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BROTO OU BOTÃO CAPUZ OU BONÉ CÂMPANULA OU SINO COROA RAIZ Objetivo: Discutir o aspecto histológico do desenvolvimento dentário e o agrupamento dos diferentes tecidos que formam os dentes e seus tecidos ao redor. Existe uma complexa e intrincada cascata de expressão de genes, a qual ocorre para direcionar as células para o local correto e guiar a diferenciação celular. A odontogênese é um evento embrionário para formação de tecido dentário e o tecido de suporte. Todos os dentes seguem um processo similar de desenvolvimento, o qual é INDUTIVO, realizado por meio de sinalizações intercelulares que se estabelece principalmente entre dois tecidos: Epitélio de Revestimento da Cavidade Oral e Ectomesênquima, a partir da interação entre esses dois tecidos a especialização dos tecidos dentários e de sustentação começa a ocorrer. Fases da Odontogênse: 1. 2. 3. 4. 5. Ao longo da odontogênese vai ocorrer a formação do esmalte (Amelogênese), a da dentina (Dentinogênese), do cemento (Cementogênse) e o osso alveolar (Osteogênese). Período da Formação Embrionária e Eventos Iniciais: Os eventos que serão estudados ocorrem no embrião humano, em um local chamado cavidade oral primitiva ou estomódeo, que é uma estrutura que lembra um saco em fundo cego, fica entre proeminência cardíaca e proeminência encefálica e nesse estágio ela não tem comunicação com o trato digestório anterior, por conta da membrana buco faríngea. Essa membrana sofre desintegração, por volta do 27° dia do desenvolvimento embrionário, comunicando o estomódeo com a faringe. Nessa fase se encontra uma cavidade oral revestida externamente por um epitélio simples, de 2 ou 3 camadas de células, que recobre um tecido que está sendo invadido por uma população de células de origem ectodérmicas que migraram lateralmente da crista neural (quando ocorreu a formação das pregas neurais). Uma vez nesse local esse tecido passa a se comportar como mesênquima originando estrutura de natureza conjuntiva. Na 5ª semana de vida intrauterina ocorre a primeira sinalização que parte do epitélio oral primitivo (onde se encontra o fator indutor principal) essa sinalização gera uma proliferação desse epitélio que "invagina" para dentro do ectomesênquima que produz a BANDA EPITÉLIAL PRIMÁRIA que possui uma forma de ferradura que estabelece no arco superior e no arco inferior. Esse cordão epitelial (banda epitelial primária) logo após sua formação sofre uma bifurcação na sua região de base resultando em duas populações epiteliais proliferação que continuam mantendo sua forma de arco, correndo uma paralela a outra. Essa bifurcação é causada pela condensação de células ectomesênquimais na base, que gera uma força mecânica forçando a separação. Essa duas populações passam a receber nomes diferentes: Mais para fora- Lâmina Vestibular e a Mais para dentro da Cavidade oral- Lâmina Dentária. A lâmina vestibular vai evoluir e dar origem ao fundo de saco do sulco vestibular e a lâmina dentária evoluí para dar origem as etruturas dos dentes. (ao mesmo tempo que o dente vai formando a raiz ele vai se movimentando do local onde ele se origina até o local onde ele vai encontrar o seu antagonista, isso é importante porque é justamente esse encontro que permite que o dente realize suas funções) PARTEPARTE 11 ODONTOGÊNESEODONTOGÊNESE Cada esférula representa o início da formação dos germes dentários dos dentes decíduos. Iniciamos assim a primeira fase da odontogênese. É importante lembrar que os germes dentárias não se formam todos ao mesmo tempo. FASE DE BROTO OU BOTÃO - início da condensação ectomesenquimal na parte mais profunda da esférula - existem numerosas mitoses (atividade proliferativa) FASE DE CAPUZ OU BONÉ - tanto as células do epitélio quanto as células ectomesênquimais continuam em processos de mitoses que aumentam o nº de células. Esse aumento e a interação desses dois tecidos vai produzir mudanças morfológicas que estabelecem essa segunda fase. - as células ectomesênquimais que se proliferam na base da esférula "pressionam" essa base formando assim uma concavidade. Com isso as células crescem de forma desigual e no fim desse processo, a aparência se assemelha a de um capuz (gorro), por isso essa fase recebe essa nomenclatura. Na concavidade formada vai ser observada uma maior concentração das células ectomesênquimais. - é nessa fase que se estabelece o germe dentário e o folículo dentário, pois ainda que as células não estejam especializadas elas já se encontram em locais diferentes e são morfologicamente distintas. E por isso esses tecidos ainda que embrionários podem ser relacionados com os tecidos maduros que irão se diferenciar. Essa banda que se localiza mais externamente vai continuar se proliferando por meio de mitoses sucessivas aumentando sua espessura, as células centrais sofrem APOPTOSE (degeneração) que origina a separação dos lábios da estrutura da mucosa que reveste a gengiva e a mucosa alveolar. E origina uma fenda que é o futuro saco do sulco vestibular, se localiza entre as bochechas e os lábios e os futuros arcos dentários. Agora vamos estar observando as alterações morfológicas progressivas da lâmina dentária que vai originar os elementos dentários (os dentes). Após uma proliferação uniforme na região dos futuros arcos dentários, a lâmina dentária vai passar a apresentar em alguns locais atividade mitótica diferenciada, e por isso a partir da 8ª semana de desenvolvimento intrauterino em cada arco vão se originar 10 pequenas esférulas que vão invadir o ectomesêquima, ou seja, vão se aprofundar mais ainda. - ainda nessa fase haverá a infiltração de capilares sanguíneos adjacente ao epitélio mais externamente ao órgão do esmalte, que serão responsáveis pela nutrição dessa porção epitelial do germe dentário. - no Epitélio do Órgão do Esmalte: as células começam a apresentar diferenças morfológicas dependendo da sua posição. As células que estão localizadas na concavidade adjacente a condensação das células que formam o ectomesênquima da papila dentária, esse epitélio passa a ser chamado Epitélio Interno do Órgão do Esmalte, incialmente apresentam um formato cúbico. As células que revestem a concavidade externa do capuz epitelial passam a constituir o Epitélio Externo do Órgão do Esmalte e suas células tem um formato mais achatado/pavimentoso. E as células que ficam na região central do órgão do esmalte, entre o epitélio interno e o epitélio externo, vão se separando uma das outras e aumenta a quantidade de substância fundamental, rica em proteoglicanas, entre elas. Essas células adquirem forma estrelada por conta dos seus prolongamentos que fazem ligação umas com as outras, por meio dos desmossomos., por esse formato das células essa região passa a se chamar Retículo Estrelado. Formará o ESMALTE + DENTINA E POLPA Formará o PERIODONTO DE INSERÇÃO - Cemento, LP e Osso Alveolar FASE DE SINO OU CAMPÂNULA - nessa fase é possível observar que o epitélio do órgão do esmalte passa a assumir um formato de um sino (campânula), com a concavidade cada vez mais acentuada e as margens mais acentuadas. - há uma diminuição na divisão células tanto no E.O.E quanto na estrutura que forma o ectomesêquima. - aqui é possível observar modificações tanto na forma quanto na especialização das células. o retículo estrelado cresce em volume, principalmente a distância entre as células e seus prolongamentos, há um aumento de água e de proteoglicanos que as células produzem. as células do EEOE irão se achatar mais ainda, se tornando pavimentosas. as células do EIOE irão se alongar, se tornar cilíndricas baixas, com o núcleo mais centralizado. além disse, entre as células do retículo estrelado e as células do EIOE irá surgir uma nova camada de células que são chamadas de Células do Extrato Intermediário, possuindo 2 ou 3 linhas de células. Acredita-se que elas participem da formação do esmalte. nas bordas do "sino" são estabelecidos ângulos agudos no encontro do EEOE e do EIOE que formam as Alças Cervicais. a alça cervical é o local que no finalda fase de coroa tanto as células do EEOE tanto as células do EIOE se proliferam e constituem uma estrutura chamada de Bainha Radicular de Hertwig e é a partir dessa alça cervical que se inicia a indução da formação da raiz. na papila dentária observa-se que as células ectomesênquimais ainda apresentam-se indiferenciadas na sua região central e os capilares sanguíneos começam a penetrar a região da papila dentária. o folículo dentário torna-se mais evidente porque envolve todo o germe dentário até na sua extremidade oclusal. os ossos maxila e mandíbula ao se formarem constituem uma estrutura óssea ao redor do germe dentário para protegê-lo, que se denomina de cripta óssea, que é um espaço para o que haja o desenvolvimento do dente. esse dente em desenvolvimento se separa do epitélio oral, mas não totalmente, porque alguns grupos de células da lâmina dentária continuam ligadas ao epitélio oral formando o gubernáculo ou canal gubernáculo, na região da formação do osso. Os autores acreditam que essas células são importantes para direcionar a reupção dentária. há degradação das células que estavam ligadas ao epitélio oral e há a formação do teto da cripta óssea. Que futuramente será reabsorvido, justamente no gubernáculo, para permitir a erupção dentária. - é por conta disso, dessa especialização das células, da morfodiferenciação e deposição dos tecidos maduros do dente que essa fase também pode ser chamada de FASE DE MORFODIFERENCIAÇÃO E DE HISTODIFERENCIAÇÃO. - essa fase possui uma fase inicial e depois a estrutura da campânula perde o contato com a lâmina dentária por causa da fragmentação das estruturas que as une. E é na fase de câmpanula avançada que ocorre a diferenciação das células. - Na fase de Campânula Inicial: - Na fase de Campânula Avançada: na fase de campânula é possível observar alguns fenômenos morfogenéticos que vão levar a determinação da coroa desse futuro dente, isso se deve a formação de dobras do EIOE. Nesses locais, as primeiras células cessam as divisões mitóticas antes de iniciar a diferenciação nas células maduras que irão formar o esmalte, os ameloblastos. quando essas células param de se dividir elas vão estabelecer pontos fixos, que são formados por essas primeiras células que pararam de se dividir juntamente com as células que formaram as alças cervicais. A diferença entre esses pontos fixos e os pontos móveis é distinta entre cada grupo de dentes, isso determina formas de coroas distintas para cada grupo. como as outras células continuam com sua atividade mitótica, elas fazem uma força nos pontos fixos e isso gera as dobras no EIOE. Quando a atividade mitótica vai terminando sequencialmente, a partir dos vértices das cúspides em direção a cervical, as vertentes das cúspides vão se delineando estabelecendo a futura forma da coroa do dente. nos dentes anteriores as primeiras células que param de se dividir são as células que formam os bordos incisais. E nos dentes posteriores as primeiras células que param de se dividir para se diferenciar são as células que formam pontas de cúspides. as primeiras células que pararam de se dividir e geraram as dobras do EIOE, elas vão iniciar o processo de diferenciação celular que vai culminar no aparecimento de células capazes de originar os tecidos maduros do dente. as primeiras célula a se diferenciar são as células que ocupam os pontos fixos do EIOE. Essas células vão se alongar, ganhando altura, tomando forma cilíndrica e vão ter uma inversão da polaridade, ou seja, as estruturas internas trocam de lugar, o núcleo fica em cima e as estruturas produtores de proteínas ficam embaixo. Daí surge o PRÉ- AMELOBLASTO, é uma células em processo de diferenciação, capaz de produzir sinalizadores que vão interagir com as células do ectomesênquima induzindo elas a se diferenciarem. Essa sinalização é chamada de FÊNOMENOS DE INDUÇÃO RECÍPROCA. as células mais superficiais do ectomesênquima da papila dentária são induzidas a se diferenciarem em ODONTOBLASTOS, que começam a produção de DENTINA, que é o primeiro tecido que vai se depositar no dente, essa deposição contém os sinalizadores necessários para que ocorra um processo de continuidade de especialização dos pré- ameloblastos em AMELOBLASTOS (que continua ganhando altura e se tornando células com mais organelas de síntese, são aptas a formar a matriz do esmalte). na fase de campânula avançada tem-se o início de produção dos tecidos dentários na coroa, a dentina do manto e o esmalte dentário ali nos primeiros locais de deposição desses tecidos. - MORFODIFERENCIAÇÃO - HISTODIFERENCIAÇÃO A formação do osso basal, ou seja, a base do osso maxila e a base do osso madíbula ocorre ainda que não estejam se formando dentes. Entretanto, a formação do osso do processo alveolar só ocorre se tiver acontecendo formação de dente. a partir daí os eventos que acontecem são respectivos da fase de coroa. PONTOS FIXOS COROA COMPLETA E.I.O.E E.O.E LÂMINA BASAL ECTOMESÊNQUIMA PRÉ-AMELOBLASTOS AMELOBLASTOS FORMAÇÃO DE ESMALTE
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