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Módulo Pediatria

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PEDIATRIA 
 
 
MÓDULO 
Discente: Anna Beatriz Fonseca 
MedFTC2020.2 – 3º SEMESTRE – TURMA A – TUT3 
Transcrição aula + Tratado de Pediatria – Volume 1 e 2 
 
 Anna Beatriz Fonseca 
1- Semiologia Pediátrica 
2- Atendimento ao Lactente 
3- Desenvolvimento 
4- Crescimento e avaliação nutricional 
5- Aleitamento materno 
6- Alimentação complementar 
7- Anemias carenciais 
8- IVAS 
9- Prevenção de acidentes 
10- Desnutrição 
11- Obesidade 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
RELAÇÃO PEDIATRA + CR IANÇA + FAMÍLIA 
Em pediatria, a comunicação é extremamente importante, 
porque, muitas vezes, os pacientes e acompanhantes – na pediatria 
quase sempre o acompanhante será o relator – estão abalados. A 
palavra chave é escutar (= compreender). A caractéristica 
necessária é empatia, mas sem perda de limites, isto é, o médico 
deve manter a posição que lhe dá a força almejada pela família. 
▪ Aspecto particular: Cuidar de um ser em processo de 
crescimento e desenvolvimento; 
▪ Meta: Melhorar a qualidade de vida da criança, 
possibilitando sua incorporação adequada (crescimento e 
desenvolvimento) a um mundo cheio de exigências e 
desafios; 
▪ Maior tarefa: Procurar atribuir um sentido ao seu 
discurso aparentemente incompreensível (adequar a 
fala); 
▪ Evolução histórica: Visão curativa X Visão preventiva (a 
tentativa dos médicos é sempre ter uma visão preventiva, 
para que possa acompanhar a criança, porém, muitas 
vezes o atendimento será de objetivo curativo); 
▪ Conceito de integridade da criança: Avaliar aspectos 
nutricionais, convivência e risco social. 
ANAMNESE 
 
▪ A semiologia pediátrica é rica em detalhes. 
IDENTIF ICAÇÃO 
▪ Nome completo; 
▪ Nome da mãe (prioritariamente)/do pai; 
▪ Data de nascimento e idade; 
➢ Os meses da idade (Ex.: 0 anos e 10 meses; 1 
ano e 2 meses) é fundamental perguntar, pois 
pode ter diferença em possíveis diagnósticos, 
por exemplo. 
➢ Bebê pré e pós-termo tem idade corrigida. 
▪ Cor/Etnia; 
▪ Sexo/Gênero; 
▪ Naturalidade/Procedência; 
▪ Residência; 
▪ Estado civil; 
▪ Profissão; 
▪ Religião; 
▪ Informante (acompanhante); 
QUEIXA PRINCIPAL 
Motivo principal da consulta + tempo 
A queixa principal deve ser descrita com as palavras que o paciente 
ou o informante do paciente usou. 
 Atentar-se ao fato de que, a queixa dos responsáveis pode 
induzir a um falso diagnóstico; porém não fazer pré-
julgamentos; 
 Algumas queixas não vão precisar de tempo, apenas o 
motivo. 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL 
▪ Coletar sinais e sintomas de maneira cronológica; 
▪ Caracterização adequada: Início, duração, evolução, 
fatores de melhora e piora, relação com outras queixas, 
situação do sintoma atualmente e uso de medicações. 
INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO 
▪ Sinais gerais; 
▪ Pele e fâneros; 
▪ Cabeça e pescoço (crânio, face, pescoço, olhos, ouvidos, 
nariz, faringe e laringe); 
▪ Tórax (aparelho respiratório e cardiovascular); 
▪ Abdômen (aparelho digestivo); 
▪ Sistema gênito-urinário; 
▪ Sistema hemolinfopoiético; 
▪ Sistema endócrino; 
▪ Sistema musculoesquelético; 
▪ Sistema nervoso; 
▪ Exame psíquico e avaliação das condições emocionais. 
 
PE
D 1ª 
consulta
1ª semana
PE
D Consultas 
mensais
Até o 6º 
mês
PE
D Consultas 
bimestrais
Ate o 12º 
mês
PE
D Consultas 
trimestrais 
A partir de 
1º ano
Pediatria 
 
 
 
LI
N
K
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
ANTECEDENTES 
ANTECEDENTES F IS IOLÓGICOS 
▪ Marcos do desenvolvimento (Utiliza-se a escala de Denver 
– escala que é esperado que a cada mês/ano que se passa 
na vida de evolução de uma criança, o mesmo realize 
determinada funções/atitudes); 
➢ Ex.: “Sustentou o pescoço? Sentou com apoio? 
Sentou sem apoio? Engatinhou? Andou? E os 
dentinhos? Fala? Rendimento escolar”. Com 
quanto tempo ou quantos anos ele realizou 
essas atividades. 
▪ Crescimento/Puberdade (Antropometria ou curvas do 
crescimento, desenvolvimento escolar intelectual e social); 
ANTECEDENTES PATOLÓGICOS 
▪ Patologias; 
▪ Comorbidades e traumas; 
▪ Cirurgias, transfusões e internamentos; 
▪ Alergias e medicamentos em uso; 
▪ Imunização: Calendário vacinal. 
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS/NEONATAIS 
Antecedentes gestacionais: 
▪ Como decorreu a gravidez que gerou o paciente? – Se foi 
tranquila ou conturbada, se houve intercorrência 
sofrimento fetal, como foi e em que período?; 
▪ A gestação foi planejada?; 
▪ Realizou pré-natal? Quantas consultas?; 
▪ Realizou as sorologias? (TO R C HE S + HIV + HEPATITE 
B e C + HTLV). Ultrassom gestacional? Tipagem 
sanguínea materno (ABO + RH); 
▪ A mãe fez uso de medicações/ drogas/álcool durante a 
gestação? Quais? Em qual período?; 
▪ A genitora teve alguma virose ou doença durante a 
gestação? Qual? Em qual período?; 
▪ Teve exposição ambiental durante a gestação? Onde 
trabalhou? O que frequentou? 
É importante perguntar o período, porque o primeiro trimestre 
demanda maior atenção. 
Antecedentes neonatais e ao nascer: 
▪ Via de parto: Como a criança nasceu (Normal, cesariana, 
fórceps); 
 
▪ Idade gestacional: Duração da gestação: 
I. Pré – termo: Menos de 37 semanas. (Pré– termo 
extremo: menos de 28 semanas. Muito pré-termo: 28 
– 31 semanas e 6 dias. Pré – termo moderado: 32 – 
33 semanas e 6 dias. Pré – termo tardio: 34 semanas 
– 36 semanas e 6 dias); 
II. II. Termo: 38 – 41 semanas; 
III. Pós – termo: Mais de 42 semanas (nasce tipo um 
“velhinho”, “irrugadinho”, com unhas grandes, com 
muito sebo). 
▪ Peso e estatura ao nascimento: Apenas para o paciente 
TERMO: 
I. Pequeno para idade gestacional: menor que 2.500 g; 
II. II. Grande para idade gestacional: maior que 4.000 
g – Macrossômicos; 
III. III. Comprimento do RN: Ideal entre 48 aos 52 cm. 
▪ Mamou na 1ª hora de vida? – Vínculo mãe e filho, reflexo de 
sucção; 
▪ Eliminou mecônio (fezes – verde petróleo, gosmento) nas 48h 
– 72h?; 
▪ Teve icterícia? (Precoce ou tardia); 
▪ Teve alguma intercorrência no parto?; 
▪ Quando teve alta hospitalar?; 
▪ APGAR: Escala/Índice que consiste na avaliação das 
características do recém-nascido quando nasce: 
PONTOS 0 1 2 
Frequência 
cardíaca 
Ausente <100/min >100/min 
Respiração Ausente Fraca/Regular Forte/Choro 
Tônus 
muscular 
Flácido Flexão de 
pernas e 
braços 
Movimento 
ativo/ Boa 
flexão 
Cor da pele Cianótico/
Pálido 
Cianose de 
extremidades 
Rosado 
Irritabilidade 
reflexa 
Ausente Algum 
movimento 
Espirros/Choro 
▪ É realizado no 1º e no 5º minuto; 
▪ Considerado bom a partir de 7 pontos. 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
▪ Hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, infarto, 
cardiopatias, doenças oncológicas, doenças metabólicas, 
doenças genéticas, etc. 
HÁBITOS DE VIDA 
▪ Alimentação: Recordatório alimentar: (Analise dos 1ºs 
anos de vida e do período atual); 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Atividade Física (Qual tipo, frequência – em dias – 
duração, há quanto tempo prática); 
➢ Ex. Classificação Prática: Sedentárias, exercem 
atividades físicas moderadas e ocasionais 
(esporte, ballet etc.); 
▪ Tabagismo, Etilismo, Uso de drogas: Qual tipo, 
quantidade, frequência, há quanto tempo 
(principalmente adolescentes); 
▪ Sono; 
▪ Lazer; 
▪ Exposição a tela (Dispositivos móvel ou imóvel). 
CONDIÇÕES PSICOSSOCIAIS 
▪ Moradia e habitação (Limpeza, Saneamento básico, 
Eletricidade, coleta de lixo, etc.); 
▪ Higiene; 
▪ Relacionamento familiar e social (Convivência com os 
familiares e com as pessoas, aspecto psicológico); 
▪ Animais; 
▪ Atividades culturais. 
PECULIAR IDADES 
Diagnóstico sindrômico se baseia em: 
▪ Diagnóstico nutricional, do desenvolvimento, 
imunológico e patológico propriamente dito. 
EXAME FÍSICO 
▪ Existe variações conforme a idade da criança; 
▪ É importante conversar com a criança antes e duranteo 
exame - adquirir uma confiança com a criança, evitando 
receios e constrangimentos. 
1) Para crianças pequenas: Os sinais vitais são examinados 
no início do exame (ainda no colo do acompanhante) – 
para evitar o choro que pode atrapalhar; 
2) O exame do ouvido e garganta no final da consulta. 
FREQUÊNCIA CARDÍACA ( rpm) 
IDADE VARAIÇÃO 
Recém-nascido 120-160 
Lactante 28d a 2 anos) 90 – 140 
Pré-escolar (2 a 4 anos) 80 – 110 
Escolar (5 a 10 anos) 75-100 
Adolescente 60-90 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA ( imp.) 
IDADE VARIAÇÃO 
Recém-nascido 30-60 
Lactante (28d a 2 anos) 24-40 
Pré-escolar (2 a 4 anos) 22-34 
Escolar (5 a 10 anos) 18-30 
Adolescente 12-16 
TEMPERATURA 
CLASSIFICAÇÃO VARIAÇÃO 
HIPOTERMIA <36ºC 
NORMOTERMIA 36,1-37ºC 
FEBRÍCULA 37,1-37,5ºC 
FEBRE BAIXA 37,6-38,5ºCºC 
FEBRE MODERADA 38,6- 39,4ºC 
FEBRE ALTA 39,5-40,5ºC 
HIPERPIREXIA >40,6ºC 
PRESSÃO ARTERIAL (PA) 
▪ A aferição da PA em crianças deve ser realizada a partir 
dos 3 anos de idade anualmente, exceto os que possuem 
comodidades. 
É influenciada diretamente pelo sexo, altura e idade e para sua 
verificação precisa, após a checagem desses dados, obter o percentil 
de altura para, assim, enquadrá-lo no gráfico (feminino e 
masculino) de PA. 
▪ Deve circundar 80 – 100% da circunferência do braço, 
ter largura correspondente a 40% da circunferência do 
braço, no ponto médio entre o acrômio e o olécrano. 
IDADE LARG. X COMP. (manguito) 
Recém-nascido 2,5-4 x 5-9 
Lactente (28d a 2 anos) 4-6 x 11,5-18 
Criança 5-9 x 17-19 
Adulto 10,5-13 x 22-26 
Braço grande de adulto 14-15 x 30,5-33 
Coxa de adulto 18-19 x 36-38 
 Quando não existir o manguito ideal para o tamanho da 
criança, deve-se escolher o tamanho imediatamente 
superior, porque o manguito pequeno pode resultar em 
uma PA elevada. 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
TÉCNICA 
É necessário fazer 3 aferições em diferentes ocasiões. 
▪ A aferição da PA deve ser feita no braço direito, com a 
criança sentada e com as costas apoiadas, os pés no chão 
e a fossa cubital direita elevada, no nível do coração. Em 
lactantes, a aferição da PA deve ser feita com a criança 
deitada. 
Ao aferir a pressão, irá conferir na tabela - de acordo com o sexo, 
idade e estatura da criança (5 – baixa/ 10-95 normal/ >95 – alta) – 
se o percentil PA está adequado. 
Ex.: Tabela par sexo masculino: 
 
▪ P95: Hipertenso; 
▪ P99: Internação e farmacoterapia. 
Ex.: Garoto de 4 anos no percentil 25 de altura, foi aferida a PA de 105x60 
mmHg. Está dentro da normalidade? 
• Olha o sexo e idade; 
• Analisa o percentil da altura do paciente, e procura o valor da pressão que 
foi aferida, exato ou aproximado. 
 
A pressão sistólica está entre o percentil 90 e 95 então está boa, e a 
pressão diastólica no percentil 90, então também está boa. Essa 
criança não tem pressão alta no momento. 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
PESO 
O correto é fazer o exame com a criança de calcinha ou cueca. 
 A primeira 
balança de 15-18kg com o paciente deitado/sentado, depois utiliza-
se a segunda, com o paciente em pé. 
 Bebê pré e pós-termo tem peso corrigido até 3 anos. 
ALTURA 
Crianças menores de 2 anos, são medidas de comprimento, e não 
de estatura, pois são medidas em decúbito dorsal. 
 
O estadiômetro é utilizado para crianças de até 100cm, ao 
ultrapassar isso, a balança que possui medidor. 
 Medir a criança com fita métrica não é indicado, por ser 
mais provável o erro. 
PERÍMETROS 
Com fita métrica; 
▪ Cefálico (deve ser medida regularmente até os 2 anos): 
Nível da glabela e proeminência occipital – valor indireto 
do desenvolvimento neuropsicomotor; 
▪ Torácico (linha mamilar); 
▪ Abdominal; 
!!! Lembrar que na carteira de saúde da criança existe curvas e 
gráficos que ajudam a acompanhar a esperada evolução da criança. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
ECTOSCOPIA 
▪ Impressão geral; 
▪ Nível de consciência e reatividade (atitude); 
▪ Estado nutricional e biotipo; 
▪ Condições de higiene; 
▪ Aspecto da pele e mucosa: 
o Coloração (icterícia, cianose e palidez): 
▪ Icterícia no RN: Região sublingual; 
▪ Icterícia fisiológica: 2º ou 3º dia de vida, que persiste até uma 
semana; 
o Manchas mongólicas (traço da raça negra, equimoses, 
hematomas): EM nádegas e região lombo-sacral; 
 Fisiológica 
▪ Turgor; 
▪ Lesões elementares e descamações; 
o Miliária (inflamação das glândulas sudoríparas – CD 
lavagem com água e sabão) e milium facial; 
o Impetigo (bolhoso e crostoso); 
▪ Fâneros: Pelos e alterações em unhas; 
▪ Face: Típica ou atípica (sofrimento, medo, etc.). 
Lembrar que o ideal é fazer a avaliação crânio-caudal, porém 
a maneira do exame físico na criança, deve ser feito inicialmente no 
colo da mãe e realiza-lo na ordem que ela começa a permitir. 
CABEÇA E PESCOÇO 
▪ Cabeça: 
o Inspeção: Conformação, simetria e proporção 
craniofacial; 
o Palpação: Consistência, suturas e fontanelas. 
O perímetro cefálico deve ser medido até os 2 anos da criança e 
ser analisado nas curvas das cadernetas. 
 Fontanelas: (Medidas indiretas do perímetro) Em caso de 
deformação, pode ser um sinal de hidratação e de problemas 
neurológicos (abaulamento e irritabilidade associada). 
 
Bossa: Céfalo-
hematoma móvel, sem 
restrição a ossos devido a 
passagem do bebê no canal 
vaginal (parto normal). 
▪ Pescoço: 
o Adenomegalias; 
o Torcicolo congênito; 
o Assimetrias; 
o Cadeias ganglionares (crianças pequenas podem ter 
linfonodos aumentados). 
OLHOS 
▪ Avaliação da visão no RN: Aspecto e simetria, pupila e 
intensidade de reflexo vermelho; 
▪ Pré-escolar: Estrabismo e acuidade visual; 
▪ Escolar e adolescente: Acuidade visual; 
OUVIDOS 
Avaliação da acuidade auditiva: No lactente, observar 
“pestanejamento” dos olhos, susto ou direcionamento da cabeça em 
resposta a um estímulo sonoro e, em crianças maiores, sussurra-se 
uma ordem a 24cm. 
CAVIDADE BUCAL 
▪ Lesões (língua, palato): 
o Palpa-se o palato na primeira consulta; 
o Língua: Teste da linguinha (forma de coração), língua 
geográfica e em morango; 
o Dentes: Oclusão, cáries, tártaro, placas bacterianas e 
defeitos de alinhamento. 
▪ Orofaringe: 
o Presença de úvula; 
o Não é esperado ter amigdalas (a partir de 1 e funcionante 
a partir de 2 anos); 
▪ Otoscopia - Traciona-se um pouco para tentar retificar: 
o Avaliação do conduto; 
o Membrana timpânica; 
o Apófise lateral do martelo; 
o Umbo e Uncus; 
o Apófise longa do martelo; 
o “Pars” tensa e “Pars” flácida; 
o Reflexo luminoso; 
o Cera: Ausência é preocupante (orientar importância e 
higienização unicamente externa). 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
TÓRAX 
▪ Inspeção: Abaulamentos e retrações, cicatrizes, assimetrias, 
arcabouço crostal e mamilos extra-numéricos; 
▪ Aparelho cardiovascular: 
o Ictus (3 ou 4º EI); 
o Frêmitos - sentir som e vibração; 
o Palpação de pulsos (radiais, femorais e/ou tibiais); 
o Ausculta cardíaca: Focos de ausculta; 
desdobramentos; sopros (tipos, intensidade e 
irradiação). 
▪ Aparelho respiratório: 
o Expansibilidade; 
o Percussão; 
o Ausculta: (O ideal é o paciente sentado, e se for 
deitado lembrar de auscultar anterior e posterior; 
comparar os sons de cada hemitórax; auscultar 
fossas supra e subclaviculares para depois os ápices 
pulmonares); 
• Som traqueal (passagem de ar pela traqueia): 
Audível na região do pescoço sobre a traqueia; 
• Som bronquial (passagem de ar pelos 
brônquios de maior calibre): Audível na face 
anterior do tórax, próximo ao esterno; 
• Som vesicular (passagem de ar pelo 
parênquima pulmonar): Murmúrio vesicular; 
▪ Sons pulmonares: 
o Som broncovesicular; 
o Estertores secos: Superpõem-se aos ruídos normais: 
• Roncos (movimentação de muco nos brônquios 
e modificam-se com a tosse); 
• Sibilos (obstrução de fluxo aéreo): 
 Monofônico: Asma; 
 Polifônico: DPOC, inspiraçãoforçada; 
o Ruídos transmitidos; 
• Egofonia (paciente dizendo “E”, sai o som de 
“A”) – com a campânula do estetoscópio; 
• Estridor (obstrução alta de laringe). 
o Ruídos adventícios (casuais): 
• Estertores úmidos (abertura dos alvéolos 
colapsados ou ocluídos com liquido viscoso – 
crepitantes; não se modificam com a tosse); 
• Atrito pleural (camadas da pleura com 
superfície espessada movimentam-se 
silenciosamente); 
 
ABDOME 
▪ Inspeção: 
o Cicatriz abdominal; 
o Hérnias umbilical (pode esperar até os 4 anos); 
o Cordão umbilical; 
▪ Ausculta (RHA); 
▪ Percussão; 
▪ Palpação superficial; 
▪ Palpação profunda: Fígado, baço e lojas renais o Punho-
percussão somente em crianças maiores. 
GENITAL E PER INEAL 
▪ Inspeção; 
▪ Características sexuais (escala de Tanner): 
o Meninos: Aspecto e tamanho do pênis, testículos e bolsa 
escrotal, exposição da glande e orifício uretral. 
• Fimose (fisiológica): Aderência de proteção, 
fisiológica até os 2 anos (lavagem com água e sabão 
exclusiva); 
• Criptorquidia: Testículos em região inguinal 
(cirúrgico caso não consiga descê-los com palpação 
– risco de infertilidade); 
• Hérnias inguinais. 
o Meninas: 
• Simetria dos lábios, cor, clítoris e hímen; 
• Sinéquia vulvar (fusão de pequenos lábios – 
medicação). 
APARELHO LOCOMOTOR E NEUROLÓGICO 
O desenvolvimento neuropsicomotor é realizado de forma 
craniocaudal. 
▪ Membros: 
o Marcha (genovaro e genovago); 
o Deformidades (dedos alterados, pé torto congênito – 
quedas frequentes); 
o Assimetrias; 
o Amplitude dos movimentos. 
▪ Articulações: 
Aspecto e 
mobilidade (ativa 
e passiva): 
o Barlow test e 
Ortolani 
test: 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Coluna vertebral: Simetria, desvios e postura; 
▪ Reflexos primitivos: 
o Tônico-cervical; Moro; Preensão palmar e plantar; Sucção 
reflexa; Reflexo de busca; Pontos cardeais; Marcha 
reflexa. 
Ex. de alguns reflexos: 
 
 
São fisiológicos, mas caso desaparecerem e retornarem, 
tornam-se patológicos. 
▪ Pares cranianos: 
o Pars olfatório: Potinhos com cheiro; 
o Pars óptico: Verificação do campo visual; 
o Pars oculomotor, troclear e abducente: 
Acompanhamento com olhar e fotoreatividade das 
pupilas; 
o Pars trigêmeo: Verbalização (movimentos linguais); 
o Pars abducente; 
o Pars facial: Mímica da criança; 
o Pars vestíbulo-coclear: Equilíbrio; 
▪ Reflexo vermelho: Teste do olhinho. 
 
 
 
 
QR Code: Caderneta da criança – 2020 Brasil: 
 
Respectivamente, da menina e do menino. 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
PUERICULTURA 
Atendimento ambulatorial que compreende a realização periódica 
de consultas de pacientes de zero a 19 anos com o pediatra para 
uma avaliação/supervisionamento do crescimento e 
desenvolvimento, cujo foco é a prevenção e a educação a saúde, 
sendo fundamental o vínculo do pediatra com a criança e a família. 
▪ O pediatra necessita ver as crianças de forma global; não se 
ater somente à queixa da mãe; e o exame físico deve ser o mais 
completo possível. 
Quando deve iniciar a puericultura? 
▪ No pré-natal – para dúvidas serem sanadas e começar um laço 
entre o pediatra e a família: 
o Reduz morbimortalidade neonatal, melhora 
assistência ao recém-nascido em sala de parto e 
possibilita a consulta pós-natal dentro da primeira 
semana de vida; 
o Reduz os medos e ansiedades da família. 
Lactante 
0 a 2 anos 
Pré-escolar 
2 a 4 anos 
Escolar 
5 a 10 anos 
Adolescente 
11 a 19 anos 
1ª semana 15 meses 5 anos 11 anos 
1º mês 18 meses 6 anos 12 anos 
2 meses 24 meses 7 anos 13 anos 
3 meses 30 meses 8 anos 14 anos 
4 meses 36 meses 9 anos 15 anos 
5 meses 42 meses 10 anos 16 anos 
6 meses 48 meses - 17 anos 
9 meses - - 18 anos 
12 meses - - 19 anos 
▪ Primeira consulta: 7 a 10 dias após a alta; 
▪ Revisões mensais: até 6 meses de idade; 
▪ Revisões bimestrais ou trimestrais: 6 meses aos 12 meses de 
idade; 
▪ Revisões trimestrais: 12-24 meses; 
▪ Revisões semestrais: 2 a 4 anos; 
▪ Revisões anuais: dos 4 até a puberdade. 
A primeira consulta médica deve ser abrangente, pois, além de 
anamnese e exame físico completo, deve ser bastante explicativa e 
tranquilizadora para a família. 
CONSULTA 
Temas sobre a alta da maternidade e todos os procedimentos e 
exames feitos com o bebê, ganho e perda de peso, vacinação, testes 
de triagem – teste do pezinho (identificar doenças metabólicas, 
hereditárias e infecciosas), teste da orelhinha (detecção precoce de 
doença auditiva), teste da linguinha (observa a anquiloglossia – 
língua presa), teste do coraçãozinho (identificar cardiopatia 
congênita), teste do olhinho/reflexo vermelho (alterações 
oftalmológicas) – icterícia, adaptação e como lidar com a criança 
devem ser abordados. 
Um dos instrumentos mais utilizados para a avaliação e 
monitoramento do lactante é a caderneta de saúde da criança: 
▪ Na consulta deve explicar aos pais a importância da 
caderneta para o crescimento e desenvolvimento da 
criança, abrir a caderneta e mostrar o que a compõe, 
além de, explicar como usar a mesma quando está 
sem a presença do pediatra. 
O que é avaliado? 
o Crescimento – comprimento e estatura – e 
desenvolvimento neuropsicomotor – se a criança atinge 
as expectativas no determinado período que está – 
através das curvas de crescimento. 
o Estado vacinal; 
o Estado nutricional – medidas antropométricas – e 
histórico/recordatória alimentar – se faz aleitamento 
materno exclusivo (até os 6 meses) e se após os 6 meses 
introduziu alimentos e continuou o aleitamento ou 
parou; o que come do café, almoço, jantar; se possui 
lanche e ceia e o que come; 
Alimentação passada e atual, sendo essa última – o que e como 
come, que horas, o que a família come e realizar o recordatório. 
o Capacidade visual, função auditiva– algum problema 
pode atrasar o desenvolvimento; 
o Saúde bocal; 
o Desenvolvimento da sexualidade – orientação aos pais 
sobre a forma que irá abordar o tema. 
o Condições do meio ambiente – comportamento, cuidado 
com a criança, higiene. 
Pediatria 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
Hábitos diários: 
o Padrão de atividades físicas diárias – se pratica atividade 
física, se briga, se corre; 
o Sono, quantidade e qualidade – quanto tempo dorme, se 
ronca, se possui apneia; 
o Exposição à mídia – quando tempo fica em frente à TV, 
celular, tablet e aconselhar a mãe a diminuição dessa 
exposição (não é recomendado nenhum uso até os 2 
anos). 
A orientação de boas condutas dos hábitos diários começa 
desde cedo, ex.: como prevenir acidentes – escadas, brinquedos –, 
higiene com a saúde – lavar as mãos antes de alimentar e após ir 
ao banheiro, lavar frutas e verduras –; ter cuidados na 
manipulação de alimentos, ter higiene do sono – diminuir as luzes, 
evitar barulhos –, coibir o uso de telas antes de 2 anos de idade e 
estimular as atividades lúcidas – leitura, brincadeiras de roda, 
cantigas, bicicleta. 
O pediatra, desde a primeira consulta, deve tratar a criança e os 
pais ou responsáveis com amorosidade, porém sem perder a 
postura e credibilidade. O “trazer pra perto” cria uma relação de 
confiança entre a família com o pediatra, ajudando tanto na perda 
de medo e receios, como também facilita a abordagem sobre a 
criança. Também cabe ao profissional perceber se há relação de 
amor, cuidado entre a criança e a família. 
Lembrar que na consulta de puericultura, nem sempre a foco 
na queixa principal e na história da moléstia atual, pois o foco é no 
acompanhamento da criança. 
o Quando faz o interrogatório sistemático algumas 
demandas podem aparecer (ex.: perda de peso, alterações 
na cor da pele, êmese, flatulência). 
Usar sempre linguagem acessível com os pais e pacientes a fim 
de sanar todas as dúvidas e questões. 
O recolhimento dos antecedentes pessoais deve-se ser no pré-natal,caso não, é recolhido na 1ª consulta – preferencialmente na 1 
semana de vida da criança. 
▪ Antecedentes obstétricos/neonatais: Ex.: idade da mãe, 
número de consultas pré-natal, sorologias, parto, 
APGAR, situação neonatal e etc.; 
▪ Antecedentes fisiológicos: Ex.: Marcos do 
desenvolvimento, crescimento (avaliar a curva), 
puberdade – escalar de Tunner – e etc.; 
▪ Antecedentes patológicos: Ex.: patologias prévias, 
internações, cirurgias e transfusões prévias, alergias, 
imunizações, medicação em uso e etc. 
EXAME FÍSICO 
▪ Não segue nenhuma ordem, e geralmente se inicia 
observando a criança – desde o momento que chega no 
consultório –; a avaliação do desenvolvimento se dá 
durante toda a consulta. 
• Para começar a tocar no bebê, comece com ele no colo da 
mãe, com ele calmo (sugere-se iniciar pelo sistema 
cardíaco e respiratório) e deixar orofaringe, 
antropometria e outras etapas mais desconfortáveis para 
o final. 
Atentar-se ao exame neurológico. 
CONCLUINDO A CONSULTA 
▪ Diagnóstico sindrômicos, ex.: 
o Nutricional; 
o Adequadação do DNPM; 
o Alimentação; 
o Situação vacinal; 
o Condição socioeconômico. 
▪ Diagnóstico nosólogico: Realizado através da HMA e do 
exame físico; 
▪ Condultas: (Deve-se anotar a conduta indicada para o 
diagnóstico. Possíveis condutas: 
o Profilaxia Anemia x Suplementação vitamina D; 
o Orientações e prevenção; 
o Estímulos. 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
▪ De rotina: 
o Hematimetria com ferritina e os protoparasitológico no 1º 
ano de vida; 
Condultas
Profilaxia 
Anemia
Se LM 
A partir de 3 
meses 
(*1/mg/kg/dia) 
até 24 
meses
Se fórmula 
(>500 
ml/dia)
A partir de 
6 meses 
(1/mg/kg/dia
) até 24 
meses
Suplementação 
de vitamina C
400 ul/dia 
até 12 
meses
600 ul/dia 
de 12 a 24 
meses
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▪ Eventuais para com os risco dos antecedentes; 
o Displêmicos: Incluir, a partir dos 3 anos de idade, perfil 
lipídico e glicemia; 
o Obesos e usuários de corticosteroides, Como os atópicos: 
Dosagem de 25-OH e vitamina D. 
Obs . : A per igosa cul tura do pronto socorro (PS) de 
acordo com Iayme Murahovschi : 
1ª questão: Qual o objetivo do pronto-socorro? Atender pacientes 
que estejam em estado de urgência ou emergência; 
2ª questão: Por que atualmente se vai tanto ao pronto-socorro? 
Devido ao acesso rápido ao atendimento e a exames. 
3ª questão: E por que se vai tanto ao pronto-socorro sem 
necessidade real? Muitas vezes, por não sanar as dúvidas na 
puericultura, e os pais buscam resposta para os problemas do filho. 
4ª questão: Porque cuidar das crianças fora das urgências? Para 
evitar exposição e não é adequado para as medidas preventivas. 
 
 
 
Quando se deve ir ao PS: 
▪ Febre muito alta; criança abatida/gemente; vômitos que não 
param/ diarreia líquida intenda; dor de cabeça súbita forte; 
falta de ar, crise asmática forte; acidentes e traumas, 
intoxicação; urgências em que o pediatra não pode ser 
encontrado. 
Obs.: Comunique o ocorrido ao seu pediatra o mais breve 
possível; nunca fazer tratamentos completos no PS, fazendo 
retornos frequentes com plantonistas diferentes. 
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QR Code: Caderneta da criança – 2020 Brasil: 
 
Respectivamente, da menina e do menino. 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
O termo “desenvolvimento” tem sido o mais utilizado para 
abranger os vários aspectos interligados que caracterizam a 
evolução dinâmica do ser humano a partir da sua concepção, ou 
seja, é o processo de construção da identidade humana, resultante 
da interação entre as influencias biológicas, a história de vida e seu 
contexto cultural e social. 
A genética é um fator determinante para o desenvolvimento 
humano, porém, o meio ambiente – interação com os fatores 
ambientais – é crucial para alcançar sua potencialidade, logo, é 
fundamental que ocorra ampla e adequada variação de estímulos e 
experiências, para favorecer todo o seu potencial. 
▪ O sucesso depende da integridade dos vários órgãos e sistemas 
(principalmente do sistema nervoso que participa de toda 
ordenação funcional); 
o O tecido nervoso cresce e amadurece, tendo o 
desenvolvimento das sinapses nos primeiros anos de 
vida (2-3 anos); 
o Nesse período é mais vulnerável a agravos de 
natureza diversa (ex. meningite, trauma) que 
interfiram no desenvolvimento, mas também é nesse 
período que a criança melhor responde aos 
estímulos e intervenções devido a sua grande 
plasticidade. 
O desenvolvimento compreende alguns domínios de função 
interligado: 
▪ Sensorial; 
▪ Motor (grosseiro e fino); 
▪ Linguagem (corporal também); 
▪ Social (dissociar da família); 
▪ Emocional; 
▪ Cognitivo; 
▪ Adaptativo. 
PREVALÊNCIA 
▪ Estima-se que 1 em cada 8 crianças tenha alterações do 
desenvolvimento; 
▪ Segundo a OMS, 200 milhões de crianças abaixo de 5 anos tem 
desenvolvimento abaixo do seu potencial; 
Obs.: Ainda ocorre atraso no diagnóstico, mesmo nas crianças 
regularmente acompanhadas. 
Crescimento (físico, é o aumento do tamanho) e 
desenvolvimento (capacidade funcional) ocorrem de forma mútua. 
A evolução se dá em uma sequência fixa, mas em ritmo 
variável. 
A direção da evolução é céfalo-caudal, crânio-caudal (cima 
para baixo), e próximo-distal (dentro para fora). 
AVALIAÇÃO 
Processo contínuo – rotineiro e sistemático que devem acontecer em 
todas as visitas de puericultura – de acompanhamento das 
atividades relativas ao potencial de crianças para detecção precoce 
de desvios e atrasos. A avaliação é feita de forma individualizada e 
compartilhada com a família, ou seja, é necessário respeitar a 
particularidade de cada criança, até porque não existem limites 
fixos de desenvolvimento, além de levar em conta o contexto 
psicossocial que a criança está inserida. 
A meta da avaliação é verificar se a criança acompanha o potencial 
adequado para a idade, ou, caso não tenha atingido, identificar 
precocemente crianças em risco e intervir. 
▪ Fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento: Ausência 
de pré-natal, problemas na gestação, prematuridade, baixo 
peso ao nascer, icterícia grave, hospitalização no período 
neonatal, doenças graves (ex.: meningite, traumatismo 
craniano e convulsões), parentesco entre os pais, casos de 
deficiências ou doença mental na família (principalmente na 
mãe durante a gestação), fatores de riscos ambientais (ex.: 
violência doméstica, drogas e álcool), além de alterações físicas 
(ex.: perímetro cefálico e presença de alterações fenotípicas). 
O momento da avaliação também serve para estimular e ensinar 
aos pais ou responsáveis. 
▪ Caderneta de saúde da criança: Disponibiliza uma 
sistematização para vigilância do desenvolvimento e isso 
permite acompanhar aquisição dos principais marcos do 
desenvolvimento, tanto os médicos como os pais. 
Pediatria 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 
São referências usada para acompanhar o desenvolvimento. 
Idade/tempo que são analisados os marcos do desenvolvimento. 
▪ Recém-nascido; 
▪ Lactente: 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses; 
▪ Dos 3 aos 7 anos; 
▪ Após: Avaliação das funções corticais superiores e 
desempenho escolar. 
 
Tabela disponível na caderneta da criança sobre os marcos de 
desenvolvimento, como analisar, classificar e a conduta que deve 
tomar: 
 
NEURODESENVOLVIMENTO 
MOTOR 
A primeira musculatura a ser controlada é a ocular, depois há o 
controle progressivo da musculatura para sustentação da cabeça e 
depois do tronco. Por volta do 3º trimestre, a criança adquire a 
posição ortostática, garantindo as primeiras tentativas de 
engatinhar. 
Algumas crianças andam sem ter engatinhado, e isso não 
indica anormalidade. 
▪ Grosseiro: Pega um objeto coma mão inteira; 
▪ Fino (dependente da visão): Quando objeto é pego com a mão, 
como se fosse uma pinça. 
COGNITIVO 
▪ Aprendizagem; 
▪ Linguagem (dependente da audição): Oral e corporal: 
o Pelos 2-3 meses, há gritos (vogais); 
o Pelos 6 meses, há lalalismos (ex. lala, papa, mama); 
o Fala: Só quando o bebê tem a intenção de falar. 
PSICOLÓGICO 
▪ Comportamento. 
REFLEXOS 
▪ Marcha reflexa: Até 2° mês; 
▪ Reflexo de Galant (encurvamento do tronco ao apoiar a 
mão no tronco do bebê): Até 2° mês; 
▪ Reflexo de Busca: Até o 3° mês; 
▪ Sucção reflexa: Até o 4° mês; 
▪ Preensão palmar: Até o 4° mês; 
▪ Reflexo de Moro: Até o 6° mês; 
▪ Reflexo tônico-cervical assimétrico: Até o 6° mês; 
▪ Reflexo extensor cutâneo plantar: Até o 10° mês; 
▪ Preensão plantar: Até o 12° mês. 
RECÉM-NASCIDO 
O que esperar do recém-nascido? 
▪ Reflexos profundos (tono): 
o Hipertonia flexora dos 4 membros; 
o Hipotonia axial (de cabeça para baixo, com os 
braços e pés soltos); 
o Hiper-reflexia profunda. 
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▪ Reflexos primitivos: Todos presentes no RN a termo, já os 
bebês prematuros podem não ter desenvolvido ainda; 
 
 
▪ Funções cerebrais superiores: Pode seguir objetos com os 
olhos, iniciando a corticalização. 
3 MESES 
▪ Reflexos profundos (tono): Iniciando hipotonia fisiológica; 
▪ Reflexos primitivos: 
o Presentes: Sucção, Moro, mão-boca, preensão palmar, 
preensão plantar, cutâneo-plantar extensor; 
o Desapareceram: Marcha reflexa, apoio plantar, tônico-
cervical assimétrico/esgrimista; 
▪ Equilíbrio estático: Firma o pescoço; 
▪ Equilíbrio dinâmico: Movimenta a cabeça; 
▪ Coordenação: Junta as duas mãos na linha média (centro do 
corpo); 
▪ Funções corticais superiores: Fixa o olhar, sorri socialmente, 
atende ao som com procura da fonte emissora, além de 
reconhecer a voz dos cuidadores, e usa vogais (gorjeio, ex.: aa). 
6 MESES 
▪ Reflexos profundos (tono): Hipotonia fisiológica importante e 
reflexos profundos semelhantes ao adulto (ex. cubital, 
patelar); 
▪ Reflexos primitivos: 
o Presentes: Preensão plantar e cutâneo plantar extensor; 
o Desaparecem: Sucção, preensão palmar, moro e mão-
boca; 
▪ Equilíbrio estático: Senta com apoio, iniciando sem apoio; 
▪ Equilíbrio dinâmico: Muda de decúbito (rodar); 
▪ Coordenação: Retira pano do rosto e preensão voluntária 
(pegar de forma grosseira); 
▪ Funções cerebrais superiores: Atende pelo nome, demonstra 
estranheza diante de desconhecidos, localiza o som 
lateralmente e usa vogais associadas a consoantes. 
9 MESES 
▪ Reflexos profundos (tono): Hipotonia fisiológica em declínio; 
 
▪ Reflexos primitivos: 
o Presentes: Preensão plantar e desaparecendo o cutâneo 
plantar extensor; 
▪ Equilíbrio estático: Senta sem apoio e fica na posição de 
engatinhar; 
▪ Equilíbrio dinâmico: Engatinhar (nem todas as crianças) e 
pode andar com apoio; 
▪ Coordenação: Pega objetos em cada mão e troca, preensão 
manual de (pinça superior em escada); 
▪ Funções cerebrais superiores: Localiza o som de forma indireta 
para cima e para baixo – Palavras de sílabas repetidas com 
significado (primeiras palavras) palavras-frase. 
12 MESES 
▪ Reflexos profundos (tono): Semelhantes ao do adulto; 
▪ Reflexos primitivos: 
o Presentes: Preensão plantar e em desaparecimento 
cutâneo-plantar extensor; 
▪ Equilíbrio estático: Em pé com apoio; 
▪ Equilíbrio dinâmico: Iniciando a marcha sem apoio; 
▪ Coordenação apendicular: Pinça superior individualizada 
(dedão com dedão); 
▪ Funções cerebrais superiores: Localiza a fonte sonora direto 
para baixo e indireto para cima, usa palavras corretamente e 
produz jargão. 
2 ANOS 
▪ Aprimoramento dos movimentos e equilíbrio; 
▪ Sobe e desce escada; 
▪ Fala mais de 10 palavras; 
▪ Começa a correr; 
▪ Pula com 2 pés; 
▪ Inicia controle de esfíncteres. 
TREINAMENTO ESFINCTERIANO 
Deve ser feito com 36-39 meses (limite de 42 meses – 3 anos e meio), 
quando a criança se conscientiza sobre sua própria necessidade de 
eliminar urina e fezes (sinais de prontidão), estando apta a ser 
“treinada”, e não forçada. 
▪ Recomenda-se que as crianças não sejam forçadas a iniciar o 
processo de treinamento até que apresentem sinais de 
prontidão, ex.: 
o Obedecer a sinais simples; 
o Reconhecer o sinal de fazer xixi (Obs.: o controle da 
evacuação, em geral, precede o controle da micção); 
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▪ É recomendado somente o uso de elogios para reforços, e 
desencoraja o uso de recompensas de doces e bem materiais, 
além disso, não deve brigar com a criança quando ela não fizer 
no lugar correto (ex. pinico); 
Motivos de insucesso do treinamento: 
▪ Aproximadamente 2% a 3% das crianças apresentam 
problemas durante o processo do treinamento esfincteriano e 
isso acontece, em geral, quando iniciado na ausência de sinais 
de prontidão ou quando falta de homogeneidade na 
orientação por parte de um dos pais; 
▪ O treinamento deve ser feito no ambiente em que a criança 
convive, e não em vários lugares (ex.: casa + casa do avô). 
Passos para o sucesso do treinamento esfincteriano: 
1. Procurar por sinais de prontidão; 
2. Falar sobre o banheiro com a criança; 
3. Escolher o pinico ou o vaso sanitário com redutor de 
assento e apoio dos pés adequado a criança; 
4. Escolher o momento certo; 
5. Demonstrar o método; 
6. Realizar o reforço positivo; 
7. Lidar com naturalidade e paciência; 
8. Ensinar higiene adequada. 
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO 
▪ Anamnese; 
▪ Exame neurológico; 
▪ Escalas. 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
▪ Teste de Gesell; 
▪ Teste de triagem Denver II (muita utilizada pelos 
neurologistas); 
▪ Escala de desenvolvimento infantil de Bayley; 
▪ Albert Infant Motor Scale; 
➢ Caderneta da criança: De acordo com esses testes foi 
montado a caderneta, onde tem o nome do marco do 
desenvolvimento, quais são eles e com quantos anos a 
criança deve atingi-lo, deve ser marcado da seguinte 
maneira: 
o P: Marco presente; 
o A: Marco ausente; 
o NV: Marco não verificado. 
 
Ex.: Marcos de desenvolvimento do 0-6 meses na caderneta da 
criança: Apresentação dos marcos + a maneira que os pais ou 
responsáveis devem analisar/estimular os marcos + a idade 
esperada para atingi-lo. 
 
QR Code: Caderneta da criança – 2020 Brasil: 
 
Respectivamente, da menina e do menino. 
 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
INTRODUÇÃO 
Avaliar o crescimento da criança é uma atividade fundamental da 
prática pediátrica. O acompanhamento do peso, da altura 
(comprimento) e do perímetro encefálico (este nos 3 primeiros anos 
de vida) pode orientar o pediatra sobre as condições de saúde de 
seu paciente. 
A avaliação da evolução física (crescimento) e mental 
(desenvolvimento) devem ser rotina na pratica pediátrica; a fim de 
reduzir a morbi-mortalidade. 
QR Code: Caderneta da criança – 2020 Brasil: 
 
Respectivamente, da menina e do menino. 
QR Code de todos os gráficos de 
crescimento pela SBP – Sociedade 
Brasileira de Pediatria: 
 
CONCEITO 
É um processo biológico – aumento linear continuo – que 
representa o desenvolvimento físico, sendo a expressão da 
hiperplasia e hipertrofia celulares. 
▪ O primeiro sinal de algumas patologias importantes podem 
ser alterações no crescimento. O acompanhamento sistemático 
do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de 
crianças em risco de subnutrição, desnutrição e obesidade; 
▪ Tem início na vida intrauterina e termina ao final da 
adolescência. Existe uma maior vulnerabilidade nos períodos 
de maior velocidade do crescimento. 
▪ O pediatra deve se atentar aos períodos críticos do paciente: 1º 
ano e a puberdade. 
É um processo complexo e multifatorial: fatores genéticos, 
hormonais, nutricionais e psicossociais: 
1. Fatores extrínsecos: 
▪ Alimentação, condições maternas (nutrição, uso de drogas, 
infecções,condição placentária), condições pessoais (atividade 
física, doenças crônicas), condições psíquicas (afeto, 
autoestima, relação familiar); 
2. Fatores intrínsecos: 
▪ Herança genética (ex.: pais altos podem ter filhos de diferentes 
alturas, então é preciso estimar a estatura alvo; síndromes 
genéticas podem cursar com baixa estatura – Turner, down, 
noonam – ou estatura elevada – Marfan e Soto) e 
endocrinologia (hormônio do crescimento, insulina, e etc.). 
o Em lactentes: Os fatores ambientais e nutricionais 
prevalecem; 
o Em maiores de 3 anos, os fatores genéticos e hormonais 
predominam. 
O QUE É AVALIADO? 
▪ Crescimento intrauterino (ex.: crescimento restrito, 
prematuridade); 
▪ Crescimento extrauterino; 
▪ Avaliação da evolução do crescimento: 
o Antropometria; 
o Curvas de crescimento (caderneta da criança); 
o Estatura alvo, velocidade de crescimento e idade óssea. 
▪ Maturação sexual e crescimento na adolescência. 
CRESCIMENTO INTRAUTERINO 
▪ Período de maior velocidade do crescimento – comprimento: 
2º trimestre da gravidez, e do peso: último trimestre –, logo o 
mais vulnerável; 
▪ Influenciado por fatores extrínsecos, principalmente 
maternos; 
▪ Avaliação: 
o Mensurações indiretas: Fundo uterino, ultrassonografia, 
peso materno. 
DCIU (Déficit de crescimento intrauterino): Maior prevalência 
de distúrbios nutricionais a curto e longo prazo. 
AO NASCIMENTO 
O tamanho ao nascer pode indicar se um comprometimento 
ocorreu ao final da gestação ou durante um período mais 
prolongado. 
Pediatria 
 
 
 
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▪ Estimar riscos: 
o Hipoglicemia ↦ Bebês GIGs (gigantes para idade) ou 
PIGs (pequenos para idade) tendem a alterações 
metabólicas e suas doenças; 
▪ Classificação do peso ao nascimento: 
o Peso normal: >2500 e <4000g; 
o Peso baixo ≤2500g; 
o Muito baixo peso: <1500g; 
o Extremo baixo peso: <1000g; 
o Peso elevado: ≥4000g; 
Média ao nascimento: Peso: 3300g; Estatura 50 cm (menino) 
49 cm (menina), com variação de 2 cm; Perímetro cefálico: 35 cm. 
Prematuro: Existe uma curva – InterGrowth – que avalia peso, 
crescimento e perímetro cefálico da criança nascidas pré-termo: 
Ex.: da curva de crescimento e perímetro cefálico para meninas de 
27-64 semanas. 
o A curva de inergrownt-21 pode ser usadas até 6 meses de idade 
corrigida ou 64 semanas de idade gestacional; 
o Se não tiver disponível as curvas intergrownt-21, ou quando a 
criança atinge os 6 meses, usar idade corrigida para 40 
semanas até 24 meses de idade na curva de normalidade. 
 Mas o que é idade corrigida para pré-termos? E como é 
calculada? 
▪ É a idade que o bebê teria se tivesse nascido de 40 semanas. 
Ex.: Um bebê que nasceu há 2 meses atrás (o equivalente a 8 
semanas) com 29 semanas de gestação, dizemos que sua idade 
corrigida atual é 37 semanas. Como? Somamos sua idade 
gestacional em semanas (29 semanas) ao tempo (também em 
semanas) transcorrido após seu nascimento (8 semanas), e teremos 
como resultado 37. É como se hoje ele tivesse 37 semanas de 
gestação. Teoricamente não deveria nem ter nascido ainda. 
CRESCIMENTO EXTRAUTERINO 
▪ As velocidades são diferentes para o sexo feminino e masculino 
e para as faixas etárias. 
 
▪ Até os 2 anos, déficits de crescimento são passíveis de 
recuperação total (acima dessa idade, a reversibilidade é mais 
difícil); 
▪ A diferença média entre a estatura entre meninos e meninas é 
de 13 cm. 
FATORES DE R ISCO 
Baixo peso ao nascer; Baixa escolaridade materna; Idades maternas 
extremas (< 19 e > 35 anos); Gemelaridade (fator de crescimento 
intrauterino restrito - espaço); Intervalo intergestacional curto 
(inferior a 2 anos); Criança indesejada; Desmame precoce; 
Mortalidade em crianças menores de 5 anos na família; Condições 
inadequadas de moradia; Baixa renda e desestruturação familiar. 
ACOMPANHAMENTO 
▪ Antropometria: 
o Peso, estatura, perímetro cefálico (90% do tamanha final 
é atingido aos 3 anos de idade), índice de massa corpórea, 
𝑃𝑒𝑠𝑜
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
, circunferência do braço/idade; 
▪ Linfoide: Imunidade (timo, gânglios linfáticos e folículos 
linfoides intestinais); 
o Tecido linfoide aumenta ate 8º ano e depois começa a 
involuir; 
o Timo é o principal órgão linfoide do bebê; 
o Amígdala e adenoide são geralmente hipertrofiadas nas 
crianças; 
▪ Genital: Surgimento dos caracteres secundários (puberdade). 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
A avaliação nutricional é investigada e analisada durante a 
puericultura. A seguir relembrando pontos importantes para a 
avaliação do crescimento e nutricional: 
 
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ANAMNESE 
▪ Hábitos alimentares: Dia alimentar ou recordatório de 24h 
(dinâmica da refeição e lanche escolar – tanto no bebê como 
no adolescente); 
▪ Hábitos de vida diária: Creche, atividade física, hábitos de 
sono, tempo gasto com telas, brincadeiras preferidas e 
exposição regular ao sol (vitamina D – cresc. ósseo saudável); 
▪ Dinâmica familiar: Estrutura da família e qualidade do 
vínculo com pais e irmãos (fatores psicossociais); 
▪ Interrogatório sobre diferentes aparelhos; 
▪ Antecedentes pessoais: Peso e comprimento ao nascer, idade 
gestacional e intercorrências neonatais; 
▪ Antecedentes patológicos: Doenças agudas (ex. pneumonia), 
crônicas e medicamentos que podem interferir no 
crescimento; 
▪ Antecedentes socioeconômicos: Ocupação e escolaridade dos 
pais, saneamento, animais domésticos e habitação; 
▪ Antecedentes familiares: Obesidade, alergias e doenças 
cardiovasculares; 
▪ Antecedentes nutricionais: Aleitamento materno e introdução 
de novos alimentos, além da utilização de suplementos 
vitamínicos e minerais. 
EXAME FÍSICO 
ANTROPOMETRIA 
Principal ferramenta para avaliação do crescimento físico. 
Faixa 
etária 
0-5 anos 
incompletos 
5-10 anos 
incompletos 
Adolescen
tes (10-19 
anos) 
Índice Peso para 
idade 
Peso para 
idade 
 
antropo- 
métrico 
Peso para 
estatura 
 
 IMC para 
estatura 
IMC para 
estatura 
IMC para 
estatura 
 Estatura para 
idade 
Estatura para 
idade 
Estatura 
para idade 
Indíce antropométrico relevante para cada faiza etária. 
 
 
Para adolescentes: 
Classificação do estado nutricional de crianças para cada índice 
antropométrico, segundo recomendações do SISVAN. 
▪ Estatura: 
o 0 a 23 meses (comprimento): Usa a régua antropométrica 
com a criança (sem adereços) deitada, com braços ao 
longo do corpo, nádegas, joelho e calcanhares na 
superfície de apoio; 
o Acima dos 24 meses (altura): Usa o estadiômetro de 
parede ou balança plataforma com antropômetro, com 
cabeça, ombros, nádegas e calcanhares encostados na 
parede. 
➢ Crianças com 
limitações 
físicas: É 
realizado 
medidas 
estimadas 
através das 
medidas: 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Peso: 
o 0 a 23 meses: Usa a balança mecânica ou eletrônica, com 
a criança deitada ou sentada e despida; 
o Acima dos 24 meses: Criança de costas para o medidor da 
balança, ereta, no centro do equipamento, pés juntos, 
descalça, mínimo de roupas, braço estendido ao longo do 
corpo. Deve ficar parada nesta posição até que se 
complete a aferição. 
 
▪ Perímetro cefálico: Reflete de forma indireta o crescimento 
cerebral nos 2 primeiros anos, medindo sobre as sobrancelhas, 
acima das orelhas, proeminência occipital; 
▪ Perímetro torácico: Proporcionalidade da parede torácica, 
medido sobre os mamilos; 
▪ Circunferência abdominal: Reflete de forma indireta a 
adiposidade central, medindo a partir do ponto médio entra a 
última costela fixa e a crista ilíaca, 2 dedos acima da cicatriz 
umbilical; 
▪ Circunferência de braço e perna; 
▪ Pregas cutâneas; 
▪ Envergadura; 
▪ IMC: 
𝑷𝒆𝒔𝒐 (𝒌𝒈)
𝑬𝒔𝒕𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂𝟐 (𝒄𝒎)
. 
REGISTRO DE DADOS PELAS CURVAS DO 
CRESCIMENTO PRESENTE NA CADERNETA 
EVOLUÇÃO DO PESO 
A partir do peso de nascimento,a criança pode perder até 10% 
desse peso nos 4 a 5 primeiros dias de vida, mas que se recupera em 
torno do 8º ao 10º dia. 
▪ Ganho de peso (g/dia): Referências em tabelas de distribuição 
em escore z do ganho ponderal com base no referencial da 
OMS: 
o 1º trimestre: 25 a 30g/dia (700g/mês); 
o 2º trimestre: 20g/dia (600g/mês); 
➢ Lactantes dobram o peso de nascimento com 4 
meses de vida. 
o 3º trimestre: 15g/dia (500g/mês); 
➢ No 6º mês, com a introdução alimentar, é natural 
que o ganho de peso por dia diminua. 
o 4º trimestre: 10g/dia (300g/mês); 
o 12º mês: Peso ao nascer triplica (tem cerca de 10kg); 
o 2 anos: Peso ao nascer quadruplica. 
Obs.: Classificação nutricional de Gomez: 
%𝑃 = 
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜
𝑃𝑒𝑠𝑜
𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑒 𝑠𝑒𝑥𝑜 
𝑥100 
Porcentagem de adequação 
do peso normal por idade 
Classificação do estado 
nutricional 
Entre 110 e 91% Normal ou 
Entre 90 e 76% Desnutrição grau I (leve) 
Entre 75 3 61% Desnutrição grau II (moderado) 
Menos de 60% Desnutrição grau III (grave) 
Obs.2: Classificação de Waterlow: 
𝑃/𝐸 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑝/𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑎 
𝑥 100 
𝐸/𝐼 =
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 
𝑥100 
 P/E > 90% P/E < 90% 
E/I > 95% Eutrófico Desnutrido atual ou 
agudo 
E/I < 95% Desnutrição 
progresso 
Desnutrido crônico 
EVOLUÇÃO DA ESTATURA 
Idade Crescimento (cm/ano) 
Até 1 ano + 25 cm 
1-2 anos + 12-13cm 
2-3 anos + 8 cm 
3-4 anos + 7 cm 
4-9 anos (pré-puberes) + 4-6 cm 
Tabela da velocidade de crescimento anual durante a infância. 
o No primeiro ano, o primeiro semestre média de 15 cm e 
no segundo semestre 10 cm. 
▪ Estirão da puberdade: 
o 8 a 9 cm/ano no sexo feminino (pico antes da menarca); 
o 10 a 11 cm/ano sexo masculino (pico antes de G3 e antes 
de atingir voz adulta). 
EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO 
Avaliação evolutiva através da velocidade de crescimento (é a 
quantidade, em cm, que uma criança deve crescer em determinado 
período e expresso em centímetros por ano). 
Idade 
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▪ É preciso relacionar ao padrão da população e valorizar a 
estatura dos pais; 
▪ Estatura alvo (TH): é um critério para se avaliar se o canal ou 
percentil de crescimento no qual a criança está crescendo, é ou 
não o esperado para aquela criança, com base na altura de 
seus pais (em cm): 
o Feminino: (𝐸𝑝𝑎𝑖 − 13) + 𝐸𝑚ã𝑒)/2 
o Masculino: (𝐸𝑝𝑎𝑖) + (𝐸𝑚ã𝑒 + 13)/2 
o Canal alimentar: ±9cm, o seja, o resultado do cálculo da 
estatura alvo, é adicionado e subtraído 9 cm e os valores 
são a previsão da estatura. 
▪ Idade Óssea (IO – método de Greulich e Pyle): Aparecimento 
progressivo de núcleos de ossificação em RX da mão não 
dominante (comparado com o RX esperado para tal idade); 
▪ Quando é preciso investigar? 
o Velocidade de crescimento abaixo do esperado; 
achatamento da curva de estatura; estatura abaixo da 
prevista pelo cálculo da estatura-alvo; idade óssea com 
atraso maior de 2 anos em relação a idade cronológica; 
alterações fenotípicas. 
PECULIAR IDADES 
Existe algumas curvas especiais para: 
▪ Síndrome de Down, paralisia cerebral, acondroplasia, 
síndromes genéticas (síndrome de Tunner, Noonan, Siver-
Russel); 
▪ Crianças prematuras; 
▪ Crianças PIG (Pequenas para idade gestacional). 
Tabela da velocidade de crescimento: 
 
o Peso em gramas e altura e perímetro cefálico em cm. 
 
PDF sobre orientações para 
coleta e análise de dados 
antropométricos em serviços de 
saúde pelo MDS. 
 
PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA 
Através das etapas da maturação sexual: 
1. Estágio 1: Pré-puberal; 
2. Estágio 2: 11 anos (9 a 13 anos); 
3. Estágio 3: 12 anos (10 a 14 anos) 
4. Estágio 4: 13 anos (10 a 15 anos); 
5. Estágio 5: adulto. 
FASES DA ADOLESCÊNCIA 
▪ Precoce ou inicial (10 aos 14 anos): As características infantis 
começam a ser substituídas por outras mais maduras; 
▪ Média (15 aos 17 anos): A maioria dos jovens nessa faixa etária 
já completaram suas modificações biológicas mais 
importantes e buscam pelo desenvolvimento da sexualidade; 
▪ Tardia (17 aos 20 anos): Emergem os valores e 
comportamentos adultos e predomina uma identidade mais 
estável. 
PUBERDADE FEMININA 
▪ Telarca: Aparecimento do broto mamário entre 8 e 13 anos (1° 
sinal); pubarca ou adrenarca: Surgimento dos pelos pubianos; 
menarca: 1ª menstruação (ocorre 2 a 2,5 anos depois da 
telarca). 
PUBERDADE MASCULINA 
▪ Aumento do volume dos testículos em torno dos 10 anosl; 
surgimento dos pelos pubianos; aumento do pênis em 
comprimento e espessura; semenarca: 1ª ejaculação com 
sêmen; surgimento de pelos axilares e faciais; mudança do voz: 
Estimulação androgênica; 
DESENVOLVIMNTO SEXUAL (ESTÁGIOS DE TANNER) 
Avaliam pelos pubianos (P), mamas (M) e genitais (G), variando de 
1 a 5. 
o Exemplo: M3 P2 (feminino) e G4 P4 (masculino) 
MAMAS 
Mama infantil (M1): Pré-adolescente; mama infantil, apenas com 
elevação da papila/mamilo; 
 Idade + peso diário + peso mensal + altura p/mês + PC p/mês 
 
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▪ Broto mamário (M2): Aumento inicial da glândula mamária, 
com elevação da aréola (aumenta diâmetro e modifica textura) 
e mamilo, formando uma pequena saliência; 
 
 
 
▪ M3: Maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação 
de seus contornos; 
 
 
 
▪ M4: Maior crescimento da mama,da aréola e mamilo, 
formando uma segunda saliência acima do contorno da 
mama; 
 
 
 
 
▪ M5: Estágio maduro, mamas com aspecto adulto e contorno 
areolar novamente incorporado ao contorno da mama. 
 
 
 
PELOS PUBIANOS NAS MENNAS E MENINOS 
▪ P1: Fase da pré-adolescência, Ausência de pelos pubianos, mas 
pode ter leve penugem (pelo corporal) semelhante à da parede 
abdominal; 
 
 
 
▪ P2: Surgem pelos longos e finos nos grandes lábios e base do 
pênis, sendo 
pouco 
pigmentados, 
lisos ou pouco 
encaracolados; 
▪ P3: Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, 
encaracolados e escuros, que se espalham esparsamente pela 
sínfise púbica; 
 
 
 
▪ P4: Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região 
púbica, mas sem atingir a face interna das coxas; 
 
 
 
▪ P5: Pilosidade pubiana igual à do adulto em quantidade e 
distribuição, que invade a face interna das coxas e assume 
tamanho e forma adulta. 
 
 
 
GENITAIS (PÊNIS) 
▪ G1: Fase pré-adolescência, pênis, testículos e 
escroto de tamanho e proporções infantis; 
▪ G2: Aumento inicial do volume testicular (> 
4ml) e mudança de cor (avermelhada) e 
textura da pele escrotal, mas com aumento do 
mínimo ou ausente do pênis; 
▪ G3: Crescimento peniano (comprimento) 
com maior crescimento dos testículos e 
escroto; 
▪ G4: Crescimento peniano (diâmetro) com 
maior desenvolvimento da glande e maior 
crescimento de testículos e escroto (pele mais 
pigmentada); 
▪ G5: Desenvolvimento completo da genitália 
em tamanho e forma. 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
É a mais sábia estratégia natural envolvendo interação profunda 
entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da 
criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua 
fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional; é eficaz 
intervenção para redução da morbimortalidade infantil, além de 
ter implicações na saúde física e psíquica da mãe. 
▪ O profissional de saúde deve abordar: 
o Aspectos técnicos; 
o Aspectos emocionais; 
o Cultura familiar; 
o Rede social. 
TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO (AM) 
No geral, consiste em quando a criança recebe leite materno (LM) 
(direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou 
não outros alimentos. O padrão de AM pode ser classificado: 
▪ AM Exclusivo (AME): Quando a criança recebe somente leite 
materno sem outros líquidos ousólidos (Exceção de vitaminas, 
sais de reidratação oral, suplementos minerais ou remédios); 
o Não é indicado dar água para o bebê no aleitamento 
materno e no uso de fórmula, já que a primeira porção do 
leite materno é majoritariamente composto por água, não 
necessitando desse aporte extra. 
▪ AM Predominante: Quando a criança recebe, além do leite 
materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, 
chás, infusões) e sucos de fruta; 
▪ AM Complementado: Quando a criança recebe, além do leite 
materno, alimentos complementares, definidos como 
qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de 
complementá-lo, e não de substituí-lo; 
▪ AM Misto ou parcial: Quando a criança recebe, além do leite 
materno, outros tipos de leite. 
DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO 
Recomendação do Ministério da Saúde e da OMS: 
▪ Aleitamento materno exclusivo (AME) nos primeiros 6 meses 
de vida; 
▪ O leite materno deve ser mantido, no mínimo, até os dois anos 
de vida; 
o A duração na espécie humana é, em média, de dois a três 
anos, e então o desmame ocorre naturalmente; 
o A amamentação por 2 anos ou mais pode ser vantajosa 
em razão do valor nutritivo do leite materno e da proteção 
contra doenças infecciosas, que se mantém enquanto a 
criança for amamentada, independentemente da idade; 
o As crianças não amamentadas no 2º ano de vida tendem 
a possuir uma chance quase duas vezes maior de morrer 
por doenças infecciosa quando comparadas com crianças 
amamentadas; 
o Dois copos (correspondente a 500mL) de leite materno no 
segundo ano de vida, contém: 
➢ 95% de vitamina C, 45% das de vitamina A; 38% de 
proteína; 31% do total de energia. 
▪ Não é recomendado a introdução de outros tipos de leite, 
como: industrializado de vaca, soja, cabra e etc.; 
▪ Introdução alimentar complementar a partir dos 6 meses. 
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que 
protegem a criança contra infecções: 
 A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra 
microrganismos presentes nas superfícies mucosas. Os 
anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos 
entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos 
contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, 
proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os 
germens prevalentes no meio em que a mãe vive; 
 Outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, 
macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina e lisozima 
– ação bacteriostática – e fator bífido – favorece o crescimento 
do Lactobacilos bifidus, uma bactéria não patogênica que 
acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que 
causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e E. coli –. 
IMPORTÂNCIA DO LEITE MATERNO 
▪ Melhor nutrição: O leite materno contém todos os nutrientes 
essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da 
da criança, sendo a melhor nutrição e o alimento mais bem 
digerido, quando comparado com leites de outras espécies. É 
capaz de suprir as necessidades nutricionais da criança nos 
primeiros seis meses e é uma importante fonte de nutrientes 
no 2º ano de vida – proteínas, gorduras e vitaminas; 
Pediatria 
 
 
 
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▪ Redução da mortalidade infantil: Nenhuma outra estratégia 
alcança o impacto da amamentação na redução das mortes de 
crianças, isso por todos os nutrientes adquiridos ao longo da 
vida da mãe que é passado para o bebê (principalmente IgA); 
▪ Redução da incidência e gravidade da diarreia: A IgA tem 
papel importante para evitar a diarreia, pois protege contra os 
enteropatógenos, além de diminuir a gravidade dos casos, pois 
a criança vai estar sendo hidratada e recebendo os nutrientes 
perdidos. Logo, essa proteção tende a diminuir quando o 
aleitamento materno deixa de ser exclusivo; 
o Oferecer à criança amamentada água ou chás pode 
dobrar o risco de diarreia nos primeiros seis meses. 
▪ Evita infecção respiratória e diminui a gravidade 
(hospitalizações por pneumonia e bronquiolite); 
o Previne otites: Ig de germes favoráveis na nasofaringe que 
reduz OMA (otite média aguda) bacteriana. 
▪ Diminui os riscos de alergias: APLV (Alergia a proteína do leite 
de vaca): IgA no leite humano que faz uma camada de 
proteção no epitélio intestinal contra patógenos em geral e 
proteínas que não estão digeridas adequadamente; 
o Ex.: Dermatite atópica; asma e sibilos recorrentes. 
▪ Diminui a chance de obesidade: Quanto maior o tempo em que 
o indivíduo foi amamentado, menor será a chance de ele vir a 
apresentar sobrepeso/obesidade, e consequentemente diminui 
os riscos de doenças metabólicas: (HAS, hipercolesterolemia, 
DM 1 e 2); 
o Melhor desenvolvimento da auto-regulação de ingestão 
de alimentos das crianças amamentadas; 
o Composição do LM interfere na programação metabólica. 
▪ Melhor desenvolvimento da cavidade bucal: A interrupção 
precoce do exercício que a criança faz para retirar o leite do 
seio mãe pode determinar má conformação do palato duro, 
além da ruptura do desenvolvimento motor-oral, 
prejudicando o alinhamento adequando dos dentes e as 
funções de mastigação, deglutição, respiração e fala; 
▪ Melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência: Substâncias. 
do leite ajuda na mielinização dos neurônios, além de está 
logada a fatores comportamentais; 
▪ Proteção contra doenças na mulher que amamenta: Ex.: 
Câncer de mama, de ovário e de útero, hipercolesterolemia, 
hipertensão e doenças coronárias, obesidade e etc., além de 
evitar nova gravidez por ter efeito anticoncepcional; 
▪ Fortalecimento do laço afetivo entre mãe e filho: Oportunidade 
ímpar de intimidade e afeto, gerando sentimentos de 
segurança e proteção na criança e de autoconfiança e 
realização como mãe na mulher; 
▪ Menor custo financeiro: Não amamentar, aumenta gastos com 
leites industrializados, mamadeiras, bicos e gás de cozinha, 
além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais 
comuns em crianças não-amamentadas. 
COMPOSIÇÃO E ASPECTO DO LEITE MATERNO 
 
▪ Colostro: Nos primeiros 3-5 dias de vida, tem cor amarelada, 
contendo mais proteínas e cálcio e menos gordura do que o 
leite maduro, e é rico em imunoglobulinas; 
▪ Leite de transição: Após 1 semana; 
▪ Leite maduro: Após 2-4 semanas. 
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma 
mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite 
posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, 
daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. 
▪ Qualidade da proteína do leite (do soro): 
o A Proteína do leite materno: Lactoalbumina; 
➢ O coalho do leite humano é mais macio, facilitando 
a digestão. 
o Proteína do leite de vaca: β-lactoglobulina; 
O principal carboidrato do leite materno é a lactose, e a 
principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o 
componente mais variável do leite materno e são responsáveis por 
suprir até 50% das necessidades energéticas da criança pequena. 
Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são essenciais no 
desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos 
neurônios. 
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D IFERENÇA DO LEITE MATERNO E LETE DE VACA 
▪ Gorduras: 
o LM e LV: 3,5% semelhantes; 
Lembrar que no LM a concentração é maior no final da mamada. 
▪ Carboidratos: 
o LV: 4,5%; 
o LM: 6,5 - 7% (mais doce e mais lactose); 
▪ Minerais: LV 3,6x mais que LM (exceto Ferro e Cobre); 
o Ferro é melhor absorvido (melhor biodisponibilidade). 
FIS IOLOGIA 
A sucção estimula o hipotálamo anterior a produzir prolactina 
(produção de leite) e o hipotálamo posterior produz a ocitocina 
(ejeção de leite). 
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO 
A maneira como a dupla mãe/bebê se posiciona para 
amamentar/mamar é a pega/sucção do bebê que são muito 
importantes para que o bebê consiga retirar, de maneira eficiente, 
o leiteda mama e também para não machucar os mamilos. 
Obs.: Reflexos infantis: Ajudam na amamentação. 
▪ Busca ou procura; 
o Sucção é fraca (< 34 semanas e/ou 1500g). 
▪ Deglutição: Necessário coordenação para deglutir e respirar; 
o Incoordenação < 32 semanas. 
Apesar de a sucção do recém-nascido ser um ato reflexo, ele precisa 
aprender a retirar o leite do peito de forma eficiente. Quando o bebê 
pega a mama adequadamente, forma-se um lacre perfeito entre a 
boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável 
para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do 
bebê. 
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma 
concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e 
esôfago, ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite 
(ordenha) é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico 
rítmico da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o 
mamilo. Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, 
estabelecendo o padrão normal de respiração nasal. 
▪ Boa pega: Abocanha a aréola, fazendo respiração nasal, que 
causa crescimento da face do bebê, esvaziamento da mama e 
proteção dos mamilos. 
▪ Má pega: Posição inadequada, encaixe da boca do bebê na 
aréola, que dificulta esvaziamento da mama e diminui a 
produção de leite, causa dor e lesões nos mamilos; 
o Muitas vezes, o bebê com pega inadequada não ganha o 
peso esperado apesar de permanecer longo tempo no 
peito. Isso ocorre porque, nessa situação, ele é capaz de 
obter o leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o 
leite posterior, mais calórico. 
Tipos de posições para amamentação. 
SINAIS DE QUE A TÉCNICA ESTÁ ADEQUADA 
▪ Boa posição: Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz 
em oposição ao mamilo e o corpo voltado para o corpo da mãe, 
recebendo sustentação em sua integridade; Cabeça alinhada e 
pescoço ereto ou um pouco curvado para trás, sem estar 
distendido; Barriga encostada na barriga da mãe. 
▪ Boa pega: Aréola um pouco mais visível acima da boca do bebê 
do que abaixo; Boca bem aberta; Lábio inferior virado para 
fora; Queixo tocando a mama; Mãe sem dor. 
DIFICULDADES NO LEITAMENTO 
BEBÊ QUE NÃO SUGA OU TEM SUCÇÃO FRACA 
PROBLEMAS 
▪ Quando, por alguma razão, o bebê não estiver sugando ou a 
sucção é ineficaz: 
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o Algumas vezes ela pode estar associada ao uso de bicos 
artificiais ou chupetas ou ainda à presença de dor quando 
o bebê é posicionado para mamar ou pressão na cabeça 
do bebê ao ser apoiado; 
o O bebê pode não abocanhar adequadamente a mama 
porque elas estão muito tensas, ingurgitadas, ou os 
mamilos são invertidos ou muito planos. 
AÇÕES 
▪ Orientar a mãe a estimular a mama regularmente (mínimo de 
5 vezes/dia) com ordenha manual ou bomba de sucção; 
▪ Acalmar a mãe e o bebê; 
▪ Suspender o uso de chupetas ou bico quando presentes; 
▪ Insistir nas mamadas por alguns minutos cada vez; 
▪ Um recurso que se utiliza para fazer o bebê mamar na mama 
“recusada”, muitas vezes com sucesso, é o uso da posição 
“jogador de futebol americano” (bebê apoiado no braço do 
mesmo lado da mama a ser oferecida, mão da mãe apoiando a 
cabeça da criança, corpo da criança mantido na lateral, abaixo 
da axila); 
▪ Nos casos que o bebê recusa uma das mamas – porque existe 
alguma diferença entre elas (mamilos, fluxo de leite, 
ingurgitamento) – é possível manter aleitamento materno 
exclusivo utilizando apenas uma das mamas. 
DEMORA NA “DESCIDA DO LEITE ” 
PROBLEMA 
Em algumas mulheres a “descida do leite” ou apojadura só ocorre 
alguns dias após o parto. 
AÇÕES 
▪ O profissional de saúde deve desenvolver confiança na mãe, 
além de orientar medidas de estimulação da mama, como 
sucção frequente do bebê e ordenha. 
▪ É muito útil o uso de um sistema de nutrição suplementar 
(translactação): 
 
o Consiste em um recipiente (pode ser 
um copo ou uma xícara) contendo 
leite (de preferência leite humano 
pasteurizado), colocado entre as 
mamas da mãe e conectado ao 
mamilo por meio de uma sonda. A 
criança, ao sugar o mamilo, recebe o 
suplemento. 
MAMILOS PLANOS OU INVERTIDOS 
PROBLEMA 
Podem dificultar o início 
da amamentação, mas não 
necessariamente a 
impedem, pois o bebê faz o 
“bico” com a aréola. 
 
AÇÕES 
▪ Promover a confiança e empoderar a mãe – deve ser 
transmitido a ela que com paciência e perseverança o 
problema poderá ser superado e que com a sucção do bebê os 
mamilos vão se tornando mais propícios à amamentação; 
▪ Ajudar a mãe a favorecer a pega do bebê – a mãe pode precisar 
de ajuda para fazer com que o bebê abocanhe o mamilo e parte 
da aréola se ele, inicialmente, não conseguir; 
▪ Tentar diferentes posições para ver em qual delas a mãe e o 
bebê adaptam-se melhor; 
▪ Mostrar à mãe manobras que podem ajudar a aumentar o 
mamilo antes das mamadas. 
INGURGITAMENTO MAMÁRIO 
PROBLEMA 
▪ Congestão/aumento da vascularização da mama; 
▪ Retenção de leite nos alvéolos; 
▪ Edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do 
sistema linfático. 
Como resultado, há compressão dos ductos lactíferos, o que 
dificulta ou impede a saída do leite dos alvéolos. Não havendo alívio, 
a produção do leite pode ser interrompida, e o leite acumulado na 
mama sob pressão torna-se mais viscoso; daí a origem do termo 
“leite empedrado”. 
 
SINTOMAS NA MÃE 
▪ Mama excessivamente distendida; 
▪ Febre e mal estar; 
▪ Áreas difusas brilhantes, avermelhadas e edemaciadas; 
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▪ Mamilos achatados, dificultando a pega do bebê; 
▪ O leite muitas vezes não flui com facilidade; 
▪ Ocorre com mais frequência entre as primíparas, 
aproximadamente 3-5 dias após o parto. 
FATORES DE R ISCO 
Mama excessivamente distendida, leite em abundância, início 
tardio da amamentação, mamadas infrequentes, restrição da 
duração e da frequência das mamadas, sucção ineficaz do bebê. 
PREVENÇÃO 
▪ Amamentação em livre demanda; iniciar amamentação o mais 
cedo possível, preferencialmente logo após o parto; utilizar 
técnica correta e o não utilizar complementos (água, chás e 
outros leites). 
AÇÕES 
▪ Ordenha manual da aréola; 
o Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada 
manualmente ou com bomba de sucção. 
▪ Mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos (livre 
demanda); 
▪ Massagens delicadas das mamas; 
▪ Uso de analgésicos sistêmicos/anti-inflamatórios; 
▪ Suporte para as mamas, com o uso ininterrupto de sutiã com 
alças largas e firmes, para aliviar a dor e manter os ductos em 
posição anatômica. 
DOR NOS MAMILOS/ MAMILOS MACHUCADOS 
PROBLEMA 
▪ Principalmente posicionamento e pega inadequados; 
▪ Outras causas incluem mamilos curtos, planos ou invertidos, 
disfunções orais na criança e freio de língua curto, sucção não 
nutritiva prolongada, uso impróprio de bombas de extração 
de leite, não interrupção adequada da sucção da criança 
quando for necessário retirá-la do peito, uso de cremes e óleos 
que causam reações alérgicas nos mamilos, uso de protetores 
de mamilo (intermediários) e exposição prolongada a forros 
úmidos. 
AÇÕES 
Trauma mamilar, traduzido por eritema, edema, fissuras, bolhas, 
“marcas” brancas, amarelas ou escuras, hematomas ou equimoses, 
é uma importante causa de desmame e, por isso, a sua prevenção é 
muito importante: 
▪ Amamentação com técnica adequada; 
▪ Manter mamilos secos; 
▪ Não uso de produtos que retiram a proteção natural do 
mamilo; 
▪ Amamentação em livre demanda; 
▪ Evitar ingurgitamento mamário; 
▪ Ordenha manual da aréola antes da mamada; 
▪ Início da mamada pela mama menos afetada e o uso de 
diferentes posições para amamentar; 
▪ Evitar o contato da área machucada com a roupa; 
▪ Enxaguar os mamilos com fissura ou escoriação com água 
limpa após a mamada; 
▪ Único agentes tópicos com base científica é a compressas de 
água morna; 
▪ Utilizar antibiótico(tópico ou sistêmico) em suspeita de 
infecção (mupirocina a 2%); 
▪ Interromper temporariamente a amamentação na mama 
afetada, se houver dor ou lesão mamilar intensas, e ordenhar. 
MASTITE 
PROBLEMA 
▪ Processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama, 
que pode progredir ou não para uma infecção bacteriana; 
▪ Diminuição na mamada e na produção de leite. 
FATORES DE R ISCO 
Qualquer fator que favoreça a estagnação do leite materno 
predispõe ao aparecimento de mastite, incluindo mamadas com 
horários regulares, redução súbita no número de mamadas, longo 
período de sono do bebê à noite, uso de chupetas ou mamadeiras, 
não esvaziamento completo das mamas, freio de língua curto, 
criança com sucção fraca, produção excessiva de leite, separação 
entre mãe e bebê e desmame abrupto. 
SINTOMAS 
A parte afetada da mama encontra-se dolorosa, vermelha, 
edemaciada e quente. Quando há infecção, costuma haver mal-
estar importante, febre alta (acima de 38oC) e calafrios. 
 
 
 
 
▪ Complicação: Abcesso mamário. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
TRATAMENTO E AÇÕES 
▪ Identificação e tratamento da causa que provocou a 
estagnação do leite; 
▪ Esvaziamento adequado da mama: esse é o componente mais 
importante do tratamento da mastite; 
▪ Antibioticoterapia; 
▪ Suporte emocional; 
▪ Outras medidas de suporte: Repouso da mãe, analgésicos ou 
AINEs, líquidos abundantes, iniciar a amamentação na mama 
não afetada e usar sutiã bem firme. 
POUCO LEITE OU LEITE FRACO 
▪ Uma queixa comum durante a amamentação é “pouco leite” 
ou “leite fraco”. Muitas vezes, essa percepção é o reflexo da 
insegurança materna quanto a sua capacidade de nutrir 
plenamente o seu bebê; 
▪ Uma mulher amamentando exclusivamente produz 800mL, 
em média, de leite/dia (capacidade que costuma ser maior que 
as necessidades dos filhos). 
IND ICATIVOS 
▪ Bebê não ficar saciado após as mamadas, chorar muito, querer 
mamar com frequência e ficar muito tempo no peito nas 
mamadas; 
▪ O melhor indicativo de que a criança não está recebendo 
volume adequado de leite é a constatação, por meio do 
acompanhamento de seu crescimento, de que ela não está 
ganhando peso adequadamente. 
PROBLEMAS 
▪ Fatores materno ou da criança que limitam o esvaziamento; 
▪ Má pega; 
▪ Mamadas infrequentes e/ou curtas e ausência de mamadas 
noturnas, 
 
▪ Amamentação com horários pré-estabelecidos; 
▪ Ingurgitamento mamário; 
▪ Uso de complementos e uso de chupetas e protetores de 
mamilo; 
▪ E outras situações menos frequentes associados com sucção 
ineficiente do bebê. 
AÇÕES 
▪ Observar e melhorar o posicionamento e a pega do bebê, 
quando não adequados; 
▪ Massagear a mama durante as mamadas ou ordenha; 
▪ Aumentar a frequência das mamadas; 
▪ Oferecer as duas mamas em cada mamada; 
▪ Dar tempo para o bebê esvaziar bem as mamar; 
▪ Trocar de mama várias vezes numa mamada se a criança 
estiver sonolenta ou se não sugar vigorosamente; 
▪ Após a mamada, ordenhar o leite residual; 
▪ Evitar o uso de mamadeiras, chupetas e protetores 
(intermediários) de mamilos; 
▪ Consumir dieta balanceada e ingerir líquidos em quantidade 
suficiente; 
▪ Repousar, sempre que possível. 
Medicamentos que estimulam a lactação: Indicado para 
amamentação de criança adotada (relactação) e mãe de bebês 
prematuros: Domperidona: 10 a 20 mg, 3 a 4 vezes ao dia, por 3 a 8 
semanas e Metoclopramida: 10 mg, 3 vezes ao dia por 1 ou 2 
semanas. 
OUTRAS DIF ICULDADES 
▪ Fenômeno de Raynaud: Isquemia causada por vasoespasmos 
no mamilo. Manifesta-se inicialmente por palidez dos 
mamilos, procedido de cianose até ficar avermelhado (por falta 
de irrigação sanguínea) e dor. Compressas mornas ajudam a 
aliviar a dor na maioria das vezes e o uso de analgésico e anti-
inflamatório em casos menos graves; 
▪ Bloqueio de ductos lactíferos: Ocorre quando o leite produzido 
numa determinada área da mama, por alguma razão, não é 
drenado adequadamente. Tipicamente, apresenta nódulos 
localizados, sensíveis e dolorosos, acompanhados de dor, 
vermelhidão e calor na área envolvida. O tratamento (para não 
evoluir para mastite) consiste em Mamadas frequentes, uso de 
diferentes posições para amamentar, calor local, ordenha 
manual ou com bomba de extração e remoção do ponto 
esbranquiçado na ponta do mamilo, caso esteja presente; 
▪ Reflexo anormal de ejeção do leite: Algumas mulheres têm o 
reflexo de ejeção do leite exacerbado, o que pode provocar 
engasgos na criança. Ordenhar um pouco de leite antes da 
mamada até que o fluxo diminua geralmente é suficiente no 
manejo do problema; 
▪ Galactocele: Formação cística nos ductos mamários contendo 
líquido leitoso, acredita-se que seja causada por um bloqueio 
de ducto lactífero. O tratamento é feito com aspiração, no 
entanto, com frequência, a formação cística deve ser extraída 
cirurgicamente porque o cisto enche novamente após a 
aspiração. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
MÃE QUE TRABALHA FORA 
AÇÕES 
▪ Seio em livre demanda; 
▪ Ordenha e estoque de leite; 
▪ Oferecer leite e outros alimentos de colher; 
▪ No trabalho, esvaziar as mamas a cada 2-3 h. 
CONSERVAÇÃO 
Temperatura ambiente: 2h; Geladeira: 12h; Congelador: 15 dias 
(ferver em banho maria). 
CONTRAINDICAÇÕES À AMAMENTAÇÃO 
RELATIVA ÀS CR IANÇAS 
▪ Galactosemia (doença rara em que ela não pode ingerir leite 
humano ou qualquer outro que contenha lactose); Síndrome 
do xarope de bordo; Fenilcetonúria. 
RELATIVA ÀS MÃES 
▪ Doença materna grave; Doença mental; HIV; HTLV1 e HTVL2; 
uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação; 
AMAMENTAÇÃO X COVID-19 
Não há documentação de transmissão vertical ou pela 
amamentação, entretanto o consenso chinês é contrário à evidência 
disponível (mas não apontaram nenhum caso de transmissão 
vertical). 
▪ Caso seja de interesse materno, deverá ser esclarecida e estar 
de acordo com as medidas preventivas necessárias: 
o Lavar as mãos antes de tocar no bebê na hora da 
mamada; 
o Usar máscara facial durante a amamentação. 
 
 
 
 
 
 
 
Materiais complementares para estudo: 
1. QR Code: Caderno da atenção básica 
de saúde, do MS, sobre aleitamento 
materno e alimentação complementar. 
 
2. QR Code: Caderneta da criança – 2020 Brasil: 
 
Respectivamente, da menina e do menino. Paginas de aleitamento 
materno: 25-31. 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
INTRODUÇÃO 
A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses 
de idade deve complementar as numerosas qualidades e funções do 
leite materno. Além disso, a introdução da alimentação 
complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos 
alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo 
a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos 
sabores, cores, aromas, texturas e saberes. 
▪ Qualquer alimento, que não o leite materno, oferecido à 
criança amamentada: 
o Não existe evidência suficiente para introduzir um 
alimento ou outro preferencialmente, e na maioria das 
vezes, sem sequência pré-definida; 
o Considerar as limitações fisiológicas do lactente: Os tratos 
digestório e renal e o sistema imunológico encontram-se 
em fase de maturação. 
▪ Quando iniciar é um tema controverso e discutível, mas a OMS 
recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses; 
o O lactente está pronto fisiologicamente para receber 
alimentos sólidos a partir de 4 meses; 
o A sociedade europeia (ESPGHAN), através de estudos, 
recomenda aleitamento materno até dois anos, 
entretendo à dieta complementar deve ser iniciada entre 
17 e 26 semanas de vida. 
MOTIVOS PARA ESTUDAR 
A criança é um ser em evolução e, assim, necessita de substrato para 
crescer e se desenvolver adequadamente, com aquisição de 
capacidades psicomotoras e neurológicas que podem ser 
observadas a cada mês. Ganho anual desejável: 
▪ 1°

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