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Métodos e Ferramentas de Gestão da Qualidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Elaine Aparecida de Araújo Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade • Programa 5S: Reeducação para a Qualidade; • Benchmarking: A Busca do Referencial de Excelência; • Reengenharia de Processos; • Just-In-Time – JIT; • Análise de Valor – AV; • Desdobramento da Função Qualidade – QFD; • Gestão de Clientes. · Compreender os principais conceitos de qualidade, seu papel nas or- ganizações competitivas, conhecer as principais ferramentas de qua- lidade com exercícios práticos. Conhecer os processos de melhoria da qualidade. OBJETIVO DE APRENDIZADO Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Programa 5S: Reeducação para a Qualidade O Programa 5S originou-se no Japão em 1950. Muito utilizado pelas empresas em busca da otimização dos processos. É importante salientar que o 5S não é um programa de melhoria da qualidade, este programa tem como objetivo estruturar a organização a um adequado processo de reeducação de processos. Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images Vamos entender o significado dos “5S”. Vejamos: • SEIRI – Senso de Utilização; • SEITON – Senso de Ordem (senso de organização); • SEISO – Senso de Limpeza; • SEIKETSU – Senso de Saúde (senso de padronização); • SHITSUKE – Senso de Disciplina. SEISO Senso de Limpeza SEIRI Senso de Utilização SEITON Senso de Ordem SEIKETSU Senso de Saúde SHITSUKE Senso de Disciplina Figura 2 – Fluxo do 5S Fonte: Adaptado de RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012 8 9 Conheça as etapas para a implantação do 5S O Programa 5S normalmente é utilizado nas organizações quando ocorrem mudanças diretas no comportamento organizacional. Um dos objetivos pelo qual o Programa 5S é acionado nas empresas é o desperdício, que passou a ser um dos fatores motivadores para esta aplicação do programa. Vejamos um roteiro para esta implantação segundo o autor Rodrigues (2012), p. 202: • Busca do comprometimento do nível estratégico; • Busca do conhecimento do nível tático; • Busca da sensibilização do nível operacional; • Formação de equipe 5S; • Capacitação dos facilitadores do programa; • Registro da situação atual; • Divulgação do programa; • Dia do Mutirão – foco na otimização da utilização, ordenação física e operacional. O Programa 5S deve passar por uma manutenção, segundo o autor Rodrigues (2012), p. 202. Vejamos: • Definir critérios de inspeção de acordo com as recomendações para integridade física e mental do trabalhador – foco na saúde; • Definir critérios de inspeção de acordo com um eficaz fluxo produtivo; • Capacitar equipe para inspeção; • Definir critérios de pontuação; • Criar e implantar programa de avaliação; • Criar e implantar programa de reconhecimento e recompensa; • Reforçar o programa com o objetivo de cristalizar os valores da utilização, ordem, limpeza e saúde – foco na disciplina. Benchmarking: A Busca do Referencial de Excelência Benchmarking é utilizado nas organizações para a melhoria contínua dos pro- cessos e principalmente elevar as organizações de forma competitiva para driblar a concorrência. 9 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Benchmarking é um processo copiado e muito utilizado no Brasil, e a Xerox do Brasil foi uma das pioneiras em utilizar os processos. Figura 3 Fonte: iStock/Getty Images Importante! Benchmarking na Xerox O estudo realizado na década de 1980 descobriu que, quando comparada com suas rivais japonesas, a Xerox: • Tinha nove vezes mais fornecedores; • Rejeitava dez vezes mais máquinas na linha de produção; • Levava o dobro do tempo para colocar os produtos no mercado; • A produtividade precisaria crescer 18% ao ano por cinco anos. Importante! Benchmarking traz para a organização benefícios como: 1. Identificar as melhores práticas no mercado; 2. Identificar fatores críticos para a vantagem competitiva; 3. Obter informações para apoiar processos de criação de valor; 4. Priorizar oportunidades de melhoria; 5. Aumentar desempenho relativo ao mercado; 6. Buscar vantagens competitivas. Benchmarking ainda é segmentado em duas ramificações: o Benchmarking Interno e o Benchmarking de Empresas Líderes. • Benchmarking Interno: nas organizações seu objetivo é melhorar suas prá- ticas, tendo como vantagem sua base cultural. • Benchmarking de Empresas Líderes: atua em diversos cenários institucio- nais e tem como vantagem neste método a inovação em suas práticas, possi- bilitando grandes saltos de desempenho na organização. 10 11 Vejamos quais as etapas do Benchmarking. Planejamento • Identificar problemas e ações de baixo desempenho, analisá-los e delimitá-los; • Identificar o que deve ser alvo do Benchmarking; • Identificar as empresas ou setores com os quais será realizada a comparação; • Determinar o método de coleta de dados e coletá-los. Análise • Determinar o atual “degrau” entre o desempenho das empresas ou setores; • Projetar níveis futuros de desempenho. Implantação • Apresentar os resultados do Benchmarking e obter aceitação; • Estabelecer metas funcionais; • Desenvolver plano de ação; • Implementar ações específicas; • Monitorar o processo. Reengenharia de Processos Quando falamos de reengenharia, o gestor deve ter um cuidado para aplicar este processo nas organizações, processo este que deve ser associado às mudanças e sua cultura muitas vezes é tomada na organização como um paradigma. Para explicar como funciona a reengenharia de processos, vou utilizar uma empresa pioneira, a Ford Motors; os procedimentos de Henri Ford na primeira década do século traduzem um bom exemplo de reengenharia num processo bem- sucedido. Vejamos o modelo T. Projetos de reengenharia notáveis da Ford: • A linha de produção do Modelo T - 1908; • O conceito de projeto do Taurus – 1984; • A reengenharia no Mustang – 1992; • O projeto Amazon – 2000. 11 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processose da Qualidade O conceito de Reengenharia, sugerido por Hammer e Champy, prega que é fundamental efetuar mudanças nos processos e nas estruturas de forma drástica e radical, na busca de índices de qualidade e produtividade significativos. A Reengenharia está sempre em busca de novos métodos para a produção, que tragam para a organização menores custos e maiores índices de produtividade e consequentemente uma maior lucratividade. Tabela 1 Evolução dos Paradigmas nos Processos Produtivos Fordismo • Produção em Massa • Desperdício de Tempo • Novo Paradigma na Gestão do Tempo LINHA DE PRODUÇÃO - Reengenharia - Toyotismo • Produção Enxuta • Desperdício de Estoque/Espaço • Novo Paradigma na Gestão dos Estoques JUST-IN-TIME - Reengenharia - Consórcio Modular • Produção Integrada • Desperdício no Fluxo Produtivo • Novo Paradigma na Gestão da Cadeia de Suprimento SISTEMISTAS - Reengenharia - Fonte: RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012, p. 209 Podemos perceber que a tabela acima demostra a funcionalidade dos processos de reengenharia em três empresas diferentes. Vamos descrever as etapas para implantação dos processos de Reengenharia. Planejamento • Identificar problemas e ações de baixo desempenho, analisá-los e delimitá-los; • Conhecer todo o processo; • Conhecer os novos métodos, tecnologias, modelo de gestão disponíveis no mercado; • Desenvolver ou customizar novos métodos, tecnologias, modelo de gestão. Análise • Analisar a viabilidade de novos procedimentos no processamento; • Contextualizar os novos procedimentos; • Capacitar os profissionais envolvidos; • Sensibilizar o corpo funcional. 12 13 Implantação • Apresentar o reprojeto; • Testar o reprojeto; • Desenvolver plano de ação; • Implementar ações específicas; • Monitorar o processo. Vamos ver na prática a aplicação de um processo de reengenharia no segmento FLORICULTURA – caso adaptado de Minutos da Qualidade do Instituto Juran, descrito em: JURAN, J. M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Tompson/ Pioneira, 2003. • Através da metodologia de Processamentos antes da Reengenharia: o cliente telefonava ou ia ao fl orista local, que recebeu as fl ores de um depósito central, que, por sua vez, recebeu de um atacadista, que comprou as fl ores de um fl oricultor. • Metodologia de Processamento depois da Reengenharia: o cliente telefona gratuitamente para um número, entra em um site na Internet ou vai a uma loja e escolhe o pedido em catálogos com fotos; o pedido é transmitido por e-mail diretamente para o fl oricultor, que foi treinado para fazer os arranjos fl orais ali mesmo; o pedido é entregue no dia seguinte por empresa especializada. • Resultados: foram eliminadas três etapas desnecessárias, os custos do processo diminuíram de forma signifi cativa e o cliente passou a receber fl ores que são até nove dias mais frescas. Fonte: Caso adaptado de Minutos da Qualidade do Instituto Juran. CASO DE SUCESSO. Negócio: pagamento a fornecedores na FORD Caso adaptado de Minutos da Qualidade do Instituto Juran, descrito em: JURAN, J. M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Tompson/Pioneira, 2003. • Através da metodologia de Processamentos antes da Reengenharia: a Ford Motors tinha mais de 500 pessoas em seu departamento de contas a pagar, a maior parte do tempo era consumida comparando-se fatura de fornecedores com pedidos de compras, recibos de embarque e documentos do almoxarifado, e quando tudo se conciliava o fornecedor recebia. • Metodologia de Processamento depois da Reengenharia: a Ford sabia quan- tos carros fabricava por semana, todo carro tem para-brisa, jamais fez um carro sem para-brisa. A Ford passou a pagar automaticamente ao fornecedor de para-brisa com base na taxa de produção semanal vezes o preço combinado. • Resultados: a Ford passou a trabalhar com um número reduzido de funcionários no departamento de contabilidade, diminuiu o fl uxo de documentos em circu- lação e aumentou a confi abilidade do processo. Fonte: Caso adaptado de Minutos da Qualidade do Instituto Juran. 13 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Just-In-Time – JIT Just-in-time é uma metodologia que atua com apoio de outras técnicas com intuito de redefinir os processos e os fluxos de produção. Vamos conhecer: • Kanban – utilizado inicialmente pela Toyota, é um método para regular o fluxo de uma linha de produção; • Jidoka – utilizado nas linhas de produção, este método tem como objetivo dar autonomia ao operador e também monitorar a automação da linha de produção, impedindo falhas em seus processos; • Setup Rápido – um dos grandes obstáculos deste processo é a produção de pequenos lotes, devido ao tempo de setup para o trabalho de preparação ou reprogramação do sistema e dos equipamentos para fabricação de outro componente. Para viabilizar o sistema JIT, aumentando o número de lotes e reduzindo o tamanho dos mesmos, é preciso reduzir drasticamente o tempo de setup; • JIT - nada mais é que produzir o necessário, nas quantidades necessárias, no tempo necessário, com o objetivo de apresentar zero desvio no fluxo de produção. Importante! O JIT busca: • Reduzir o tempo de produção; • Reagir rapidamente às mudanças; • Minimizar a utilização de capital com estoques; • Identificar em tempo real problemas na produção; • Diminuir os custos de produção. Importante! Vamos descrever as etapas para o JIT. • Obter o comprometimento do nível estratégico; • Promover a capacidade do nível tático em técnicas de gestão e liderança; • Mapear o processo atual e analisar o fluxo de toda a cadeia de suprimento; • Identificar pontos críticos no fluxo de produção; • Capacitar supervisores e operadores; • Implantar programas como 5S e TPM; • Realizar mudanças estruturais; • Otimizar os tempos de setup, com base no TRF (Troca Rápida de Ferramentas); • Transformar operações internas em externas; • Capacitar os supervisores nas técnicas Kanban, Jidoca e Manufatura Celular; 14 15 • Criar nova política de relacionamento com os fornecedores; • Reestruturar toda a cadeia de Suprimento. Análise de Valor – AV Análise do valor é uma técnica utilizada com objetivo de aumentar a eficácia da organização e consequentemente uma maior competitividade no mercado atuante. E como característica fundamental para atingir este objetivo, a análise de valor, o progra- ma atua com uma metodologia para a redução dos custos de sua produtividade, porém tem como um aliado o aumento da qualidade claramente percebida pelo cliente através da adaptação dos seus produtos atentando às necessidades dos clientes. A análise do valor dava tanta importância para o cliente final, que foram descritos dentro da função de um produto atributos tangíveis e intangíveis que eram capazes de proporcionar a satisfação total dos clientes. Como podemos formar o custo de um produto, segundo o autor Rodrigues (2012), p. 215: • Identificar os custos por função; • Verificar os fatores que influenciam nos custos; • Eliminar os custos que não estão relacionados com as funções; • Identificar o custo global. Na tabela a baixo vamos analisar os tipos de custos. Vejamos: Tabela 2 Tipos de Custo Quanto à Variação • Custos fixos• Custos semivariáveis • Custos variáveis Quanto aos Elementos • Custo do material • Custo da mão de obra • Custo de depreciação • Custo de amortização • Custo de impostos e taxas • Custo financeiro • Custos diversos Quanto à Dimensão • Custos globais• Custos unitários • Custos médios • Custos de reposição Quanto à Natureza • Custo de aquisição • Custo de estoque • Custo de produção • Custo de manutenção • Custo de divulgação • Custo de comercialização Fonte: RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012, p. 216 Só é possível atribuir o valor dos produtos após avaliação com base em sua per- cepção através das necessidadesapontadas pelo cliente final. A forma de formar este valor está associada às características distintas e pode variar dependendo do produto e de cliente para cliente. 15 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Tabela 3 Tipos de Valor Quanto às Necessidades • Valor de Uso• Valor de Status Quanto ao Preço • Valor de Custo• Valor de Revenda Fonte: RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012, p. 216 Importante! Análise de Valor para o cliente na Visão de Philip Kotler: 1. Identificar os principais atributos de valor para o cliente; 2. Avaliar a importância quantitativa dos diferentes atributos; 3. Avaliar o desempenho da empresa e dos concorrentes quanto aos diferentes valores para os clientes em relação a sua escala de importância; 4. Verificar como os clientes de um segmento específico classificam o desempenho da empresa em relação a um importante concorrente; 5. Monitorar os valores para os clientes ao longo do tempo. Importante! Etapas para a análise de valor Seguem as principais etapas para o processo de análise de valor. Planejamento • Definir o objetivo da ação; • Definir o problema; • Delimitação do campo de análise; • Definir a metodologia e os prazos; • Definir metas. Pesquisa • Coletar informações sobre necessidades, expectativas e percepção dos clientes; • Coletar informações sobre função e custo; • Agrupar informações; • Analisar informações. Análise das funções e custos • Análise das funções; • Selecionar funções prioritárias; • Análise de custos. 16 17 Análise Prospectiva • Procurar novas funções que agreguem valor ao produto; • Verificar o custeamento das funções; • Criticar a intensidade do valor; • Procurar meios para diminuir custos. Avaliação das Soluções • Analisar viabilidade econômico-financeira; • Analisar viabilidade técnica; • Analisar viabilidade comercial. Implantação • Planear a implantação; • Desenvolver plano de ação; • Implementar ações específicas; • Monitorar o processo. Desdobramento da Função Qualidade – QFD O desdobramento da função qualidade – QFD Quality Function Deployment tem como objetivo priorizar e assegurar a qualidade dos produtos segundo o desejo e necessidade do consumidor. Através do QFD, nós podemos identificar e qualificar diversos requisitos que atendem às necessidades do consumidor, nas várias etapas do desenvolvimento de um produto com propósito de redução de custos e principalmente tempo. Importante! Nem sempre o cliente verbaliza ou deixa transparecer todos os requisitos: alguns por parecerem muito óbvios e outros por serem simbólicos. Quanto aos primeiros, o atendimento geralmente não aumenta a satisfação do cliente, mas o não atendimento pode diminuir a satisfação. Já quanto aos simbólicos, a organização precisa identifi car e decodifi car. Em uma análise mais criteriosa, estes requisitos devem ser inseridos na relação dos Requisitos do Cliente, os “O que”. Importante! 17 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade 1 3 5 4 6 8 7 2 Casa da Qualidade Os “Como” Correlação dos “Que” com os “Como” Correlação dos “Como” Benchmarking externo Benchmarking interno Grau de Importância “Quanto” - Metas Os “Que” Figura 4 Fonte: Adaptado de RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012 De acordo com a figura 4, podemos perceber que o QFD é a “voz do cliente” em todo o processo de produção. O objetivo desta metodologia, como podemos ver na figura, é “O que” o cliente deseja e “como”, e “Quanto” e em que etapa do processo esse atributo pode ser realizado ou melhorado com o menor custo. Rodrigues (2012, p. 221) ainda detalha. Vejamos. 1. Os Requisitos do Cliente – Os “O Que” – os clientes refletem as necessidade e expectativas dos mesmos, que devem ser obtidas através de investigações, pesquisa de mercado e reuniões com clientes. Na Casa da Qualidade se posicionam em uma coluna no lado esquerdo. 2. Importância dos Requisitos do Cliente – os graus de importância dos requisitos do cliente, que também são obtidos através de pesquisas junto a ele, refletem a hierarquização na opinião do mesmo, em uma escala com pesos de 1 (menor) a 5 (maior). Na Casa da Qualidade se posicionam em uma coluna logo após cada item “O Que”. 3. Os Requisitos do projeto – “Os Como” – os requisitos do projeto refle- tem, através do detalhamento técnico, as ações de projeto destinadas ao atendimento dos “O Que”. Alguns itens “Como” podem afetar mais de um “O Que” e podem sofrer influência mútua. Na Casa da Qualidade se po- sicionam no lado direito e acima da coluna de “Importância dos O Que”. 18 19 4. Relacionamento dos “O Que” e Como” – refl ete a existência e a intensidade de relacionamento de cada “O Que” com cada “Como” e tem como objetivo verifi car o relacionamento e obter informações para otimizar e valorar requisitos do projeto diante dos requisitos do cliente. Na Casa da Qualidade encontra-se à direita do Grau de Importância dos “O Que” e abaixo dos “Como”. Para explicitar este correlacionamento, geralmente utilizam-se símbolos específi cos em três níveis de mensuração. - Correlação Forte - Correlação Moderada - Correlação Fraca 5. Relacionamento dos “Como” – refl ete a existência e a intensidade de relacionamento dos “Como” e tem como objetivo obter informações para minimizar confl ito entre os “Como” em caso de correlacionamento negativo, e otimizar as ações em caso de correlacionamento positivo. Na Casa da Qualidade encontra-se acima dos “Como” e é chamado de telhado da Casa. Para explicitar este correlacionamento, geralmente utilizam-se símbolos específi cos em quatro níveis de mensuração: - Correlação Forte e Positiva - Correlação Positiva x - Correlação Forte e Negativa - Correlação Negativa 6. Comparação com Referencial Externo Benchmarking Externo – apresenta informações, obtidas em pesquisa de mercado, sobre a percep- ção dos clientes em relação aos produtos similares de outras organizações, fornecendo, assim, dados para uma análise comparativa do posicionamen- to do produto e de seus requisitos. É apresentada em gráfi co linha ou em valores numéricos, com base em uma escala com pesos de 1 (ruim) a 5 (ótimo). Na Casa da Qualidade encontra-se em uma coluna à direita do relacionamento dos “O Que” com os “Como”. 7. Comparação com Referencial Interno/Externo Benchmarking Interno – apresenta informações sobre a percepção dos técnicos da organização em relação aos “Como” e em relação aos produtos similares de outras organizações, fornecendo, assim, dados para uma análise comparativa do posicionamento do produto e de seus requisitos. É apresentada em gráfi co linha ou em valores numéricos, com base em uma escala com pesos de 1 (ruim) a 5 (ótimo). Na Casa da Qualidade encontra-se em uma linha abaixo dos “Quanto”. 8. Qualifi cação dos “Como” – Quanto” – refl ete o posicionamento da equipe de projeto para a mensuração das expectativas de cada “como” e defi nição de metas. Na Casa da Qualidade encontra-se em uma linha abaixo do relacionamento dos “O Que” com os “Como”. 19 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Casa da Qualidade 1 1ªFase: Planejamento do Produto Requisitos do Projeto Atributos dos Componentes Operações de Fabricação Requisitos de Produção Op er aç ão de Fa br ica çã o At rib ut os do s Co m po ne nt es Re qu isi to s do Pr oj et o Re qu isi to s do Cl ien te Casa da Qualidade 2 2ªFase: Desdobramento de Componentes Casa da Qualidade 3 3ªFase: Planejamento do Processo Casa da Qualidade 4 4ªFase: Planejamento da Produção Figura 5 Fonte: Adaptado de RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012 Etapas do QFD – Construção da Casa da Qualidade 1. Os requisitos do cliente. 2. A importância de cada requisito para o cliente. 3. Os requisitos do projeto. 4. O relacionamento dos requisitos do cliente com os requisitosdo projeto. 5. Benchmarking externo. 6. Benchmarking interno. 7. A quantificação de cada requisito do projeto, as metas. 20 21 Gestão de Clientes Quando falamos de cliente, logo pensamos naquele que compra seu produto e vai para casa. Mas quando falamos de gestão de clientes, estamos falando de duas posições: são os clientes “internos” e clientes “externos”. Cliente Interno É aquele que recebe os benefícios do produto e é membro da organização que o elabora. Cliente Externo É aquele que recebe os benefícios do produto e não é membro da organização que o elabora. Clientes Possíveis Clientes Potenciais Clientes Eventuais Clientes Preferenciais Clientes Defensores Clientes Parceiros TIPOS DE CLIENTE Figura 6 Fonte: Adaptado de RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012 Para encantar o cliente, o autor descreve passos importantes. Vejamos: • Mapear o que a organização deseja e pode fazer pelo cliente; • Através de pesquisas, identificar o que o cliente deseja: quais são suas neces- sidades e expectativas; • Relacionar as necessidades e expectativas do cliente com os potenciais bene- fícios de seu produto; • Procurar atender às necessidades do cliente e exceder as expectativas em pelo menos 1% a mais. 21 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Cadeia de Clientes em uma Organização CLIENTE Acionistas, que buscam atender suas expectativas e necessidades com o retorno do capital investido. CLIENTE Sociedade, que buscam atender suas expectativas e necessidades com benefícios sociais e ambientais. CLIENTE Consumidores do Bem Usuários do Serviço, que buscam atender suas expectativas e necessidades com os atributos do produto. CLIENTE Parceiros, que ao mesmo tempo que alimentam a organização com seus insumos, têm expectativas e necessidades de negócios saudáveis. CLIENTES INTERNOS ORGANIZAÇÃO CLIENTES INTERNOS Figura 7 Fonte: Adaptado de RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012 Quando falamos de gestão do cliente, utilizamos a sigla CRM (Consumers Relationship Managemenet), com objetivo de deixar claro o processo através de estatísticas que trarão informações como: • A orientação para o cliente; • O marketing de relações; • A tecnologia da informação; • Softwares especializados. O CRM não é somente um software que estreita relacionamentos com o cliente, o objetivo principal é manter um relacionamento maior com o cliente, principalmente no que chamamos de pós-vendas. O CRM nos permite manter dados cruciais dos clientes, que fazem a cada pedido aumentar o relacionamento. Etapas para o CRM • Conscientização em toda a organização de que a criação de valor para o cliente deve ser filosofia do negócio; • Estruturar a organização em torno do cliente, diante da natureza e objetivo do negócio; • Realinhar a cultura da organização para o foco no cliente; • Integrar toda a organização para o foco no cliente; • Definir de forma adequada o software a ser utilizado; • Estudar as diversas formas de abordar o cliente; • Definir formas para “humanizar” a customização através do CRM. 22 23 Conhecimento dos Clientes Retenção dos Clientes CRM Criação de ProdutosCustomizados Atração de Novos Clientes Rentáveis Medir e controlar os projetos de CRM Integrar toda a empresa à visão do CRM De�nir responsabilidades para os projetos de CRM Realizar investimentos necessários em tecnologia Figura 8 Fonte: Adaptado de RODRIGUES, M. Ações para a qualidade, 2012 23 UNIDADE Programas e Métodos para a Melhoria dos Processos e da Qualidade Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços JURAN, J. M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Tompson/Pioneira, 2003. Ver caso de sucesso: Circos, Benchmarking para o Exército. Ver caso de sucesso: Origem do Just-in-time. Vídeos A Controversa História do McDonald’s - Fome de Poder Perceba a importância do controle de qualidade para o sucesso e rotina operacional. https://youtu.be/zNayqpAxzdk O que aprendi com o filme do Mc Donald´s | sacadas #10 | Erico Rocha Análise construtiva do Erico Rocha sobre o conteúdo final do filme não deixe de ver. Fundamental. https://youtu.be/6x4pZEXzwLA 24 25 Referências CORREA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just in time, MRPII e OPT. São Paulo: Atlas, 1993. HAMMER, M.; CHAMPY, J. Reengenharia. Rio de Janeiro: Campus, 1994. JURAN, J. M. A qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Tompson/Pioneira, 2003. L. JUNIOR, A. Promovendo resultados com o 5S. Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1999. MANGANELLI, R. L. Manual de reengenharia. Rio de Janeiro: Campus, 1995. NAIN, J. Guerras pela qualidade. Rio de Janeiro: Campus, 1994. RIBEIRO, P. D. Kanban. Rio de Janeiro: COP, 1986. RODRIGUES, M. V. Ações para a qualidade. São Paulo: Elsevier: 2012. 25
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