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Crise da economia cafeeira

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ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA UM SISTEMA INDUSTRIAL 
INTRODUÇÃO 
 No Brasil, um dos grandes colaboradores para o desenvolvimento foi o café, onde 
esses e seus derivados seriam os principais produtos brasileiros de exportação durante quase 
100 anos. Essa cultura, com um ótimo valor econômico, favoreceu o país por sua fácil 
adaptação em várias cidades brasileiras, tendo maior concentração entre as cidades do Rio de 
Janeiro e São Paulo, permitindo então um controle majoritário sobre o preço de oferta e venda 
do produto para os países consumidores, em sua maioria europeus. 
DA CRISE ECONOMIA MUNDIAL A INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL 
 
 Entre 1830 e 1860 a Amazônia foi o polo de extração e exportação de látex do mundo. 
O período em que a borracha trouxe riquezas para a Amazônia foi chamado de Belle Époque. 
Manaus possuía uma vida de dar inveja até nos europeus com o Teatro Amazonas calçadas 
alinhadas, parques chiques, bonde elétrico, e outros apetrechos semelhantes aos das cidades 
europeias, que foi chamada de “Paris dos Trópicos”. Os Barões da Borracha também 
conhecidos como “coronéis de barranco” juntaram fortunas com a borracha e tinham uma 
vida tão luxuosa que mandava suas roupas para a Europa para serem lavadas. 
Porém no inicio do século XX ocorreu à queda das exportações da borracha que tinha 
sido superada pelas produções de seringais cultivados na Malásia, Ceilão e Indonésia que 
haviam sido plantados especialmente planejados para o aproveitamento industrial através de 
investimentos de países europeus, como a Inglaterra e Holanda. Esse planejamento de plantio 
fez com que o manejo das árvores fosse melhor do que as do Brasil que eram árvores que 
haviam nascido naturalmente na floresta, fazendo com que a borracha tivesse menor preço do 
que a exportada pelo Brasil. Entre 1910 e 1920 diversos Barões da Borracha foram à falência 
e os cofres públicos se endividaram, pois estocava borracha numa tentativa de aumentar os 
preços. 
Houve tentativas de se plantar seringais na Amazônia, porém infrutíferas. A mais 
conhecida foi à criação de Henry Ford da Fordlândia uma cidade no Pará, no meio da floresta 
amazônica que teve seu projeto iniciado em 1928. Só que seus criadores não contavam que 
seus seringais seriam atacados por uma doença que levaria seu projeto mirabolante a ruína. 
Porém isso não desanimou Ford que transferiu seus seringais para cerca de 100 quilômetros 
dali, em Belterra que posteriormente sofreu os mesmos problemas que as seringas de 
Fordlândia, com isso as tentativas de se criar seringais na Amazônia foram abandonadas. 
Não podemos esquecer-nos do cacau que como a seringa é oriunda da Amazônia e 
sofreu um destino semelhante. A Inglaterra investiu na plantação de cacau na região da Costa 
do Ouro onde hoje é a Gana. Da mesma maneira que a borracha, o cacau produzido nessa 
região ganhou mercado e fez com que as exportações brasileiras caíssem. 
Por volta de 1727 o café foi introduzido no Brasil, mas a principio era um produto sem 
valor comercial. Entretanto a partir do início do século XIX o habito de beber café alcançou 
grande popularidade fazendo crescer o mercado consumidor. Com o aumento da procura do 
café no mercado externo os produtores brasileiros passaram a plantar grandes lavouras com 
destino a exportação. Em pouco tempo as exportações de café aumentaram fazendo muitos 
produtores ficarem ricos e passaram a ser chamados de “Barões do Café”. 
A expansão da oferta de mão-de-obra em muitos países que tinha como principal 
produto de exportação o café, anunciava que esse produto tão cobiçado iria baixar de preço 
em longo prazo. A grande quantidade de terras subocupadas, a disponibilidade de mão-de-
obra e o preço atrativo de venda, incentivaram os produtores brasileiros a investir no café. 
 Entretanto, a vasta oferta de mão-de-obra, taxa cambial e a concorrência com outros 
países com condições climáticas parecidas, fizeram com que a oferta de café no mercado 
aumentasse enquanto sua procura crescia em um ritmo mais lento. E a crise de 1893, nos 
EUA, fez com que o seu preço caísse. 
Em 1905, a superprodução de café teve como resultado um estoque de 11 milhões de 
sacas de 60 kg, o que representava 70% do consumo mundial de um ano. 
Para manter o preço elevado o governo adotou algumas medidas políticas como, 
comprar parte da produção de café do mercado através de empréstimos estrangeiros e 
desestimular os produtores a expandir suas plantações. Com o tempo o governo passou a 
queimar parte de seus estoques de café, pois este não seria valorizado num período razoável 
para justificar que ficassem guardados. 
No ano de 1920 a economia brasileira era essencialmente agrícola, sendo que quase 
70% da população trabalhavam com a agricultura. 
 Com a crise de 1929 a obtenção de credito externo para comprar parte da safra se 
tornou mais difícil. Com o fim das reservas do governo e a ausência de financiamento para a 
safra levou a queda do preço do café no mercado exterior. 
 Mesmo com a crise mundial a exportação de café continuou estável, ou seja, o 
principal responsável pela crise do café foi seu aumento de produção enquanto sua procura 
ficou estagnada. 
 Mesmo com a crise e o preço baixo, os produtores continuaram com a colheita do 
café, pois deixá-lo apodrecendo no pé traria perdas da mesma maneira se ele fosse colhido. 
 A crise do café levou a queda do valor externo da moeda e aliada com o aumento dos 
preços das mercadorias importadas, fez com que houvesse uma diminuição nas importações e 
um aumento na procura por produtos nacionais. 
 Com a péssima situação do setor cafeeiro, outros setores passaram a receber o 
investimento de capital. Parte desse capital foi retida pela produção algodoeira, enquanto a 
outra parte foi destinada ao mercado interno. Para expandir as indústrias foi adquiridos 
equipamentos de fábricas que faliram. 
 No período da guerra a balança comercial atingiu seu ápice, consequentemente 
haveria uma valorização da moeda, porém não era de interesse dos produtores voltados para o 
mercado interno quanto os exportadores que ela se valorizasse. Para evitar a valorização da 
moeda nacional o governo estabeleceu uma taxa cambial fixa. 
 Com a queda da oferta de produtos no mercado internacional devido à guerra e a 
impossibilidade de haver aumento da produção interna levou ao aumento do preço dos 
produtos. Mas com o fim da guerra foi restabelecida a oferta externa permitindo o aumento 
das importações. Para evitar um desequilíbrio econômico o governo restringiu as importações 
de manufaturados e beneficiou a importação de matérias-primas e bens de capital o que 
incentivou as indústrias. 
 No ano de 1889, havia no Brasil cerca de 600 fábricas em 31 anos esse número subiu 
para 13 mil indústrias, 233 usinas de açúcar e 231 salinas. Isso ocorreu especialmente por 
causa da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pois durante esse período houve dificuldades 
para as exportações européias fazendo com que a indústria nacional se desenvolvesse. As 
indústrias se dedicaram principalmente à fabricação de tecidos de algodão, calçados, materiais 
de construção, alimentos e moveis. Em 1928 pela primeira fez a renda do setor industrial 
superou a renda da agricultura. 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O período entre o século XIX E XX, o Brasil foi marcado por mudanças sociais, onde 
trabalhadores eram reconhecidos e remunerados pelos seus serviços prestados e mudanças 
econômicas, onde o país apostou em produtos promissores, como o café, e teve um grande 
deslocamento rumo ao desenvolvimento, propiciando investimentos, esperanças e, por um 
período de tempo, lucro a produtores. Porém foi marcado por umas das mais importantes 
épocas de crise relatada na história, cujos protagonistas eram os maiores consumidores do 
café brasileiro, acarretando numa abrangente queda de importação, levando o país ao 
desequilíbrio econômico. Assim foi exigidodo governo o estudo de diversas medidas a serem 
tomadas para evitar que os produtores de café ficassem vulneráveis a crises internacionais 
como a de 1929. O Estado começava a ter papel fundamental na economia do Brasil. 
 
REFERÊNCIAS 
 
FURTADO, Celso, 1920- Formação econômica do Brasil. 30. ed. São Paulo: Companhia 
Editora Nacional, 2001. 
Cotrim, Gilberto. Historia Global: Brasil e Geral. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
Grandin, Greg. Fordlândia: Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva. 
Rio de Janeiro: Rocco, 2010.

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