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AÇÃO POPULAR -- JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL-convertido

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Aluna: Renata Souza dos Santos 
Turma: 9JM/MA 
Jurisdição Constitucional 
Professora: Ana Marilia. 
APS 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA 
ALFA/UF 
 
JOÃO, brasileiro, estado civil XXX, Profissão XXX, RG XXX, CPF XXX, Residente e 
Domiciliado na Rua XXX, nº XXX, Alfa/UF, CEP XXX, Endereço Eletrônico XXX, Portador 
do Título de Eleitor n. XXX, seção XXX, zona XXX, Cidadão em pleno gozo de seus direitos 
conforme documento em anexo nos termos do art. 1º, § 3º da Lei 4717/65, por meio de seu 
Advogado inscrito na OAB sob o n. XXX, que está subscreve (instrumento de mandato anexo), 
com endereço profissional na Rua XXX, n XXX, Bairro XXX, Cidade/UF XXX, Local 
indicado para receber intimações, Endereço eletrônico, vem respeitosamente a presença de 
Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXXIII da CF/88 e da Lei n. 4.717/65, 
impetrar AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR, em face de ato da SOCIEDADE 
EMPRESÁRIA K, com sede na Rua XXX , n. XXX, Bairro XXX, Cidade/UF XXX, pessoa 
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. XXX (e os beneficiários do ato ou 
contrato lesivo, no termos do art.6º, caput, da lei 4717/65) e em face de PEDRO SANTOS, 
prefeito, Nacionalidade XXX, estado civil XXX, RG XXX, CPF XXX, com domicilio 
profissional no Prédio da Prefeitura do Município Alfa/UF XXX, pelos fatos e fundamentos 
de direito que passa a expor: 
I – DOS FATOS 
 
A Sociedade Empresária K, concessionaria do serviço de manutenção de uma estrada 
Municipal, com o intuito de ampliar suas instalações, realizou amplos estudos e identificou que 
o melhor local para suas novas instalações é em local de preservação ambiental permanente, 
tendo esta, inclusive, providenciado o cerco do local e fixado placa com início de obra em 30 
(trinta) dias. Surpreso com tal conduta, o impetrante formulou requerimento junto a empresa ré 
solicitando a não realização da obra, para sua surpresa, recebeu o indeferimento de seu 
requerimento, sob o argumento de que o local fora aprovado pelo Município, tendo o Sr. 
Prefeito assinado a licença para realização da obra. Assim, na intenção de impedir o início da 
referida obra, o impetrante não viu alternativa a não ser entrar com a referida ação. 
 
II – DOS FUNDAMENTOS 
 
A) DO CABIMENTO E DA LEGITMIDADE PARA IMPETRAR A AÇÃO POPULAR 
 
Em virtude dos fatos narrados, o impetrante encontra guarida no art. 5º, LXXIII da CF/88, bem 
como no Art. 1º, § 3º da lei 4717/65, visto que a presente medida objetiva anular ato lesivo ao 
meio ambiente, sendo que ao final, junta o autor cópia de seu título eleitoral, para comprovação 
da legitimidade ativa para presente ação. 
 
B) DO ATO LESIVO AO MEIO AMBIENTE 
 
Excelência, conforme prevê o Art. 225 da CF/88, todos temos o direito ao meio ecologicamente 
equilibrado, devendo preservá-lo para todas as gerações, o mesmo diploma legal, o Art. 225, 
§1º, nos traz que cabe ao Poder Público garantir esse direito através de alguns mecanismos, se 
não vejamos: 
Art. 225. Todos têm direto ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder 
público: 
 IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção 
de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
 
No caso em tela, não foi realizado o estudo de que trata o inciso IV, não obstante, caso tal obra 
seja realizada no local escolhido, local este que abriga diversas espécies raras da flora e da 
fauna, estas espécies estarão em perigo eminente o que poderá causar inclusive sua extinção. 
 
Outrossim, sendo a obra realizada, estará a empresa ré infringindo o disposto nos Arts. 38, 49, 
50 e 50-A da Lei 9.605/1998, ambos tipificados como crime ambiental. Analise-se o texto dos 
referidos artigos: 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência 
das normas de proteção: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou 
meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em 
propriedade privada alheia: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou 
multa. 
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou 
vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial 
preservação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, 
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem 
autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei 
nº 11.284, de 2006) 
Como visto, caso a empresa realize a obra no endereço escolhido, causará além de inúmeros 
crimes ambientais, grande prejuízo ao nosso meio ambiente. 
Assim, deve a referida obra ser embargada, não podendo a empresa impetrada realizá-la sem o 
devido estudo prévio de impacto ambiental. 
C) DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR 
 
No presente caso resta demonstrado o fumus boni iuris, visto que a obra está prestes a ser 
realizada, estando inclusive o local cercado de tapume, com placa indicando o início da obra 
em 30 dias. 
Da mesma forma, temos presente a existência do periculum in mora, posto que, caso não seja 
impedida a realização da obra antes da sentença, o ato acarretará a prática de diversos crimes 
ambientais, que possivelmente não poderão ser reparados. Assim, estão presentes os requisitos 
que autorizam a concessão da liminar, com fulcro no artigo 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/65, devendo 
a referida obra ser embargada, não podendo a empresa impetrada realizá-la sem o devido estudo 
prévio de impacto ambiental. 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Ante todo o exposto, requer: 
a) conceda liminarmente a suspensão da realização da obra, obrigando o impetrado cessar 
qualquer edificação que porventura tenha realizado; 
b) citação dos impetrados para contestar, sob pena de revelia (art. 7º, I, “a”, da Lei 4717/65); 
c) Intimação do representante do Ministério Público (art. 7º, I, “a”, da Lei 4717/65); 
d) realização do estudo prévio de impacto ambiental; 
e) procedência da ação; 
f) condene os impetrados no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (art. 
12 da lei 4717/65). 
 
IV – DAS PROVAS 
Provará o alegado por todos os meios em prova admitidos, especialmente pelos documentos ora 
juntados, oitiva de testemunhas e demais provas que se fizerem necessárias, desde já requeridas. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm#art82
V – DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ XXX 
 
 
 
Nestes termos pede deferimento, 
Alfa/UF, data XXX 
Advogado XXX 
OAB XXX

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