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APS Direito do Trabalho Aplicado

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Parecer:
1. A empresa não possui qualquer planejamento relacionado à medicina e
segurança do trabalho, pois, segundo orientação do Departamento de Recursos
Humanos, não há risco na atividade desenvolvida.
Resposta: Conforme dispõe o art. 157 da CLT, é dever da empresa cumprir as
normas de segurança e medicina do trabalho independente da atividade
desenvolvida.
A empresa poderá indicar representantes para a CIPA (Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes) com o objetivo de prevenir acidentes e doenças
decorrentes do trabalho.
2. A empresa é ré em várias ações objetivando indenizações que apresentam como
causa de pedir fática o tratamento vexatório diuturno a que são submetidos os
vendedores e representantes comerciais que não alcançam o patamar de metas
estabelecidos pelo supervisor que exerce as atribuições de gerência na área
comercial, sendo que o Departamento de Recursos Humanos, ao analisar os casos
informou a diretoria da empresa que a atitude do supervisor em presentear os
vendedores com menor patamar de vendas com uma camiseta com a inscrição
“Sou o Lanterninha do Mês”, não é ofensivo e que todos os vendedores melhoram
sua produção nos meses seguintes
Resposta: O art. 223-B e 223-C estabelece que toda ação ou omissão que ofenda a
esfera moral, e que cause dano à honra e a imagem de pessoa física é dano
extrapatrimonial. Sendo assim, a conduta da gerência é completamente equivocada,
pois coloca o empregado em situação vexatória e conforme dispõe o art. 223-E,
cabendo ação de danos morais, com alusão ao art. 5, X da CF.
3. Parte dos representantes comerciais são obrigados no comparecimento diário na
sede da empresa, em horário determinado pelo diretor comercial, sendo certo que
em eventual ausência o dia de trabalho é descontado das comissões no mês de
referência, sendo que os demais somente comparecem a empresa para aviamento
das necessidades comerciais (entrega de pedidos, recebimento de mostruários e
recebimento de comissões), conduta esse aprovada pelo Departamento de
Recursos Humanos da empresa.
Resposta: Representante comercial tem características diferentes de vendedor.
Representante comercial é um prestador de serviços autônomo, podendo ser
pessoa física ou pessoa jurídica, sem relação empregatícia pois é um serviço
eventual. Ao contrário do vendedor que preenche os requisitos dispostos nos arts. 2
e 3 da CLT (não eventualidade, onerosidade, subordinação, pessoalidade,
alteridade).
Portanto, essa conduta aprovada pelo Departamento de Recursos Humanos é
equivocada, pois estes representantes cumprem os requisitos de: não
eventualidade, pessoalidade e subordinação, desta forma, cabe vínculo entre as
partes.
4. Todos os estagiários (cursando Administração de Empresas, Tecnologia da
Informação e Direito) são contratados diretamente pela empresa, sem qualquer
formalidade efetivada pelo Departamento de Recursos Humanos, a não ser o
pagamento de vale transporte e bolsa auxílio e se ativam exclusivamente no
recebimento dos pedidos de compras, independentemente da área acadêmica que
pertençam e laboram oito horas diários e semanalmente são submetidos a horas
extras.
Resposta: A Lei 11.788/2008 em seu art. 10, dispõe que a jornada de estágio será
definida em conjunto entre a instituição de ensino e a empresa concedente,
podendo ser de 4 horas diárias até 6 horas diárias, portanto essa carga horária
estipulada pela empresa, e as horas extras são ilegais.
Além disso, de acordo com o art. 1, § 2 da referida Lei, o estágio visa o aprendizado
de competências próprias da atividade profissional e na empresa os estagiários
exercem exclusivamente a função de receber produtos.
Entretanto, o número de estagiários está proporcionalmente correto, de acordo com
o art. 17 da Lei.
5. Um dos assistentes comerciais foi denunciado por um dos clientes em razão de
furto de numerário (o cliente apresentou vídeo contendo as filmagens do local onde
a conduta restou comprovada), no entanto, o Departamento de Recursos Humanos
da empresa desaconselhou a demissão sob alegação do mesmo ser detentor de
estabilidade em decorrência de acidente do trabalho, em relação ao qual foi emitida
a CAT (comunicação de Acidente do Trabalho) com afastamento médico de 10 dias.
Resposta: Neste caso, a estabilidade provisória não protege o empregado pois a luz
do art. 482, o ato de improbidade constitui como justa causa. E furtar um cliente é
uma falta grave, portanto se encaixa como justa causa.
6. Os empregados da empresa, com exceção dos Diretores e gerente e
supervisores recebem em média valor de R $4.500,00, valor esse fruto do
percentual comissional das vendas realizadas, além de valor fixo de R $2000,00. O
Departamento de Recursos Humanos, orientou a empresa, no sentido que a fixação
de pagamento de parcela salarial fixa desonera a empresa de qualquer reflexo ou
integração em relação aos valores comissionais.
Resposta: De acordo com o art. 457 da CLT, a orientação do Departamento de
Recursos Humanos está errada pois o fato dos empregados receberem salário não
desabona o valor de comissão.

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