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Tema 7 - Jornada de trabalho Trabalho noturno, intervalos e prorrogações

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Jornada de trabalho – Trabalho 
noturno, intervalos e 
prorrogações
Karla Regina Quintiliano Santos Ribeiro
Introdução
Os estudos deste tema referem-se às Normas Especiais de Tutela do Trabalho. Os direitos trabalhistas são
resultado de reivindicações sociais históricas, no âmbito da relação do trabalho, que foram sendo conquistadas
pelos trabalhadores com o passar dos tempos, sendo instrumentalizadas pelo Estado, principalmente com o
objetivo de manter a saúde do trabalhador.
Neste contexto, em nossa aula analisaremos de forma mais profunda conceitos importantes, como é o caso do
trabalho noturno, intervalos e prorrogações de jornada de trabalho, constatando o que o empregado tem direito
em tais situações.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• definir os conceitos de trabalho noturno, intervalos e prorrogações de jornada de trabalho;
• resolver situações-problema relativas aos cálculos de adicionais noturnos, e intervalo irregular.
Trabalho noturno
Quando o empregado trabalha em horários ou em condições que colocam a vida ou à saúde dele em risco, o
empregador deverá realizar o pagamento de uma remuneração a mais, como uma forma de compensação.
Perceba que os trabalhadores, de modo geral, estão acostumados a realizar suas atividades no horário diurno,
visto que à noite se considera horário para descanso ou ainda para convívio social. Sendo assim, verifica-se que o
trabalho noturno pode ocasionar problemas de saúde ou ainda sociais, e por consequência deve ser remunerado
diferentemente dos horários diurnos.
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Figura 1 - O trabalho noturno pode ocasionar problemas de saúde ou sociais
Fonte: Photographee.eu, Shutterstock, 2018
Sendo assim, o legislador estabelece no artigo 73, §1º, da CLT – Consolidação das Leis de Trabalho, que traz que:
“a hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.” Logo, a hora noturna não será
de 60’ (sessenta minutos), mais sim, de 52’30’’ (cinquenta e dois minutos e trinta segundos). O artigo 73, § 2º, da
CLT estabelece que a hora noturna começa às 22 horas de um dia e vai até as 5 horas do dia seguinte.
Porém, o empregado que não mais trabalhar no horário noturno perde o direito do adicional noturno, conforme
o artigo 71 da CLT. Corrobora a Súmula nº 265 do Tribuna Superior do Trabalho que diz: a transferência para o
período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.
Percebe-se, portanto, que o empregado quando realiza horas extraordinárias, que ultrapassem o horário que
compreende o período noturno deverá receber as horas extras como se estivesse em período noturno.
Intervalos
A CLT prevê momentos em que o empregado, dentro da jornada de trabalho, pode deixar de trabalhar, com a
finalidade de manter seuo equilíbrio físico e mental, e por consequência, pode limitar as doenças ocupacionais, e
os acidentes de trabalho. Esses momentos são os intervalos.
FIQUE ATENTO
O artigo 73, § 5º, da CLT concomitante com a Súmula nº 60, II, do TST – Tribunal Superior do
Trabalho, estabelece que quando o empregado trabalhar em horário no período da noite,
consequentemente, fazer jus ao adicional noturno, prorrogar sua jornada de trabalho, mesmo
que em horário diurno, deverá receber as horas extas com adicional noturno, logo, o valor da
contrapartida da hora extra será como se o empregado estivesse trabalhando ainda no período
da noite.
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Figura 2 - Os intervalos intrajornadas ou entre jornada propiciam ao empregado um descanso do trabalho
Fonte: Andrey_Popov, Shutterstock, 2018
Esses lapsos temporários são chamados de intervalos que podem ser de duas modalidades:
Intrajornadas: períodos dentro da jornada de trabalho, que se destinam para o repouso ou para alimentação;
Interjornadas: período de descanso entre duas jornadas de trabalho.
No que se refere ao intervalo intrajornada, verifica-se o artigo 71 da CLT que estabelece:
em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de
um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15
(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
Conforme o dispositivo legal, o intervalo intrajornada é o lapso temporal durante o período de trabalho, que o
trabalhador pode deixar de realizar suas atividades, com o objetivo de se alimentar, ou ainda, descansar.
Figura 3 - Jornada de Trabalho e seus respectivos intervalos intrajornada
Fonte: Elaborado ela autora, baseada no artigo 71 da CLT
Neste sentido, verifica-se que para o trabalhador que tem como jornada de trabalho mais de 6 horas, a
obrigatoriedade de ter um descanso intrajornada de 1 a 2 horas. Entretanto, quando se trabalha de 4 horas a 6
horas, o empregado tem apenas 15 minutos de intervalo, e por fim, quando lapso temporal que compreende a
jornada de trabalho for de menos de 4 horas, não terá intervalo intrajornada.
Conforme o artigo 71, § 3º que traz:
O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do
Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se
verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos
refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a
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refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a
horas suplementares.
Sendo assim, nas jornadas de mais de 6 horas, para que haja a diminuição da redução do tempo da intrajornada,
empregador necessitará da autorização do Ministério do Trabalho, Industria e Comércio, porém o intervalo não
poderá ser menor que trinta minutos.
Os lapsos temporais (intervalos intrajornada), dito até agora não são remunerados pelo empregador, pois
seguem a regra do § 2º do art. 71 da CLT, que prevê “os intervalos de descanso não serão computados na
duração do trabalho”. Nestes casos, o empregado para entrar e sair do intervalo intrajornada deve “bater “ o
ponto, gerando assim uma parada na contagem das horas trabalhadas.
Porém, existem hipóteses legais que a intrajornada deve contar como jornada de trabalho, e, por conseguinte
será remunerada pelo empregador.
O intervalo da interjornada, aquele intervalo entre duas jornadas de sucessivas, deve ser de no mínimo 11 horas
ininterruptas. A interjornada não pode ser contabilizada com o Descanso Semanal Remunerado (DSR), que se
refere as 24 horas de descanso semanal pago pelo empregador, ou seja, termina a contagem da interjornada,
para depois começar o DSR, ou vice-versa. Sendo assim, esses dois direitos não podem ser usufruídos pelo
empregador simultaneamente, primeiro termina um para começar outros.
Exemplificando:
Maria tem seu descanso Semanal (24 horas) no domingo. No sábado, trabalha até as 18 horas. Que horas poderá
voltar a trabalhar, lembrando do descanso de interjornada?
Maria terá das 18 horas (saída do trabalho) de sábado até as 5 da manhã de domingo para gozar o descanso de
FIQUE ATENTO
Conforme o artigo 72 da CLT os empregados da mecanografia, ou seja, datilografia, têm direito
a intervalos intrajornada diferenciados, ou seja, intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos
trabalho. Sendo que a súmula 346 do TST, por analogia, estabelece que essa regra seja
estendida para os digitadores. Verifica-se que a profissão de datilógrafo foi extinta, quando
surgiram os computadores, e em substituição, atualmente existem os digitadores, logo, o
legislador entendeu que a regra do artigo 72 da CLT pode ser utilizada pelos empregados que
executam a tarefa de digitar.
EXEMPLO
O artigo 298 da CLT, que traz o intervalo aos obreiros em minas de subsolo, é um exemplo deintervalo intrajornada remunerado, pois estabelece que: em cada período de 3 (três) horas
consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a
qual será computada na duração normal de trabalho efetivo.
Sendo assim, os intervalos da intrajornada do empregado que trabalham em minas de solo
devem compreender a jornada de trabalho, e por consequência, devem ser remunerados.
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Maria terá das 18 horas (saída do trabalho) de sábado até as 5 da manhã de domingo para gozar o descanso de
interjornada (totalizando as11hs). Como as 5 horas da manhã de domingo começa as 24 horas do descanso
semanal, ela só poderá começar a trabalhar depois das 5 da manhã de segunda-feira.
Prorrogações legais
A legislação brasileira, mais pontualmente a CLT, estabelece hipóteses que a jornada de trabalho pode ser uma
imposição unilateral, ou seja, uma determinação do empregador.
Figura 4 - Existem momentos que o empregador pode impor que o trabalhador realize a prorrogação da jornada 
de trabalho
Fonte: zydesign, Shutterstock, 2018
Sendo assim, os artigos. 61 e 501 da CLT preveem que a jornada de trabalho pode ser aumentada de forma
imperativa, nas seguintes situações:
• Quando os serviços não puderem ser adiados, pois a não realização pode gerar prejuízos para o 
empregador. Sendo que, nesse caso, a prorrogação não precisa ser acordado, antecipadamente entre as 
partes (empregado e empregador), porém, o empregador deverá relatar essa ocorrência para a Delegacia 
Regional do Trabalho no prazo de dez dias a partir do início do ocorrido.
• Em caso de força maior, ou seja, em caso que em que ocorrer problemas ocasionados por motivos que 
não foram por culpa do empregador, como é o caso de inundação, ou de terremoto, entre outros. Nesta 
hipótese a prorrogação pode durar o quanto for necessário para que o problema seja resolvido, porém 
também deve ser notificado à Delegacia Regional do Trabalho, no prazo de dez dias, contando do dia do 
ocorrido. O pagamento deverá ser feito sem nenhum tipo de adicional.
• Quando o for recuperação de horas, devido à paralisação dos serviços ocasionados por acidentes ou 
força maior, não é necessário que seja acordado entre as partes, mas é obrigatório a autorização da 
Delegacia Regional do Trabalho. O período que abrangerá a recuperação de horas será de no máximo 45 
dias por ano, sendo que seu limite não poderá ultrapassar a duas horas diárias, e o pagamento não terá 
nenhum tipo de adicional.
Verifica-se que existem apenas três hipóteses que a jornada de trabalho pode ser aumentada pelo empregador
de forma imperativa, ou seja, sem que o empregado possa se manifestar de forma contrária.
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Prática de cálculos
Os empregados que trabalham das 22 horas de um dia e vai até as 5 horas do dia seguinte terão o direito do
adicional noturno. A jornada de trabalho de um empregado compreende das 22 horas até a 5 horas da manhã do
dia seguinte, com uma hora de intervalo para descanso.
Tendo como exemplo, a hora diurna deste empregado é R$ 6,00. Qual é o valor do salário dia deste funcionário?
Calculando: a hora diurna, neste caso é R$ 6,00. Entretanto, a noturna terá o acréscimo de 20%, ou seja, será R$
7,20. 8 horas noturna = R$ 57,60. Esse funcionário recebe por dia R$ 57,60. A hora noturna é de 52 minutos e 30
segundos. Logo, pode-se analisar que um empregado que trabalha das 22H às 5 H tem um total de 8 horas, visto
que 7 horas X 60 min = 420 min: 52,5 = 8 horas. Nos horários mistos, ou seja, que envolvem tanto o noturno
quando o diurno, será calculado o tempo como noturno, logo 52” 30’.
Perceba que nos casos de os empregados trabalharem habitualmente em horários noturnos, esse adicional
deverá ser computado como salário, e por consequência, deve entrar no décimo terceiro, férias, entre outros
direitos.
Fechamento
Neste tema estudamos o trabalho noturno, intervalos e prorrogações de jornada de trabalho, analisando o que o
empregado tem direito. Sendo assim, o empregado que trabalha em horário noturno, ou seja, 22 horas de um dia
e vai até as 5 horas do dia seguinte, terá a hora trabalhada igual a 52 minutos e 30 segundos. A legislação
brasileira também estabelece que o empregado deve se ausentar do trabalho durante o expediente, sendo que
essas paradas podem ser as intrajornadas ou interjornadas.
Por fim, estudamos que existem hipóteses que há prorrogações da jornada de trabalho que são impostas aos
empregados, sendo que estão previstas nos 61 e 501 da CLT, de forma taxativa.
Referências
BRASIL, , DE 1º DE MAIO DE 1943 site: DECRETO-LEI N.º 5.452 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del5452.htm.Acesso em: 05/08/2018.
BRASIL, , DE 13 DE JULHO DE 2017. Site: LEI Nº 13.467 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018
/2017/lei/L13467.htm.Acesso em: 05/08/2018.
NASCIMENTO, A. M.; NASCIMENTO, S. M. : [de acordo com a reformaIniciação ao direito do trabalho
SAIBA MAIS
A súmula 60 do TST observa que o “adicional noturno pago com habitualidade deve integrar
no salário, inclusive para todos os efeitos.” Sendo assim, em casos que o empregado exerce o
horário noturno de forma continua, esse valor deverá ser calculado para todos os direitos que
o salário tem como parâmetro de remuneração.
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/2017/lei/L13467.htm.Acesso em: 05/08/2018.
NASCIMENTO, A. M.; NASCIMENTO, S. M. : [de acordo com a reformaIniciação ao direito do trabalho
trabalhista]. 41. ed. São Paulo: LTr, 2018.
MARTINS, Sérgio Pinto. . 33. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2017.Direito do trabalho
	Introdução
	Trabalho noturno
	Intervalos
	Prorrogações legais
	Prática de cálculos
	Fechamento
	Referências

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