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PATOLOGIA CLÍNICA URINÁLISE Pra que serve: Diagnóstico do Trato Urinário: Doença Renal, Insuficiência Renal Crônica, Infecção do Trato Urinário, Glomerulopatias. Auxílio para as demais enfermidades: Diabetes, Insuficiência hepática e Anemia Hemolítica Imunomediada. Monitoramento de doenças: Cetoacidose diabética Acompanhamento de tratamentos Coleta de material Miccção espontânea. Método não invasivo Primeira coleta Desprezar os primeiros jatos Desvantagens: Tem que esperar a vontade do animal urinar; Se fizer por compressão vesical pode machucar o animal e liberar algumas células inflamatórias na amostra; Pode haver algum bloqueio na uretra que dificulte a coleta. Cateterismo (sondagem) Facilidade em macho e requer mais habilidade em fêmeas. Desvantagens: Carrear para dentro da bexiga através do cateter/sonda bactérias que estão no final da uretra podendo causar infecção urinária; Se houver urólitos, há maior resistência na passagem da sonda pela uretra e descama a mucosa, causando uma lesão no canal uretral. Cistocentese Ideal que seja guiado por Ultrassom. Evita a contaminação da amostra pelas bactérias da porção final do trato urinário, e se torna a coleta ideal para fazer urocultura. Desvantagem: Se o animal estiver agitado na hora da coleta, há o risco de ruptura da bexiga. Armazenamento Colocar em frasco de cor âmbar (escura). Pode haver bilirrubina na amostra, e por ela ser sensível a luz, é degradada, não sendo vista no laboratório e não sendo liberada no laudo. Amostra fresca é viável em temperatura ambiente (25ºC) até 2 horas após a coleta. Refrigerada pode ser viável até 6 horas após a coleta. OBS: Nunca refrigerar a amostra porque causa a perda de elementos sólidos (figurados). Em caso de amostras que necessariamente não serão levadas pro laboratório em até 6 horas: usar conservantes (Formol a 10%, Tolueno), porém só dá para avaliar os sedimentos sólidos presente na urina, a parte bioquímica é perdida. Exame físico VOLUME Mínimo 5mL, ideal 10 mL. Porque usa-se 5mL para uma bateria de exames, e caso tenha precisão, se usa os outros 5 mL pra repetir o exame. Paciente com poliúria: volume de urina muito alto como 50 ou 60 mL tem densidade muito baixa (amostra diluída). Paciente com oligúria: volume de urina menos que 5 mL tem densidade muito elevada (amostra concentrada). COR Ideal: Amarelo citrino. Branca: Presença de elementos figurados, piúria, cristais. Amarelo palha: Urina diluída, com baixa densidade. Pode indicar ingestão de muito líquido, insuficiência renal crônica, diabetes insipidus. Alaranjada ou Âmbar: Urina muito concentrada, pode indicar doença renal, febre ou desidratação. Amarelo ouro: Presença de muita bilirrubina. Vermelha/Marrom: Pode ser hematúria, hemoglobinúria ou mioglobinúria. ASPECTO Ideal: límpida ou ligeiramente turva. Urina turva: significa aumento da presença de elementos figurados. ODOR Sui generis: Odor característico para aquela espécie. Adocicado: Presença de glicose podendo indicar que o paciente tenha diabetes. Amoniacal: necrose tecidual, infecção, cistites. DENSIDADE É a parte mais importante do exame físico, pois testa a função renal. Ideal Cães: 1020 a 1045 Gatos: 1035 a 1060 Grandes: 1015 a 1030. Mensurada em um refratômetro. Hipostenúrico = 1001 e 1007. * Pode indicar paciente superhidratado ou com Diabetes Insipidus Tubulopata = 1030 Isostenúrico: 1010 * No animal isostenúrico, a urina tem concentração semelhante a do ultrafiltrado no túbulo contorcido proximal (1008-1012), ou seja, o túbulo não absorveu nada. Hiperestenúria: acima dos valores de referência. Pode indicar um animal desidratado e é comum em felinos pelo seu hábito de beber pouca água. Animais em fluidoterapia ou que usam diuréticos têm urina diluída, informar isso na solicitação do exame. EXAME QUÍMICO Feito com fita reagente colocando 1 gota de urina em casa pocinho da fita, aguarda 1 ou 2 min e observa a reação. pH Bem relacionado com a dieta Herbívoros: pH alcalino > 7 Carnívoros: pH ácido < 7 +- 6. Na infecção bacteriana, o pH sanguíneo é alterado e isso altera também o pH urinário. O animal pode ter passado por uma alcalose ou acidose metabólica. Proteínas Pré renal: causas * Hipertermia: desnatura a proteína, ela fica linear e passa pelas fenestras do glomérulo. * Exercício muscular muito intenso (Aumenta a pressão do glomérulo) * Estresse (Tb aumenta a pressão do glomérulo) * Proteína de baixo peso molecular como globulinas, que é o que acontece por exemplo com animais que tem Leishmaniose (Porém, sempre se compara as proteínas totais do hemograma com as proteínas da urinálise, na Leishmaniose, as proteínas dos dois exames estarão no limite ou acima dos valores de referência. Renal: causas * Lesão glomerular com fenestras mais abertas permitindo a passagem de maiores proteínas. Essas quando são de grande peso molecular ficam aprisionadas na porção inferior da alça de henle, não conseguem subir na alça. Em grande quantidade, essas proteínas aumentam a pressão intratubular e são liberadas na urina como cilindros hialinos, formados apenas de proteínas indicando lesão glomerular. Quando passam mais tempo dentro da alça de henle, as proteínas se juntam também as células descamativas do túbulo contorcido proximal e são liberados na urina como cilindros epiteliais ou granulosos, onde os grânulos indicam a desintegração das células epiteliais. Quando o túbulo perde totalmente o aporte de O2 e nutrientes, o cilindro deixa de ser proteico pois até as proteínas se desintegram, gerando o céreo. Indica gravidade, como por exemplo pacientes com doença renal crônica em estágio final.
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