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Anti-hipertensivos

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1 FARMACOLOGIA – JULIANA OLIVEIRA 
FARMACOLOGIA DOS ANTI-HIPERTENSIVOS 
➔ Rever os mecanismos fisiológicos envolvidos no controle da PA; 
➔ Caracterizar a HAS e rever os eventos envolvidos na sua fisiopatologia; 
➔ Apresentar as principais classes de fármacos utilizados no controle da PA; 
➔ Discutir os mecanismos de ação dos inibidores da enzima conversora de angiotensina e antagonistas dos canais de 
cálcio. 
 
A princípio, é importante lembrar que a pressão arterial é a pressão que o sangue exerce contra a parede das artérias e os 
fatores que determinam a PA são: 
▪ Frequência cardíaca; 
▪ Volume de sangue ejetado pelo V.E. 
▪ Resistencia vascular periférica; 
▪ Viscosidade sanguínea; 
Pressão arterial: Débito cardíaco x Resistência vascular periférica 
Débito cardíaco é o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto e a resistência vascular periférica é 
o somatório das forças exercidas pelos vasos periféricos que o VE precisa superar para conseguir ejetar o sangue. 
 
➔ Pontos de regulação da PA: 
A regulação da pressão arterial é complexa e envolve inúmeros mecanismos p.ex. os barorreceptores presentes na parede da 
carótida, na carótida tem-se células nervosas que são ativadas por pressão, conforme esses receptores são ativados, no caso de 
uma HAS, é enviada uma sinalização de redução da frequência cardíaca para o SNC, quando se tem uma diminuição dos 
estímulos desses barorreceptores significa que o indivíduo está com hipotensão, ou seja, o sangue está se chocando contra a 
parede da carótida com uma força menor, assim, os barorreceptores sinalizam isso para o SNC, ativando o sistema nervoso 
simpático, via B1, a fim de aumentar a força de contração e, consequentemente, aumentar a PA. 
Tem-se também mecanismos de vasodilatação ou vasoconstrição periférica, além de mecanismos de identificação da pressão 
arterial no sistema renal por meio das células justaglomerulares, assim, quando a pressão de perfusão cai a nível renal, tem-se 
um estímulo para a liberação de renina, hormônio que vai converter o angiotensinogênio em angiotensina I que posteriormente, 
através da ECA, é convertida em angiotensina II, a qual provoca vasoconstricção, estimula a produção de aldosterona e a 
produção de substâncias intrínsecas que são vasodilatadoras. 
 
Assim, manter a PA normal é necessário que todos os mecanismos estejam funcionando normalmente, contudo, quando esses 
mecanismos deixam de funcionar da forma adequada para controlar a PA, o indivíduo pode desencadear a HAS, que é uma 
doença crônica, comprometendo o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da 
tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos que são irrigados por eles. 
 
 
2 FARMACOLOGIA – JULIANA OLIVEIRA 
As hipertensões que mais acomete a população, correspondendo a cerca de 90%, é a hipertensão essencial ou primária, os 
outros 10% correspondem a hipertensão secundária, que é proveniente de outras doenças que desencadeiam a hipertensão. 
 
 
▪ Prevalência e fatores de risco: 
Cerca de 22 a 44% dos adultos são hipertensos e 68% dos idosos. Os principais fatores de risco são a idade, gênero e etnia, 
consumo de sal, obesidade, consumo de álcool e sedenterismo, desse modo, se a hipertensão não se controlar com a redução 
dos fatores de risco, o indivíduo se torna um candidato a usar os fármacos anti-hipertensivos. 
 
➔ Pontos de intervenção farmacológica: 
 
Os fármacos antagonistas B promovem a diminuição da PA pois, reduzem a resposta simpática no coração, reduzindo a força 
e a frequência cardíaca. Os diuréticos são os fármacos que promovem a diurese, e atuam reduzindo a PA, por meio da redução 
da absorção de sódio e água, reduzindo o volume sanguíneo, o que interfere no débito cardíaco e ocasiona a diminuição da PA. 
Tem-se fármacos vasodilatadores que são exclusivamente vasodilatadores, os bloqueadores de canais de Ca²+ trabalham 
tanto nos cadiomiócitos quanto nas células musculares lisas, logo, não são vasodilatadores puros, mas s exemplo dos 
vasodilatadores puros tem-se os nitratos que são usados em situações de emergências hipertensivas, por via sublingual, e 
liberam NO que é uma substância vasodilatadora potente, aumentando o calibre do vaso e reduzindo a resistência vascular 
periférica, reduzindo, também a PA. Os bloqueadores de canais de Ca²+ reduzem a entrada de cálcio tanto em cardiomiócitos 
quanto em células musculares lisas do endotélio, desse modo, com menos cálcio nos cardiomiócitos há uma redução de 
frequência e de contração e com menos cálcio dentro da célula muscular lisa do endotélio, tem-se uma vasodilatação, reduzindo 
o débito cardíaco, resistência vascular periférica e a PA. Os inibidores da ECA são uma classe de fármacos que atuam inibindo 
a enzima conversora de angiotensina que converte a angiotensina I em angiotensina II, assim, ela provoca vasoconstrição via 
receptores de endotelina e também a vasoconstrição via receptores AT1 (receptores de angiotensina II do tipo 1) e provoca 
vasoconstrição via o aumento do influxo de cálcio nessas células e na suprarrenal estimula a produção de aldosterona, a qual 
atua nos rins, aumentando a reabsorção de sódio e água promovendo uma maior eliminação de potássio, desse modo, a 
angiotensina II tem função vasopressora, com isso, ao inibir a ECA, tem-se a sua redução e consequentemente a redução da sua 
função vasopressora. Os inibidores AT1, essa classe de fármacos como o losartana, não impede ou reduz a formação de 
angiotensina II, mas bloqueia o sítio de ligação ao qual a angiotensina II se ligaria. 
 
 
 
 
3 FARMACOLOGIA – JULIANA OLIVEIRA 
➔ Inibidores da ECA: 
Sabe-se que alguns estímulos como a hiponatremia, hipovolemia ou a hipotensão direta diminui ou pode diminuir o fluxo 
sanguíneo, diminuindo a perfusão renal ou são fatores que ativam o sistema simpático de forma direta, assim, ambos os fatores 
estimulam o aparelho justaglomerular a liberarem e produzirem a renina, a qual é a substância que vai converter o 
angiotensinogênio em angiotensina I, a qual precisa da ação da ECA para se ativar, sendo convertida em angiotensina II, a qual 
possui ação vasopressora, estimulando o córtex suprarrenal a produzir e liberar a aldosterona, a qual vai até o rim e aumenta a 
reabsorção de sódio, água e aumenta a eliminação de potássio. 
 
Conclui-se que a ECA, atua tanto no sistema renina angiotensina aldosterona quanto no sistema de degradação da bradicinina, 
assim, inibindo a ECA tem-se a inibição da degradação de bradicinina, aumentando seus níveis e, consequentemente, estimulando 
o aumento de prostaglandinas, óxido nítrico e vasodilatação. Contudo, a interação entre a ECA, angiotensina e bradicinina não é 
benéfica a todo momento, pois, um dos efeitos colaterais dos inibidores da ECA é a tosse e isso se dá pelo acúmulo de 
bradicinina. 
 
 
 
▪ Mecanismo de ação dos inibidores da ECA: 
Fisiologicamente a angiotensina II é vasopressora, se ligando aos receptores AT1, que são metabotrópicos e que estão acoplados 
a proteína Gq, a qual ativa fosfolipase C, aumentando as concentrações plasmáticas de PIP2, IP3, atua aumentando o cálcio 
intracelular e DAG, que aumenta a atividade das fosfolipase C, fosforilando os canais de cálcio e aumentando o influxo de cálcio. 
 
▪ Interação fármaco-receptor: 
Tem-se uma inibição competitiva reversível, ou seja, os IECA’s se ligam ao sítio ativo de forma reversível, não é uma ligação 
covalente. O enalapril é um pró-fármaco, então, ele precisa sofrer a ação de uma esterase de forma que o enalapril será 
convertido enalaprilato, vai ser jogando no intestino pela bile e vai exercer o efeito anti-hipertensivo. 
 
▪ Efeitos dos inibidores da ECA: 
Esses fármacos, em relação ao efeito hemodinâmico, reduzem a pré-carga, de forma que se tem uma redução do volume do 
líquido extracelular e da vasodilatação venosa e uma reduçãoda pós-carga, onde se tem uma redução da resistência vascular 
periférica. Já em relação aos efeitos neuro-hormonais, tem-se uma redução da AT2, aumento da bradicinina e redução do 
simpático. 
Esses fármacos, além do uso anti-hipertensivo, tem uma importante ação na insuficiência cardíaca, nela há a ativação do sistema 
renina-angiotensina-aldosterona, assim, além de aumentar a pré e a pós carga, a angiotensina II tem efeitos mitogênicos diretos 
nos miócitos e células endoteliais, levando ao remodelamento cardíaco, com a inibição da ECA, a angiotensina I não é convertida 
em angiotensina II, impedindo esses efeitos. 
 
VANTAGENS: 
Modificam a progressão da IC; 
Aumentam a sobrevida; 
Diminuem hospitalizações; 
Melhoram a qualidade de vida; 
Diminuem o remodelamento cardíaco; 
Os usuários não apresentam tolerância aos seus efeitos; 
Baixa ativação neuro-hormonal ou taquicardia reflexa; 
 
 
4 FARMACOLOGIA – JULIANA OLIVEIRA 
▪ Interações medicamentosas: 
 
 
▪ Efeitos adversos: 
Hipotensão de primeira dose; 
Tosse seca: Efeitos da bradicinina na mucosa brônquica; 
Angioedema → Derme e submucosa → Atividade da bradicinina; 
Hiperpotassemia; 
 
➔ Bloqueadores dos canais de Ca²+: 
▪ Mecanismos de contração dos miócitos do músculo liso: 
Tem-se, fisiologicamente, estímulos que aumentam o cálcio intracelular, podendo ser um agonista como a angiotensina II. 
Mas como o cálcio interfere na contração muscular? 
Na musculatura vascular lisa o cálcio forma um complexo com a calmodulina, ativando uma proteína chamada de MLCK ou 
miosina kinase de cadeia leve, a qual fosforila a miosina a qual após a fosforilação adota uma conformação de interação com a 
actina, promovendo a contração muscular. 
 
▪ Mecanismos de contração dos miócitos do músculo cardíaco: 
Tem-se uma super população dos canais de cálcio dependentes de voltagem, assim, na região dos túbulos T dos cardiomiócitos 
tem uma grande concentração dos canais de cálcio, quando o estímulo elétrico chega nessa região estimula esses canais a se 
abrirem para que ocorra um influxo simultâneo de cálcio em uma região específica do cardiomiócito para estimular e aumentar a 
concentração do íon. O aumento de cálcio intracelular em um cardiomiócito provoca a contração via complexo cálcio 
troponina, que é um agregado de 3 subunidades, quando o cálcio interage com a troponina C, esse complexo se mexe e leva 
com ele a tropomiosina que está em contato com a troponina via a subunidade T, quando toda a troponina se mexe por conta 
do cálcio a tropomiosina se mexe junto por estar ligada a troponina e expõe os sítios de interação da actina com a miosina. 
 
▪ Classe dos bloqueadores dos canais de Ca²+: 
Fenilalquilaminas → Verapamil 
Benzotiazepinas → Diltiazem 
Dihidropiridinas → Nifedipino 
Obs: A taquicardia reflexa por hipotensão na nifedipina > verapamil; 
 
▪ Mecanismo de ação dos bloqueadores dos canais da Ca²+: 
Sua ação nas células musculares lisas: 
Os bloqueadores dos canais de cálcio reduzem a quantidade de cálcio no meio intracelular, ou seja, reduzem a formação do 
complexo cálcio calmodulina e a ativação da MLCK, com a menor ativação desse complexo, tem-se menos miosina e uma menos 
interação dela com a actina, logo, há um relaxamento da musculatura lisa vascular. 
 
Os bloqueadores de canais de cálcio têm pouco efeito sobre os leitos venosos, não afetando a pré-carga, mas sim a pós carga, 
isso porque o efeito de vasodilatação ou relaxamento muscular é muito maior onde se tem mais músculo, p.ex. nas artérias. 
 
Sua ação nas células cardíacas: 
O bloqueio do canal de cálcio na musculatura cardíaca leva a uma redução da formação do complexo cálcio-troponina C, assim 
tem-se uma menor movimentação da tropomiosina, assim, o sítio ativa de actina não será exposto, conferindo uma menor 
interação actina-miosina e uma menor contração muscular. 
 
O principal efeito dos bloqueadores no coração é o efeito inotrópico negativo, ou seja, diminui a força de contração. 
Influem na geração do impulso, condução do impulso vascular e no acoplamento eletromecânico, assim, afetam a força, 
condução e frequência do impulso. 
 
5 FARMACOLOGIA – JULIANA OLIVEIRA 
O efeito na condução dos nós depende da capacidade do bloqueador de retardar a recuperação do canal lento. O nifedipino não 
possui essa capacidade. 
 
▪ Indicadores dos bloqueadores dos canais de Ca²+: 
 
 
 
VANTAGENS: 
Podem ser utilizados em pacientes asmáticos; 
Podem ser utilizados em pacientes gestantes; 
Não provocam sedação ou efeitos no SNC; 
Não afetam a função renal; 
 
▪ Contra-indicações dos bloqueadores dos canais de Ca²+: 
Hipotensão; 
Pós-infarto; 
Estenose aórtica severa; 
 
▪ Interações medicamentosas: 
 
 
▪ Efeitos adversos: 
Verapamil: Queixas frequentes acerca de prisão de ventre, isso ocorre porquê esse fármaco bloqueia canais de cálcio da 
musculatura lisa intestinal, comprometendo os movimentos peristálticos. 
Nifedipino: Causa uma vasodilatação excessiva, sendo mais específicos para a musculatura vascular, podendo levar o paciente a 
tonteira, hipotensão, cefaleia, rubor e náuseas.

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