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Patrícia Miranda- MEDICINA ONDA P O impulso cardíaco deriva do nodo sinoatrial (marca passo do coração). Em condições normais é ele o responsável pelo início do estímulo elétrico. O nodo sinoatrial não é o único responsável por liberar descargas rítmicas para inicio de despolarização do miocárdio, em condições patológicas, por exemplo, essas descargas podem ser geradas pelo novo A-V ou nas fibras de Purkinje (chamado também de marca- passo ectópico). Durante a despolarização e contração atrial, eletrodos colocados sobre a superfície corporal registram um pequeno surto de atividade elétrica que dura uma fração de segundo (aproximadamente 0,12s) com voltagem entre 0,1 a 0,3milivolts em um ECG com calibração e velocidades padrões. Essa é a onda P, que é registro da disseminação da despolarização pelo miocárdio atrial do início ao fim. A onda P é produzida pelos potencias elétricos quando os átrios se despolarizam (através do estímulo do nosso sinoatrial), antes de da contração atrial começar. A onda P sinusal deve ser positiva na maioria das derivações de parede inferior (DII, DIII e aVF) e lateral alta (DI e aVL), o que indica um ritmo que surgiu no átrio direito. Anatomicamente falando o átrio direito é onde se encontra o no- sinoatrial, então lá se inicia a despolarização do coração, após a despolarização do átrio D a indução chega ao AE. O somatório dessas duas ondas formam a amplitude P. Sua duração é mais dependente do AD, porém a amplitude dependerá das duas ondas. (Como o nó AS está localizado no átrio direito, esse começa a se despolarizar antes do átrio esquerdo e também termina mais cedo. Portanto, a primeira parte da onda P representa, predominantemente a despolarização do átrio direito e a segunda parte representa a despolarização do átrio esquerdo. ) Pode-se dividir a despolarização atrial em 3 etapas (somando tudo da em torno de 0,12s/ três quadrados pequenos). 1. Ativação exclusiva do AD (duração média de 0,3s) Eletrocardiograma normal Patrícia Miranda- MEDICINA 2. Ativação conjuntiva da parte final do AD, do septo e do início do AE (duração média de 0,04s). 3. Ativação exclusiva do AE (duração média de 0,02s). As três coisas de principal observação: Avaliar duração: <12s(três quadrados). Avaliar amplitude: ate 0,25 mv(2,5 quadrados pequenos) Morfologia: na maioria das derivações POSITIVA Importância clinica: Avaliar se o ritmo é sinusal ou não. Avaliar sinais de sobrecarga atrial direta e/ou esquerda. Podem sugerir patologias como valvopatia mitral, tricúspide, hipertensão pulmonar e sistêmica severas. Se ausente, pode-se haver presença de fibrilação atrial ou flutter atrial. Patrícia Miranda- MEDICINA - Em casos onde o nó sinusal esteja gerando todos os estímulos elétricos que ativam os átrios mas que, por algum problema, quando estes estímulos chegam ao nó AV ele simplesmente não conseguem passar para os ventrículos. É como se houvesse uma barreira física a este fluxo. Nesse caso teríamos ondas P com morfologia sinusal, de mesma morfologia, mas não estariam estimulando os ventrículos na sequência. Nesse caso, teríamos ondas P dissociadas dos complexos QRS. Eletro 1 Patrícia Miranda- MEDICINA INTERVALO PR/RT • Nem sempre o complexo vai apresentar onda R* Por último (na avaliação do item onda P), analisaremos o intervalo PR que é medido do início da onda P até o início do complexo QRS. Ao final da despolarização atrial e passagem dos estímulos para o ventrículo essa onda sofre um retardo . Esse retardo fisiológico na condução é essencial para permitir que os átrios terminem a sua contração antes que os ventrículos comecem a se contrair. Permitindo que os átrios esvaziem completamente o seu volume sanguíneo dentro dos ventrículos antes que estes se contraiam. NO ECG isso apresenta um espaço “silencioso”. O intervalo normal é de 120 a 200ms (3-5mm ou a 3 a 5 quadrados menores). É mais curto em crianças e com o aumento da frequência cardíaca. Importância clinica: Avaliar presença de bloqueio atrioventricular. Avaliar infra desnivelamento- pode sugerir pericardite quando associado a outros achados. Avaliar síndrome de pre excitação(PR curto). - Como saber se o ritmo é sinusal? Ritmo. (Sempre faça “As quatro perguntas”) 1. Há ondas P normais presentes? 2. Os complexos QRS são largos ou estreitos? Devem ser sempre estreitos 3. Qual é a relação entre as ondas P e os complexos QRS? As ondas P sempre antecedem complexo QRS 4. O ritmo é regular ou irregular? Patrícia Miranda- MEDICINA COMPLEXO QRS Duração 50-100milisegundos Voltagem: 1,0 a 1,5mv contando desde o pico da onda R até o ponto mais baixo da onda S O eixo normal dos complexos se situam entre +90 e -30, que corresponde a uma predominância de positividade nas derivações DI e aVF (eixo entre 0 e +90, ou positividade em DI, com negatividade em aVF (eixo entre 0 e +90), ou positividade em DI, com negatividade em aVF, porém predominância de positividade em derivações DIII (eixo de 0 e -30°) A condução elétrica passa do nó AV para o feixe de His indo até as fibras de purkinje, depois essa corrente elétrica passa para as células do miocárdio ventricular. Ao chegar no miocárdio ventricular a corrente elétrica leva a despolarização até as células ventriculares. Essa despolarização ocasiona a contração do ventrículo. Abaixo teremos a representação normal do complexo QRS no eixo vertical Se apresentar o intervalo PR curto, devemos pensar em um ritmo ectópico atrial ou em pré- excitação (wolff- Parkinson-white). Lembrando que para caracterizar a síndrome de Wolff- Parkison- White deve haver sintomas, e que o PR curto é somente uma das características dessa síndrome (para WPW manifesto, deve haver também onda delta, QRS alargado e alterações de repolarização). Se o intervalo PR estiver longo, devemos pensar em atraso na condução atrioventricular do estímulo. (isso foi visto em P em eletro 1). Onda Q: primeira deflexão NEGATIVA Corresponde ao veto de despolarização septal Onda R: Primeira deflexão POSITIVA Corresponde ao veto resultante da despolarização das paredes livre dos ventrículos Ondas S: Deflexão NEGATIVA após a onda R Corresponde à despolarização das regiões basais dos ventrículos. Patrícia Miranda- MEDICINA Relembrando: Como já foi visto anteriormente no exemplo da ambulância. Quando ela se afasta do observador a representação é negativa, quando se aproxima é positiva e quando o observado se apresenta em região medial tem-se a representação positiva e negativa. Aqui em QRS será parecido. O QRS pode ter predomínio negativo, positivo ou isodifasica (onde onda positiva e negativa possuem a mesma distância), contudo, pode-se ainda apresentar uma onda muito pequena ou muito achatada chamada de isoelétrica (pode ser mais positiva ou mais negativa, porém, está próxima a linha de base). Essa representação é importante para avaliarmos os eixos elétricos, nele podemos observar desvios que vão ser características de algumas doenças coranarianas. O eixo normal de um individuo adulto vária de -30 a +90° Comportamento do eixo QRS NEGATIVO ISODIFÁSICO POSITIVO Patrícia Miranda- MEDICINA O complexo QRS na sua representação apresenta letras pequenas e letras grandes. GS: não tem R então formou-se um grande qs, geralmente associada a necrose qRSR’S’- bloqueio. Tipos de complexos QRS, que podem ser monofásicos, bifásicos, trifásicos, a depender da quantidade de ondas em cada complexo. Os detalhes das amplitudes são variáveis. A nomenclatura em maiscula e minúscula é baseada na onda prevalente, que será a maiúscula. As ondas positivas são sempre ondas R e as negativas são ondas Q e/ou S. Por padronização, a primeira onda negativa de um complexo QRS é denominadade onda “q”. Se a primeira onda for positiva, será denominada de onda “r”. Após uma onda positiva, se houver onda negativa esta será denominada de onda “s”. Se for apenas negativa, é padronizada a denominação de “QS”. A onda dominante do complexo será descrita com letra maiúscula. Representação do complexo QRS no eixo horizontal: Nas derivações do plano frontal (v1 a V6), os complexos QRS normais podem ser predominantemente negativos em V1, porém vão aumentando a sua positividade a medida que se aproximam de V6, onde tendem a ser praticamente positivos. É importante ainda avaliar a predominância de positividade em derivações de mesma parede, no sentido de afastar zonas eletricamente inatas. Patrícia Miranda- MEDICINA De acordo com a localização do eletrodo no decorrer do tórax teremos a inscrição com complexo horas com mais predomínio de R e horas com mais predomínio de S, isso é normal. Nas precordiais ela começa com predomínio de muito S em ventrículo e depois diminuindo até muito R (Septo e depois ventrículo E). Essa variação da morfologia vai de acordo com a localização pela qual estou observando. INTERVALO QT Atividade elétrica ventricular inicio do QRS ao termino da onda T Qual a importância? O aumento do intervalo QT pode predispor a arritmias graves, como torsades de points: SEGUE AS PRINCIPAIS CAUSAS: QT LONGO QT CURTO - HIPOCALCEMIA HIPERCALCEMIA - HIPOMAGNESEMIA -HIPERTEMIA - ISQUEMIA MIOCARDICA - ACIDOSE Sai de um grande S para um grande R no final. IMPORTÂNCIA CLINICA DO QRS - Avaliar a presença do bloqueio de ramo - Avaliar presença de áreas eletricamente inativas que sugerem infarto prévio -Avaliar sinais de sobrecarga ventricular -Avaliar pré-excitação Patrícia Miranda- MEDICINA - MEDICAMENTOS - USO DE DIGITALICOS - CONGÊNITA CONGÊNITA Na COVID pudemos perceber uma maior preocupação com o intervalo QT devido o uso de alguns medicamentos para tratamento como hidróxido de cloroquina e azitromicina que são fármacos que podem causar o aumento do intervalo. Outros medicamento como amiodarona também pode provocar esse aumento, por isso é de extrema necessidade avaliar o intervalo QT do paciente antes de iniciar um tratamento com tais fármacos. • Devemos evitar fazer o calculo do intervalo QT quando: -Ocorre fibrilação atrial ou quando não é possível delimitar o final da onda T. • Cálculos. Existem diversos cálculos utilizados o mais conhecido é o de Bazett: Geralmente é utilizado a fc do paciente se encontra normal Contudo, algumas literaturas trazem que a formula de Bazett pode se apresentar menos consistentes no caso de Fc<60 ou> 100bom. Com isso o mais indicado Para calcular, utiliza-se o maior intervalo QT observado geralmente presente em VII e VIII Para pacientes com taquiarritmias ou bradcardias pode- se usar: Patrícia Miranda- MEDICINA FACILITANDO 1º olhe DII longo: veja se a metade dividi certinho 2º visualize DII E V2 Aqui para o cálculo utilizamos o DII -QT corrigido (QTc) pela formula de Bazzet, onde: intervalo (numero de quadradinhos sobre a raiz quadrada de intervalo entre erres.) - 400 ms ou 40 s em adultos, correspondente de 9 a 10 quadradinhos. Em taquiarritmias é encurtado. Ele corresponde a toda a atividade elétrica do ventrículo, pois representa a despolarização do ventrículo QRS e a sua repolarização (segmento ST e onda T). • HOMENS: 450 ms • MULHERES: 470 ms • CRIANÇAS: > 340 ms a 460 ms. TRACE UMA LINHA BEM NO MEIO DE DOIS INTERVALOS RR. SE A ONDA P ULTRAPASSAR A LINHA É NECESSÁRIO MEDIR O QT. SE NÃO ULTRAPASSAR, PODEMOS CONSIDERAR QT NORMAL Patrícia Miranda- MEDICINA Formula de holdges: Conte os quadradinhos de QT e de R-R QT aproximadamente 18 R-R aproximadamente 30. Fc=52 bpm Se o eletro estiver em 25mm/s: O calculo da Fc será: 1500/R-R QT= numero de quadradinhos em intervalo QTx 0,04s. REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR • COMPOSTO POR - Ponto J: Ponto final do QRS em sua interseção com o segmento ST. É útil para o diagnóstico dos desníveis do segmento ST. O ponto J deve estar no nível da linha isoelétrica de base do traçado. Suas alterações é o sinal mais importante do padrão de repolarização precoce, permitindo realizar o diagnóstico embora não exista elevação de ST. O ponto J quando apresenta uma onda, também chamada de onda de Osbon, é uma das “novas ondas do ECG”. É uma onda pequena, positiva e arredondada, que aparece no final do QRS. Sua presença em derivações precordiais esquerdas ou em inferiores é um dos critérios de diagnóstico do padrão de repolarização precoce. Também se observa na hipotermia, hipercalcemia aumento do tônus vagal e lesões cerebrais medulares. QTc= QT+1,75.(Fc-60) QTc= (18 x 0,04s)+ 1,75 ((1500/30) -60) QTc= 72ms + 1,75 x ( 50-60) QTc aprox. 54,5 ms Aqui transformamos o resultado de QT que estaria em s para ms. Patrícia Miranda- MEDICINA - Segmento ST: O segmento ST começa no ponto J. já o final do segmento ST não é bem definido, porque ele se continua insensivelmente com o ramo ascendente da onda T. No eletrocardiograma normal não se determina o seu eixo (é um segmento normalmente isoelétrico nas doze derivações) nem sua duração (que se examina engloba no intervalo QT). Tolera um desnivelamenteo máximo de 1mm. Corresponde à fase inicial da repolarização ventricular. É o segmento da linha que segue e une o complexo QRS à onda T. Este segmento ST também deve estar no nível da linha isoelétrica de base do braçado. O segmento ST tem a forma ligeiramente curva com a concavidade superioe. Padrões retificados ou com convexidades superior em forma de abóbada são considerados anormais. Duração de aproximadamente 0,12. - Onda T: - VENTRICULAR Voltagem: 0,2 a 0,3 milivolts Derivações bipolares: O ECG obtido por essas três derivações registram ondas P e T positivas CURIOSIDADES Patrícia Miranda- MEDICINA Esta onda representa a repolarização ventricular e tal processo se realiza no mesmo sentido da ativação ventricular. Duração: deve-se enfatizar que as características normais da onda T não devem ser medidas isoladamente, estando tal medida embutida no cálculo do intervalo QT. Morfologia: esta onda é arredondada e assimétrica, sendo a primeira porção mais lenta que a segunda. Polaridade: normalmente a polaridade da onda T adota um caráter positivo na maioria das erivações, contudo em situações especiais ela adota um caráter diferente e não patológico. A onda de repolarização ventricular é a onda T do ECG normal. Normalmente, a repolarização do musculo ventricular começa em algumas fibras, cerca de 0,20 segundos após o início da onda de despolarização (o complexo QRS), mas em muitas outras fibras demora até 0,35 segundo. Assim, o processo de repolarização ventricular se estende por período longo, cerca de 0,15s. Por isso, a onda T do ECG normal é uma onda de longa duração, mas sua voltagem é consideravelmente menor que a voltagem do complexo QRS, em parte por causa de sua duração prolongada. . Devido ao período de contração septal e de outras áreas endocargicas serem maiores a maior porção da massa ventricular a se despolarizar primeiro é toda a superfície externa dos ventrículos, especialmente perto do ápice do coração. Como as superfícies apicais externas dos ventrículos se repolarizam antes das superfícies internas, a extremidade positiva do vetor ventricular resultante, durante a repolarização, é na direção do ápice do coração. Com consequência, a onda T normal em todas as derivações bipolares dos membros é positiva, oq eu consiste também na polaridade da maioria dos complexos QRS. Então, a onda P será positiva em D1, D2 e aVF. Obrigatoriamente negativa em aVR e com polaridadevariável em D3 e aVL, dependendo da posição elétrica do coração. Os corações com posição elétrica horizontal tendem a apresentar onda T negativa em D3 e em aVL, enquanto aqueles com posição vertical tendem a possuir T positiva em D3 em aVL. A projeção do vetor médio de T no plano horizontal situa-se para a esquerda e um pouco pra frente, quase paralela a V6, de modo que a onda T será obrigatoriamente positiva em V5 e V6. Normalmente positiva, mas pode apresentar-se difásica ou até negativa em V3 e V4 e extremamente variável em V1 e V2 (quando existe desvio para a esquerda do eixo de T, as derivações V1, V2 e até V3 podem apresentar onda T negativa). - ATRIAL A propagação da despolarização pelo músculo atrial é muito mais lenta que nos ventrículos, porque os átrios não têm sistema de Purkinje para a condução rápida do sinal de despolarização. Assim, a musculatura ao redor do nodo sinusal fica despolarizada por longo tempo, antes que a musculatura nas partes distais dos átrios o seja. Por consequência, a área nos átrios que também se repolariza primeiro é a região do nodo sinusal, a área que originalmente tinha se despolarizado primeiro. Dessa forma, quando a repolarização começa, a região em volta do nodo sinusal fica positiva em relação ao restante dos átrios. Portanto, o vetor de repolarização atrial é o oposto em relação ao vetor de despolarização. (Note que isso é contrário ao que ocorre nos ventrículos.) Patrícia Miranda- MEDICINA A chamanda onda T atrial vem cerca de 0,15 segundo depois da onda P atrial, mas essa onda T ocorre no lado oposto da linha zero de referência da onda P; isto é, usualmente ela é negativa em vez de positiva nas três derivações bipolares padronizadas dos membros. No ECG normal, a onda T atrial ocorre quase ao mesmo tempo que o complexo QRS dos ventrículos. Desse modo, ela é quase sempre totalmente obscurecida pelo grande complexo QRS ventricular, apesar de que, em alguns estados muito anormais, ela realmente apareça no registro do ECG.
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