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PPBs - MEMÓRIA

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PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS – PROFª TICIANA SANTIAGO DE SÁ 
ALUNA RAYANE RAIOL DE SOUZA – SEMESTRE 1 
ESTUDO DIRIGIDO – EXERCÍCIO DE REVISÃO 
 
6. Defina memória destacando os três principais processos que a constituem e sua função para o 
desenvolvimento humano e social. 
 A memória é, nos termos mais resumidos possíveis, a capacidade que os seres vivos possuem de 
adquirir, armazenar e revisitar informações. É uma das mais importantes funções mentais, pois pode 
funcionar como uma espécie de estrutura às outras: o caso da aprendizagem, por exemplo, se faz impossível 
sem a atuação da memória, visto que nenhuma informação pode ser absorvida sem que isso faça parte de 
um processo de memorização. A memória é constítuida por três processos menores, nomeados como 
aquisição, consolidação e evocação. A aquisição acontece no momento de recebimento da informação: essa 
informação pode ser qualquer estímulo do meio, sendo recebido através dos mecanismos perceptivos. Esse 
estímulo é então enviado ao sistema nervoso central, chegando ao cérebro. Após esse processo, existe a 
consolidação, atividade através da qual nós armazenamos a informação. As informações podem ser 
armazenadas através de duas maneiras. À primeira maneira chamamos fenômenos eletrofisiológicos, e 
consiste nos sinais elétricos que continuam sendo mandados por um curto período de tempo pelos 
neurônios que foram ativados em um caminho neural específico ao tentarmos memorizar uma nova 
informação; é o que acontece no caso das memórias sensoriais e das memórias operacionais. À segunda 
maneira chamamos alterações bioquímicas, e elas possuem esse nome porque consistem no processo no 
qual os estímulos vão criando novos circuitos entre os neurônios, como se as informações fossem guardadas 
em lugares específicos do cérebro e a cada nova informação armazenada, elaborasse-se um caminho 
específico para depositá-la. Vale ressaltar que esse armazenamento apenas é possível graças à 
neuroplasticidade cerebral, definida justamente pela capacidade do cérebro de se transformar perante o 
recebimento de estímulos. Como última fase do estabelecimento da memória, temos a evocação, processo 
pelo qual podemos revisitar espontaneamente ou voluntariamente as informações que possuímos 
armazenadas. A evocação pode se dar através do reconhecimento ou da recordação; o reconhecimento se 
trata da revisitação àquele caminho neural que foi construído a partir da exposição ao mesmo estímulo, ou a 
outro estímulo de natureza similar. É o que acontece quando vemos algo e temos a sensação de 
familiaridade, ou o que acontece quando, ao vermos alguém, lembramos de onde conhecemos aquela 
pessoa, por exemplo. Já a recordação acontece num tipo de evocação que dispensa a exposição ao estímulo, 
ou seja, quando não há nada de familiar momentaneamente presente mandando sinais aos nossos 
mecanismos perceptivos. A partir dessas informações, podemos entender o quanto a memória é importante 
em níveis além dos circuitos neurais: sem a memória, seria impossível construir qualquer espécie de 
aprendizagem; não seríamos capazes, portanto, de estabelecer uma identidade, relações com as outras 
pessoas, uma memória histórica nem, consequentemente, uma sociedade. As nossas relações são em 
grande parte definidas pela ideia que fazemos das outras pessoas, e estamos sempre nos sentindo, em 
relação a elas, algo correspondente ao que elas nos fazem lembrar. De mesmo modo, é possível observar 
que a mentalidade dos integrantes de algumas civilizações é um reflexo das partes do passado histórico do 
lugar do qual os habitantes escolhem se lembrar. Assim, a memória é fundamental na construção da forma 
humana de ver o mundo, em quaisquer aspectos. 
7. Conceitue e cite um exemplo de cada tipo de memória. Apresente os fatores que interferem na 
qualidade de desenvolvimento dessa função psicológica superior e destaque algumas estratégias 
utilizadas na realização de oficinas de memória. 
 A memória, enquanto função, se divide a priori em três grupos: memória de longo prazo, memória 
de curto prazo e memória operacional. A memória operacional, também conhecida como memória de 
trabalho, possui duração ultrarrápida, isso porque ela nos permite armazenar informações apenas enquanto 
a utilizamos, sendo sua capacidade máxima de armazenamento de cerca de 5 a 9 itens. Um exemplo do uso 
dessa memória é um momento dentro de um jogo, no qual temos que armazenar informações sobre 
localização, digamos, para passar para a próxima fase. Após passarmos, aquelas informações são 
descartadas, porque muito provavelmente não teremos mais uso para elas. Cada caso é um caso, claro, e 
essa memória pode se tornar uma memória de longo prazo a depender da motivação. Por exemplo, se é um 
jogo que você joga sempre, é muito comum que sejam constantemente evocadas aquelas memórias que 
uma vez fizeram parte da memória operacional. A memória de curto prazo possui duração um pouco maior 
que a memória operacional, mas também é bem limitada em relação à quantidade de itens que pode 
armazenar, sendo o tamanho destes itens dependentes do nível de familiaridade do sujeito com item. Um 
exemplo da memória de curto prazo é a atividade de leitura: você precisa lembrar das últimas palavras lidas 
para que a leitura tenha continuidade, mas ao final do livro você possui apenas a ideia geral e algumas 
particularidades do que foi apresentado, e não de cada palavra absorvida. Já a memória de longo prazo, 
mesmo sendo um subgrupo da memória, ramifica-se em dois grandes grupos: declarativa ou explícita e não-
declarativa ou implícita. O grupo das memórias declarativas conceitua-se como o grupo das memórias que 
podem ser facilmente evocadas, inclusive por meio de símbolos e da atividade consciente. São elas as 
memórias episódicas e semânticas. As memórias episódicas são aquelas que dizem respeito a episódios de 
nossas vidas, como aquele dia na sua infância em que você ganhou o patinete que queria tanto, enquanto as 
memórias semânticas são relacionadas não a momentos, mas a fatos, como saber que a terra possui 
formato arredondado, por exemplo. Já o grupo das memórias não declarativas compreende as memórias de 
condicionamento, motoras e priming, e essas são todas memórias que operam a nível subconsciente, e 
fazem mais parte do comportamento e modo de ser de um sujeito do que do arquivo de memórias que ele 
pode afirmar possuir. Os condicionamentos são associações que fazemos entre determinados estímulos e 
comportamentos correspondentes, e são relacionados ao sistema recompensa/punição. É o caso, por 
exemplo, de ficar muito quieto ao ouvir um tom de voz específico de uma figura de autoridade. As memórias 
motoras são aquelas que não são armazenadas com muita facilidade, mas por meio da repetição elas são 
gravadas e tornam-se processos automáticos, e dizem respeito a ações motoras, como indica o próprio 
nome, e pode ser exemplificada na maneira em que você segura uma caneta para escrever: é um processo 
tão automático, que não raras vezes, você sequer sabe como configura a mão para exercer essa atividade. Já 
o priming é um tipo de memória muito curiosa, que encontra sua evocação em um espécie de pré ativação 
causada por alguns estímulos e acontece quando, após memorizar uma revisão inteira para resolver uma 
prova, você não lembra da resposta de uma das questões até seu colega ao lado diga a primeira palavra 
dela, e então, quase que instantaneamente, tudo “volta”. A manutenção das funções da memória pode ser 
afetada por diversos fatores, tanto ambientais quanto biológicos. Tanto o próprio passar do tempo pode ser 
causa de degeneração da memória quanto lesões sofridas por algum sujeito podem interferir seriamente no 
seu processo de memorização. Os fatores são inúmeros, no entanto, sabendo que a memória enquanto 
função cognitiva fortifica-se na revisitação aos caminhos neurais que armazenam as informações uma vez 
codificadas,a ação das oficinas da memória vem ganhando muito espaço. Essa oficinas consistem em 
exercícios de “reativação” dos tipos de memórias, geralmente em grupos de idosos, que frequentemente 
sofrem com isso. As estratégias para que isso aconteça se baseiam da estimulação cognitiva adequada aliada 
a um ambiente livre de estresse, onde há o reconhecimento de práticas que se consolidam principalmente 
após o término das oficinas, quando os sujeitos passam a identificar no seu próprio cotidiano formas de 
potencializar o que foi obtido.

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