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Gasometria arterial e Venosa @AplicandoEnfermagem O que é Gasometria Arterial? A gasometria arterial é o exame que analisa a efetividade da troca gasosa pelo pulmão. Ela também analisa o funcionamento do metabolismo por meio das concentrações de oxigênio, do pH e da ventilação do paciente. Em outras palavras, a gasometria arterial fornece os valores que permitem analisar os gases sanguíneos e o equilíbrio ácido-base (metabólico e/ou respiratório). Como é definido? Os principais parâmetros que vão definir o resultado da gasometria são: PH, pressão arterial de dióxido de carbono (pCO2), bicarbonato básico (HCO3), pressão arterial de oxigênio (pO2) e saturação arterial de oxigênio (SatO2). De forma geral, o excesso de base (BE) também determina disfunções, mas não se encontra em todas as literaturas. É uma forma de teste invasiva, onde o sangue que será avaliado é retirado através de uma punção arterial, de forma que o dióxido de carbono e o oxigênio sejam medidos antes de entrar nos tecidos corporais. Normalmente, a artéria radial é a escolhida para punção do sangue a ser examinado, pela facilidade de manuseio, mas as artérias braquiais e femorais também podem ser utilizadas. Como se trata de um procedimento mais dolorido do que em uma veia, geralmente é aplicado um anestésico local, para reduzir a dor. É um exame indicado em casos de distúrbios respiratórios que impliquem em disfunções nas trocas gasosas, desequilíbrio ácido-básico, e auxilia na avaliação da função renal. De acordo com Sanderson (2012), ainda é possível analisar a oxigenação, o equilíbrio ácido-base e a adequação de ventilação, além de verificar a resposta do paciente à terapia (ou eficácia do tratamento realizado), permitir avaliação diagnóstica (como fornecimento de oxigênio, por exemplo) e monitorar/acompanhar a progressão ou gravidade do processo da doença já diagnosticada. Gasometria Arterial – Valores de Referência pH normal do sangue arterial O pH é o que determina o estado do equilíbrio ácido-base do sangue. Seu valor normal é de 7,35 – 7,45. Se ele se encontra normal, diz-se que ele está compensado, indicando ausência de desvios ou sua compensação total. Estando ele fora desses valores, dizemos que o pH está descompensado. pCO2 (pressão parcial de gás carbônico) O valor do pCO2 fora dos valores 35 – 45 mmHg indica algum distúrbio respiratório. Quando a pCO2 está abaixo de 35 mmHg, o corpo se encontra em alcalose respiratória, onde há eliminação excessiva de CO2, aumentando também o pH. Se a pCO2 estiver acima de 45 mmHg, existe retenção de CO2 no organismo, puxando o pH para baixo, nos mostrando a acidose respiratória. Atenção: Esse é o único parâmetro inverso ao pH, onde sua redução indica alcalose e o aumento acidose, por terem questões fisiologicamente inversas. HCO3 (bicarbonato) Já o HCO3 permite detectar distúrbios metabólicos. Seu valor de referência é 22 – 28 mEq/L. A acidose metabólica ocorre quando o HCO3 está abaixo de 22 mEq/L, reduzindo também o pH e isso nos leva a entender que parte da reserva de bases foi consumida. A alcalose metabólica nos diz que há excesso de bases disponíveis no sangue, elevando HCO3 acima de 28 mEq/L e juntamente o pH. BE (excesso de bases) O excesso de bases (BE) é um parâmetro que vem em conjunto com o HCO3 e juntamente com ele irá indicar um distúrbio metabólico. Seu valor normal é de -2 a +2 mEq/L. Se o BE está abaixo de -2 mEq/L, existe uma acidose metabólica. Logo, se estiver acima de +2 mEq/L, está informando uma alcalose metabólica. pO2 (pressão parcial do oxigênio) A pO2 dentro do seu valor 80 – 100 mmHg determina uma boa eficácia das trocas de oxigênio entre alvéolos e capilares pulmonares. Se a pO2 se encontrar abaixo de 80 mmHg, há um quadro de hipoxemia. Se por outro lado, estiver acima de 100 mmHg, chamamos de hiperoxemia. SatO2 (Saturação de Oxigênio) A saturação de oxigênio (SatO2) representa a quantidade de oxigênio que se liga com a hemoglobina. Seu valor de referência é acima de 95%. Abaixo disso, costumamos dizer que o paciente está dessaturando, o que pode induzir a medidas emergenciais para reversão. Gasometria Arterial: Acidose e Alcalose O sistema vascular trabalha como uma solução-tampão, que tenta evitar, a todo custo, grandes alterações do seu pH. Como descrito anteriormente, o pH do sangue deve se manter na faixa de 7,35 a 7,45. Qualquer alteração nesse valor, acima ou abaixo, gera um distúrbio. Sendo assim, esses distúrbios chamados acidose e alcalose são condições anormais do pH sanguíneo, no qual há um excesso de ácidos ou bases no sangue. No geral, qualquer disfunção que cause alguma patologia que afete o metabolismo, como nos rins ou pulmões, pode alterar os níveis normais do pH, causando essas condições. Acidose é o excesso de ácido no sangue, como o próprio nome diz, onde o pH fica abaixo do valor normal de 7,35. Pode ser provocada pela redução da eliminação ou aumento na produção de ácidos, ou ainda, pela eliminação aumentada de bases. Alcalose é o contrário, ou seja, é quando o sangue está com excesso de bases, levando o pH acima de 7,45. A alcalose, por sua vez, pode ser causada pela perda exagerada de ácidos (como por desidratação e vômitos constantes, por exemplo), ingestão ou administração venosa de bases, ou ainda hiperventilação, que é a eliminação exacerbada de CO2 pela respiração. É necessário saber distinguir entre os tipos de alcalose e acidose, que são: respiratória, metabólica e mista. Distúrbios Respiratórios Os distúrbios de origem respiratória são decorrentes de alterações primárias na pCO2. E essas alterações são ocasionadas por desordens na ventilação pulmonar. A hiperventilação reduz a pCO2 e a hipoventilação aumenta a pCO2. Dessa maneira, alcalose e acidose respiratórias, nada mais são do que alterações da ventilação. Acidose Respiratória A acidose respiratória acontece quando o pH é reduzido. Essa redução de pH ocorre devido ao acúmulo de CO2 pelo organismo, que não o elimina adequadamente pela ventilação. Pneumonia, enfisema, asma, inalação de fumaça, ingestão de drogas, bronquite, alterações no sistema nervoso central e obstrução das vias aéreas são situações que podem provocar a acidose respiratória. Alguns sintomas são dificuldade respiratória, desorientação, coma, fraqueza e pH urinário abaixo de 6,0. Acidose Metabólica A acidose metabólica se dá quando o pH do corpo diminui. Isso ocorre devido ao acúmulo de ácidos do metabolismo (que pode ser pirúvico, clorídrico, fosfórico, sulfúrico, lático e bromídrico). Pode ocasionar sintomas como torpor, falta de ar a esforços, hiperventilação, respiração profunda e rápida (kussmaul), inconsciência e urina ácida. Alcalose Metabólica A alcalose metabólica acontece quando há perda de ácidos em excesso. Ou acúmulo de bases (por exemplo, o próprio bicarbonato de sódio). Isso faz com que eleve o pH. Comumente apresenta sintomas como: tetania e respiração difícil, hipertonicidade dos músculos, potássio menos que 4 mEq/L e pH urinário acima de 7,0. Distúrbios Mistos Ainda pode ocorrer um distúrbio misto, ou seja, os dois sistemas (respiratório e metabólico) estão envolvidos em uma mesma gasometria. Isso acontece por causa do princípio da compensação, onde devemos ficar atentos à provável resposta compensatória para cada distúrbio. Dessa forma, cada tipo de distúrbio puxa o PH para seu lado, deixando o PH normal. Para decifrar essa disfunção mista, é necessário levar em consideração os outros itens presentes na gasometria. Gasometria Arterial e Venosa O sangue arterial possui grandes taxas de oxigênio. Este circula entre as artérias e veias pulmonares, obtendo energia química e nutrindo as células. Possui uma coloração em tom de vermelho forte/vivo, devido ao pH mais alto, provocado pela presença elevada de O2. O sangue venoso é mais rico em gás carbônico (CO2) e pobre em oxigênio. Circula pela árvore arterial pulmonar e veias sistêmicas. Ele recebe oxigênio à medida que passa pelos pulmões, se tornando arterial e voltandoao ciclo natural. A gasometria arterial geralmente é escolhida por apresentar um resultado mais completo, possibilitando uma análise mais complexa. A gasometria venosa é bastante utilizada em casos mais emergenciais, provavelmente devido ao fato da punção facilitada. A escolha da gasometria arterial ou venosa deve acontecer também de acordo com o objetivo do exame. Quando é necessária uma avaliação do funcionamento pulmonar, o modo arterial é o mais indicado, pois, esta permitirá diversas informações, inclusive acerca da disponibilidade e oferta de oxigênio aos tecidos. Se a intenção for analisar apenas a parte metabólica do organismo, pode-se optar pela gasometria venosa. Isso se explica pelo tipo de sangue circulante em cada vaso. Parecer Técnico sobre coleta de sangue arterial para fim de realização de gasometria arterial A coleta de sangue para exames laboratoriais de rotina não é atribuição exclusiva do profissional Enfermeiro, mas levando-se em consideração que em casos especiais onde há maior risco ao paciente, devido à complexidade do procedimento e a necessidade de conhecimento técnico-científico, como é o caso punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva, procedimento esse considerado de maior complexidade técnica e que exija conhecimento de base científica, determinado indiretamente através da Lei 7.498/86, que dispõe sobre o Exercício da Enfermagem. A Resolução COFEN Nº 390/2011, que normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva, determina: Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento privativas do Enfermeiro observadas às disposições legais da profissão. Parágrafo único O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização. Art. 2º O procedimento a que se refere o artigo anterior deve ser executado no contexto do Processo de Enfermagem, atendendo-se as determinações da Resolução Cofen nº 358/2009. Distúrbio Respiratório Distúrbio Metabólico pH: 7,20 PaCO2: 45 mmHg PaO2: 95 mmHg HCO3: 19 BE: -2 pH: 7,55 PaCO2: 45 mmHg PaO2: 95 mmHg HCO3: 29 BE: +2 PACIENTE X pH: 7,20 PaCO2: 30 mmHg PaO2: 79 mmHg HCO3: 22 BE: +1 PACIENTE Y pH: 7,55 PaCO2: 48 mmHg PaO2: 95 mmHg HCO3: 22 BE: +2 Compensatório Distúrbios mistos Descompensatório Obrigada!!! Caroline Santos Trainee em PVP Coleta de material biológico Atendente de Farmácia Técnica em Enfermagem Habilitada em APH Graduanda em Enfermagem
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