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Anatomia da Coluna Vertebral, Curvaturas normais e deformidades da coluna e Escoliose

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Tutorial 6: Fora de alinhamento
1. Anatomia da coluna vertebral (vértebras, discos intervertebrais, ligamentos e musculaturas para
vertebra).
O conjunto das vértebras e dos discos intervertebrais forma a COLUNA VERTEBRAL que se estende do crânio até o ápice do cóccix. No adulto, tem 72 a 75 cm de comp. sendo aprox. 1/4 formado pelos discos intervertebrais, que estão situados entre as vértebras e as mantêm unidas. 
Funções: Protege a medula espinal e os nervos espinais; Sustenta o peso do corpo superior no nível da pelve; Garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base alargada sobre a qual a cabeça está posicionada e gira; Tem um papel importante na postura e locomoção.
· VÉRTEBRAS
33 VÉRTEBRAS, organizadas em cinco regiões: 7 cerv., 12 tor, 5 lomb., 5 sac. e 4 coc. Só há movimento significativo entre as 25 vértebras superiores. Das 9 vértebras inferiores, as 5 vértebras sacrais estão fundidas nos adultos formando o SACRO e, após aproximadamente 30 anos de idade, as 4 vértebras coccígeas se fundem para formar o CÓCCIX. 
O ÂNGULO LOMBOSSACRAL está situado na junção dos eixos longos da região lombar e do sacro. As vértebras tornam-se maiores gradualmente, à medida que a coluna vertebral desce até o sacro, e depois tornam-se progressivamente menores em direção ao ápice do cóccix. Isso se deve às vértebras sucessivas suportarem cada vez mais peso corporal, à medida que se desce a coluna vertebral. As vértebras atingem o tamanho máximo imediatamente acima do sacro, que transfere o peso para o cíngulo do membro inferior nas articulações sacroilíacas.
A coluna vertebral é flexível porque é formada pelas VÉRTEBRAS, que são separados por DISCOS INTERVERTEBRAIS ELÁSTICOS; além das vértebras cervicais, torácicas, lombares e a primeira sacral, ao todo 25, se articularem nas articulações dos processos articulares (ZIGAPOFISÁRIAS). Embora o movimento entre duas vértebras adjacentes seja pequeno, em conjunto as vértebras e os discos intervertebrais que as unem formam uma coluna bastante flexível, porém sólida, que protege a medula espinal circundada por eles.
· ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS VÉRTEBRAS
O tamanho e outras características das vértebras variam, entretanto, sua estrutura básica é igual. A VÉRTEBRA TÍPICA consiste em um corpo vertebral, um arco vertebral e sete processos.
O CORPO VERTEBRAL é a parte anterior do osso, de maiores proporções, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso do corpo. O tamanho dos corpos vertebrais aumenta à medida que se desce na coluna, principalmente de T IV para baixo, pois cada um deles sustenta cada vez mais peso. O corpo vertebral é formado por OSSO TRABECULAR (esponjoso) vascularizado, revestido por uma fina CAMADA EXTERNA DE OSSO COMPACTO. Os espaços entre as trabéculas são ocu-
pados por medula óssea vermelha. 
Um ou mais FORAMES GRANDES na face posterior do corpo vertebral abrigam as veias basivertebrais que drenam a medula óssea. Em vida, a maior parte das faces superior e inferior do corpo vertebral é coberta por DISCOS DE CARTILAGEM HIALINA, que são remanescentes do modelo cartilaginoso a partir do qual se desenvolve o osso.
Em amostras de osso secas de laboratório e de museus, essa cartilagem está ausente e o osso exposto parece esponjoso, exceto na periferia, onde um anel ou margem epifisial de osso liso, derivada de uma EPÍFISE ANULAR, está fundida ao corpo. Além de servirem como zonas de crescimento, as epífises anulares e seus remanescentes cartilaginosos proporcionam alguma proteção aos corpos vertebrais e permitem certo grau de difusão de líquido entre o disco intervertebral e os vasos sanguíneos (capilares) no corpo vertebral. As epífises superior e inferior geralmente se unem à região central, o centro primário de ossificação da massa central do corpo vertebral, no início da vida adulta (aproximadamente aos 25 anos de idade). 
O ARCO VERTEBRAL está situado posteriormente ao corpo vertebral e consiste em dois pedículos e lâminas (direitos e esquerdos). Os PEDÍCULOS são processos cilíndricos sólidos e curtos que se projetam posteriormente do corpo vertebral para encontrar duas placas de osso largas e planas, denominadas LÂMINAS, que se unem na linha mediana posterior. O arco vertebral e a face posterior do corpo vertebral formam as paredes do FORAME VERTEBRAL. A sucessão de forames vertebrais na coluna vertebral articulada forma o canal vertebral, que contém a medula espinal e as raízes dos nervos espinais, juntamente com as membranas (meninges), a gordura e os vasos que os circundam e servem. 
As INCISURAS VERTEBRAIS são entalhes observados em vistas laterais das vértebras acima e abaixo de cada pedículo entre os processos articulares superiores e inferiores posteriormente e as projeções correspondentes do corpo anteriormente. As incisuras vertebrais superiores e inferiores das vértebras adjacentes e os discos que as unem formam os FORAMES INTERVERTEBRAIS, através dos quais os nervos espinais emergem da coluna vertebral. Além disso, os gânglios sensitivos espinais (raiz posterior) estão localizados nesse forame. 
SETE PROCESSOS originam-se do arco vertebral de uma vértebra comum: Um PROCESSO ESPINHOSO MEDIANO; DOIS PROCESSOS TRANSVERSOS; QUATRO PROCESSOS ARTICULARES — dois superiores e dois inferiores —, cada um deles apresentando uma FACE ARTICULAR. Os processos espinhosos e transversos são locais de fixação dos músculos profundos do dorso e servem como alavancas. Os processos articulares estão unidos aos processos correspondentes de vértebras adjacentes (superiores e inferiores) a eles, formando as ARTICULAÇÕES DOS PROCESSOS ARTICULARES (ZIGAPOFISÁRIAS). Por meio de sua participação nessas articulações, esses processos determinam os tipos de movimentos permitidos e restritos entre as vértebras adjacentes de cada região; ajudam a manter alinhadas as vértebras adjacentes, particularmente evitando o deslizamento anterior de uma vértebra sobre outra.
· VÉRTEBRAS CERVICAIS 
As vértebras cervicais são as menores das 24 vértebras móveis pelo fato de sustentarem menos peso do que as vértebras inferiores maiores. Os discos intervertebrais cervicais são relativamente espessos em comparação ao tamanho dos corpos vertebrais que unem. E essa espessura, junto com a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente dão à região cervical a MAIOR AMPLITUDE e VARIEDADE DE MOVIMENTO de todas as regiões vertebrais.
O atributo mais característico das vértebras cervicais é o FORAME TRANSVERSÁRIO OVAL NO PROCESSO TRANSVERSO. As artérias vertebrais e suas veias acompanhantes atravessam os forames transversários, exceto em C VII, onde dão passagem apenas a pequenas veias acessórias. Assim, em C VII os forames são menores do que nas outras vértebras cervicais, e algumas vezes estão ausentes. 
Os processos transversos das vértebras cervicais terminam lateralmente em duas projeções: um TUBÉRCULO ANTERIOR E UM TUBÉRCULO POSTERIOR. Os tubérculos dão fixação a um grupo de músculos cervicais laterais (levantadores da escápula e escalenos). Os tubérculos anteriores da vértebra C6 são chamados de TUBÉRCULOS CARÓTICOS porque as artérias carótidas comuns podem ser comprimidas nesse local, no sulco entre o tubérculo e o corpo, para controlar o sangramento desses vasos. 
As vértebras C III a C VII são vértebras cervicais típicas. Elas têm grandes forames vertebrais para acomodar a intumescência cervical da medula espinal em consequência do papel dessa região na inervação dos membros superiores. As vértebras cervicais adjacentes articulam-se de um modo que permite FLEXÃO E EXTENSÃO livres e alguma FLEXÃO LATERAL, mas a ROTAÇÃO é restrita. As faces articulares planas, quase horizontais, dos processos articulares também são favoráveis a esses movimentos.
A margem súperolateral elevada é o UNCO DO CORPO DA VÉRTEBRA. Os processos espinhosos das vértebras C III a C VI são curtos e geralmente bífidos em pessoas brancas, sobretudo homens. C VII é uma vértebra saliente caracterizada por um processoespinhoso longo.
A margem súperolateral elevada é o UNCO DO CORPO DA VÉRTEBRA. 
Os PROCESSOS ESPINHOSOS das vértebras C III a C VI são curtos e geralmente bífidos em pessoas brancas, sobretudo homens. C VII é uma vértebra saliente caracterizada por um processo espinhoso longo; em função desse processo saliente, C VII é chamada de VÉRTEBRA PROEMINENTE. 
As duas vértebras cervicais superiores são atípicas. A vértebra C I, também denominada ATLAS, é singular porque não tem corpo nem processo espinhoso. Esse osso anular tem um par de massas laterais que ocupam o lugar de um corpo, sustentando o peso do crânio globoso. Os processos transversos do atlas originam-se das massas laterais o que o torna a mais larga das vértebras cervicais, o que proporciona maior alavanca para os músculos fixados. As faces articulares superiores côncavas articulam-se com os côndilos occipitais nas laterais do forame magno. Os arcos anterior e posterior, cada um possuindo um tubérculo no centro de sua face externa, estendem-se entre as massas laterais, formando um anel completo. O arco posterior, que corresponde à lâmina de uma vértebra comum, tem um largo sulco da artéria vertebral em sua face superior. O nervo C1 também segue nesse sulco. 
A vértebra C II, também denominada ÁXIS, é a mais forte das vértebras cervicais. CI, que sustenta o crânio, gira sobre CII (p. ex., quando a pessoa diz “não” com a cabeça). O áxis tem duas grandes faces planas de sustentação, as faces articulares superiores, sobre as quais gira o atlas. A característica que distingue C II é o DENTE ROMBO, que se projeta do seu corpo para cima. Tanto o dente quanto a medula espinal no interior de seu revestimento (meninges) são circundados pelo atlas.
O dente situa-se anteriormente à medula espinal e serve como eixo em torno do qual ocorre a rotação da cabeça. O dente é mantido em posição contra a face posterior do arco anterior do atlas pelo LIGAMENTO TRANSVERSO DO ATLAS. 
C II tem um grande processo espinhoso bífido que pode ser palpado profundamente no sulco nucal. 
· VÉRTEBRAS TORÁCICAS
As principais características das vértebras torácicas são as FÓVEAS COSTAIS para articulação e fixação das costelas. As quatro vértebras torácicas intermediárias (T V a T VIII) têm todos os elementos típicos das vértebras torácicas. Os processos articulares estendem-se verticalmente com duas faces articulares de orientação quase coronal que definem um ARCO cujo centro é o disco intervertebral. Esse arco permite a ROTAÇÃO E ALGUM GRAU DE FLEXÃO LATERAL. Na verdade, aqui é permitido o maior grau de rotação. A fixação da caixa torácica associada à orientação vertical das faces articulares e aos processos espinhosos superpostos limita a flexão e a extensão, bem como a flexão lateral. As vértebras T I a T IV têm algumas características em comum com as vértebras cervicais. TI É ATÍPICA em relação às vertebras torácicas porque tem um processo espinhoso longo, quase horizontal; também tem uma fóvea costal completa na margem superior de seu corpo para a 1ª costela e uma hemifóvea em sua margem inferior que contribui para formar a face articular para a costela II. As vértebras T IX a T XII têm algumas características das vértebras lombares (p. ex., tubérculos semelhantes aos processos acessórios). Também há processos mamilares (pequenos tubérculos) na vértebra T XII; em geral, nessa vértebra, a metade superior tem caráter torácico, apresentando fóveas costais e processos articulares que permitem movimento basicamente giratório, enquanto sua metade inferior tem caráter lombar, sem fóveas costais e com processos articulares que permitem apenas flexão e extensão. Consequentemente, a VÉRTEBRA T XII ESTÁ SUJEITA A ESTRESSES DE TRANSIÇÃO QUE FAZEM COM QUE SEJA A VÉRTEBRA FRATURADA COM MAIOR FREQUÊNCIA.
· VÉRTEBRAS LOMBARES 
Como o peso que sustentam aumenta em direção à extremidade inferior da coluna vertebral, as vértebras lombares têm CORPOS GRANDES. Seus processos articulares estendem-se verticalmente, com as faces articulares orientadas sagitalmente no início o que facilita a FLEXÃO E A EXTENSÃO, PERMITE A FLEXÃO LATERAL, MAS IMPEDE A ROTAÇÃO, e passando a uma orientação mais coronal à medida que a coluna desce. 
Na face posterior da base de cada processo transverso há um pequeno processo acessório, que permite a fixação dos músculos intertransversários. Na face posterior dos processos articulares superiores há pequenos tubérculos, os PROCESSOS MAMILARES, que permitem a fixação dos músculos multífidos e intertransversários no dorso. A VÉRTEBRA LV, caracterizada por seu corpo e processos transversos fortes, é a maior de todas as vértebras móveis. SUSTENTA O PESO DE TODA A PARTE SUPERIOR DO CORPO. O corpo de L V é bem mais alto anteriormente; portanto, é o principal responsável pelo ângulo lombossacral. 
Uma LINHA HORIZONTAL que une os pontos mais altos das cristas ilíacas atravessa a extremidade do processo espinhoso de L IV e o disco entre L IV e L V. Este é um ponto de referência útil ao se realizar uma punção lombar para colher uma amostra de líquido cerebrospinal (LCS).
· SACRO
O sacro, que é cuneiforme, geralmente é formado por CINCO VÉRTEBRAS SACRAIS FUNDIDAS em adultos. Está situado entre os ossos do quadril e forma o teto e a parede posterossuperior da metade posterior da cavidade pélvica. O formato triangular do sacro resulta da rápida diminuição do tamanho das massas laterais inferiores das vértebras sacrais durante o desenvolvimento. A metade inferior do sacro não sustenta peso; portanto, seu volume é bem menor. O sacro garante resistência e estabilidade à pelve e transmite o peso do corpo ao cíngulo do membro inferior, aos quais estão fixados os membros inferiores. O CANAL SACRAL é a continuação do canal vertebral no sacro. Contém o feixe de raízes dos nervos espinais originadas abaixo da vértebra LI, conhecido como CAUDA EQUINA, que desce após o término da medula espinal. Nas faces pélvica e dorsal do sacro, entre seus componentes vertebrais, há normalmente QUATRO PARES DE FORAMES SACRAIS para a saída dos ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais. Os forames sacrais anteriores (pélvicos) são maiores do que os posteriores (dorsais). A base do sacro é formada pela face superior da vértebra SI. Seus PROCESSOS ARTICULARES superiores articulam-se com os processos articulares inferiores da vértebra L V. A margem projetada anteriormente do corpo da vértebra S I é o promontório da base do sacro, um importante ponto de referência obstétrico. O ápice do sacro, sua extremidade inferior afilada, tem uma face oval para articulação com o cóccix. O sacro sustenta a coluna vertebral e forma a parte posterior da pelve óssea. O sacro é inclinado de forma que se articula com a vértebra L V no ângulo lombossacral, que varia de 130° a 160°. A face pélvica do sacro é lisa e côncava. 
QUATRO LINHAS TRANSVERSAS nessa face dos sacros de adultos indicam onde houve fusão das vértebras sacrais. Durante a infância, as vértebras sacrais individuais estão unidas por cartilagem hialina e separadas por discos intervertebrais. A fusão das vértebras sacrais tem início após os 20 anos de idade. A face dorsal do sacro é rugosa, convexa e caracterizada por cinco cristas longitudinais proeminentes. A CRISTA SACRAL MEDIANA, central, representa os processos espinhosos rudimentares fundidos das três ou quatro vértebras sacrais superiores; SV não tem processo espinhoso. As cristas sacrais mediais representam os processos articulares fundidos, e as cristas sacrais laterais são as extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais fundidas. As características clinicamente importantes da face dorsal do sacro são o HIATO SACRAL EM FORMATO DE U INVERTIDO e os CORNOS SACRAIS. O hiato sacral resulta da ausência das lâminas e do processo espinhoso de S V e, às vezes, de S IV. O hiato sacral leva ao canal sacral. Sua profundidade varia, dependendo do tamanho do processo espinhoso e das lâminas de S IV. Os cornos sacrais, que representam os processos articulares inferiores da vértebra S V, projetam-seinferiormente de cada lado do hiato sacral e são úteis como guia para sua localização. A parte superior da face lateral do sacro assemelha-se a uma aurícula; em razão de seu formato, essa área é chamada de FACE AURICULAR. É o local da parte sinovial da articulação sacroilíaca entre o sacro e o ílio. Em vida, a face auricular é coberta por cartilagem hialina.
A REGIÃO SACRAL é formada pelas linhas que unem as duas espinhas ilíacas posterossuperiores e a parte superior da fenda interglútea entre as nádegas. A região sacral que delimita o sacro é uma ÁREA COMUM DE DOR RESULTANTE DE ENTORSES LOMBARES.
· CÓCCIX 
O cóccix é um pequeno osso triangular que geralmente é formado pela FUSÃO DAS QUATRO VÉRTEBRAS COCCÍGEAS RUDIMENTARES, embora algumas pessoas possam ter uma vértebra a menos ou a mais. A1 a vértebra coccígea (Co I) pode permanecer separada do grupo fundido. O CÓCCIX é o remanescente do esqueleto da eminência caudal embrionária, que está presente em embriões humanos do fim da 4 a semana até o início da 8 a semana. A face pélvica do cóccix é côncava e relativamente lisa, e a face dorsal tem processos articulares rudimentares. Co I é a maior e mais larga das vértebras coccígeas. Seus PROCESSOS TRANSVERSOS CURTOS estão unidos ao sacro, e seus PROCESSOS ARTICULARES RUDIMENTARES formam os CORNOS COCCÍGEOS, que se articulam com os cornos sacrais. As TRÊS ÚLTIMAS VÉRTEBRAS COCCÍGEAS FREQUENTEMENTE SE FUNDEM NO MEIO DA VIDA, formando um cóccix semelhante a um bico; isso contribui para seu nome. Com o avanço da idade, Co I frequentemente se funde ao sacro, e as vértebras coccígeas remanescentes geralmente se fundem para formar um único osso. O cóccix não participa com as outras vértebras na sustentação do peso do corpo na posição ortostática; entretanto, na posição sentada, ele pode sofrer alguma flexão anterior, indicando que está recebendo algum peso. O cóccix permite a fixação de partes dos músculos glúteo máximo e coccígeo e do corpo anococcígeo, a faixa fibrosa mediana dos músculos pubococcígeos.
· ARTICULAÇÕES DOS CORPOS VERTEBRAIS 
As articulações dos corpos vertebrais são SÍNFISES (articulações cartilagíneas secundárias) destinadas a sustentação de peso e resistência. As FACES ARTICULARES das vértebras adjacentes são unidas por DISCOS INTERVERTEBRAIS E LIGAMENTOS. 
Os DISCOS INTERVERTEBRAIS oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua e formando a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral. Ao todo, os discos representam 20 a 25% do comprimento (altura) da coluna vertebral. Além de possibilitarem o movimento entre vértebras adjacentes, sua deformabilidade elástica permite que absorvam o choque. Cada disco intervertebral é formado por:
O ANEL FIBROSO é um anel saliente que consiste em lamelas concêntricas de fibrocartilagem que formam a circunferência do disco intervertebral. Os anéis se inserem nas margens epifisiais lisas e arredondadas nas faces articulares dos corpos vertebrais formadas pelas epífises anulares fundidas. As fibras que formam cada lamela seguem obliquamente de uma vértebra até a outra, formando um ângulo de cerca de 30 graus ou mais com o eixo vertical. As fibras das lamelas adjacentes cruzam-se obliquamente em direções opostas, formando ângulos maiores do que 60 graus. Essa organização permite rotação limitada entre vértebras adjacentes, enquanto proporciona uma forte ligação entre elas. O anel é mais fino posteriormente e pode ser incompleto posteriormente na região cervical no adulto. A vascularização do anel diminui progressivamente em direção central, e apenas o terço externo do anel recebe inervação sensitiva.
O NÚCLEO PULPOSO é o núcleo central do disco intervertebral. Ao nascimento, esses núcleos pulposos consistem em aproximadamente 88% de água e no início são mais cartilaginosos do que fibrosos. Sua natureza semilíquida é responsável por grande parte da flexibilidade e resiliência do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo. Forças verticais deformam os discos intervertebrais, que absorvem o choque. Os núcleos tornam-se mais largos quando são comprimidos e mais finos quando são tensionados ou distendidos (como ocorre quando estão pendentes ou suspensos). 
Há compressão e tensão simultâneas no mesmo disco durante a flexão anterior e lateral e a extensão da coluna vertebral. Durante esses movimentos, e durante a rotação, o núcleo túrgido atua como fulcro semilíquido. Como as lamelas do anel fibroso são mais finas e menos numerosas posteriormente do que anterior ou lateralmente, o núcleo pulposo não está centralizado no disco, e sim posicionado entre o centro e a face posterior do disco. O núcleo pulposo é avascular; é nutrido por difusão de vasos sanguíneos situados na periferia do anel fibroso e do corpo vertebral. 
As “ARTICULAÇÕES” UNCOVERTEBRAIS (FENDAS DE LUSCHKA) costumam se desenvolver entre os uncos dos corpos das vértebras C III ou C IV–C VI ou C VII e as faces inferolaterais biseladas dos corpos vertebrais superiores a elas após os 10 anos de idade. As articulações estão situadas nas margens lateral e posterolateral dos discos intervertebrais. As faces articulares dessas estruturas semelhantes a articulações são cobertas por cartilagem
 umedecida por líquido contido em um espaço virtual interposto, ou “cápsula”. As “articulações” uncovertebrais são locais frequentes de surgimento de OSTEÓFITOS numa idade mais avançada, podendo causar dor cervical.
O LIGAMENTO LONGITUDINAL ANTERIOR é uma faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. Esse ligamento impede a hiperextensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações entre os corpos vertebrais. O ligamento longitudinal anterior é o único ligamento que limita a extensão; todos os outros ligamentos intervertebrais limitam formas de flexão. 
O LIGAMENTO LONGITUDINAL POSTERIOR é uma faixa muito mais estreita, um pouco mais fraca, do que o ligamento longitudinal anterior. O ligamento longitudinal posterior segue dentro do canal vertebral ao longo da face posterior dos corpos vertebrais. Esse ligamento resiste pouco à hiperflexão da coluna vertebral e ajuda a evitar ou redirecionar a herniação posterior do núcleo pulposo. É bem suprido por terminações nervosas nociceptivas (de dor).
· ARTICULAÇÕES DOS ARCOS VERTEBRAIS 
As articulações dos arcos vertebrais são as ARTICULAÇÕES DOS PROCESSOS ARTICULARES OU ZIGAPOFISÁRIAS (ARTICULAÇÕES FACETÁRIAS). Estas são articulações sinoviais planas entre os processos articulares superiores e inferiores de vértebras adjacente. Cada articulação é circundada por uma CÁPSULA ARTICULAR FINA. Na região cervical, elas são mais finas e frouxas, refletindo a grande amplitude de movimento. Ligamentos acessórios unem as lâminas, processos transversos e processos espinhosos e ajudam a estabilizar as articulações. As articulações dos processos articulares permitem movimentos de deslizamento entre os processos articulares. Nas regiões cervical e lombar essas articulações sustentam algum peso, compartilhando a função com os discos intervertebrais, sobretudo durante a flexão lateral. As articulações dos processos articulares são inervadas por ramos articulares que se originam dos ramos mediais dos ramos posteriores dos nervos espinais. Cada ramo articular inerva duas articulações adjacentes; portanto, cada articulação é suprida por dois nervos.
· LIGAMENTOS ACESSÓRIOS DAS ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS 
As lâminas de arcos vertebrais adjacentes são unidas por faixas largas e amarelo-claras de tecido elástico, denominadas LIGAMENTOS AMARELOS. São ligamentos longos, finos e largos na região cervical, tornam-se mais espessos na região torácica e têm espessura máxima na região lombar. Esses ligamentos resistem à separação da lâmina vertebral por limitação da flexão abrupta da coluna vertebral, evitando, assim, a lesão dos discos intervertebrais. Os ligamentos amarelos, fortes e elásticos, ajudam a preservar as curvaturasnormais da coluna vertebral e auxiliam na extensão da coluna após a flexão.
Os processos espinhosos adjacentes são unidos por LIGAMENTOS INTERESPINAIS fracos, muitas vezes membranáceos, e por LIGAMENTOS SUPRAESPINAIS fortes e fibrosos. Os finos ligamentos interespinais unem processos espinhosos adjacentes, fixando-se da raiz até o ápice de cada processo. Os ligamentos supraespinais, semelhantes a cordões, unem as extremidades dos processos espinhosos desde C VII até o sacro e fundem-se na parte superior com o ligamento nucal na região cervical posterior. Ao contrário dos ligamentos interespinais e supraespinais, o LIGAMENTO NUCAL, forte e largo, é constituído de tecido fibroelástico espesso, que se estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital externa e a margem posterior do forame magno até os processos espinhosos das vértebras cervicais. Em razão do curto comprimento e da profundidade dos processos espinhosos de C III a C V, o ligamento nucal é o local de fixação dos músculos que se fixam nos processos espinhosos das vértebras em outros níveis. Os LIGAMENTOS INTERTRANSVERSÁRIOS, que unem processos transversos adjacentes, consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica. Na região lombar esses ligamentos são finos e membranáceos.
· ARTICULAÇÕES CRANIOVERTEBRAIS 
As articulações craniovertebrais são articulações sinoviais que não têm discos intervertebrais. Sua arquitetura permite uma amplitude de movimento maior do que o restante da coluna vertebral. 
ARTICULAÇÕES ATLANTOCCIPITAIS. As articulações situam-se entre as faces articulares superiores das massas laterais do atlas e os côndilos occipitais. Essas articulações permitem acenar com a cabeça, como na flexão e extensão da cabeça indicativa de aprovação. Essas articulações também possibilitam a inclinação lateral da cabeça. O principal movimento é de flexão, com leve flexão lateral e rotação. São articulações sinoviais do tipo elipsóideo e têm cápsulas articulares finas e frouxas. O crânio e C I também estão unidos por MEMBRANAS ATLANTOCCIPITAIS ANTERIOR E POSTERIOR, que se estendem dos arcos anterior e posterior de C I até as margens anterior e posterior do forame magno. As membranas anteriores são formadas por fibras largas e densamente entrelaçadas (sobretudo na parte central, onde são contínuas com o ligamento longitudinal anterior). As membranas posteriores são largas, mas relativamente fracas. As membranas atlantoccipitais ajudam a evitar o movimento excessivo das articulações atlantoccipitais. 
ARTICULAÇÕES ATLANTOAXIAIS. Existem três articulações atlantoaxiais: DUAS ARTICULAÇÕES ATLANTOAXIAIS LATERAIS (direita e esquerda) (entre as faces inferiores das massas laterais de C I e as faces superiores de C II), e UMA ARTICULAÇÃO ATLANTOAXIAL MEDIANA (entre o dente de C II e o arco anterior do atlas). As articulações atlantoaxiais laterais são sinoviais planas, enquanto a articulação atlantoaxial mediana é trocóidea.
O movimento das três articulações atlantoaxiais permite que a cabeça gire de um lado para outro, como ocorre ao girar a cabeça para indicar o movimento de “não”. Durante esse movimento, o crânio e C I giram sobre C II como uma unidade. 
FASCÍCULOS LONGITUDINAIS SUPERIORES E INFERIORES com orientação vertical, porém muito mais fracos, seguem do ligamento transverso do atlas até o occipital superiormente e até o corpo de C II inferiormente. O LIGAMENTO CRUCIFORME DO ATLAS, assim denominado em razão de sua semelhança com uma cruz, é formado pelo ligamento transverso do atlas junto com os fascículos longitudinais. Os LIGAMENTOS ALARES estendem-se das laterais do dente do áxis até as margens laterais do forame magno. Esses cordões arredondados e curtos, com diâmetro aproximado de 0,5 cm, fixam o crânio à vértebra C I e servem como ligamentos de contenção, evitando a rotação excessiva nas articulações. A MEMBRANA TECTÓRIA é a forte continuação superior do ligamento longitudinal posterior que se alarga e segue posteriormente sobre a articulação atlantoaxial mediana e seus ligamentos. Segue superiormente a partir do corpo de C II, atravessa o forame magno e se fixa à parte central do assoalho da cavidade craniana, formado pela face interna do osso occipital.
· COSTOVERTEBRAL 
ARTICULAÇÕES DA CABEÇA DA COSTELA. Articulação sinovial plana; Cabeça de cada costela com a hemifóvea ou fóvea costal superior do corpo vertebral de mesmo número e a hemifóvea ou fóvea costal inferior do corpo vertebral superior a ela e o disco IV entre elas; LIGAMENTOS RADIADOS E LIGAMENTOS INTRAARTICULARES da cabeça da costela; As cabeças das costelas I, XI e XII(às vezes da X) articulam-se apenas com o corpo vertebral
correspondente.
COSTOTRANSVERSÁRIA. Tubérculo da costela com o processo transverso da vértebra de mesmo; costotransversário lateral e superior; As costelas XI e XII não se articulam com o processo transverso das vértebras de mesmo número. 
· ARTICULAÇÕES SACROILÍACAS 
As articulações sacroilíacas são compostas, fortes, que sustentam peso, formadas por uma articulação sinovial anterior (entre as faces auriculares do sacro e do ílio, cobertas por cartilagem articular) e uma sindesmose posterior (entre as tuberosidades desses ossos). As faces auriculares dessa articulação sinovial têm elevações e depressões irregulares, mas congruentes que se encaixam.
As articulações sacroilíacas diferem da maioria das articulações sinoviais porque a mobilidade é limitada, uma consequência de seu papel na transmissão de peso da maior parte do corpo para os ossos do quadril. O peso é transferido do esqueleto axial para os ílios através dos ligamentos sacroilíacos e depois para os fêmures, na posição de pé, e para os túberes isquiáticos, na posição sentada. Enquanto for mantida a firme aposição entre as faces articulares, as articulações sacroilíacas permanecem estáveis. 
Os delgados LIGAMENTOS SACROILÍACOS ANTERIORES são apenas a porção anterior da cápsula fibrosa da parte sinovial da articulação. Os amplos LIGAMENTOS SACROILÍACOS INTERÓSSEOS (que estão situados profundamente entre as tuberosidades do sacro e ílio e ocupam uma área de aproximadamente 10 cm) são as principais estruturas associadas à transferência de peso da parte superior do corpo do esqueleto axial para os dois ílios do esqueleto apendicular. Os LIGAMENTOS SACROILÍACOS POSTERIORES são a continuação externa posterior da mesma massa de tecido fibroso. Os LIGAMENTOS ILIOLOMBARES são ligamentos acessórios desse mecanismo. Inferiormente, os ligamentos sacroilíacos posteriores são unidos por fibras que se estendem da margem posterior do ílio (entre as espinhas ilíacas posterossuperior e posteroinferior) e a base do cóccix para formar o substancial LIGAMENTO SACROTUBERAL. Esse grande ligamento segue da parte posterior do ílio e da parte lateral do sacro e do cóccix até o túber isquiático, transformando a incisura isquiática do osso do quadril em um grande forame isquiático. O LIGAMENTO SACROESPINAL, que segue da parte lateral do sacro e cóccix até a espinha isquiática, subdivide esse forame nos forames isquiáticos maior e menor. Na maioria das vezes, o movimento da articulação sacroilíaca é limitado a leves movimentos de deslizamento e rotação pelo entrelaçamento dos ossos que se articulam e os ligamentos sacroilíacos. 
· MÚSCULOS DO DORSO PARA COLUNA VERTEBRAL
· MÚSCULOS PRÓPRIOS DO DORSO 
Os músculos próprios do dorso (intrínsecos do dorso) são inervados pelos ramos posteriores dos nervos espinais; eles mantêm a postura e controlam os movimentos da coluna vertebral. Esses músculos, que se estendem da pelve até o crânio, são revestidos por fáscia muscular que se fixa medialmente ao ligamento nucal, às extremidades dos processos espinhosos das vértebras, ao ligamento supraespinal e à crista mediana do sacro. A fáscia fixa-se lateralmente aos processos transversos cervicais e lombares e aos ângulos das costelas. As partes torácica e lombar da fáscia muscular constituem a aponeurose toracolombar. Estende-se lateralmente a partir dos processos espinhosose forma um revestimento fino para os músculos intrínsecos da região torácica e um revestimento espesso forte para os músculos na região lombar. Os músculos próprios do dorso são classificados em camadas superficial, intermédia e profunda, de acordo com sua relação com a superfície.
CAMADA SUPERFICIAL: Os músculos esplênios são espessos e planos e situam-se nas faces lateral e posterior do pescoço, cobrindo os músculos verticais como uma bandagem, o que explica seu nome. Os músculos esplênios originam-se na linha mediana e estendem-se superolateralmente até as vértebras cervicais (músculo esplênio do pescoço) e crânio (músculo esplênio da cabeça). Os músculos esplênios revestem e mantêm os músculos profundos do pescoço em posição. 
CAMADA INTERMÉDIA: Os fortes músculos eretores da espinha situam-se em um “sulco” de cada lado da coluna vertebral entre os processos espinhosos centralmente e os ângulos das costelas lateralmente. O músculo eretor da espinha é o principal extensor da coluna vertebral e é dividido em três colunas: o músculo iliocostal forma a coluna lateral, o músculo longuíssimo forma a coluna intermédia e o músculo espinal, a coluna medial. Os músculos eretores da espinha frequentemente são denominados “músculos longos” do dorso. Em geral, são músculos dinâmicos (geradores de movimento), que atuam bilateralmente para estender (retificar) o tronco fletido. 
CAMADA PROFUNDA: Profundamente ao músculo eretor da espinha há um grupo oblíquo de músculos muito mais curtos, o grupo de músculos transversoespinais, que compreende os músculos semiespinais, multífidos e rotadores. Esses músculos originam-se dos processos transversos das vértebras e seguem até os processos espinhosos de vértebras superiores. Eles ocupam o “sulco” entre os processos transversos e espinhosos e estão fixados a esses processos, às lâminas entre eles e aos ligamentos que os unem. 
· PRINCIPAIS MÚSCULOS QUE MOVIMENTAM AS ARTICULAÇÕES INTERVERTEBRAIS 
2. Citar as curvaturas normais da coluna.
A coluna vertebral em adultos tem QUATRO CURVATURAS que ocorrem nas regiões cervical, torácica, lombar e sacral. As CIFOSES TORÁCICA E SACRAL são côncavas anteriormente, enquanto as LORDOSES CERVICAL E LOMBAR são côncavas posteriormente. 
Quando se observa a face posterior do tronco, principalmente em vista lateral, as CURVATURAS NORMAIS da coluna vertebral são mais aparentes: As CIFOSES TORÁCICA E SACRAL são curvaturas primárias que se desenvolvem durante o período fetal em relação à posição fetal (fletida).
As LORDOSES CERVICAL E LOMBAR são curvaturas secundárias que resultam da extensão a partir da posição fetal fletida. Elas começam a aparecer durante o período fetal, mas só se tornam evidentes na lactância. As curvaturas da coluna vertebral proporcionam flexibilidade adicional (resiliência com absorção de choque), aumentando ainda mais a flexibilidade proporcionada pelos discos. Quando a carga sustentada pela coluna vertebral é muito aumentada (como ao carregar um objeto pesado), há COMPRESSÃO DOS DISCOS E DAS CURVATURAS FLEXÍVEIS (ou seja, as curvaturas tendem a aumentar). A sustentação de peso adicional anterior ao eixo gravitacional normal do corpo (p. ex., mamas muito grandes, abdome em avental nos homens ou na gravidez avançada, ou carregar uma criança pequena no colo) também tende a aumentar essas curvaturas.
A flexibilidade proporcionada pelas curvaturas sofre a resistência ativa (dinâmica) da contração de grupos musc.
antagonistas ao movimento (p. ex., os longos extensores do dorso resistem à cifose torácica excessiva, ao passo que os flexores abdominais resistem à lordose lombar excessiva). Muitas vezes os músculos que oferecem resistência ao aumento da curvatura doem quando a pessoa sustenta peso por longos períodos. Quando uma pessoa está sentada, principalmente se não houver sustentação das costas por longos períodos, geralmente ocorre revezamento entre a flexão (curvatura) e a extensão (postura ereta) para minimizar a rigidez e a fadiga. Isso permite a alternância entre a sustentação ativa oferecida pelos músculos extensores do dorso e a resistência passiva à flexão propiciada pelos ligamentos.
3. Citar as deformidades da coluna.
HIPERCIFOSE, HIPERLORDOSE E ESCOLIOSE são as deformidades mais comuns da coluna vertebral e podem ocorrer de forma congênita ou adquirida. As duas primeiras surgem das curvas normais da região, chamadas de lordose e cifose, diferentemente da escoliose, que é patológica.
HIPERCIFOSE é a excessiva curvatura da coluna vertebral no (A-P) plano sagital. A parte de trás normal tem de 20° a 45° graus de curvatura na parte superior das costas, e qualquer ângulo acima de 45° é chamado hipercifose. A alteração ocorre na parte superior da coluna, fazendo com que ombros, pescoço e cabeça sejam projetados para frente, podendo até formar uma “corcunda” que varia de acordo com grau de inclinação.
Geralmente, os públicos mais acometidos são crianças, adolescentes e idosos, e os sintomas aparecem aos poucos, como rigidez da coluna, fadiga e dor.
Pode ser dividida em POSTURAL (que é redutível e não tem alterações anatómicas vertebrais) e CONSTITUCIONAL (é rígida ou parcialmente redutível e tem alterações vertebrais com várias causas, tais como congênitas, pós-traumáticas, infecciosas, tumorais).
A mais comum e que afeta cerca de 1% da população, predomina no sexo masculino e tem incidência familiar é a cifose juvenil, ou cifose familiar ou DOENÇA DE SCHEUERMANN. Caracteriza-se por uma cifose dorsal excessiva, de incidência familiar, manifestando-se por uma deformidade irredutível, causando por vezes dosolombalgia e apresentando no exame radiográfico acunhamento dos corpos vertebrais envolvidos com irregularidades das plataformas vertebrais e osteoporose difusa.
O seu tratamento depende da gravidade da deformidade, podendo consistir no uso de colete de Milwaukee nos casos moderados e em adolescentes ainda esqueleticamente imaturos. O tratamento cirúrgico reserva-se para casos graves, em adolescentes maduros em termos esqueléticos e consiste na instrumentação e artrodese vertebral por via posterior, com tempo prévio de libertação por via anterior.
HIPERLORDOSE OU HIPOLORDOSE é o encurvamento excessivo da parte inferior da coluna. 
A primeira se refere ao aumento excessivo da curvatura para frente, no sentido do abdômen, que acaba por avantajar a barriga e levantar o bumbum, enquanto a segunda leva à redução da curvatura lordótica normal da coluna vertebral.
A hiperlordose lombar está associada a uma anteversão pélvica e consequentemente um realinhamento de todas as outras curvas da coluna para uma compensação. A anteversão pélvica pode estar associada a um desequilíbrio dos músculos abdominal e glúteos, que estão enfraquecidos, e na musculatura lombar que se apresenta encurtada. Já a retificação da lordose lombar, está associada à retroversão da pelve, originando uma costa plana, com diminuição da mobilidade. É normal em grávidas. 
A hiperlordose cervical é caracterizada por uma proeminência da cabeça. A retificação da lordose cervical se caracteriza pela diminuição da lordose e consequentemente um pescoço reto, com diminuição de mobilidade.
ESCOLIOSE: Definida como a curvatura lateral da coluna vertebral no plano frontal. 
A escoliose pode estar COMPENSADA ou DESCOMPENSADA. A escoliose compensada apresenta os ombros no mesmo nível, revelando que a curva principal se equilibra com a curva compensatória. Curva principal é a curva responsável pela deformidade, e a curva compensatória ou secundária é aquela que busca a compensação para manter o tronco ereto.
Também pode ser dividida em ESTRUTURADA ou NÃO ESTRUTURADA, de acordo com o grau de rotação e de flexibilidade. 
Na não estruturada, a deformidade é geralmente é pequeno grau, a curva é flexível e pode ser corrigida por meio de inclinação para o lado contralateral ou pela tração. A rotação, nesse caso, é ausente ou de pequena magnitude. A sua etiologia está associada à desigualdade no comprimento dos membros inferiores, às contraturas da articulação coxofemoral,ao espasmo muscular devido à compressão da raiz nervosa, aos tumores, à discite ou a outros fenômenos irritativos do segmento vertebral. 
Já na estruturada, a curvatura lateral não se corrige totalmente com a inclinação lateral e apresenta rotação com os processos espinhosos direcionados para o lado da concavidade da curva e podem surgir alterações estruturais nas vértebras, como encunhamento dos corpos vertebrais, assimetria das lâminas, pedículos e processo transverso. Podem ser oriundas de diversas causas (idiopática, neuromuscular, metabólica etc.), sendo a idiopática a mais frequente. 
· CLASSIFICAÇÃO
As classificações são de acordo a magnitude da curva, a localização, o lado e a etiologia.
A MAGNITUDE DAS CURVAS tem sido mensurada por meio do método de Cobb, que corresponde ao ângulo formado pelas linhas que tangenciam a superfície proximal da vértebra superior e da superfície distal da vértebra inferior. 
A LOCALIZAÇÃO da curva é definida segundo a localização da vértebra apical, e as curvas podem ser cervicais (vértebra apical localizada entre C1 e C6), cervicotorácicas (C7-T1), torácicas (T2-T11), toracolombares (T12-L1), lombares (L2-L4) e lombossacrais (L5-S1). O LADO da curva corresponde ao lado da localização da convexidade da curva. 
A sua ETIOLOGIA tem um amplo espectro e as principais estrutradas são:
ESCOLIOSE CONGÊNITA: Quando a pessoa já nasce com a deficiência. Ela é caracterizada pelo problema de formação das vértebras ou pela fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto/recém-nascido. Fatores ambientais,
genéticos, deficiência de vitaminas, químicos e uso de drogas podem estar relacionados. 
ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR: causada por doença neuromuscular, trauma, defeitos congênitos associados a alterações neurológicas ou mesmo síndromes neurológicas que afetam os músculos levando à fraqueza ou atrofia muscular o que leva à deformação da coluna.
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA: Mais frequente em adolescentes, apresenta causa desconhecida, ou seja, não foi detectado o problema que levou à deformação. Além disso, pode ser dividida em subgrupos de acordo com a faixa etária, sendo escoliose infantil (0 a 3 anos de idade), escoliose juvenil (3 a 9 anos de idade), escoliose do adolescente (10 a 18 anos de idade) e escoliose do adulto (a partir de 18 anos de idade). O componente genético tem sido demonstrado por meio da maior incidência nas famílias dos pacientes afetados. 
As não estruturadas são classificadas em posturais, compensatórias, histéricas, irritação de raiz nervosa, inflamatórias, anisomelia e contraturas da articulação coxofemoral. 
4. Estudar a epidemiologia, o quadro clínico, os exames complementares da escoliose.
· EPIDEMIOLOGIA
Durante a infância, a escoliose afeta meninos e meninas. Na fase adolescente, as meninas são 5 a 8 vezes mais afetadas pela escoliose. Entretanto, 90% dos casos de escoliose idiopáticas são devidos a acréscimos moderados da curvatura da coluna e, geralmente, não são contemplados com tratamento intensivo. A prevalência da escoliose idiopática varia de acordo com a magnitude da curva que é considerada: de 0,5 a 3 casos a cada 100 hab. para as curvas maiores que 10°, e de 1,5 a 3 casos a cada mil hab. para curvas maiores que 30°, demonstrando que as curvas grandes são menos frequentes. Em relação aos seus tipos, observa-se um predomínio em adolescentes (infantil – 0,5%; juvenil – 10,5%; e adolescente – 89%).
Na escoliose neuromuscular, a paralisia cerebral é a causa mais frequente das deformidades, atingindo índices de 38% de deformidades acima de 40°. 
A escoliose congênita corresponde a cerca de 10% das deformidades da coluna vertebral. 
· ETAPAS SEMIOLÓGICAS
Nas escolioses idiopáticas, neuromusculares ou congênitas (todas estruturadas), observa-se que a deformidade lombar não se corrige com manobras ao nível da bacia, ao contrário do que ocorre com as escolioses devido à diferença de comprimento dos membros inferiores ou contraturas da articulação coxofemoral. Por meio da MANOBRA DE ADAMS (flexão anterior do tronco), é possível diferenciar as escolioses. A giba torna-se evidente nas estruturadas, enquanto nas não estruturadas desaparece devido ao encurtamento dos membros inferiores, às patologias do quadril e aos problemas álgicos. 
· QUADRO CLÍNICO
Caracterizada por um desvio lateral para a esquerda ou para a direita, é possível ver (via Raio-X ou até mesmo a olho nu) uma coluna em forma de “S”. Além disso, a doença apresenta outras características bastante específicas de serem notadas, como membros desnivelados e assimétricos (por exemplo, um ombro pode ser mais alto que o outro), cintura e caixa torácica desviadas para um dos lados do corpo, costelas e escápulas salientes em um dos lados do tórax. Durante a juventude, geralmente, a escoliose não apresenta processos de dor. Se a escoliose não for corrigida, na fase adulta, podem ocorrer dores nas costas.
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA: é o tipo mais frequente das estruturadas; em geral, manifesta-se com graus variados de deformidade – desde formas leves até graves do tronco – e acomete crianças sadias, nas quais não se encontra nenhuma causa para o fenômeno. Nos pacientes infantis, ocorre em 90% como uma curva torácica esquerda; a grande parte desse tipo de curva é autolimitada e regride espontaneamente. Já nos pacientes juvenis, as curvas têm grande potencial para progressão, produzindo deformidades graves no tronco e o risco de comprometimento cardíaco e pulmonar. Nos pacientes adolescentes, o risco de progressão tem sido associado com a idade, o potencial de crescimento, o sexo, a magnitude e a localização da curva. As curvas que apresentam ápice acima de T12 apresentam maior potencial de crescimento quando comparadas com as curvas lombares. 
ESCOLIOSE NEUROMUSCULAR: dois aspectos importantes devem ser considerados: a progressão que acompanha o crescimento, mas não garante sua estabilização na vida adulta e, na maior parte dos casos, a ocorrência de obliquidade pélvica associada. Apresenta padrões similares de curvas escolióticas em forma de “c” longo, incluindo a pelve. 
ESCOLIOSE CONGÊNITA: A progressão ocorre devido ao desequilíbrio do crescimento entre dois lados da coluna, podendo este ser no plano sagital (causando cifose) ou num plano oblíquo (causando cifoescoliose). É possível que ocorra a coexistência de outras malformações congênitas, como malformações intrarraquídeas, cardíacas e 
renoureterais, além de inúmeras síndromes associadas a malformações congênitas da coluna. 
· AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA
A ideal deve ser realizada no plano frontal (AP) e sagital (perfil), na posição ortostática. Nessas radiografias, a magnitude é determinada pelo método de Cobb, e as curvas sagitais são mensuradas nas radiografias de perfil. A presença de outras alterações, como defeitos de formação das vértebras, também é pesquisada. 
As radiografias com inclinação lateral da coluna vertebral, para avaliar a flexibilidade da curva, devem ser realizadas quando o tratamento cirúrgico está indicado, para a determinação dos níveis e dos limites de artrodese e instrumentação. 
· AVALIAÇÕES COMPLEMENTARES
A RM pode auxiliar no diagnóstico, indicado para o estudo dos elementos neurais nas escolioses idiopáticas infantis e juvenis e nas escolioses congênitas, nas quais o tratamento cirúrgico faz parte do plano terapêutico. A TC ou a MIELOGRAFIA também podem ser usados para informações adicionais, como no caso das escolioses neuromusculares, em que é usada para detalhes acerca da rotação vertebral.
A CINTILOGRAFIA ÓSSEA é de grande auxílio nos casos de escoliose associados a dor vertebral, auxiliando no diagnóstico de tumores, de processos infecciosos ou de espondilolistese.
5. Citar as formas de tratamento e as complicações da escoliose.
· TRATAMENTO
As curvas com menos de 20° requerem apenas monitoramento, pois a maioria não progride.
A forma de tratamento mais conservador, por meio de órteses, é utilizada apenas para impedir a progressão das curvas, não sendo capaz de corrigi-las. A órtese é indicada para curvas comvalores angulares entre 25 e 45° em crianças que apresentam potencial de crescimento. A utilização de coletes de contenção em pacientes portadores escoliose neuromuscular não tem se mostrado eficaz na prevenção da progressão da deformidade. Também não costuma ser usado na escoliose congênita por conta da sua natureza rígida. 
O tratamento cirúrgico tem sido indicado baseado nos critérios de magnitude e de padrão da curva, deformidade clínica, risco de progressão e maturidade esquelética; tem como objetivo direto a interrupção da progressão da curva e a melhora do alinhamento e do equilíbrio do tronco. É indicado para curvas entre 40 e 50° em pacientes que não atingiram a maturidade esquelética, enquanto que em pacientes maduros a indicação fica restrita, sendo indicada para curvas maiores de 50°. Nos pacientes com escoliose neuromuscular, a cirurgia é indicada no sentido de impedir a piora da curvatura, permitir um equilíbrio adequado do tronco sobre a pelve sentado ou em pé e, naqueles pacientes com alterações sensitivas, prevenir a formação de úlceras de pressão. 
Nas curvas acima de 75° e rigidez, é indicada liberação anterior, que envolve remoção dos discos intervertebrais, placa terminal vertebral, ligamento longitudinal anterior e excisão da cabeça das costelas, antes da correção cirúrgica. 
· COMPLICAÇÕES
As complicações relacionadas à escoliose são, em geral, ocasionadas por curvaturas mais acentuadas que comprometem outras áreas e sistemas do corpo.
Quando a escoliose ocorre na região do tórax, os pulmões podem ser afetados, havendo uma discrepância ou assimetria elevada da acomodação dos órgãos.
Como a coluna tende a se ajustar para manter o equilíbrio (favorecendo o surgimento de curvatura secundária ou desnivelamento da bacia, por exemplo), outras regiões são afetadas, como o coração e quadril.
Além das dores musculares, alguns pacientes podem apresentar comprometimento de movimentos ou limitações do músculo.
Complicações específicas decorrente da intervenção, como:
Infeção; Pseudartroses; Cifose juncional; Lesão neurológica; Infarto do miocárdio; Pneumonia; Íleo paralítico; Infeção do trato urinário; Trombose venosa profunda; Síndrome da artéria mesentérica superior.

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