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Redes de Atenção à Saúde - USBC II UFPEL

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REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
Os sistemas de atenção à Saúde são respostas sociais 
deliberadas às necessidades de saúde da população. 
Assim, ao se discutir uma proposta de organização do 
Sistema Único de Saúde (SUS), deve-se começar por 
analisar que necessidades de saúde se expressam na 
população brasileira. 
 
SITUAÇÕES DE SAÚDE NO BRASIL 
 
Transição Demográfica: envelhecimento populacional; 
Transição Nutricional: aumento do consumo de 
alimentos ultra processados, consequência do estilo de 
vida atual e que tem levado a obesidade e 
sedentarismo, entre outros problemas de saúde. 
 
Uma população em processo acelerado de 
envelhecimento significa um crescente incremento 
relativo de condições crônicas, pois essas condições 
afetam mais os segmentos de maior idade. 
Para a análise epidemiológica, vai se considerar o 
conceito de condições agudas e crônicas, diferente da 
tipologia mais usual que é doenças transmissíveis e não 
transmissíveis. 
 
Para organizar os sistemas de atenção à saúde, o mais 
conveniente é separar as condições agudas, em geral 
de período mais curto e que podem ser respondidas 
por um sistema reativo e com respostas episódicas; das 
condições crônicas, que têm um período mais ou 
menos longo e que exigem um sistema que responda a 
elas de forma proativa, contínua e integrada. 
Análise da mortalidade no Brasil: 
Doenças infecciosas: 1930 - 46% | 2000 – 5% 
Doenças cardiovasculares: 1930 – 12% | 2000 – 30% 
 
A situação epidemiológica brasileira tem sido definida 
como tripla carga de doenças, pois envolve uma 
agenda não concluída de infecções, desnutrição e 
problemas de saúde reprodutiva; o desafio das 
doenças crônicas e seus fatores de risco; e o forte 
crescimento de causas externas. 
 
CRISES NOS SISTEMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
A crise contemporânea dos sistemas de atenção à 
saúde decorre de uma incoerência entre uma situação 
de saúde de transição demográfica e epidemiológica 
completa nos países desenvolvidos e de dupla ou tripla 
carga nos países em desenvolvimento e o modo como 
se estruturam as respostas sociais deliberadas às 
necessidades das populações. 
 
A situação de saúde de forte predomínio relativo das 
condições crônicas não pode ser respondida, com 
eficiência, efetividade e qualidade, por sistemas de 
saúde voltados para as condições agudas e para as 
agudizações de condições crônicas, e organizados de 
forma fragmentada. 
 
Análise histórica: até a primeira metade do século XX, 
as atenções se voltaram para as doenças infecciosas, já 
na segunda metade, para as condições agudas e as 
agudizações das doenças crônicas. Esse processo foi 
formatado pela noção de doença como uma ruptura de 
um estado normal, caudada por um agente externo ou 
algum trauma. A epidemiologia moderna mostra que 
os problemas de saúde que geram impactos sanitários 
e econômicos hoje giram em torno das condições 
crônicas. 
 
O CONCEITO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são organizações 
de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si 
por uma missão única, por objetivos comuns e por uma 
ação cooperativa e interdependente, que permitem 
ofertar uma atenção contínua e integral a determinada 
população, coordenada pela atenção primária à saúde 
– prestada no tempo e lugar certo, com o custo e 
qualidade certos e de forma humanizada – e com 
responsabilidades sanitárias e econômicas por esta 
população. 
 
Fundamentos das RAS: 
Economia de escala | Suficiência e qualidade | Acesso 
| Disponibilidade de recursos | Integração vertical e 
horizontal | Processos de substituição | Região de 
saúde ou abrangência | Níveis de atenção. 
 
 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE 
 
A população | Estrutura operacional | Modelo de 
atenção à saúde 
 
A população: a atenção à saúde baseada na população 
é a habilidade de um sistema em estabelecer as 
necessidades de saúde de uma população específica, 
sob sua responsabilidade, segundo os riscos, de 
implementar e avaliar as intervenções sanitárias 
relativas a essa população e de prover o cuidado para 
as pessoas no contexto de sua cultura e suas 
preferências. A população de responsabilidade das RAS 
deve ser conhecida e registrada em sistemas de 
informações, sendo segmentada, subdividida em 
subpopulações por fatores de riscos e estratificada por 
riscos em relação às condições de saúde estabelecidas. 
 
Estrutura operacional: constituída pelos nós das redes 
(atenção primária à saúde; os pontos de atenção 
secundários e terciários; e os sistemas de apoio), as 
ligações que comunicam os nós (sistemas de apoio) e o 
componente que governa as relações entre esses 
elementos (sistema de governança). 
- Atenção Primária à Saúde: deve cumprir três papéis 
essenciais; resolução, coordenação e 
responsabilização. 
- Atenção secundária e terciária: os nós das redes onde 
se ofertam serviços especializados. Eles servem de 
apoio à Atenção Primária e se diferenciam por suas 
respectivas densidades tecnológicas, sendo os pontos 
de atenção terciários mais densos tecnologicamente 
que os secundários. 
- Sistemas Logísticos e de Apoio: necessariamente 
devem ser transversais a todas as redes temáticas e 
níveis de atenção. Sua articulação é fundamental para 
proporcionar atenção integral à população dentro de 
padrões razoáveis de custo/efetividade. 
- Sistema de Governança: é o arranjo organizativo que 
permite a gestão de todos os componentes das RAS, de 
forma a gerar um excedente cooperativo entre os 
atores sociais em situação, aumentar a 
interdependência entre eles e obter resultados 
sanitários e econômicos para a população. A 
governança deve ser feita por meio de arranjos 
interfederativos. São as comissões que se 
materializam: no plano nacional, comissão 
intergestores tripartite; nos estados, comissões 
intergestores bipartite; e nas regiões de saúde, 
comissões intergestores bipartite regionais. 
 
Modelos de atenção à saúde: são sistemas lógicos 
que organizam o funcionamento das RAS, articulando 
de forma singular as relações entre a população e 
suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos 
de intervenções do sistema de atenção à saúde e os 
diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos 
em função da visão prevalente de saúde, das 
situações demográficas e epidemiológicas e dos 
determinantes sociais de saúde, vigentes em 
determinado tempo e sociedade. 
 
DECRETO 7.508 
 
Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do 
SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e 
a articulação interfederativa. 
 
Mapa da Saúde – descrição geográfica da distribuição 
de recursos humanos e de ações e serviços de saúde 
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, 
considerando-se a capacidade instalada existente, os 
investimentos e o desempenho aferido a partir dos 
indicadores de saúde do sistema; 
 
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde – 
acordo de colaboração firmado entre entes federativos 
com a finalidade de organizar e integrar as ações e 
serviços de saúde na rede regionalizada e 
hierarquizada, com definição de responsabilidades, 
indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de 
desempenho, recursos financeiros que serão 
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de 
sua execução e demais elementos necessários à 
implementação integrada de ações e serviços de 
saúde. 
 
Portas de Entrada – serviços de atendimento inicial à 
saúde do usuário no SUS.

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