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RESENHA A profissionalização dos psicólogos: uma história de promoção humana 1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: MALVEZZI, Sigmar. A profissionalização dos psicólogos: uma história de promoção humana.___In: BASTOS,Antônio Virgílio Bittencourt.GONDIM,Sônia Maria Guedes e Colaboradores. O Trabalho do Psicólogo no Brasil – Porto Alegre: Artmed, 2010. 17- 31p. 2. CREDENCIAIS DO AUTOR Sigmar Malvezzi é brasileiro. Doutor em Depertament Of Behaviour In Organizations, pela University of Lancaster. Obteve seus graus de graduado em Psicologia e de mestre em Psicologia Social ambos na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, onde atualmente é professor do Instituto de Psicologia. É também professor visitante na Universidade Icesi de Cali, Colômbia, e da Universidade de Belgrano e da Universidade Tecnológica Nacional, ambas na Argentina. Tem experiência em Recursos Humanos e Psicologia Organizacional, além de trabalhar com as seguintes temáticas: organização, trabalho, globalização, gestão e psicologia. 3. SÍNTESE DA OBRA E REFLEXÕES DA RESENHISTA. O capítulo 1 do livro O trabalho do psicólogo no Brasil, denominado de “A profissionalização dos Psicólogos: Uma história de promoção humana” é constituído de tópicos, onde cada um deles demonstra um passo no longo processo de profissionalização do psicólogo, traduzindo a trajetória da Psicologia desde a sua gênese, através de relatos datados do Século XVI, até o panorama atual e seus desafios profissionais. Na introdução capitular, Malvezzi situa a Psicologia como “campo fértil de conhecimento sobre a pessoa”, no qual ocorreram inúmeras contribuições para o desenvolvimento da ciência, edificando assim uma sociedade mais justa, citando Machado, 2000; Bastos e Rocha, 2007; Baró, 1998; e Zemelman, 2002. O autor ainda enfatiza a ocorrência de uma maior conscientização ligada aos conceitos básicos como o de saúde, bem-estar e de cidadania, no que tange a participação comunitária, como um fruto do trabalho dos últimos 100 anos, no ramo dos processos psíquicos e dos trabalhos de psicólogos, esse último foi de fundamental importância na criação de ações afirmativas para uma sociedade mais estruturada, com melhor qualidade de vida e maior grau de harmonia, seja no campo das denúncias da injustiça, seja no apoio a outras áreas profissionais. Assim, ante a esse terreno fecundo, é que a criação da profissão de psicólogo vai nascer como um dos engenhos mais positivos no cenário brasileiro. Ainda nessa parte introdutória, podemos observar o delineamento histórico da psicologia e todo o gradativo desenrolar dos conceitos sobre comportamento humano, psiquismo e outras abordagens filosóficas, em princípio sobre a alma do homem, para depois se chegar a sua mente. Malvezzi descreve a profissão de psicólogo como onipresente em toda a sociedade atual refletindo conhecimento sobre outros campos de saber, por exemplo, o ramo jurídico, acadêmico, sócio-educativo, dentre outros. Ele explica que a consolidação de tal profissão só vem acontecer a partir da segunda metade do século XIX. Já nos tópicos seguintes “A Profissionalização do Psicólogo” e “A Elaboração do saber ocupacional do Psicólogo”, são elucidadas as questões históricas, filosóficas e sociais sobre o aparecimento da profissão e sobre a necessidade de ter um campo autônomo voltado para os estudos do psiquismo humano, como geradora de uma fomentação no processo para a profissionalização do psicólogo. È salutar fazer referência aqui, que com as demandas vindas da Grande Guerra, a Psicologia teve que apresentar respostas a problemas sociais antes não tão quotidianos aos homens, além de ter que dá o suporte técnico para a fase da Revolução Industrial, no sentido de selecionar e tratar dos trabalhadores, datando dessa época os testes psicológicos que foram uma inovação para atender a máquina burocrática social e a reorganização da divisão do trabalho, antes só encontrada em setores tradicionais com a Igreja Católica e as Forças Armadas: “Os psicólogos foram chamados para contribuir com avaliações diversas sobre as pessoas e com intervenções para o ajustamento e o desenvolvimento dos indivíduos frente aos diversos grupos sociais.” (Malvezzi, 2010). Percebemos também que a interdisciplinaridade dessa profissão emergente é algo bem mencionado ao longo do texto e que no Brasil essa atividade se formatava junto a acontecimentos importantes pelo mundo. Outro ponto relevante deste capítulo é quando o articulista expressa o valor das publicações dentro do campo da Psicologia, ora voltada para a saúde mental, comportamento humano e/ou psiquismo, outrora combatendo outras ciências tradicionais que não entendiam os estudos sobre tal ciência subjetiva que é a Psicologia. Mesmo perante tão turbulento e desafiador cenário, o psicólogo foi uma inovação no atendimento às demandas sociais, devido também ao seu embasamento científico: “O psicólogo é uma profissão necessária, legitimada e motivadora, embora ainda em contínuo processo de reformatação interna e de definição de suas fronteiras com outras profissões.” (Malvezzi, 2010). Assim, essa resenha finda-se com a apreciação das partes desse escrito intituladas como “As Dificuldades que ainda rondam a Profissão do Psicólogo” e “ Conclusão”. Aonde foi observado que com uma maestria especial, Sigmar Malvezzi faz um recorte sobre a situação desafiadora de exercer a profissão da psicologia, devido às barreiras externas e aos obstáculos internos, que nasceram no passado, mas que até hoje dificultam o desempenhar desta profissão. Entretanto, essas adversidades servem para um amadurecimento dos profissionais e para o enriquecimento científico dessa atividade, que sempre terá que se aprimorar mais profundamente em seus estudos e conseguir as respostas para tais casos, se tornando polivalente diante das exigências e do dinamismo atual dessa avalanche de informações em que estamos inseridos. Assim é nessa contínua renovação que a Psicologia se faz uma profissão realmente de “Formação e Promoção Humana”, pois mesmo com tantas volatilizações em seu perfil, transcende as fronteiras das amarras que se criam para seu exercício, tornando-se “auto-criadora e auto-solucionadora” das principais questões endógenas e exógenas desses organismos tão vivos que são o homem/mente humana e das necessidades psico-sociais.
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