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CIMENTAÇÃO Introdução -A cimentação é uma etapa importante na confecção da prótese pois é o momento em que o espaço entre a prótese e o preparo serão preenchidos, com intuito de reter a prótese sobre o preparo. -Existem duas formas dessa retenção acontecer, através da união mecânica ou químico mecânica • União Mecânica > O cimento ocupa pequena irregularidades nas paredes do dente preparado e nas paredes da restauração, aumentando assim, o atrito e promovendo uma retenção mecânica • União químico mecânica > Ocorre quando o cimento resinoso é utilizado, esse tipo de cimento tem a necessidade da aplicação de um sistema adesivo criando resistência a tensão Propriedades dos agentes cimentantes Para um agente cimentante ser considerado clinicamente ideal, ele deve conter algumas propriedades, como: biocompatibilidade, adequada espessura de película, insolubilidade a fluidos orais, ser bactericida, resistente a fraturas, apresentar adesividade, selamento marginal, resistência a tração e compressão, apresentar tempo suficiente de trabalho para manipulação e instalação da prótese, ser radiopaco e apresentar boas propriedades óticas Técnica operatória ´´Restaurações indiretas devem ser inicialmente provadas no dente preparado para constar sua perfeita adaptação, na maioria das vezes a restauração não se adapta ao dente preparado, quando isso acontecer o profissional não deve forçar a restauração para que não ocorra fraturada cerâmica, corantes podem ser usados para demarcar a impactação para que a mesma possa ser removida`` Cimentação Adesiva -Restaurações indiretas em cerâmica pura ou de variações de cerâmicas odontológicas atuais necessitam de tratamentos internos, para que seja possível a cimentação adesiva. O cimento resinoso não possui compatibilidade com as cerâmicas e por esse motivo, existe a necessidade de alterar a superfície da cerâmica para que o cimento que vem depois do Silano possa penetrar na cerâmica e provocar a cimentação adesiva -Vou separar didaticamente a cimentação adesiva em 3 partes: preparo da superfície interna da restauração, preparo da superfície do dente q receberá a restauração, e a cimentação propriamente dita Preparo da superfície interna da restauração -O primeiro passo para o preparo interno da restauração é o jateamento com oxido de alumínio em pó, por aproximadamente 5 seg, o jateamento promove a limpeza da superfície da cerâmica pelo remoção de resíduos, isolantes utilizados na sua confecção, favorecendo a criação de microporosidades. -Após o jateamento, realiza-se o condicionamento da superfície interna da restauração com ácido, dependendo do tipo da cerâmica usada na confecção -As cerâmicas feldispáticas devem ser condicionadas com ácido fluorídrico a 10% de concentração, pelo tempo aproximado de 2 minutos. Esse ácido atua na camada vítrea da cerâmica, provocando microporosidades assim como ácido fosfórico no esmalte -Restaurações realizadas com sistema tipo in-ceran e Procera, que apresentam um coping de oxido de alumínio sobre o qual se aplica cerâmica feldspática, não devem ser condicionadas com ácido fluorídrico, pois o oxido de alumínio apresenta uma fina camada vítrea que poder ser destruída pelo ácido, além disso o coping já apresenta microporosidade suficiente -Restaurações realizadas com sistema Empress2, que possuem coping de lítio, devem ser condicionadas com ácido fluorídrico a 10%, mas por tempo aproximado de 20seg -Após o tratamento da superfície interna da restauração cerâmica, aplica-se o silano que reage com a porção cristalina da cerâmica e com a porção orgânica do cimento resinoso, favorecendo a ligação química entre essas duas estruturas. A aplicação do silano independe do tipo da cerâmica utilizada, ou seja, todas as restaurações devem ser silanizadas *Técnica operatória* -Para que o ácido não toque na parte glazeada da cerâmica, esta é pressionada contra uma lâmina de cera 7 -Após 2 minutos de ação do ácido, lava-se abundante mente a restauração em água corrente. Após a secagem, pode se notar a superfície interna da cerâmica alterada pela formação de porosidade, após a aplicação do ácido. -Em seguida a secagem da peça, é efetuada a silanização. O silano atua sobre a superfície da cerâmica, favorecendo a união química entre a cerâmica e o cimento resinoso -Após 2 minutos, aproximadamente, ocorre a evaporação do silano e a superfície apresentara um aumento de energia, o que facilitara o escoamento do cimento e a penetração do adesivo -Sobre a superfície silanizada, aplica-se o adesivo, tomando-se cuidado de espalha-lo muito bom com o aplicador. É importante que o adesivo seja aplicado em uma camada fina para não interferir na adaptação da peça -O adesivo é fotopolimerizado e a superfície brilhante da cerâmica caracteriza a impregnação do adesivo Preparo do dente que receberá a restauração -O preparo obedece ao mesmo protocolo executado para uma restauração com resina composta, ou seja, condicionamento ácido, lavagem e secagem sem desidratar a dentina, aplicação do sistema adesivo, sem excesso e fotopolimerização. Assim como a resina composta, a cimentação deve ser feita, sempre que possível, com isolamento absoluto -Condicionamento com ácido fosfórico, tanto do esmalte e da dentina por 15seg. Aplicação do adesivo pós lavagem do ácido fosfórico e a secagem, sem desidratar o elemento condicionado e a polimerização do adesivo utilizado. O aspecto brilhante caracteriza o adesivo impregnado -Antes da cimentação propriamente dita, é conveniente isolar as faces proximais dos elementos vizinhos do dente preparado. Essa providencia é bastante útil para facilitar a remoção do eventual excesso de cimento resinoso que, se polimerizado nessa região interdental, seria de muito difícil remoção. (Uma película de teflon pode ser usada como isolante dos dentes adjacentes) Cimentação propriamente dita -Existem disponíveis como agentes cimentantes no mercado vários tipos de cimento, como: Cimento de fosfato de zinco, cimentos de policarboxilato de zinco, cimento de ionômero de vidro e cimentos resinosos. -O cimento de fosfato de zinco será abordado, na próxima parte do resumo falando da cimentação não adesiva -O cimento de policarboxilato de zinco oferecem uma possibilidade de adesão a estrutura dental e a metais nobres, exceto ouro, além de uma excelente biocompatibilade pulpar; porem a baixa resistência a tração compromete sua característica adesiva, tornando sua indicação limitada -O cimento de ionômero de vidro, por sua vez, além da possibilidade de adesão a estrutura dental, resistência e retenção satisfatória e baixa solubilidade, apresentam a liberação de flúor, o que confere ao material propriedades cariostáticas. Por outo lado, são materiais que apresentam características de manipulação críticas, sendo que qualquer negligencia por parte do profissional no manuseio do material pode comprometer seu resultado clinico. ’’NÃO aderem satisfatoriamente as porcelanas, quando a umidade puder ser bem controlada, são indicados para cimentações de peças metálicas`` -Os cimentos resinosos, nada mais são do que resina composta, porém com menor quantidade de carga, de tamanho entre 0,5-15um, para apresentarem a fluidez necessária para o processo de cimentação. Nesse mesmo contesto não diferem das resinas compostas quanto a composição da fase orgânico (Bis- GMA/UDMA) Os cimentos resinosos apresentam resistência a tração e compressão mais elevadas e grande adesividade a estrutura dental. Eles se encontram disponíveis nas versões quimicamente ativadas, sendo utilizados sob restaurações metálicas(opacas), fotopolimerizavél ou de presa dupla (dual), sendo utilizados sob coroas de cerâmica, facetas e inlays, e onlays de também de cerâmicas ou resinas (translucidas).Podem ainda se rem classificadas quanto ao tipo de carga, a viscosidadeou ao fato de serem adesivos ou não. Porem, a grande maioria dos cimentos resinosos não possui características adesivas, sendo necessário a utilização de uma substancia química para unir a superfície da peça protética, seja em metal, cerâmica ou resina. Como a variedade de cimentos resinosos é muito grande, vou descreve-los de acordo com cada tipo de restauração indireta. Restaurações metálicas fundidas -A adesão as ligas de metais básicos foram melhoradas consideravelmente em função da presença de determinados componentes adesivos nos cimentos resinosos. A força de adesão entre resinas e os metais é físico-química e resulta no imbricamento mecânico do cimento com a superfície dos metais e das interações químicas entre óxidos presentes na superfície dos metais e os derivados dos ácidos carboxílicos e fosfóricos presentes no cimento. Entretanto esses monômeros não são capazes de promover uma união tão efetiva entre ligas de metais nobres e cimentos resinosos. Dessa forma, foram criados primers para metais, os quais possibilitam um aumento significativo da resistência de união em ligas nobres. -A cimentação adesiva passou a ser uma opção de técnica para todos os casos de cimentação em que a técnica tradicional com cimento de fosfato de zinco era usualmente empregada como, por exemplo, em próteses unitárias, múltipla, restaurações metálicas fundidas e núcleos metálicos. - Trata-se de um procedimento complexo que consome um tempo maior de trabalho, exige do profissional um domínio perfeito da técnica, que é muito crítica, além de possuir um custo mais elevado quando comparada a cimentação com o cimento de fosfato de zinco. No entanto, resolve situações que a técnica tradicional falha. Inlays, Onlays, Overlays e Coroa de cerâmica -O cimento resinoso nesses casos deve ser o DUAL , que apresenta uma forma de polimerização ativada por luz, por meio de um fotoativador, e uma polimerização ativada quimicamente -E restaurações com mais de 2mm de espessura, a ativação do cimento resinoso é falha por que a luz não é capaz de atingir essa profundidade, dessa forma é necessário que o sistema químico de ativação termine o processo de polimerização -Adesivos autocondicionantes ou self-etching não podem ser usados junto com esse cimento pois a uma incompatibilidade química na formula dos dois produtos, causando uma linha de cimentação mais frágil. -Devido ao grande apelo estético, foram introduzidos no mercado cimentos variando cor e opacidade, com o objetivo de dissimular a linha de cimentação -Para cimentações adesivas de coroas totais de cerâmica, o protocolo clinico é o mesmo usado para cimentação de overlay Facetas cerâmicas -As facetas confeccionadas em material cerâmico, devido a sua pequena espessura, podem ser cimentadas com cimento resinoso autopolimerizavel, uma vez q a luz atravessa a fina camada de cerâmica -Tais cimentos oferecem vantagens consideradas devido a facilidade de manipulação (maior tempo de trabalho, consistência ideal), propriedades físico-mecânicas favoráveis e estabilidade de cor. - As facetas cerâmicas também necessitam da realização de tratamentos químicos e/ou mecânicos a fim de aumentar a resistência adesiva da interface cerâmica/cimento resinoso. Para tal finalidade, os tratamentos mais empregados são os condicionamentos com ácido fluorídrico seguindo de silanização da superfície cerâmica Cimentação com cimentos autocondicionantes -Os cimentos autocondicionantes combinam a facilidade de manipulação dos cimentos de ionômero de vidro com a boa adesão dos cimentos resinosos. -Dispensam tratamento da superfície do dente, ou seja, não necessitam da aplicação de condicionamento ácido nem adesivo. -A vantagem para seu uso é na cimentação de pinos, uma vez que a adesividade dentro do canal radicular não dependera de condicionamento ácido nem do uso de adesivo. -Porém, não devem ser utilizados em para cimentação de facetas laminadas, pois são pouco ativos em esmalte *Técnica operatória* *Passos cimentação adesiva* -Aplicação de acido fluorídrico a 10% na peça -Lavar e secar -Aplicar silano e esperar sua evaporação -Aplicação do sistema adesivo de frasco único, foto ativar adesivo na peça -Vamos para o dente preparado, condicionamento com ácido fosfórico a 37%, 30seg em esmalte -Lavar e secar -Aplicação de adesivo no dente preparado, leves jatos de ar são aplicados para espalhar o excesso de cimento, e fotoativamos -A resina fluida e colocada na a faceta e levada ao dente preparado, uma rápida fotoativação é realizada -Retiramos o excesso de resina na cervical e proximal, e damos continuidade a uma fotoativação criteriosa -Acabamento final geralmente é necessário para remoção da resina. *Técnica operatória* *Cimentação autocondicionante* -Condicionamento com acido hidrofluoridrico a 10% por 2 minutos -Após secagem, aplicação do silano -Aplicação de uma fina camada do sistema adesivo, fotoativar -No dente preparado, profilaxia com pedra-pomes e água -Levar em boca coroa com cimento dentro e posiciona-la -Remoção criteriosa do excesso de cimento * cimentação concluída *CIMENTAÇÃO NÃO ADESIVA* Cimento de Fosfato de Zinco -Utilizado desde 1878, sua composição básica é de 90% de ZnO e 10% de MgO, enquanto o liquido contem 67%de ácido fosfórico tamponado com alumínio de zinco. -Não há adesão química a nenhum substrato, ou seja, seu selamento ocorre apenas por imbricamento mecânico, e, devido a isso, as características do preparo cavitário dental são extremamente importantes para o sucesso. -A confiabilidade desse cimento valida seu uso e indicação até hoje, como em casos de fixação de núcleos metálicos fundidos, coroas, inlays e onlays metálicas eproteses parciais fixas. -A técnica de manipulação é critica e deve ser realizada em ambiente refrigerado, sobre a placa de vidro, por aproximadamente um minuto e meio. Uma placa resfriada e espessa dissipara o calor da reação, que é mais efetivamente dissipado quando o cimento e misturado numa área ampla da placa. -Inicialmente, pequenas porções do pó são incrementadas ao liquido, e há liberação de um mínimo de calor, que é facilmente dissipado. Após gastar metade do tempo para mistura, quantidades maiores de pó podem ser incorporadas para saturar mais o liquido. Finalmente incrementos menores de pó são colocados para dar consistência ideal para o cimento. -Esse procedimento permite a incorporação de uma quantidade ótima de pó e liquido, sem que haja um grande aumento da viscosidade. -Apesar do cimento de fosfato de zinco não endurecido ser, de certa forma, retentivo, a ação retentiva no seu estado endurecido se da pelo preenchimento das irregularidades da superfície dental e da restauração. -O aumento rápido da viscosidade demonstra que a restauração deve ser cimentada rapidamente após completar a mistura para aproveitar a menor viscosidade do cimento. Um retardo na cimentação pode resultar em valores consideravelmente maiores na espessura do filme e influenciar o assentamento da restauração. O contato prematuro do cimento, que não tomou presa completamente, com a água resulta da dissolução e erosão da superfície.
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