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4/4/19 1 Geologia Estrutural e Geotectônica Unesp – Campus de Rio Claro Prof. Dr. George Luiz Luvizotto Falhas Qual o universo de estudo desta aula? Zona de Cisalhamento n Ruptil = Falha / Zona de Falha n Dúctil = Zona de Cisalhamento Dúctil • É importante identificar se a região apresenta história deformacional dúctil ou rúptil. Em muitos caso identifica-se uma história complexa (parte dúctil – parte rúptil). 4/4/19 2 Falha - Definição n Livro do Fossen “Qualquer superfície ou faixa estreita onde é visível um deslocamento causado por cisalhamento” n Outros “Fratura com componente de deslocamento paralela à parede” Falha - Definição Tipos de Falhas • Quanto ao Tipo de Rejeito (translacionais) – Falha Normal – Falha Inversa – Falha Direcional – – … e também oblíquas Posição dos Esforços Tectônicos Anderson 1951 n Anderson percebeu que como não há esforços cisalhantes na superfície da Terra n Por exemplo: fluidos, água e ar não acumulam esforço cisalhante n Portanto, nos regimes tectônicos um dos esforços principais (Sigma 1, 2 ou 3) está na vertical. 4/4/19 3 Teoria de Fraturamento Anderson Reconheceu em 1951 que apenas falhas normais, inversas e direcionais podem ocorrer na superfície terrestre Falhas sempre fazem ângulo de 30° com σ1 Posição dos Esforços Tectônicos Anderson 1951 Falhas ocorrem sempre em ângulo de 30� com σ1 (Na verdade, um ângulo menor que 45 graus!) 4/4/19 4 Horst, Graben, Sintética - Antitética • Horst = Alto • Graben = Baixo • Sintética = Mesmo mergulho que a falha pincipal • Antitética = Mergulho oposto (p/ outros tipos de falha tb) • Hemigraben, Volteio (rollover), Arrasto inverso 4/4/19 5 Geometria - Falhas Lístricas • Superfície curva. Há rotação (dobramento) • Horizontaliza-se em profundidade Elementos geométricos das falhas • Plano de Falha (PF) • Capa ou Teto (hanging wall): bloco que situa-se sobre o plano de falha • Lapa ou Muro (footwall): bloco que situa-se sob o plano de falha • Espelho de falha: superfície lisa, brilhante, normalmente cheia de estrias de atrito, situado sobre o plano de falha • Traço ou linha de falha: a linha formada pela interseção do plano de falha (PF) com a superfície terrestre ou o plano horizontal (PH) • Estrias de atrito e degraus Rejeito (Slip) • Rejeito é o deslocamento relativo de pontos previamente adjacentes nos lados opostos da falha • Tanto os movimentos absolutos quanto os relativos são caracterizados pelos rejeitos • É medido no plano de falha, determinando os componentes geométricos do deslocamento. Rejeito (Slip) • Rejeito total (net slip): distância medida no plano de falha em dois pontos deslocados pela falha. • Rejeito direcional (strike-slip): o rejeito medido paralelamente à direção do plano de falha. • Rejeito de mergulho (dip-slip): o rejeito medido ao longo do rumo do mergulho do plano de falha 4/4/19 6 Rejeito & Separação Rejeito = Deslocamento Real Separação = Deslocamento Aparente Rejeito & Separação Rejeito = Deslocamento Real Separação = Deslocamento Aparente Armadilha Rejeito x Separação 4/4/19 7 n Qual o sentido de cisalhamento? n Qual o sentido de cisalhamento? Qual o tipo de ZC? ZC em corte não paralelo à direção de movimento ! Armadilhas de Rejeito x Separação Sepa ração Linhas de corte (cutoff) • Falha = geometria 3D • Intercepta diferentes camadas em diferentes posições em 3D • Mapas de contorno estrutural (petróleo) 4/4/19 8 Critérios para reconhecimento de Falhas Deslocamento e truncamento de Camadas Deslo camento de Camadas Que tipo de falha é esta? Presença de estruturas e rochas associadas à falha • Plano de falha / escarpa • Farinha de falha • Brechas • Cataclasitos / milonitos • Estrias • Degraus Rochas associadas à falha 4/4/19 9 • brechas tectônicas: resultam da trituração dos detritos devido movimento dos blocos. São brechas monogênicas cuja matriz resulta do material existente no local onde se formam. Os fragmentos são muito angulosos e de dimensão variável Brechas, cataclasitos, milonitos Rúptil (cataclasitos) Variação de Texturas em uma Zona de Cisalhamento em função da profundidade Cataclasito Milonito Gnaisse Fitado P r o f u n d i d a d e P r e s s ã o e T e m p . 4/4/19 10 Pseudotaquilitos … critérios para reconhecimento de Falhas Estrias / degraus 4/4/19 11 Omissão e Repetição de Camadas Repe$ção e Ausência de horizontes • Falhas podem gerar repetição ou ausência de camadas • Em seções verticais: ausência = falha normal e repetição = falhas inversas • Furos oblíquos podem “enganar” Identificação de falhas em subsup. • Dados sísmicos • Ferramenta indispensável na industria do petróleo Anatomia de Falha • Zona de dano • Núcleo ou superfície de deslizamento • Arrasto (plástica?) 4/4/19 12 Anatomia de Falha Zona de dano apresenta maior densidade de banda de deformação. Valor máximo é ob;do no núcleo da falha Anatomia de Falha Crescimento de Falha • Em rochas não porosas (ou com baixa porosidade) as falhas crescem a partir de pequenas fraturas de cisalhamento • Isto é, não crescem a partir de um único plano • Formam wing cracks • Vários planos se juntam para formar a falha • Gera aumento de porosidade Crescimento de Falha 4/4/19 13 Crescimento de Falha • Em meios porosos os grãos se reorganizam • Geram-se bandas de deformação Bandas de deformação • Desenvolve-se em rochas porosas • Tipo especial de fratura de cisalhamento • Pequenas zonas de cisalhamento • São bastante estreitas mas podem ser muito longas • Podem afetar a permeabilidade / porosidade de reservatórios Bandas de deformação Bandas de deformação 4/4/19 14 Crescimento de Falha “Arenito” • Em meios porosos os grãos se reorganizam • Geram-se bandas de deformação (várias) conforme a deformação avança • Há diminuição da porosidade • Os grãos se rearranjam • Diminuição da porosidade e endurecimento (oposto do que se observa em rochas não porosas) Distribuição de Rejeito • Rejeito não é uniforme ao longo da falha • Valores máximos são obtidos próximo à região central (em falhas simples) Distribuição de Rejeito • Várias maneiras de representar • Isolinhas… • Vetores… Zona de Dano • As estruturas na zona de dano formam-se antes, durante e depois da formação da superfície de deslizamento (falha) • Pode ter espessura variada 4/4/19 15 Zona de Dano Arrasto de falha Qq variação na a4tude de camadas ou marcadores nas adjacências da falha. Possui relação gené4ca com a falha e pode indicar a movimentação rela4va dos blocos Arrasto de falha • Dobramento de camadas em torno de uma falha • Rúptil ou dúctil? • Os eixos das dobras são paralelos a direção do plano de falha e perpendiculares ao deslocamento Arrasto de falha 4/4/19 16 Arrasto de falha Trishear n Modelo Trishear - Propagação de dobra na frente da Falha Interação de falhas 4/4/19 17 Conexão de falhas e estruturas de transferência • Quando os planos de falha crescem o regime de tensão e deformação ao redor dos planos afetam-se mutuamente (um interfere no outro) • Não sobrepostas à sobrepostas à ligação direta • Pode levar à formação de rampa de transferência (distribuição assimétrica do rejeito) Conexão de falhas e estruturas de transferência Conexão de falhas e estruturas de transferência • Rampa de transferência Conexão de falhas e estruturas de transferência 4/4/19 18 Rampa de transferência Interação vertical • As falhas se interagem também na vertical Falhas • Se desenvolvem: pela união / combinação de pequenas estruturas (planos) ou pela reativação de juntas / falhas pré-existentes. Como qualquer outra falha! São complexas quando obs. em detalhe… n Fraturas Subsidiárias É COM VOCÊS! Se é uma falha cortada na direção do movimento, posicione o esforço principal! Que outras fraturas devem aparecer? 4/4/19 19 n Fraturas Subsidiárias É COM VOCÊS! Fraturas de Extensão (T) eEstilolítica s1 s3 Es tilo líti ca Fratura de Extensão Falhas Direcionais – Como se iniciam? • Se desenvolvem: pela união / combinação de pequenas estruturas (planos) ou pela reativação de juntas / falhas pré-existentes. Como qualquer outra falha! São complexas quando obs. em detalhe… • E o tal do “Riedel”!!!! Falhas Direcionais – Riedel • Experimentos com argila no início dos anos 1900 • Logo percebeu que a argila não formava um único plano de falha, mas sim uma zona de falha com conjunto de estruturas associadas Falhas Direcionais – Riedel (a) Forma-se primeiramente R. Em seguida P (variação local do campo de stress). R e P são sintéticas (mesmo movimento que o cisalhamento principal) 4/4/19 20 Falhas Direcionais – Riedel (a) Formam-se ainda fraturas tipo R’. São menos desenvolvidas, fazem alto ângulo com o cisalhamento principal e são antitéticas Falhas Direcionais – Riedel (b,c) Fraturas de extensão (T) também podem ocorrer. No campo podem se manifestar como falhas normais (em grandes sistemas trasncorrentes) Falhas Direcionais – Riedel (b,c) Dobras e Juntas estilolíticas também podem ocorrer, perpendicularm ente ao encurtamento (Z). Eixo das dobras inicialmente // ao X ISA – Instant. Stretching Axis Experimento Camiseta – Ex. C (dobras) 4/4/19 21 Arcos convergentes e divergentes • Conexão de fraturas secundárias • Riedel Ex: ‘push-up’ e bacias ‘pull-apart’ Transpressão / Transtração Cisalhamento simples – não há transporte vertical de massa Transpressão – encurtamento horiz. + estiramento vertical (vert. uplift) Transtração – estiramento horiz. + formação de bacia Transpressão / Transtração Transtração e transpressão: Podem ser gerados localmente pela inclinação do plano de falha em relação ao plano principal de cisalhamento. Arcos discutidos nos exemplos anteriores Transpressão / Transtração 4/4/19 22 Transpressão / Transtração Transpressão Transtração Do m in ad o po r Ci s. Pu ro Do m in ad o po r Ci s. S im pl es Elips. Oblato Elips. Prolato Transpressão / Transtração: dobras Transpressão Transtração Elementos geométricos rotacionam. Pensar em em eixo X e sigma 1, por exemplo Arcos convergentes (Restraining bends) Estruturas contracionais: estilolitos, dobras, foliação, falhas inversas, dupl. contracional Formam altos (pop-ups) Ocorrem quando falhas direcionais sinistrais curvam para a direita (vice-versa) Arcos convergentes (Restraining bends) Experimento - McClay e Bonora (2001). Estruturas tipo ‘Pop-up’ 4/4/19 23 Arcos convergentes (Restraining bends) Dobras associadas à arcos convergentes (eixo ~ perp. ao sigma 1) Arcos divergentes (Releasing bends) Estruturas extensionais: Falhas normais, fraturas de extensão, duplex extens. Formam baixos (pull-apart) Ocorrem quando falhas direcionais sinistrais curvam para a esquerda(vice-versa) Arcos divergentes (Releasing bends) Exemplo Death Valley (CA): - Estruturas associadas - Bacia pull-apart Arcos divergentes (Releasing bends) Outro Exemplo: Mar Morto Conclusão, é uma estrutura de matar ;o) 4/4/19 24 4/4/19 25 Falhas Direcionais – 3 tipos fundamentais • Falhas de Tranferência – transferem o deslocamento de uma falha (ou fratura) para outra • Falhas Transformantes – seccionam o assoalho oceânico (partindo da cadeia meso-oceânica) • Falhas Transcorrentes – falhas direcionais de dimensão regional. Extremidades “livres” (não se associam a outras falhas como nos exemplos acima). Direcional vertical Falhas de transferência • Transferem o deslocamento de duas falhas extensionais ou contracionais por meio de movimentos direcionais • Estão ligadas e não podem crescer livremente! • Também são chamadas de F. de Rasgamento Falhas de transferência – regimes compressivos e extensivos! Falhas Transformantes • Exemplos de Falhas Transformantes no Atlântico • Podem ser muito longas • Zonas de fratura representam falhas inativas • São tão antigas quanto a idade da crosta oceânica 4/4/19 26 Falhas Transcorrentes • Termo preferencialmente utilizado para denominar falhas direcionais, sub-verticais, que ocorrem na crosta continental e apresentam as terminações “livres”, isto é não são limitadas por outras estruturas • Terminações livres significa: a extensão da falha em mapa aumenta com o acumulo de deslocamento • Então, quanto “maior” a falha, maior o deslocamento (St Andreas ~ 1200 km comprimento e ~300 km de deslocamento) • Não quer dizer que F. Transcorrentes nunca encontram obstáculos ou complicações durante a evolução. Elas podem interagir com outras estruturas (falhas p. ex.). Todavia elas não tem papel especial na cinemática das F. Transcorrentes Falhas Trancorrentes • Não são controladas pela cinemática de falhas extensionais ou contracionais • Evoluem conforme campo de stress próprio • São “Intraplaca” – anteriores poderiam ser “interplacas” Falhas de Empurrão/Sistemas de Cavalgamento Alóctone/Autóctone Janela e Klippe 4/4/19 27 Terminações Terminações
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