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ENEM - FILOSOFIA: ORIGEM DA FILOSOFIA II - Do Mito à Filosofia

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ENEM – FILOSOFIA
ORIGEM DA FILOSOFIA II – Do Mito à Filosofia
A fronteira entre os limites do mito e da razão não são claros. Em um dado momento, o mythos,
a narração de histórias sobre a formação do povo grego não mais foram suficientes para explicar a 
sociedade, o mundo e a vida cada vez mais sofisticados. Havia portanto a necessidade de um modo 
mais exato de conhecimento e menos extraordinário ainda que, segundo Jaeger, o uso da razão não 
era algo antagônico à religião mítica, mas sim uma progressão do que já estava implícito mesmo 
nas histórias que embasavam as crenças gregas. As crenças mesmas é que eram o motivo da coesão 
e da busca pela excelência da sociedade grega.
A mitologia possuía um ingrediente necessário para despertar o grego à razão e à filosofia 
enquanto busca pelo saber: trata-se do espanto, do assombro, diante do cosmos e de sua ordem. O 
homem grego era alguém que queria investigar o conhecido e ao mesmo tempo sentir-se parte do 
cosmos, da harmonia. Fazer parte do cosmos era estar em harmonia – que é o que significa cosmos –
com a vida e para isso era necessário observar a religião bem como exercitar as suas capacidades 
até a excelência.
Para o historiador Werner Jaeger “Não é fácil definir se a ideia dos poemas homéricos, segundo
a qual o Oceano é a origem de todas as coisas, difere da concepção de Tales, que considera a água o 
princípio original do mundo; seja como for, é evidente que a representação do mar inesgotável 
colaborou para a sua expressão. Em todas as partes da Teogonia de Hesíodo reina a vontade 
expressa de uma compreensão construtiva e uma perfeita coerência na ordem racional e na 
formulação dos problemas.”
O desenvolvimento individual até um nível de aprimoramento, de excelência, exigia uma 
educação que estava embasada na cultura dos mitos como também no uso cada vez mais sofisticado
da razão. Ser grego era ser bom no sentido de competente, de perfeito, de excelente! Por isso, o uso 
da razão era cada vez mais exercitado – e os egípcios davam o exemplo pela sua excelência de 
sociedade através da matemática.
Conforme dito em outro paper, as primeiras investigações filosóficas acontecem em relação aos
fenômenos da phisis, entendida grosso modo como a natureza. Não há ainda investigações morais. 
As mesmas divindades gregas inclusas nas narrativas mitológicas estão também inclusas nos 
fenômenos da natureza e da vida da sociedade grega.

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