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Pessoa Natural Conceito É o ser humano dotado de personalidade jurídica e aptidão para ser titular de direitos e deveres na ordem civil. Personalidade Civil Inicia-se a partir do nascimento com vida, através da presença de ar nos pulmões através da respiração. De forma que o recém-nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo que venha a falecer minutos depois. ♥ Teorias: Natalista – o nascituro não é considerado pessoa, ou seja, não tem personalidade civil. Ele tem apenas mera expectativa de direitos. Concepcionista – personalidade civil começa da concepção, assim, o nascituro tem direitos desde a concepção. ♥ Direitos do nascituro: a) titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida, proteção pré-natal etc). b) pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter vivos; c) pode ser beneficiado por legado ou herança; d) pode ser-lhe nomeado curador para a defesa de seus interesses; e) é assegurado à vida através da tipificação do Código Penal sobre o crime de aborto; f) tem direito à realização de DNA, para efeito de aferição de paternidade. Personalidade Civil X Capacidade Jurídica A personalidade civil é absoluta, ou seja, nasce com a pessoa como atributo (art. 2º, CC). A capacidade jurídica, por sua vez, é relativa, uma vez que sofre limitações e comporta variações, atribuídas pela lei (art. 3º e 4º, CC). Como por exemplo, absolutamente incapaz, relativamente incapaz e plenamente capaz: o adolescente possui personalidade civil, mas lhe falta personalidade jurídica para casar. Adotada pelo Código Civil Pessoa Natural Capacidade Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. ♥Tipos: Capacidade de direito – é inerente à pessoa, ou seja, todos possuem. Bastando estar vivo para que lhe seja reconhecida. Ex.: receber doação, herança, ser proprietária de um imóvel etc. Capacidade de fato – a pessoa pode agir por si mesma, ou seja, praticar pessoalmente os atos da vida civil. O que ocorre com a maioridade ou emancipação. Capacidade de direito + Capacidade de fato = Capacidade civil plena Capacidade x Legitimidade A legitimidade é uma limitação da capacidade jurídica plena, para alguns atos ou negócios jurídicos. Já que muitas vezes a pessoa tem capacidade civil plena, mas não pode figurar no polo ativo ou passivo de um certo negócio jurídico. Ex.: um pai viúvo e plenamente capaz tem capacidade jurídica para alienar seus bens, mas se tem 2 ou mais, ele não tem legitimidade para vender o seu imóvel para um dos filhos, sem o consentimento. (art. 496,CC) Absolutamente incapaz Total falta de aptidão para praticar pessoalmente os atos da vida civil, ou seja, a pessoa a quem falte capacidade de fato ou de exercício, estando impossibilitada de manifestar real e juridicamente a sua vontade. a) menor de 16 anos b) os que, por enfermidade ou doença mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos Devendo ser oficialmente reconhecida por meio do procedimento de interdição (art. 1177 a 1186, CC). A doutrina, no entanto, admite uma incapacidade natural, quando a enfermidade ou deficiência não se encontra judicialmente declarada, como por exemplo, a esquizofrenia. Ressaltando que, ainda que declarada judicialmente a incapacidade, não são considerados válidos os atos praticados pelo incapaz mesmo nos intervalos de perfeita lucidez. c) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade Aqueles que, sem serem portadores de doença ou deficiência mental, encontrem-se em estado de paralisia mental total ou temporária. Ex.: dependente tóxico que, sem haver evoluído ainda para um quadro clínico, esteja sob efeito do entorpecente, que o priva totalmente do discernimento. Ato jurídico é nulo Pessoa Natural Relativamente incapaz Pessoas situadas na zona intermediária entre a absoluta incapacidade e a plena capacidade civil, as qual não gozam de total capacidade de discernimento. Permitindo que o incapaz pratique os atos da vida civil, desde que assistido por seu representante legal. Ato jurídico sem assistência é anulável. Ex.: João com 17 anos celebrou um contrato de locação. Porém, o negócio só será anulado se for proposta ação pelo interessado no prazo de 04 anos. (art. 178, CC) a) Maior de 16 anos e menor de 18 anos Podem praticar atos sem assistência como: eleitor, testemunha, casar, celebrar contrato de trabalho etc. b) Ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido Dependendo do grau de intoxicação e dependência, a interdição do dependente poderá ser total, ou seja, se tornar absolutamente incapaz. O juiz, na sentença de interdição, irá graduar a curatela no toxicômano, a depender do nível de intoxicação e comprometimento mental. c) Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo Como nos casos dos portadores de síndrome de Down, já que não chegam a atingir o desenvolvimento mental completo, merecendo educação especial e podem, perfeitamente, ingressar no mercado de trabalho. Deverão praticar os atos jurídicos devidamente assistidos, sem prejuízo da sua inserção social. d) Os pródigos São aqueles que gastam desordenadamente, destruindo os seus recursos e o patrimônio da família. Ex.: jogo, relações amorosas etc A interdição do pródigo somente o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienação, hipotecar, demandar ou ser demandado e praticar, em geral, atos que não sejam de mera administração. Não suporta restrição a pratica dos atos pessoais. Legitimidade para requerer a interdição: cônjuge, ascendente ou descendente. Pessoa Natural Suprimento da incapacidade A representação supre a incapacidade absoluta. Os menores de 16 anos são representantes por seus pais ou tutores; os enfermos ou deficientes mentais, privados de discernimento, além das pessoas impedidas de manifestar sua vontade, mesmo que por causa transitória, são representadas pelos seus curadores. A assistência supre a incapacidade relativa. De forma que o relativamente capaz pratica o ato jurídico JUNTAMENTE com o seu assistente (pais, tutor ou curador). PODER FAMILIAR Reúne os direitos e deveres dos pais, quanto à pessoa e os bens dos filhos. (Art. 1630, CC) TUTELA Destinado à representação ou assistência dos menores, que não estejam sob o poder familiar, porque os pais estão ausentes, morreram ou foram destituídos do poder familiar. (Art. 1728, CC) CURATELA Destinado à proteção dos maiores, quando a incapacidade é por motivo que não de idade. Pessoa Natural Emancipação É a obtenção da plena capacidade civil antes dos 18 anos. Podendo ser em virtude da concessão dos pais, sentença do juiz ou determinados fatos que a lei atribui. Ressaltando que a emancipação no direito civil não equivale a outras áreas jurídicas, como direito penal. ♥ Tipos: Judicial – aquela é através de sentença do juiz, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já completou 16 anos completos. É o menor tutelado, que deverá requerer sua emancipação ao juiz, que examinará a conveniência e concederá por sentença. O juiz deverá comunicar a emancipação ao oficial de registro de oficio. Antes do registro, a emancipação não produzirá efeitos. Voluntária – é aquela concedida pelos pais, ou por um deles na falta do outro, reconhecendo ter o seu filhomaturidade necessária para reger sua vida civil e administrar seus bens. É exigido que seja através de escritura pública e registrada em livro próprio do 1º Ofício do Registro Civil, para produzirem efeitos jurídicos. Legal – Decorre de determinados acontecimentos previstos na lei (art. 5º, II, CC). Hipóteses: ✓ Casamento: a partir dos 16 anos, desde que tenha a autorização de ambos os pais ou representantes legais ✓ Exercício de emprego público efetivo: se nomeado em caráter efetivo, o agente adquire plena capacidade civil. ✓ Colação de grau em ensino superior ✓ Estabelecimento civil ou comercial, ou a existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria. Pessoa Natural Nome civil O nome da pessoa natural é o sinal exterior mais visível de sua individualidade, sendo através dele que o identificamos no seu âmbito familiar e no meio social. O nome é direito da pessoa, que inclui o prenome e sobrenome. Sendo o prenome, o “nome de batismo” e o sobrenome como o nome de família. ♥ Alteração de nome: Causas necessárias – são aquelas decorrentes da modificação do estado de filiação (reconhecimento ou contestação de paternidade ou casos de adoção) ou alteração do próprio nome dos pais. Causas voluntárias – aquelas que derivam da vontade da pessoa. Independe de autorização judicial ➩ casamento Autorização judicial ➩ é necessário comprovar, por intermédio de certidões negativas, que não há qualquer intuito fraudulento, sendo somente exercitável no primeiro ano da maioridade. Pessoa Natural Extinção da pessoa natural Termina a existência da pessoa natural com a morte. - Art. 10,CC. A morte deverá ser atestada por profissional de Medicina, salvo se duas testemunhas o fizerem na falta de especialista. Extinção do poder familiar Efeitos: dissolução do vínculo conjugal Abertura da sucessão Extinção do contrato personalíssimo ♥ Morte presumida É admitida, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. No caso do ausente, é necessária a inscrição da sentença declaratória de ausência e de morte presumida. É declarada morte presumida, sem decretação de ausências, nas hipóteses: (art. 7º, CC) Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino da guerra. ♥ Ausência: 1 – A requerimento de qualquer interessado ou do MP, o judiciário nomeará um curador que passará a gerir os negócios do ausente até o seu eventual retorno. Ordem para os curadores: cônjuge do ausente > pais do ausente > descendentes do ausente > qualquer pessoa à escolha do magistrado. 2- Sucessão provisória: Decorrido 1 ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando 3 anos, poderão os interessados requerer que se declare, efetiva e formalmente, a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. 3- Sucessão definitiva: 10 anos após o transito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória. 4- Retorno do ausente: Se aparecer na fase de arrecadação dos bens ➩ não há qualquer prejuízo ao seu patrimônio Se já estiver sido aberta a sucessão provisória ➩ a prova de que ausência foi voluntaria e injustificada, faz com o que o ausente perca sua parte nos frutos e rendimento. No entanto, o seu reaparecimento faz cessar todas as vantagens dos sucessores imitidos na posse. Se a sucessão já foi definitiva terá o ausente direito aos seus bens, se ainda incólumes, não respondendo os sucessores havidos pela sua integridade. 5- Dissolução do casamento: Se dá após a abertura definitiva do ausente. Pessoa Natural Direitos da personalidade ♥ Conceito - Aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais. É uma esfera extrapatrimonial do indivíduo, em que o sujeito tem o reconhecimento tutelado pela ordem jurídica de uma série de valores, como a vida, a honra, a integridade física, entre outros. ♥ Titularidade – Todo ser humano, incluindo os nascituros, que, embora não tenha personalidade jurídica, tem seus direitos ressalvados desde a concepção. ♥ Características: Absolutos Gerais Extrapatrimoniais Indisponíveis Imprescritíveis Impenhoráveis Vitalícios a) absoluto – Se materializa na sua oponibilidade erga omnes, irradiando efeitos em todos os campos e impondo à coletividade o dever de respeitá-los. b) gerais – são outorgados a todas as pessoas c) extrapatrimonial – não podem ser mensurados, atribuindo valores para o comércio jurídico. d) indisponibilidade – nem por vontade própria do indivíduo o direito pode mudar de titular, abarcando a intransmissibilidade e irrenunciabilidade. e) imprescritibilidade – não há prazo para o seu exercício. f) impenhorabilidade – são direitos que não podem ser usados como pagamento de obrigações. g) vitaliciedade - são direitos que permanecem até a morte, há também os que ultrapassam a existência física da pessoa, o post mortem, o direito ao cadáver e as suas partes separadas e o ad eternum, direito moral do autor, direito à imagem, direito à honra. Pessoa Natural ♥ Classificação dos direitos da personalidade: Vida e integridade física ➩ protege corpo, cadáver, voz Integridade psíquica e criações intelectuais ➩ liberdade, criação intelectual, privacidade, segredo Integridade moral ➩ honra, imagem, identidade pessoal. Direito à vida A concepção de um direito à vida implica o reconhecimento estatal da legitimidade ao combate individual e coletivo a todas as ameaças a qualidade de vida. O aborto é um exemplo de interrupção criminosa da vida em formação. Admite-se aborto em caso de estado de necessidade (quando não houver outro meio de salvar a vida da gestante). Direito à integridade física Mantendo a incolumidade corpórea e intelectual, repelindo-se as lesões causadas ao funcionamento normal do corpo humano, compreendendo o direito ao corpo e direito à voz. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. ♥ Direito ao corpo vivo- É permitido dispor o corpo vivo gratuitamente, como tecidos, órgãos e partes do corpo, para fins terapêuticos ou para transplante de conjunges ou parentes consanguíneos até o 4º grau Sendo limitada a doação a órgãos duplos e partes do órgão ou tecido que não impeça o organismo do doador de continuar vivendo. ♥ Direito ao corpo morto- É considerado válido com objetivo cientifico ou altruísta. A violação do cadáver deve ser admitida em duas hipóteses: direito à prova (se for caso de morte violenta, ou havendo suspeita da pratica de crime, é indispensável a realização do exame necroscópico) e necessidade (quando for para fins de transplante e em benefício da ciência e sem caráter lucrativo). ♥ Direito à voz- É a forma pela qual é usado como identificador físico do ser humano. De forma que a voz do ser humano deve ser entendida como emanação natural de som da pessoa. Direito à integridade psíquica A pessoa é considera como ser psíquico atuante, que interage socialmente, incluindo-se o direito à liberdade, à intimidade, à privacidade, ao segredo. ♥ Direito à liberdade- É garantida em todas as suas formas, seja na concepção mais individualizadaaté a liberdade coletiva. ♥ Direito à liberdade de pensamento- É a forma de expressão da individualidade do ser humano, sendo decomposto em: liberdade foro íntimo (ninguém pode ser constrangido a pensar de um modo especifico) e liberdade de consciência e crença (que consagra a liberdade de opção quanto as convicções políticas, filosóficas e religiosas). ♥ Direito às criações intelectuais (autoria cientifica, artística e literária) - É a manifestação direta da liberdade de pensamento, conceituado como o resultado cultural do gênio humano nas diversas áreas do conhecimento. Pessoa Natural ♥ Direito à privacidade- Entendida como a vida particular da pessoa natural, compreendendo como uma das suas manifestações o direito à intimidade. De forma que o elemento primordial é a exigibilidade de respeito ao isolamento de cada ser humano. ♥ Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico- a) segredo das comunicações- direito à manutenção das comunicações em geral. b) segredo doméstico- relacionada a inviolabilidade do domicílio. c) segredo profissional- se protege, nesse caso, o direito da pessoa que teve que revelar algum segredo da sua esfera íntima a terceiro, por circunstancia da atividade profissional (ex.: médico, padre, advogado). Direito à integridade moral Objetivam tutelar a esfera moral da pessoa. ♥ Direito à honra- Pode se manifestar de duas formas: Honra objetiva – reputação da pessoa, compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta Honra subjetiva – sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade. ♥ Direito à imagem- Deve ser elencado entre os direitos de cunho moral, sendo considerada também um direito fundamental. Direito à identidade- traduz a ideia de proteção jurídica aos elementos distintivos da pessoa no seio da sociedade. Pessoa Natural Domicílio É o lugar onde estabelece residência com ânimo definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de sua atividade profissional. Voluntário- decorre do ato de livre vontade do sujeito, que fixa residência em um determinado local com ânimo definitivo. Legal ou necessário- decorre de mandamento da lei, como o caso do incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Domicílio do incapaz: é o do seu representante ou assistente Domicílio do servidor público: lugar que exerce suas funções Domicílio do militar: lugar onde serve e, sendo da Marinha ou Aeronáutica, a sede do comando que se encontra subordinado Domicílio do marítimo: lugar onde o navio estiver matriculado Domicílio do preso: lugar onde cumpre a sentença
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