta imunológica pode impedir a replicação viral 
(proteção) e induzir a cura, ou pode favorecer a 
patogenicidade e causar agravamento e/ou morte do 
paciente. 
Isso pode ser causado pela resposta cruzada do sistema 
imunológico. O anticorpo se liga em um antígeno para 
o qual não foi especificamente produzido, pois este 
possui epítopos similares. Nesses casos, é possível haver 
a reação de anticorpos para antígenos sem haver 
exposição prévia. 
Não há tratamento específico para a dengue. A ação 
tomada é a manutenção do estado geral, receita de 
analgésicos e muita hidratação. Existe uma vacina 
(iniciativa privada) chamada Dengvaxia-Sanofi, 
atenuada para os 4 tipos virais e previne o estágio grave 
da doença. É contraindicado utilizar ácido acetilsalicílico 
(AAS) e derivados, e demais anti-inflamatórios não 
hormonais pelo risco de haver dengue hemorrágica. 
 
febre amarela 
Também da mesma família e gênero que a dengue, são 
vírus de RNA com envoltório e que se ligam a receptores 
nas células endoteliais, monócitos, macrófagos e 
quando fígado se ligam às células de Küpffer e 
hepatócitos. Também é transmitido pelo A. aegypti. 
Penetra através da pele após a picada e a replicação 
acontece nos nódulos linfáticos regionais. Ocorre 
disseminação sanguínea, então atingindo fígado, rins, 
SNC, coração, baço e linfonodos. As lesões estão 
relacionadas ao órgão atingido e necrose tecidual. A 
forma mais grave da doença é menos comum e costuma 
aparecer após um breve período de bem-estar (até dois 
dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e 
renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações 
hemorrágicas e cansaço intenso. Podem ocorrer ainda 
hemorragias gastrointestinais que comumente se 
manifestam como evacuação de fezes negras e vômito 
negro (causado por cirrose, necrose hepática) de 
sangue digerido. A insuficiência renal, caracterizada 
pela anúria (déficit da produção de urina), e a 
insuficiência hepática são complicações comuns. 
A replicação nas células de Küpffer causa queda na 
formação de fatores de coagulação e surgimento de 
icterícia; por isso o nome da doença de “febre amarela”. 
A viremia na primeira fase: quadro inespecífico (85%) 
(febrealta, mal estar, dor de cabeça, dor muscular, 
cansaço e calafrios; Viremia na segunda fase: disfunção 
hepato-renal e hemorragia (15%) febre, dor abdominal, 
diarréias e vômitos com hemorragia (vômito negro), 
icterícia e outras manifestações hemorrágicas (nariz e 
gengiva). Em 50% dos casos evolui para morte. 
• Febre amarela silvestre: em macacos, 
transmitida por mosquitos dos gêneros 
Haemagogus e Sabethes. Não é passível de 
controle. 
• Febre amarela urbana: entre humanos, 
transmitida por mosquitos do gênero Aedes, 
especialmente o Aedes aegypti. 
Existe uma vacina para febre amarela, tomada em duas 
doses (8 anos de diferença), Vírus vacinal amarílico 
atenuado cultivado em ovo de galinha (cepa 17D). 
chikungunya 
O vírus da chikungunya (CHIKV) pertence à família 
Togaviridae, gênero Alfavirus. É um vírus de RNA com 
envoltório (duas glicoproteínas virais de interesse E1 e 
E2). A disseminação da doença acontece pelos 
fibroblastos infectados que atingem o fígado, músculos, 
articulações, linfonodos e SNC. As células alvo são 
epiteliais, fibroblastos, endoteliais e macrófagos. 
O vírus da chikungunya causa uma infecção viral 
caracterizada pelo aparecimento súbito de febre de dois 
a quatro dias após a exposição ao mosquito Aedes 
aegypti. Análises sorológicas indicam que 3% a 28% 
apresentam infecção assintomática. 
A febre chikungunya pode ser transmitida pelos 
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Um 
modo menos comum de transmissão do chikungunya é 
a transmissão vertical durante a gravidez ou no 
momento do nascimento. A transmissão através de 
produtos sanguíneos infectados e através de doação de 
órgãos, também é teoricamente possível em épocas de 
surto, embora nenhum caso ainda tenha sido 
documentado. 
 
O diagnóstico é feito por isolamento viral, RT-PCR e 
sorologia (pesquisa de IgM e IgG por ELISA → bem 
específico, por causa do isolamento viral, por isso se 
detectar definitivamente é chikungynya). Atualmente, 
não há tratamento específico disponível para a febre 
chikungunya. É importante apenas tomar muito líquido 
para evitar a desidratação. Em alguns casos, é necessária 
internação para hidratação endovenosa e, nos casos 
graves, tratamento em unidade de terapia intensiva. 
Caso haja dores e febre, pode ser receitado algum 
medicamento antitérmico, como o paracetamol. Como 
na dengue, pacientes com febre chikungunya devem 
evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicilico ou 
medicamentos que contenham a substância associada, 
por ser anticoagulante pode causar sangramento. 
zika 
O vírus Zika (ZIKV) pertence à família Flaviviridae, 
gênero Flavivirus. É um vírus de RNA, esférico, com 
capsídeo icosaédrico e envoltório com glicoproteínas. 
As células alvo são queratinócitos, fibroblastos, 
macrófagos e DC. Vírus zica transmitido, 
principalmente, pela picada do mosquito Aedes aegypti 
ou A. albopictus. A transmissão também pode ocorrer 
pela barreira placentária na gravidez ou pelo sexo 
desprotegido. 
É uma doença febril aguda, autolimitada com duração 
de 3 a 7 dias, geralmente sem complicações graves. Os 
sinais e sintomas comuns são: exantema maculopapular 
puriginoso, febre baixa intermitente, artralgia (por até 1 
mês), mialgia, cefaleia, hiperemia conjutival não 
purulenta e sem prurido (inflamação nos olhos, 
provocando cor avermelhada, olhos lacrimejando, 
pálpebras inchadas, secreção amarela e 
hipersensibilidade) e edema periarticular. 
Existe uma possível correlação entre a infecção pelo Zika 
e a ocorrência de Síndrome de Guillain-Barre e casos de 
Microcefalia no nordeste do Brasil. Esta hipótese está 
em investigação sendo decretada Emergência em Saúde 
Pública de Importância Nacional (ESPIN). O período de 
incubação da doença varia de 3 a 12 dias, sendo a média 
de 4 dias. O período virêmico no homem ainda não foi 
estabelecido, mas acredita-se que seja curto e que a 
detecção é possível a partir do 5º dia. O período de 
incubação no vetor é estimado em 10 dias. 
Na resposta imune, esse vírus pode promover algo 
chamado autofagossoma. Dentro do fagossomo o 
vírus consegue impedir sua destruição e se solta desse 
compartimento, sendo então liberado no citosol e se 
replicando 🡪 dissemina para outros tecidos (forma 
latente). 
O diagnóstico laboratorial é por isolamento viral, RT-
PCR, sorologia (IgM e IgG). Se houver persistência viral, 
é possível identificar vírus na urina (39 dias) e no sêmen 
(81 dias). A mãe portadora escolhe se amamentará ou 
não. 
Pacientes infectados com Zica Vírus podem usar 
medicamentos analgésicos. Entretanto, assim como na 
dengue e febre chikungunya, os medicamentos à base 
de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a 
substância associada devem ser evitados pois podem 
causar sangramentos. O paracetamol e a dipirona são 
os medicamentos de escolha para o alívio dos sintomas 
de dor e febre devido ao seu perfil de segurança. É 
importante ainda ingerir muito líquido para evitar a 
desidratação. 
 Os sintomas regridem espontaneamente após 4-7 dias. 
Na persistência dos sintomas por períodos mais longos, 
é necessário voltar ao médico para investigar outras 
doenças ou complicações. 
 
 
Imagens sobre imunidade e viremia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Particularidades das arboviroses

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