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Personalidade e Capacidade - Pessoa Natural

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Material elaborado por @_marianapinheiro, com base em aulas de Direito Civil e resolução de 
questões de concursos. 
Qualquer erro, por favor me contatar. 
 
1 
 
 
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
Personalidade jurídica: É a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações na ordem 
jurídica. 
É atributo vinculado ao status de PESSOA, tanto pessoa física quanto jurídica. 
 
Há entes que são desprovidos de personalidade jurídica e, portanto, não são considerados pessoas, 
mas que titularizam direitos e contraem obrigações. Ex: condomínios, espólio, massa falida, 
sociedades de fato. 
 
TEORIAS EXPLICATIVAS (momento aquisitivo da personalidade) 
1. Teoria Natalista: A personalidade jurídica só se adquire pelo nascimento com vida (art. 2º 
CC, 1º parte). Adotada pelo autor Vicente Rau e Silvio Venosa. É defendida com base na lei 
civil. 
 
2. Teoria da personalidade condicional: O nascituro já titulariza alguns direitos, mas somente 
consolidaria os de cunho econômico sob condição de nascer com vida. Teoria minoritária. 
 
1. Teoria Concepcionista: A personalidade se adquire desde a concepção. O nascituro já é 
dotado de personalidade jurídica plena. Defendida por Flávio Tartuce, Rosenvald e outros. A 
proteção conferida ao nascituro também se estende ao natimorto. 
 
Nascituro: a existência ou não de personalidade depende da teoria adotada. Pelo art. 2º do Código 
Civil não tem personalidade jurídica, o que equivale a teoria Natalista, mas já tem proteção jurídica. 
 
Direitos reconhecidos ao nascituro: 
• Art. 1609 – reconhecimento do nascituro como filho. 
• Art. 542 – direito de ser donatário (a doação feita ao nascituro valerá sendo aceita pelo seu 
representante legal). 
• Art. 1779 – curador ao nascituro. 
• Art. 1798 – direito a sucessão. 
• Direito aos alimentos gravíticos. 
• Direitos da personalidade (jurisprudência) 
• Direito ao DPVAT. 
 
Material elaborado por @_marianapinheiro, com base em aulas de Direito Civil e resolução de 
questões de concursos. 
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Natimorto: aquele que nasce sem vida. 
Enunciado 1º da I Jornada de Direito Civil do CJF: reconhece direito ao nome, imagem e sepultura 
(enterro digno). 
 
PESSOA NATURAL 
Capacidade Civil capacidade de direito - (ou de Gozo) é inerente ao ser humano; todas as pessoas 
possuem Capacidade de Direito, ou seja, todos são aptos para exercitar direitos e deveres. É ínsita ao 
ente humano, toda pessoa normalmente tem essa capacidade; nenhum ser dela pode ser privado 
pelo ordenamento jurídico. Di-lo o código, de modo enfático, no art, 1º: "Toda pessoa é capaz de 
direitos e deveres na ordem civil". 
 
Capacidade de fato - (ou de Exercício) é a capacidade que o ser humano possui de praticar, por si 
mesmo, todos os atos da vida civil. Inicialmente, a Capacidade de Fato tem o seu início quando o 
indivíduo completa 18 anos, porém, há hipóteses em que tal capacidade pode ser adiantada, através 
da emancipação. Exemplificando: Recém-nascido ou mentalmente incapazes: possuem capacidade 
de direito, todavia são incapazes de fato. É a aptidão para exercitar direitos. É a faculdade de os fazer 
valer. Se a capacidade de gozo é imanente a todo ser humano, a de exercícios ou de fato deste pode 
ser retirada. O exercício dos direitos pressupõe realmente consciência e vontade; por conseguinte, a 
capacidade de fato subordina-se à existência no homem dessas duas faculdades. 
 
Capacidade de direito/gozo = sujeito 
Capacidade de fato/exercício = para exercer 
Capacidade de direito + de fato = plena capacidade 
 
CAPACIDADE CIVIL À LUZ DA CONVENÇÃO DE NY E DO ESTATUTO DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA 
A CNY alterou o próprio paradigma do conceito da capacidade civil. 
Tradicionalmente, o direito Brasileiros subdivide capacidade em: 
a) Capacidade de direito: capacidade genérica, geral, que toda pessoa tem. 
b) Capacidade de fato: aptidão para, pessoalmente, praticar atos da vida civil. A ausência de 
capacidade de fato gera a incapacidade civil (que pode ser absoluta ou relativa). 
 
A partir da CNY, que ingressou no nosso sistema com força de norma constitucional, e com o advento 
do EPD, uma reconstrução jurídica se operou. A pessoa com deficiência, aquela que tem 
impedimento de longo prazo físico/mental/intelectual – nos termos do art. 2º, 6º e 84 do EPD, 
Material elaborado por @_marianapinheiro, com base em aulas de Direito Civil e resolução de 
questões de concursos. 
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não é mais considerada incapaz. Vale dizer, toda pessoa, deficiente ou não, é dotada de plena 
capacidade legal, ainda que haja em seu favor curatela ou tomada de decisão apoiada. 
 
TEORIAS DAS INCAPACIDADES 
 
RELATIVA 
Pessoas que por causa transitória não puderem exprimir sua vontade: Cego, surdo-mudo e senil 
(pessoa com idade avançada) são capazes. Se, entretanto, eles não conseguirem exprimir suas 
vontades, poderão se enquadrar como relativamente incapaz. 
 
Pródigo: 
• Sua interdição somente diz respeito a atos de disposição DIRETA de BENS (vender, doar, 
hipotecar) 
• Ele pode se casar livremente 
• Em regra, o regime de casamento do pródigo é da comunhão parcial de bens, e não o de 
separação obrigatória. 
• No caso de testamento, predomina que o pródigo pode testar, pois é ato “post mortem” e o 
art. 1782 trata de atos entre vivos. 
• Para o pródigo fazer pacto antinupcial precisa de assistência? 
o Corrente 1º - Não, pois não há previsão no art. 1782. 
o Corrente 2º Sim (majoritária), porque a celebração do pacto entra em “alienar” 
 
Observações finais: 
1. O ausente era absolutamente incapaz pelo código de 1916. Não é mais pelo código de 2002.
 
2. Os indígenas, índios ou silvícolas não são relativamente incapazes pelo código de 2002. 
 
Modalidades de emancipação 
1. Voluntária: concessão dos pais (escritura pública), tendo o filho 16 anos completos. 
2. Judicial: feita pelo suprimento do juiz, tendo o menor 16 anos completos. 
3. Legal: matrimonial (decorrente casamento – não se estende para união estável); exercício 
de emprego público efetivo; colação de grau em ensino superior e estabelecimento 
civil/empresarial do menor ou relação de emprego (deve ter 16 anos completos e economia 
própria) 
 
 
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Emancipação 
 
• Emancipação legal: isenta os pais. 
• Emancipação judicial: isenta os pais. 
• Emancipação voluntária: não isenta os pais (I Jornada de Direito Civil, enunciado 41: Art. 
928: A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos 
com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo 
Código Civil). 
 
Observação: A emancipação é IRREVOGÁVEL, salvo os casos de invalidade do casamento. 
 
É possível a interdição de um menor de idade? 
 Em regra, o procedimento de interdição deve ser dirigido em face de um maior de idade. 
Excepcionalmente, pode ser admitida a interdição de um menor de idade em duas hipóteses: 
1. Menor emancipado que sofra algum acidente/doença que atinja o seu discernimento; 
2. Menor com 16 ou 17 anos que tenha alguma doença/deficiência que retire por completo o 
seu discernimento. (antes mesmo de ele atingir a maioridade ou a incapacidade relativa 
pode interditar). 
 
Interdição 
• Ato praticado APÓS a interdição: negócio inválido. 
• Ato praticado ANTES da interdição: Poderá ser invalidado. Vai verificar o caso concreto. 
 
REGISTRO: nasce (nascimento), cresce (emancipação), fica louco (interdição), casa (casamento), foge 
(ausência), morre (óbito, morte presumida). 
 
Personalidade – Jurisprudência 
Segundo o entendimento majoritário da doutrina civilista, nos termos do art.2°, CC, “adquire-se a 
personalidade jurídicaa partir do nascimento como vida (...)”. 
 
O CESPE reforça o seu entendimento sobre o acolhimento da Teoria Natalista. Segundo a Resolução n° 
01/88 do Conselho Nacional de Saúde, nascer com vida significa respirar e ter batimentos cardíacos 
(funcionamento do aparelho cardiorrespiratório). Assim, o recém-nascido adquire personalidade jurídica, 
ou seja, torna-se sujeito de direito, mesmo que venha a falecer logo a seguir. 
 
 
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Personalidade = aptidão para direitos e deveres (quid), é a essência da personalidade. 
Capacidade = extensão da personalidade (quantum) 
 
O estado da pessoa natural possui três aspectos: 
1. O estado político, que diz respeito à nacionalidade, à naturalidade e à cidadania; 
2. O estado individual, que está relacionado ao sexo, à idade e à capacidade civil da pessoa 
natural; 
3. O estado familiar, que diz respeito às relações de parentesco da pessoa e à sua situação 
conjugal. 
 
De maneira objetiva, temos que os direitos da personalidade são dotados das seguintes 
características/atributos: 
 
1. São absolutos: isto é, são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à coletividade o 
dever de respeitá-los. 
2. Generalidade: os direitos da personalidade são outorgados a todas as pessoas, pelo simples 
fato de existirem. 
3. Extrapatrimonialidade: os direitos da personalidade não possuem conteúdo patrimonial 
direto, aferível objetivamente; 
4. Indisponibilidade: nem por vontade própria do indivíduo o direito da personalidade pode 
mudar de titular; 
5. Imprescritibilidade: inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo seu não-
uso; 
6. Impenhorabilidade: os direitos da personalidade não são passíveis de penhora; e, 
7. Vitaliciedade: os direitos da personalidade são inatos e permanentes, acompanhando a 
pessoa desde seu nascimento até sua morte. 
 
Como a pessoa humana é composta de corpo, alma e intelecto, os direitos da personalidade podem 
ser classificados de acordo com a proteção à: 
 
1. Integridade física: Tutela jurídica do corpo humano (vivo ou morto; inteiro ou em partes). 
2. Integridade psíquica: Tutela jurídica dos valores imateriais. Direito a honra, imagem, nome 
etc. 
3. Integridade intelectual: Tutela jurídica da criação, inteligência do homem. Direito autoral. 
 
O direito à vida (vida digna) não está dentro de uma dessas três espécies. O direito à vida se 
apresenta como um pressuposto dos direitos da personalidade. É a cláusula geral da personalidade. 
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Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das 
demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, 
não sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. 
 
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram 
violados pela publicação, ele terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de 
indenização pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova 
edição com correção, de direito de resposta etc. 
 
STF. Plenário. ADI 4815, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/06/2015. 
 
 
Absolutamente incapazes – Jurisprudência 
 
Enunciado 138. "Art. 3º: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3°, é 
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que 
demonstrem discernimento bastante para tanto". 
 
 
Danos morais – Jurisprudência 
 
Diferentemente do que ocorre em relação ao cônjuge sobrevivente, o espólio não tem legitimidade para 
buscar reparação por danos morais decorrentes de ofensa post mortem à imagem e à memória de 
pessoa. De acordo com o art. 6º do CC – segundo o qual “a existência da pessoa natural termina com a 
morte [...]” –, os direitos da personalidade de pessoa natural se encerram com a sua morte. Todavia, o 
parágrafo único dos arts. 12 e 20 do CC estabeleceram duas formas de tutela póstuma dos direitos da 
personalidade. O art. 12 dispõe que, em se tratando de morto, terá legitimidade para requerer a cessação 
de ameaça ou lesão a direito da personalidade, e para reclamar perdas e danos, o cônjuge sobrevivente 
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. O art. 20, por sua vez, determina que, 
em se tratando de morto, o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes são partes legítimas para 
requerer a proibição de divulgação de escritos, de transmissão de palavras, ou de publicação, exposição 
ou utilização da imagem da pessoa falecida. O espólio, entretanto, não pode sofrer dano moral por 
constituir uma universalidade de bens e direitos, sendo representado pelo inventariante (art. 12, V, do 
CPC) para questões relativas ao patrimônio do de cujus. Dessa forma, nota-se que o espólio, 
diferentemente do cônjuge sobrevivente, não possui legitimidade para postular reparação por prejuízos 
decorrentes de ofensa, após a morte do de cujus, à memória e à imagem do falecido. REsp 1.209.474-SP, 
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 10/9/2013.

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