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Doença arterial coronariana e cardiopatia isquêmica Para iniciar esse estudo, se faz necessário lembrar que os cardiomiócitos precisam de energia para realizar o trabalho de contração (sístole).Nesse aspecto, a fosforilação oxidativa mitocondrial atua nesse processo de fornecimento através da contribuição do oxigênio que vem na corrente sanguíneo carregada pelos eritrócitos,por isso é bastante importante a manutenção do fluxo laminar pelas artérias coronárias,a fim de manter essa irrigação e essa homeostasia cardíaca. Quais são as causas da cardiopatia isquêmica? As causas podem ser divididas em dois grandes grupos. O primeiro grupo é composto por 90% dos casos. Estes ocorrem pela redução do fluxo sanguíneo coronariano que é resultado de uma doença vascular aterosclerótica obstrutiva. Os outros 10% ocorrem por vasoespasmos, o sistema nervoso simpático faz com haja o fechamento dos vasos de maneira repentina.Desse modo, há a privação de nutrição e de oxigenação dos tecidos, como por exemplo, o coração. No coração,há esse processo nas artérias coronárias que são responsáveis pela irrigação cardíaca,ocasionando um processo de isquemia (falta de nutrição sanguínea) levando a hipóxia (ausência de oxigênio). Esses processos levam a um IAM que nada mais é, por definição, uma necrose por isquemia. 90% - Redução ou rompimento do fluxo sanguíneo coronariano resultante da aterosclerose obstrutiva 10% - Vasoespasmos Fatores de risco NÃO modificáveis ● Familiar - Hereditário -Fatores genéticos ● Idade - Quanto mais velho maior a chance ● Masculino - Os homens não tem a carga hormonal, como o estrógeno que faz essa inibição em mulheres pré-menopausa. Fatores de risco modificáveis ● Dieta - Com uma dieta descontrolada há um aumento de LDL na corrente sanguínea e por consequência, uma diminuição do HDL. Com esse aumento de LDL há uma oxidação que fomenta o processo de formação das placas de ateroma,obstruindo os vasos e levando a esse processo de isquemia. ● Etilismo O uso constante de bebidas alcoólicas promove um aumento da metabolização hepática,podendo colocar seu funcionamento em risco.Desse modo, há uma relevância muito grande no processo de metabolização de lipídios que também ocorre no fígado. Dessa maneira, não há degradação de lipídios, tendo como consequência o acúmulo destes nos vasos. Podendo relacionar com a glicólise hepática que deixa de ocorrer, promovendo outros danos aos diversos sistemas. ● Exercícios ● Tabagismo O tabagismo leva a um comprometimento pulmonar que está diretamente relacionado com a troca dos tipos de sangue que ocorrem no pulmão. No pulmão chega sangue desoxigenado que é trocado pelo sangue oxigenado, este processo ocorre pelo enchimento alveolar (inspiração - aumento de oxigênio - passagem para o sangue que será ejetado para todo o corpo). Com um comprometimento alveolar,não haverá troca e não haverá sangue oxigenado indo para o resto do corpo,tendo como consequência uma isquemia-hipóxia generalizada. ● Diabetes mellitus Os pacientes portadores de diabetes mellitus têm alterações metabólicas como glicose elevada, resistência insulínica, hipertensão arterial e outros fatores que favorecem o aparecimento e aumento da doença aterosclerótica e maior risco de infarto do miocárdio ● Hipertensão arterial Esse fato pode causar lesões nos vasos sanguíneos,podendo levar a um processo de trombose ou embolia. Com isso,pode ser fomentado o processo de formação de placas de ateroma,além de um futuro aneurisma pelo turbilhonamento causado por essas lesões endoteliais. Além dos fatores já descritos existem outros, como por exemplo: ● Inflamação; ● Lipoproteína A - Partícula rica em gordura - Transporte. ● Oxidação de LDL ● Fatores de coagulação elevados - não regulatórios ● Estresse ● Síndrome metabólica - Estresse oxidativo pela disfunção das células endoteliais - Liberação de EROS - Acidose. ● Homocisteína (aminoácido) - Dietas pobres em ácido fólico e vitamina B12 ou com ingestão exagerada de proteínas, sedentarismo e alterações genéticas nas enzimas envolvidas no metabolismo dos aminoácidos). Esse aminoácido é um grande fator de risco, quando está em excesso. ● Estresse As artérias coronárias...Recordar é viver! As artérias coronárias surgem do enchimento dos seios aórticos. Desse modo temos a distribuição dos ramos de acordo com a dominância que varia entre as pessoas. Geralmente a dominância é de direita. A artéria coronária direita se bifurca em ramo atrial anterior direito, ramo marginal direito e quando a dominância é de direita,há o ramo interventricular posterior, na crux cordis. Já a coronária esquerda é bifurcada em ramo circunflexo e ramo interventricular anterior. Quando a dominância é de esquerda,há a interventricular posterior que tem uma incidência menor. Pensando no processo aterosclerótico, existem dois possíveis modelos de concentração lipídica nos vasos: recobrimento por uma placa instável ou estável. Vejamos: Os dois processos são ateroscleróticos mas o de placa instável pode extravasar e causar uma embolia gordurosa. A finalidade dessa deposição fibrosa é estabilizar o centro lipídico a fim de não dispersar. Nesse sentido, com esse crescimento fibroso e lipídico, o lúmen do vaso fica menor,ocasionando oclusão e seus danos. Afinal, qual a definição de cardiopatia isquêmica ? Ela se define em um desequilíbrio entre o suprimento sanguíneo cardíaco e as necessidades de oxigênio e nutrientes do miocárdio. Existe um desbalance entre a demanda de oxigênio e a oferta dele. Quando essa oferta está prejudicada, as células miocárdicas sofrem um processo de necrose por isquemia, o famoso infarto. Esse fato ocorre pela ausência de ATP ocasionada pela ausência de oxigênio para fazer a fosforilação oxidativa e gerar o ATP para produzir mais energia e fazer a contração muscular. Patogenia - Origem e evolução. ● Inflamação da placa de ateroma; ● Trombose da placa de instável ou ulcerada; ● Vasoconstrição coronária,potencializando a ruptura da placa; FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A RUPTURA DA PLACA ● Agonistas adrenérgicos - Agentes que facilitam ou mimetizam a ativação do sistema nervoso autônomo simpático são denominados simpaticomiméticos ou agonistas adrenérgicos. ● Conteúdo plaquetário liberado localmente,fomentando o processo de agregação plaquetária ● Desequilíbrio entre os fatores relaxantes (Óxido nítrico) das células endoteliais e os fatores constritores (endotelina) , devido à disfunção endotelial. ● Mediadores liberados pelas células inflamatórias perivasculares. A aterosclerose pode desencadear: ● Ruptura súbita de uma placa; ● Formação de fissuras; ● Ulceração das placas - Lesão - Formação de trombo, a fim de conter uma possível hemorragia - O corpo entende dessa forma. Para isso, a agregação plaquetária deve aderir ao fator von Willebrand presente na membrana sub endotelial do vaso (aula de hemostasia e hemorragia). Manifestação clínica - Angina O paciente apresenta “dor no peito” - Denominado Angina O processo de isquemia provoca dor,mas não é capaz, de sozinha,promover a morte dos miócitos. A angina pode ser classificada de dois modos: estável ou instável. A angina instável é um sinal clínico que se mostra mesmo em pacientes que vivem em repouso e já evoluiu em relação a estável. Já a angina estável,só aparece aos esforços físicos. A angina estável é mais recorrente em ambulatórios e se expressa com: ● Sensação de peso, compressão, sufocamento, asfixia. Tem uma natureza crescente e decrescente. ● Pode irradiar para os ombros, pescoço, e braços. Causada por espasmos vasculares - estímulo adrenérgico - Síndrome do coração partido) SÍNDROME DO CORAÇÃO PARTIDO = TAKOTSUBO Espasmo vascular generalizado - Várias coronárias saudáveis saudáveis que se fecham - Cardiomiopatia de Takotsubo. Essa síndrome tem esse título por haver disfunção ventricular por esse fechamento. Há estudos que dizem que isso se deve a um alto nível de estresse. Vale lembrar que uma lesão aterosclerótica em uma artéria coronária não é capazde formar circulação colateral como um refúgio,tendo em vista que isso levaria anos. Há a remodelagem de outros vasos coronários que podem fornecer fluxo compensatório, essa formação acontece quando o vaso começa a sofrer obstrução. É bem difícil que esse tipo de circulação ajude, pela questão dos agravos e pelo tempo. Manifestação clínica - Infarto do miocárdio Ocorre quando há constância no processo de isquemia, levando ao processo de morte dos cardiomiócitos.Este processo de morte é do tipo necrose. Manifestação clínica - Doença crônica do coração com icc ICC - Insuficiência cardíaca congestiva Após um infarto, há o processo de descompensação progressiva do coração. Pode haver também uma falência mecânica das bombas presentes no miocárdio por haver um acúmulo de lesões isquêmicas. A morte súbita cardíaca ocorre como consequência da lesão tecidual promovida por um infarto. Mas ela ocorre,geralmente, quando há arritmia cardíaca fatal,sem necrose de miócitos. Vale lembrar que o óbito pode ocorrer em minutos ou horas após as manifestações clínicas. Vale a pena entender que os casos são assintomáticos que só se expressam quando já há grande acometimento. Outro fato importante e difícil é que não é possível prever ruptura de uma placa nos pacientes. Uma informação IMPORTANTE é que as mulheres estão “protegidas” durante a vida reprodutiva,por conta da atuação do estrógeno. Com esse declínio, há grandes possibilidades, por isso é recorrente nessa idade. O estrogênio tem efeito dilatador,impossibilitando oclusão. Patogenia do infarto do miocárdio Esses são os passos após uma obstrução,pensando no aspecto de perfusão e reperfusão. Microscopia - IAM Precoces 1. Tumefação de organelas (30’) 2. Necrose de coagulação - desnaturação da maioria das proteínas celulares (inclusive as autolíticas) devido à queda acentuada no pH celular durante o processo de lesão por hipóxia ou isquemia 3. Infiltrado de neutrófilos 4. Hemorragia (se lesão de reperfusão) - Lesão ocasionada por tentativa de reperfundir, o que não é indicado após certo tempo. Tardios ● Tecido de granulação, rico em colágeno, fibroblastos e neovasos ● Fibrose miocárdica, hemossiderina - Degradação das hemácias ● Hipertrofia compensatória dos cardiomiócitos adjacentes Dominância cardíaca A dominância pode ser de esquerda ou direita. O que determina esse fato é qual artéria coronária que nutre a crux cordis pela interventricular posterior. Se a ACD leva a interventricular posterior na crux cordis a dominância é de direita. Essa é a mais comum. Tipos de infartos ● Infartos transmurais - Envolvem toda a espessura dos ventrículos ou vasos.Resultando em trombose aguda resultante de uma aterosclerose crônica. ● Infartos subendocárdicos - Não transmural. Não envolve toda a parede ventricular ou dos vasos. ● Infarto microscópico - Não atinge região considerável - Ocorre com uso de cocaína, por exemplo. Ou quando o vaso acometido é de pouca importância por ser ramo final de um vaso. https://www.youtube.com/watch?v=5qG-K546AJM https://www.youtube.com/watch?v=5qG-K546AJM Isquemia e reperfusão Se o fluxo sanguíneo miocárdico for restaurado antes que ocorra uma lesão irreversível, a viabilidade das células poderá́ser preservada; Diagnóstco precoce do IAM e a rápida intervenção por meio da trombólise ou da angioplastia para salvar o miocárdio em risco. Lesão por reperfusão Mesmo quando a reperfusão é realizada a tempo, no estado pós-isquêmico, o miocárdio permanece bastante disfuncional durante vários dias. Reperfusão miocárdica ● Restabelecimento de fluxo coronário em artéria coronária previamente ocluída ou sub ocluída. ● Essa reperfusão é obtida por trombólise ou por angioplastia. ● O tecido isquêmico ou necrótico está repleto de substâncias originadas da anaerobiose e da morte celular (necrose). ● Estas substância são produzidas pelo estresse oxidativo isquêmico e necrótico.
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