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ESAB - Gestão de Sistemas Educacionais

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO DE: 
 
GESTÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
ANA MARIA FURTADO 
 
 
 
 
 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
2 
Módulo de: GESTÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS 
Autoria: Ana Maria Furtado 
 
Primeira edição: 2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
3 
Apresentação 
Uma mudança fundamental está ocorrendo no meio ambiente e no âmbito interno das 
organizações empresariais e educacionais. Esta mudança está provocando a renovação do 
modelo de gestão dessas organizações em face da necessidade de sua sobrevivência no 
ambiente em que atuam. Novos acontecimentos nos surpreendem a cada momento no 
contexto social e educacional. 
Os modelos que direcionam a administração do ensino das escolas públicas e particulares 
dos ensinos fundamental e médio parecem caminhar para a sua inviabilização. 
Este módulo apresenta de forma clara as especificidades da gestão educacional eficaz. Nós, 
como educadores e gestores deste processo, devemos ainda em tempo, rever a nossa 
postura que, de agora em diante não pode ser a mesma. 
A nossa visão deve ser executiva, técnica e muito mais humana uma vez que estamos 
dentro da formação da área das Ciências Humanas. Nossos ideais devem ser de uma 
missão não só individual, mas direcionar o nosso olhar para as práticas e necessidades 
coletivas. As questões sociais e ambientais estão muito além do acadêmico que temos 
ensinado dentro do coração da escola – a sala de aula. A ética e a cidadania não podem ser 
simplesmente um projeto interdisciplinar que permeia parte do tempo de uma escola. Muito 
menos uma utopia. São vivências que devem ser ensinadas com exemplo, em todos os 
momentos. 
A eficiência de nossos movimentos como gestores é simplesmente parte de nosso 
compromisso. Buscar a eficácia é nosso maior objetivo, em todos os momentos de nosso 
trabalho mesmo que não seja imediato, mas que aconteça e jamais se perca. 
Ana Maria Furtado 
 
 
 
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4 
Objetivo 
Possibilitar aos profissionais a aquisição de conhecimentos que possam ser aplicados na 
gestão escolar e disponibilizar informações para que o gestor escolar, da educação básica – 
infantil, fundamental e médio, possa desenvolver uma gestão democrática tornando eficaz no 
seu dia a dia, além de fornecer elementos que os levem a compreender e analisar a gestão 
da educação; propiciar uma formação relacional mais humana entre gestores e corpo 
docente e pessoal administrativo 
 
Ementa 
A gestão administrativa na educação; autonomia; enturmação; classes especiais; evasão, 
abandono e trabalho infantil; liderança; seleção de professores; supervisão; PDE; calendário 
escolar; regimento interno; plano anual de trabalho e proposta pedagógica. 
 
Sobre o Autor 
Mestre em Teologia com especialização em divindade pela Shalom Bíble College and 
Semínary e FAETESP- Toronto Canadá 
Licenciada em Pedagogia pelas Faculdades Integradas de São José dos Campos e 
Faculdade de Ciências Humanas 
Experiência em supervisão pedagógica e docência de ensino superior 
 
 
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5 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 ........................................................................................................ 8 
Administração Da Educação Escolar ............................................................... 8 
UNIDADE 2 ...................................................................................................... 14 
A Distinção Que Faz A Escola Eficaz ............................................................ 14 
UNIDADE 3 ...................................................................................................... 22 
A Questão Da Autonomia .............................................................................. 22 
UNIDADE 4 ...................................................................................................... 27 
O Desempenho Dos Alunos .......................................................................... 27 
UNIDADE 5 ...................................................................................................... 35 
As Formas De Enturmação ............................................................................ 35 
UNIDADE 6 ...................................................................................................... 40 
Limitações E Desvantagens Do Sistema Seriado .......................................... 40 
UNIDADE 7 ...................................................................................................... 45 
Classes Especiais Para Circunstâncias Especiais ......................................... 45 
UNIDADE 8 ...................................................................................................... 51 
Recuperação Paralela ................................................................................... 51 
UNIDADE 9 ...................................................................................................... 56 
Medidas Corretivas Na Gestão Educacional .................................................. 56 
UNIDADE 10 .................................................................................................... 60 
Contra Turno ................................................................................................. 60 
UNIDADE 11 .................................................................................................... 66 
Evasão, Abandono Escolar E Trabalho Infantil .............................................. 66 
UNIDADE 12 .................................................................................................... 71 
Delegação De Autoridade .............................................................................. 71 
UNIDADE 13 .................................................................................................... 76 
 
 
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6 
Liderança: Poder, Autoridade, Comando Ou Apoio? ..................................... 76 
UNIDADE 14 .................................................................................................... 80 
Liderança Exige Gentileza ............................................................................. 80 
UNIDADE 15 .................................................................................................... 84 
O Exercício Da Liderança .............................................................................. 84 
UNIDADE 16 .................................................................................................... 87 
Promovendo O Protagonismo Dos Alunos ..................................................... 87 
UNIDADE 17 .................................................................................................... 92 
Seleção De Professores ................................................................................ 92 
UNIDADE 18 .................................................................................................... 96 
Supervisão .................................................................................................... 96 
UNIDADE 19 .................................................................................................. 101 
Supervisão Educacional No Brasil ............................................................... 101 
UNIDADE 20.................................................................................................. 105 
Elaboração De PDE ..................................................................................... 105 
UNIDADE 21 .................................................................................................. 110 
Calendário Escolar ...................................................................................... 110 
UNIDADE 22 .................................................................................................. 113 
Falando Ainda De Ações Semestrais .......................................................... 113 
UNIDADE 23 .................................................................................................. 117 
Regimento Interno ....................................................................................... 117 
UNIDADE 24 .................................................................................................. 120 
Os Capítulos Do Regimento Escolar ........................................................... 120 
UNIDADE 25 .................................................................................................. 125 
Plano Anual De Trabalho ............................................................................. 125 
UNIDADE 26 .................................................................................................. 129 
Avaliação Dos Profissionais ......................................................................... 129 
UNIDADE 27 .................................................................................................. 132 
 
 
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7 
Proposta Pedagógica – Base Para A Qualidade Do Ensino ........................ 132 
UNIDADE 28 .................................................................................................. 135 
As Etapas Para Elaboração De Uma Primeira Proposta Pedagógica. ......... 135 
UNIDADE 29 .................................................................................................. 139 
Ainda Sobre As Etapas Da Proposta Pedagógica ....................................... 139 
UNIDADE 30 .................................................................................................. 143 
Reuniões Eficazes ....................................................................................... 143 
GLOSSÁRIO ......................................... ......................................................... 147 
BIBLIOGRAFIA ...................................... ........................................................ 148 
 
 
 
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8 
UNIDADE 1 
Objetivo: Conhecer a função social da Escola como uma instituição que se preocupa com as 
questões cognitivas, mas também que se envolve amplamente na construção e na instituição 
da cidadania de um país. 
Administração da Educação Escolar 
Gestão Escolar: Função Social e Política 
A escola eficaz é aquela onde os alunos aprendem. Quando os alunos não aprendem, a 
escola não é boa. Quando refletimos sobre a função social da escola, seria possível começar 
pela pergunta: que articulações existem entre escola e cidadania? Se toda comunidade 
política se caracteriza pela coexistência de várias tradições, a escolaridade tem significado 
particular. A escola, de fato, institui a cidadania. É ela o lugar onde as crianças deixem de 
pertencer exclusivamente à família para integrarem-se numa comunidade mais ampla em 
que os indivíduos estão reunidos não por vínculos de parentesco ou de afinidade, mas pela 
obrigação de viver em comum. A escola institui, em outras palavras, a coabitação de seres 
diferentes sob a autoridade de uma mesma regra. 
Há uma estreita articulação entre as relações de convivência social instituída 
pela escola e a cidadania. Ou seja, é no exercício da vivência entre os seres 
diferentes que se aprendem normas, sem as quais não sobrevive a 
sociedade. Mas, por certo, não é apenas para a convivência social e para a 
socialização que existe a escola. Ela surge da necessidade que se tem de 
transmitir de forma sistematizada o saber acumulado pela humanidade. Na chamada 
sociedade do conhecimento este papel tende a assumir uma importância sem precedentes. 
Outro aspecto a assinalar é que a escola é uma instituição datada historicamente. Ou seja, 
cada sociedade, cada tempo forja um modelo escolar que lhe é próprio. Este, por sua vez é 
atravessado por marcas e interesses diferenciados. Sobre o assunto é oportuno observar 
que: A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram a realização 
 
 
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9 
do trabalho docente. Tais condições não se reduzem ao estritamente “pedagógico”, já que a 
escola cumpre funções que lhe são dadas pela sociedade concreta que, por sua vez, 
apresenta-se como constituída por classes sociais com interesses antagônicos. A prática 
escolar, assim, tem atrás de si condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes 
concepções de homem e de sociedade e, consequentemente diferentes pressupostos sobre 
o papel da escola, aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas, etc. 
(Libâneo, 1986:19). 
As funções políticas e sociais da escola são também atravessadas pelos interesses das 
classes sociais. Nessa perspectiva é interessante situar a contribuição de tendências, que 
resultaram em diferentes concepções do papel da escola e, consequentemente, de sua 
função política e social na construção da cidadania. Este foi um tema predominante do 
debate sobre a educação no Brasil, nos anos oitenta que permitiu, através de diferentes 
tipificações, compreenderem o papel da escola, segundo demandas que surgem em distintos 
contextos. 
Através da análise dos principais documentos de política educacional produzido entre 1985 e 
1995 é possível perceber que, contrariamente ao que uma interpretação superficial permitiria 
supor, não é o governo Fernando Henrique Cardoso o autor da “descoberta” da escola pela 
política educacional (Vieira, 1998). É aos poucos, e já no início da década de 90, que a 
escola começa a aparecer. Momento chave na emergência de uma atenção sobre o tema no 
debate da política educacional é o Seminário sobre Qualidade, Eficiência e Equidade na 
Educação Básica, promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, 
realizado em novembro de 1991, em Pirenópolis, ainda durante o governo Collor. 
Torna-se cada vez mais importante que cada uma dessas instâncias e 
segmentos assuma compromissos públicos com a melhoria do ensino, 
fazendo da escola um centro de qualidade e cidadania, com professores e 
dirigentes devidamente valorizados, ajudando o País a edificar um eficiente sistema público 
de educação básica. (Brasil. MEC. 1993). 
 
 
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10 
Antes, porém de prosseguirmos devemos nos perguntar com simplicidade: O que é uma 
escola? A escola é o primeiro lugar de atuação pública da criança. É o lugar onde a criança 
deixa de manejar coisas particulares para manejar elementos coletivos; deixa de manejar 
linguagens privadas para manejar linguagens coletivas; de manejar símbolos familiares para 
manejar símbolos coletivos, símbolos que pertenceram e pertencem a outras gerações. 
(Toro, 1999) 
Durante algum tempo, no Brasil e em outros países, alegava-se que a escola não era boa 
porque os alunos eram pobres, subnutridos, doentes porque faltava merenda ou porque os 
pais eram desinteressados. Falava-se também, que não havia nada que a escola pudesse 
fazer para ensinar melhor, tudo estava pré-determinado pelas condições econômicas dos 
alunos. Consequência: afirmava-se que o aluno não aprendia por culpa dele ou da família. O 
problema era do aluno, da família ou da economia. Nunca era um problema da escola.Muita 
gente ainda acredita nisso, inclusive dentro de escolas públicas. 
As pesquisas sobre escolas eficazes desmentiram essas idéias. Qualquer escola, mesmo 
nos ambientes mais pobres e difíceis, pode se tornar uma escola eficaz. Essas pesquisas 
indicam que para criar uma escola eficaz é preciso: 
• Ter clareza sobre o que é e para que sirva a escola; 
• Reconhecer a responsabilidade da escola pela aprendizagem dos alunos; 
• Reconhecer e admitir que a eficácia da escola depende do que acontece dentro dela, 
e não do que acontece ou deixa de acontecer nas secretarias de Educação. O 
problema e a solução para aprendizagem dos alunos estão na escola. 
A forma como a escola se organiza e funciona influencia na forma como os alunos 
aprendem. 
As Características De Uma Escola Eficaz 
Às vezes nos perguntamos: Como saber se uma escola é eficaz? 
 
 
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11 
Na prática, as pessoas sabem. Nas cidades maiores, é comum observarem-se filas na porta 
de algumas escolas públicas e particulares quando é época de matrícula. Isso se explica 
porque um número considerável de pais procura de uma vaga “na melhor escola”. É nessas 
escolas que as filas são grandes. 
Como os Pais Sabem que uma Escola é Melhor que Outr a? 
A verdade é que eles sabem, basta perguntar. Frequentemente, o que eles dizem coincide 
com os estudos sobre escolas eficazes, que apontam as seguintes características: 
1. Bons Professores 
Esta é a primeira resposta que vem a cabeça de qualquer pessoa – e que é 
confirmada pelas pesquisas. A escola boa é aquela que atrai, mantém e desenvolve 
bons professores. 
2. Senso de Missão 
A escola tem que ter senso de missão. Precisa definir com clareza sua proposta de 
ensino. Todos sabem os valores que são ensinados e praticados nessa escola. 
3. Ênfase na aprendizagem 
A ênfase deve ser na aprendizagem e do desempenho acadêmico dos alunos. Outras 
atividades podem até ser importantes, mas o principal é a aprendizagem, o domínio 
dos elementos, linguagens e símbolos coletivos de que fala Bernardo Toro. 
4. Expectativa elevadas 
Todos na escola – professores, diretores, funcionários – acreditam nos alunos e 
esperam muito deles. A equipe educacional incluindo todos os funcionários não se 
conformam com a ideia de que “alguns alunos não têm jeito”, não desprezando os 
alunos que demonstram maior dificuldade. 
 
 
 
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12 
5. Consistência 
A escola faz o que promete fazer no seu PDE e na sua proposta pedagógica. Os 
planos e metas são para valer. 
6. Avaliação 
A avaliação é usada com frequência e serve, sobretudo, para melhorar o ensino – não 
para reprovar ou punir os alunos. 
7. Ambiente agradável 
A escola é limpa, organizada, tem um clima físico agradável, sempre mantém uma boa 
aparência, mesmo quando é pobre. 
8. Ambiente ordeiro 
A escola tem regras e todos cumprem. O que é combinado é para valer. Professores 
comparecem todos os dias, ministram suas aulas. Os alunos também comparecem de 
maneira prazerosa, os pais cumprem os compromissos que assumiram. As regras 
valem para todos, não há favoritos ou privilegiados. 
9. Abertura para a Comunidade 
 A escola eficaz é aberta para a comunidade. Voluntários e parceiros colaboram com a 
escola para que a sociedade como um todo receba os benefícios da educação. 
10. Tempo, presença e exemplo 
O diretor dedica tempo, tem presença e dá exemplo dentro da escola. Dá notícia do 
que se passa na escola com alunos, professores e com os demais funcionários. As 
notícias do programa de ensino também são partilhadas. Os professores também 
dedicam seu tempo e demonstram bons exemplos. Ética cidadania e compromisso 
são palavras comuns em seu vivenciar diário. 
 
 
 
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13 
• EFICIÊNCIA é: fazer certo; o meio para se atingir um resultado; é a atividade, ou, 
aquilo que se faz. 
• EFICÁCIA é: a coisa certa; o resultado; o objetivo: aquilo para que se faz, isto é, a sua 
Missão! 
Estes são dois conceitos muito antigos, mas implacavelmente atuais. Principalmente nos 
dias de hoje não compreendê-los ou, o que é muito pior, confundi-los provoca, sem dúvida, 
grandes danos à performance e aos resultados. 
 
As diferenças entre esses dois conceitos podem até parecer sutis, mas realmente são 
extremamente importantes. Peter Drucker, que dispensa apresentações, é enfático em 
afirmar: eficiência é fazer certas as coisas, eficácia são as coisas certas. E complementa: o 
resultado depende de “fazer certo as coisas certas”. 
 
 
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14 
UNIDADE 2 
Objetivo: Conhecer e se aprimorar no funcionamento de uma escola eficaz abstraindo o novo 
foco gestor que exige adequação e seleção de novas estratégias. 
A Distinção que Faz a Escola Eficaz 
A escola eficaz convive em um mesmo ambiente de outras escolas que não alcançam os 
mesmos resultados, ou seja, a escola eficaz funciona face aos problemas, dificuldades e 
adversidades iguais às de outras escolas que não são eficazes. 
O que faz a diferença em uma escola eficaz é: 
• As coisas funcionam na escola eficaz. Não é só uma campanha passageira, uma sala 
bonita com computadores, uma caixa escolar ativa ou um método de ensino 
diferenciado. Tudo nela esta sempre melhorando e tende a dar certo. 
• A escola eficaz ou recebe os mesmos recursos que as demais, ou se particular, se 
diferencia pela sua gestão financeira – mesmo dentro de uma sociedade onde a 
inadimplência ainda é considerável. 
• A escola eficaz acompanha, vai atrás e se orgulha de seus ex-alunos. Eles são os 
cartões de visita da escola. Ela os utiliza como exemplos, como modelos para 
incentivar e inspirar os seus alunos atuais. 
Como Tornar Uma Escola Eficaz? 
Apresentaremos alguns ingredientes que, de acordo com as pesquisas sobre o assunto, 
caracterizam a vida de uma escola eficaz. 
1. Liderança 
 
 
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15 
As pesquisas são unânimes em apontar o diretor como a peça-chave no sucesso de 
qualquer escola. Muitos dizem até que a escola tem a cara do seu diretor. A influência 
da pessoa do diretor é decisiva. É ele (ela) quem traça o rumo e assume a liderança. 
Ao entrar em uma escola onde o diretor é bom, percebe-se, no primeiro instante que, 
há uma diferença no ar. Igualmente, o diretor fraco puxa toda a escola para baixo. 
Portanto, de tudo que se pode fazer para tornar uma escola eficaz, o mais decisivo, de 
impacto mais imediato e mais determinante é escolher bem seu diretor. 
2. Expectativas 
As escolas eficazes mantêm altas expectativas a respeito de seus alunos. 
Expectativas elevadas, mas realistas. E a escola trabalha para alcançar e superar 
essas expectativas. Elas são definidas na visão que a escola tem de si mesma e 
detalhadas nos objetivos e metas prioritários de ação. A escola eficaz é aquela que 
aposta no sucesso do aluno. É a escola que se compromete a fazer todo aluno dar 
certo. Nisso, elas são muito diferentes daquelas escolas que adotam uma atitude 
fatalista, que acreditam que o aluno não aprende porque são pobres, ou porque têm 
QI abaixo da média, ou porque seus pais não se interessam por eles. A escola ineficaz 
adota a pedagogia do fracasso. A escola ineficaz acha que reprovar alunos é normal, 
é a escola que adota a pedagogia da repetência. A escola eficaz abraça a pedagogia 
do sucesso. 
3. Atmosfera 
As escolas eficazes têm e mantêm um clima de trabalho, o ritmo do trabalho escolar. 
O ambiente é propício à aprendizagem. As regras e seu funcionamento, os 
calendários e horários, os programas de ensino e atividades curriculares e 
extracurriculares, até mesmo as festas e solenidades giram em torno do objetivo 
central da escola: fazer o aluno aprender. Há pressão para ensinar, para aprendere 
para que todo aluno logre sucesso acadêmico. A escola eficaz não faz concessões 
para o fracasso, nem perde tempo buscando desculpas. Ela se organiza para propiciar 
 
 
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16 
e promover a aprendizagem e não apenas para manter a sala do diretor limpa ou os 
registros em ordem. Isso também acontece, mas não é o objetivo central da escola. 
4. Autonomia pedagógica 
Na escola eficaz, os professores e dirigentes se sentem responsáveis e se 
responsabilizam pelas decisões pedagógicas: o que ensinar, quando ensinar, como 
ensinar. Existe um senso comum de missão – não é apenas cada professor 
ministrando a sua matéria. A escola possui uma proposta, um programa que é 
compartilhado por todos e implementado através das atividades que acontecem dentro 
e fora da sala de aula. Tudo na escola eficaz é educativo, tudo contribui para os 
objetivos educacionais. A autonomia pedagógica da escola eficaz também caracteriza 
uma elevada ambição: a escola não se contenta com objetivos genéricos, medíocres. 
Ela estabelece altos padrões de desempenho e se compromete a obtê-los. 
5. Uso do tempo 
O tempo é o recurso mais precioso da escola. O tempo dos professores é o insumo 
mais caro – representa mais de 60% dos custos totais da escola. O tempo dos alunos 
também é valiosíssimo: passa depressa e se o aluno não aprende na hora devida terá 
muito mais dificuldades depois. Além disso, custa dinheiro: um ano de reprovação 
custa o mesmo valor de um ano de aprovação – só que tem de ser repetido e 
desestimula o aluno. O tempo da escola eficaz se reflete no calendário, no ritmo das 
atividades, no rigoroso cumprimento do ano letivo e das horas-aula. O tempo da aula é 
dedicado principalmente as atividades acadêmicas. Na escola eficaz não se perde 
tempo. As tarefas de casa, atividades de contra turno e atividades extracurriculares 
são consideradas uma extensão necessária do tempo escolar. 
6. Acompanhamento de progresso do aluno 
Na escola eficaz professores e dirigentes sempre sabem “em que ponto” está o aluno: 
se está aprendendo, o que está aprendendo, que progresso está fazendo. O 
acompanhamento é permanente, há sessões regulares para avaliar cada aluno. Na 
 
 
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17 
escola eficaz, a avaliação serve, principalmente, para que professores e dirigentes 
acionem as medidas preventivas e corretivas de forma que todos os alunos tenham 
condições de avançar acompanhando o programa de ensino. 
7. Profissionalismo 
Na escola eficaz, dirigentes e professores são escolhidos por critérios de competência 
e trabalham de maneira profissional. Todos assumem compromissos em seus planos 
de trabalho. Os planos individuais de trabalho são integrados ao PDE – Plano de 
Desenvolvimento da Escola – e incluem as atividades a serem realizados pelos 
professores e dirigentes, os resultados a serem alcançados e também as estratégias 
de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Essas estratégias são 
focalizadas no programa de ensino dos alunos. Na escola eficaz, essas estratégias de 
capacitação não são decididas na Secretaria de Educação: Elas fazem parte das 
tarefas da escola – e são responsabilidade dos profissionais e do diretor. 
8. Apoio e Participação dos pais 
Na escola eficaz, os pais compartilham a visão e as expectativas da escola a respeito 
do sucesso dos filhos. Os pais acreditam nos filhos e na capacidade da escola em 
assegurar-lhes o sucesso; participam ativamente da vida escolar dos filhos em casa e 
também da vida da escola – seja como voluntários ou membros das organizações 
escolares. Através dos pais, a escola também envolve a comunidade, atraindo 
voluntários e parceiros para colaborar na obtenção de seus resultados. 
Na concepção de Paulo Freire, não há mais o chefe “que manda”, porque tudo 
sabe, e este “saber“ lhe dá poder, mas o “colega” de equipe, que coopera, que 
apóia que coordena. E cada um da “equipe”, tem, a partir de metas construídas 
em função de um objetivo comum, um conjunto possível e variado de tarefas e 
funções a desempenhar. 
 
 
 
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18 
 
Atividade Dissertativa 
A escola eficaz convive em um mesmo ambiente de outras escolas que não alcançam os 
mesmos resultados, ou seja, a escola eficaz funciona face aos problemas, dificuldades e 
adversidades iguais às de outras escolas que não são eficazes. 
Apresente, em (01) uma página, os pontos que tornam uma escola eficaz e se quiser ousar 
exemplifique. 
 
 
Profissionalismo e Educação 
É no amplo contexto educacional que se constroi a cidadania. Algumas questões ainda 
persistem em emperrar a educação e uma delas é a burocracia estatal onde as muitas 
exigências tornam morosas as ações e os serviços prestados tanto na educação pública 
quanto na particular. 
As regras do mercado ainda seguem o pai da economia moderna, que é considerado o mais 
importante teórico do liberalismo econômico, Adam Smith. 
Uma de suas obras mais conhecidas, ainda é referência para as gerações de economistas. 
Smith procurou demonstrar que as nações enriqueceriam se a atuação dos indivíduos 
movesse por seus próprios interesses. Esta atuação promoveria o crescimento econômico e 
inovações tecnológicas. 
 
“Não é a benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro 
que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em 
promover seu auto-interesse.” 
Adam Smith. 
 
 
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19 
 
Este pensamento – autointeresse - gerou durante anos e ainda persiste em um olhar 
individualista onde as questões sociais acabaram esquecidas em nome do sucesso pessoal. 
Um exemplo é sobre o discurso da qualidade na educação onde se confunde formação do 
cidadão com satisfação do cliente. E ao estudarmos planejamento educacional tememos 
reduzi-lo a um mero projeto empresarial onde o objeto principal é o lucro expressivo. 
O lucro que se busca na educação não pode ser somente individual, ou todo o processo 
educacional fica descaracterizado. Onde se estabeleceria o processo social se não no 
âmbito educacional? 
A construção da sociedade prevê muito mais do que sucesso individual e pessoal, então 
deve caminhar na construção de pessoas competentes que sejam conscientes de sua 
influência social. A aprendizagem de hábitos que constroem o caráter tanto pessoal como 
social não se encontra na realização de grandes leituras, quando ainda se é jovem. Ela é 
retirada da observação do comportamento daqueles que vivem no mesmo entorno sejam 
estes presenciais ou virtuais. 
Influenciar pessoas com valores positivos é o principio de todos os profissionais da 
educação, sem desconsiderar os demais. 
Sabe-se que profissão é uma atividade especializada dentro da sociedade e exercida por um 
profissional que desenvolveu certas habilidades específicas adquirindo experiência em uma 
determinada área. Além das habilidades específicas, a profissão deve ser exercida na 
sociedade com autonomia relativa sob as bases dos padrões de auto-regulação da 
comunidade praticante. 
Apresenta sempre um compromisso público e um comprometimento pessoal de cada 
praticante nas atividades sociais onde a atuação gera o bem comum. 
O profissional deve estar ciente e se contrapor tanto a prática mercenária quanto a amadora. 
 
 
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20 
O sentido etimológico da palavra “professor” – vem de professar, aquele que declara a sua 
competência e, com base nela proclama a sua relativa independência que até em suas 
ações mais corriqueiras lhe são exigidas um profundo senso de profissionalismo. 
O comprometimento e o sentimento em contribuir para as questões do bem comum devem 
estar inseridas no reconhecimento social, na auto-regulação de suas atividades que lhe 
favoreçam tantoa dignidade quanto o orgulho em exercer atividades que influenciam 
diretamente a sociedade na qual se inserem. 
Se os profissionais da educação professam a sua competência, o mesmo deve ocorrer com 
a saúde e com a justiça. Estas profissões estão na base da formação de uma sociedade 
equilibrada e que procura justiça em suas ações e os profissionais se comprometem com 
seus atos públicos renunciando muitas vezes os interesses pessoais, utilizando amplamente 
a capacidade de doação que nem sempre se apresentam em outras profissões. 
O profissional da educação age diretamente nas ações da cidadania e desempenha um 
papel decisivo no que se refere à articulação entre o individual e o coletivo e não se 
conforma com a mera inserção social. Não basta inserir o excluído no sistema social sem 
que lhe dê as devidas condições de prosseguir e construir o que lhe é devido. 
O que se pretende com estas ações é a inserção de pessoas em uma comunidade 
economicamente ativa e melhor provida de condições ambientais, culturais e sociais, nas 
causas comunitárias mais emergentes. 
As ações da inserção social têm seu inicio na família, mas são amplamente experimentadas 
nos anos de vida escolar. É aqui que os profissionais da educação entram e preparam cada 
pessoa para viver os atos de cidadania mostrando-lhes os limites de suas ações e 
estimulando-os a agir dentro das regras de ética e princípios que equilibram uma sociedade 
saudável e comprometida com o seu próprio crescimento. 
Não há hábitos de educação, saúde ou justiça social que não precise ser demonstrada ou 
ensinada nos limites escolares. E somente aquele que professa realmente o seu 
 
 
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21 
compromisso como educador pode fazer florescer novas atitudes comprometendo-se com a 
sociedade na qual está estabelecido. 
 
 
 
Diagrama - Princípios da profissão 
 
 
 
Arquitetura de Princípios 
Equilíbrio 
Integridade 
Tolerância 
Cidadania 
Profissionalismo 
Personalidade 
Elaboração: 
Professora Ana Maria 
Furtado/ESAB 
 
Cidadania – formação de pessoas capazes de 
partilhar a sociedade, suprindo suas necessidades 
vitais, culturais, sociais e políticas e, assim 
construindo uma nova ordem social. A conquista da 
qualidade de vida, a preservação da dignidade 
humana bem como da natureza e do meio ambiente 
são ações de cidadania. 
 
 
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UNIDADE 3 
Objetivo: Desenvolver habilidades para romper com antigos paradigmas, construindo 
estratégias de resolução que favoreçam a autonomia administrativa. 
A Questão da Autonomia 
A escola eficaz tem autonomia financeira, administrativa e pedagógica. A extensão e os 
limites dessa autonomia são em grande parte, decididos pelas secretárias de Educação, mas 
podem ser conquistados e ampliados pelo trabalho da própria escola. 
Autonomia Percebida e Desejada 
Em qualquer situação e qualquer que seja o grau de autonomia e eficácia da escola requer o 
apoio das autoridades de ensino. No Brasil, as escolas privadas são as que têm mais 
autonomia. Controlados todos os outros fatores, inclusive a origem social de seus alunos, 
seu desempenho médio é consistentemente superior à média das escolas públicas: os 
alunos alcançam resultados de 20% a 25% superiores no Sistema de Avaliação de ensino 
Básico e concluem o ensino fundamental com 8,4 anos de escolaridade contra 12 anos da 
escola pública. 
Essas evidências não sugerem que o ensino deva ser privatizado, nem tão pouco que todas 
as escolas privadas são melhores que as escolas públicas. Mas confirmam os dados da 
literatura a respeito da importância da autonomia para a eficácia escolar. 
Diferentes países atribuem diferentes graus de autonomia às escolas públicas. Os resultados 
também variam – mas não são comparáveis, pois as condições de funcionamento também 
não o são. Um país pequeno, com muitos recursos e excelentes professores, pode lograr 
excelentes resultados mesmo de forma centralizada. 
Países diferentes centralizam aspectos diferentes: currículo, material didático, decisões 
sobre enturmação, critérios de promoção, avaliação de alunos, entre outros. Portanto, não há 
 
 
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23 
uma regra básica e universal que comprove que total descentralização é melhor que total 
centralização. 
A experiência das escolas eficazes demonstra que os melhores resultados ocorrem quando 
as Secretarias da Educação atuam como instâncias normativas, facilitadoras e estimuladoras 
da autonomia da escola, e não quando tomam o lugar da escola na definição de suas 
propostas ou na solução direta de seus problemas. 
Cabe também, a estas instâncias assegurar às escolas os insumos mínimos necessários 
para seu funcionamento: pessoal, professores qualificados, recursos financeiros e outros 
recursos básicos para o funcionamento de qualquer escola. 
O Ensino Eficaz 
Até aqui tratamos da escola eficaz. Mas muito do sucesso da escola eficaz depende do 
ensino eficaz, ou seja, do que acontece na sala de aula. Como o diretor pode assegurar que 
o ensino está sendo eficaz? 
Em escolas eficazes, há pelo menos, seis instrumentos que são elaborados, escolhidos e 
utilizados de forma consistente no dia a dia da escola: 
1. O Plano de Desenvolvimento da Escola 
Em que estão explicitados a missão educacional, compromissos e principais metas da 
escola. 
2. A Proposta Pedagógica 
Na qual está explicita, de maneira clara e objetiva, as pretensões de ensino, os 
conteúdos e as orientações gerais da escola a respeito de como vai atingir os seus 
objetivos. 
3. O Plano de Curso 
De cada professor, em que se detalha o que será feito ao longo do ano letivo; 
 
 
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4. O Plano de Aula 
Em que cada professor especifica o que vai realizar em cada aula, unidade ou projeto. 
5. Os Materiais de Ensino 
Particularmente livros didáticos, livros de referência, biblioteca e demais materiais 
necessários para programar os planos de cursos e a proposta pedagógica. 
6. Os Instrumentos de Avaliação 
Através dos quais professores, especialistas e dirigentes da escola acompanham, 
avaliam e tomam decisões preventivas e corretivas sobre cada aluno. 
Podemos então resumir: 
Ensino Eficaz 
Plano de Desenvolvimento da Escola 
Proposta Pedagógica 
Plano de Aula 
Materiais de Ensino 
Instrumento de Avaliação 
A Sala De Aula Eficaz 
A sala de aula é o coração da escola. É lá que acontece, ou deixa de acontecer; tudo o que a 
escola se propõe a fazer. É dentro dela que o aluno aprende ou deixa de aprender; que 
adquire hábitos adequados e saudáveis de estudo. É na sala de aula que ou ele aprende a 
aprender ou aprende a ficar eternamente dependente dos professores e das instruções. 
Caracteriza uma sala de aula eficaz: 
• O professor planeja e executa de maneira pontual e dirigente o seu plano de trabalho; 
• Os alunos passam a maior parte do tempo, envolvidos em atividades importantes, que 
conduzem a aprendizagens relevantes; 
 
 
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25 
• O professor de cada disciplina estabelece relações entre os conteúdos e objetivos 
aprendidos e os conteúdos e objetivos de outras disciplinas e atividades extraclasse, 
consistentes com a proposta pedagógica da escola; 
• Há uma variedade de métodos e técnicas de estudo; 
• Os objetivos, conteúdos e métodos de ensino são adequados ao nível de competência 
do professor e as características dos alunos. 
A Controvérsia Sobre as Teorias e os Métodos Didáti cos 
Há muita controvérsia, quase sempre fruto de mal entendido ou de posições precipitadas – a 
respeito do que sejam teorias, métodos técnicas de ensino. Em algumas escolas, e em 
certos ambientes educacionais, discussões a respeito desses assuntos por vezes adquirem o 
aspecto de uma verdadeirabatalha campal. 
As evidências científicas nessa área são bastante precárias. Algumas delas, no entanto, 
tendem a corroborar o senso comum. As mais importantes, do ponto de vista prático são: 
As teorias não são verdadeiras nem falsas. Elas são férteis ou estéreis. Ou seja: se a teoria é 
fértil, dá frutos, se não é descartada. Por definição, as teorias passam, são suplantadas por 
novas teorias que explicam melhor os fenômenos – no caso, os fenômenos da 
aprendizagem; 
Existem, basicamente, três grandes métodos de ensino. O método didático, método tutorial e 
o método socrático. 
No método didático, o ensino é estruturado, em maior ou menor grau. No método tutorial, 
típico das situações de mestre e aprendiz, o mestre vai guiando o aprendiz através de 
situações concretas, através da imitação. Do exemplo, da correção e, muitas vezes, a partir 
da própria situação de trabalho. No método socrático, o mestre (Sócrates, ou alguém com 
este tipo de preparo) induz o conhecimento, retirando o conhecimento do aluno, através de 
perguntas bem arquitetadas. 
 
 
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Na prática escolar, o que existem são variações do método didático, com várias ocorrências 
dos outros métodos. Os demais métodos, embora sejam excepcionalmente robustos, 
requerem professores com nível e grau de preparação extremamente sofisticada. A grande 
variação dentro do método didático está no grau da estruturação dos conteúdos, da atividade 
do professor e das atividades do aluno. Há métodos didáticos mais ou menos dirigidos, mais 
ou menos interativos, mais ou menos reflexos. Cada método didático é mais adequado para 
certos objetivos. Alguns enfatizam mais raciocínio, outros, a criatividade, a aquisição de 
conceitos, e assim por diante. 
As evidências indicam que a maioria dos alunos aprende com algum método, e que a maioria 
dos métodos, se usados adequadamente, promove a aprendizagem. 
As evidências também indicam que métodos mais estruturados são eficazes que métodos 
menos estruturados, sobretudo nas situações em que os professores possuem menos 
preparo e menor domínio do conteúdo. 
A prática indica que os professores mais experientes são os que usam uma variedade maior 
de métodos, de acordo com a necessidade dos seus alunos. 
O importante na escola eficaz, não é a virtude de escolher o “melhor” método. O que importa 
são os resultados. As teorias, processos pedagógicos, métodos e técnicas são variados e 
variáveis, dependendo dos objetivos a serem atingidos. O importante é que o aluno aprenda 
de forma consistente com a proposta da escola – método e a forma de ensinar devem variar 
para tornarem-se adequados ao aluno. 
 
SUGESTÃO DE LEITURA: 
Gestão educacional no contexto da Territorialização - Isabel Bravo 
 
 
 
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27 
UNIDADE 4 
Objetivo: Aprimorar-se nas questões específicas do desempenho cognitivo dos alunos de 
forma abrangente, de modo que o progresso dos mesmos reflita em uma sociedade mais 
capacitada e preparada para se autosuperar. 
O Desempenho dos Alunos 
A escola eficaz estabelece expectativas elevadas, refletidas na visão, nos objetivos, nas 
metas e, mais do que tudo, no desempenho dos alunos. Normalmente, a escola eficaz 
espera que todos os alunos de uma determinada turma obtenham um nível mínimo de 
desempenho pré-estabelecido e este nível vai sendo progressivamente elevado, a cada ano. 
Algumas escolas vão além; estabelecem que a maioria dos alunos – 80%, 90% ou mais 
deverá atingir níveis progressivamente mais altos. Ou seja, nestas escolas, não a maioria 
apenas a média dos alunos, interessa conseguir que a maioria dos alunos atinja resultados 
elevados pré-estabelecidos e, que a meta seja sempre de autosuperação. 
O problema prático: a limitação do tempo. As pesquisas mostram que quando o tempo de 
aprendizagem é fixo (200 dias, 4 horas de aula por dia) o desempenho dos alunos é variável, 
ou seja, uns aprendem mais, outro menos. Por outro lado, estudos sobre aprendizagem para 
o domínio mostram que quando o tempo é variável e o ensino é adequado todos os alunos 
podem atingir um objetivo pré-determinado. 
Todos os alunos podem atingir níveis aproximadamente equivalentes de 
desempenho, mas para isto é necessário respeitar o ritmo individual. 
Há várias formas de assegurar elevados níveis de desempenho. Uma delas é formar turmas 
de acordo com suas capacidades. A outra é estabelecer conteúdos, currículos ou mesmo 
níveis diferentes de desempenho para alunos de uma mesma turma. Desta forma, cada 
aluno atinge o nível considerado adequado para a sua situação. Uma terceira é estabelecer 
mecanismos e tempos adicionais ou compensatórios: aula extra, contraurno, tempo extra, 
 
 
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recuperação, entre outros, como forma a assegurar os objetivos propostos de forma mais 
eficaz. 
Como Criar uma Escola Eficaz? 
Como já lhes disse não há milagres, segredos ou fórmulas mágicas. Vou indicar agora os 
ingredientes que tornam uma escola eficaz. Vou lhes apresentar os conceitos e os 
instrumentos essenciais para tornar uma escola eficaz. 
No Brasil, existem centenas de escolas que podem ser chamadas de escolas eficazes. Cada 
uma delas tem uma origem diferente, uma história diferente, uma diferente trajetória de 
mudança. Cada uma começou num ponto, enfatizando diferentes aspectos da gestão 
escolar. 
O que as escolas eficazes têm em comum: uma liderança forte, capaz de 
mobilizar a comunidade escolar em torno de objetivos comuns, estabelecerem 
objetivos claros, manter o foco nas prioridades e assegurar os meios e o clima 
para atingir seus objetivos. 
Existem algumas sugestões para que possamos começar: 
• Identifique um problema acadêmico importante: repetência, evasão, alunos não 
alfabetizados, baixo nível de leitura ou matemática. 
• Identifique as pessoas que estão dispostas a colaborar na solução (professores, pais, 
alunos, voluntários); 
• Identifique, com o grupo de pessoas, uma solução que já deu certo em outra escola e 
que tem condições de dar certo na sua. Aja com criatividade, mas com segurança; 
• Estabeleça metas para resolver o problema. Programe a solução. Acompanhe os 
resultados, corrija os rumos, se necessário. Envolva outros membros da comunidade 
escolar; 
 
 
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• Utilize o sucesso para traçar novos planos. Incorpore estas idéias no PDE. Estabeleça 
o colegiado. Transforme esta primeira iniciativa num processo permanente de 
melhoria. 
O Que os Especialistas Recomendam: 
Dez especialistas renomados foram convidados para analisar as pesquisas existentes e dizer 
quais seriam as intervenções mais eficazes: 
• Designar os melhores professores para a 1ª Série; 
• Cumprir o ano letivo de 200 dias e a carga horária mínima; 
• Assegurar que o mesmo professor fique com os alunos durante todo o ano; 
• Usar avaliação externa e discutir os resultados com os professores; 
• Estimular os pais a estimularem os filhos desde pequeninos, sobretudo no 
manuseio e uso de livros. 
Graus de Autonomia Escolar 
Como a autonomia é sempre relativa, foram criados 3 níveis para refletir os diferentes 
estágios em que se encontra uma escola ou rede de ensino: 
Autonomia Plena 
 Parcial 
 Mínima 
Cada dirigente saberá identificar a real situação de sua escola hoje – e qual o nível de 
autonomia desejável. 
 
 
 
 
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Administrativa 
Item Autonomia Plena Autonomia Parcial Autonomia Mínima 
Tamanho 
Da Escola 
Escola decide 
Número de alunos, 
turmas, turnos. 
Estado define tamanho da 
Escola e esta decide o 
tamanho das turmas. 
Estado decide tamanho e 
número de turmas e 
turnos. 
Enquadramento 
de novos alunos 
Escoladecide série 
para novos alunos. 
Estado estabelece 
parâmetros e a escola os 
aplica. 
Estado decide, por regra, 
para onde o aluno irá. 
Critérios para 
admissão de 
alunos. 
Escola estabelece 
critérios para 
aceitar/ou não 
alunos 
Estado estabelece regras 
gerais e a escola faz as 
suas próprias regras. 
Estado estabelece regras 
aplicáveis à escola. 
Seriação Escola decide sobre 
séries e ciclos 
Escola possui alguma 
flexibilidade para 
enturmação dentro de 
regras do Estado. 
Estado determina séries 
e/ou ciclos. 
Admissão/seleç
ão de 
professores 
Escola estabelece e 
aplica critérios de 
seleção de 
professores. 
Estado estabelece critérios 
gerais; escola escolhe 
seus professores dentro 
dos critérios. 
Estado estabelece e aplica 
critérios para indicar que 
professores lecionem e, 
em que escolas. 
Demissão 
/Aposentadoria 
de professores 
Escola demite 
funcionários de 
acordo com seus 
critérios. 
Estado estabelece critérios 
e a escola os aplica. 
 
Estado estabelece e aplica 
critérios de remoção de 
professores. 
Carreira/incentiv Escola estabelece Estado estabelece critérios Estado estabelece e aplica 
 
 
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31 
o (professores) políticas próprias. gerais e a escola os aplica. políticas de carreiras e 
incentivos. 
Capacitação de 
professores 
Escola define e 
implanta planos de 
capacitação. 
Estado define política de 
capacitação e a escola a 
aplica. 
Estado opera atividades 
de capacitação 
diretamente. 
Autoridade do 
dirigente 
(gestão) 
Direção com ampla 
margem de 
autoridade. 
Direção com Margem de 
autoridade relativamente 
limitada pelo Estado e a 
determinados assuntos. 
Margem de autoridade e 
gama de assuntos 
fortemente limitada. 
Autoridade 
interna (gestão) 
Função básica dos 
colegiados é apoiar 
o dirigente. 
Função básica dos 
colegiados é controlar, 
“observar” o dirigente. 
Escola não possui 
colegiado ou quando o 
possui não tem papel 
relevante. 
Escolha de 
dirigentes 
(gestão) 
Responsáveis pela 
escola escolhem 
seus próprios 
dirigentes. 
Estado estabelece regras 
para escolha de dirigentes 
com alguma sanção de 
instâncias intermediárias. 
Estado escolhe dirigentes 
mediante concurso, 
nomeação ou outra forma, 
sem consulta à 
comunidade escolar. 
Processo 
decisório/colegi
ado (gestão) 
Diretor tem ampla 
margem de 
autonomia, dentro 
de parâmetros 
estabelecidos por 
conselhos e 
colegiados. 
Diretor tem margem de 
autonomia limitada por 
decisões dos conselhos ou 
colegiados. 
Autonomia do diretor é 
mínima perante o Estado 
e/ou perante colegiado. 
 
 
 
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32 
Pedagógica 
Item Autonomia Plena Autonomia Parcial Autonomia Mínima 
Filosofia Educacional Escola determina sua 
filosofia de atuação e 
concepção educativa. 
Estado determina 
limites gerais e 
escola escolhe 
dentro deles. 
Estado impõe 
orientação ou 
proíbe de definir 
ou determina 
orientação. 
O que ensinar Escolas definem 
conteúdos 
Estado define 
diretrizes curriculares 
e parâmetros para 
avaliação do ensino. 
Estado prescreve 
o que deve ser 
ensinado e 
delimita o que será 
avaliado. 
Como ensinar Escola escolhe método. Estado define ou 
condiciona opções e 
preferências de 
métodos. 
Estado prescreve 
métodos. 
Avaliação Escola escolhe e aplica 
critérios próprios para 
avaliar seus alunos. 
Estado define regras 
para avaliação; 
escola e professores 
aplicam. 
Estado define 
regras e as aplica 
a cada 
escola/aluno. 
Promoção Escola decide sobre 
promoção de alunos. 
Estado determina 
critérios gerais para 
admissão e 
promoção; escola os 
aplica. 
Estado determina 
critérios de 
promoção 
(automática 
dependência de 
alunos etc.). 
 
 
 
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33 
Financeira 
Item Autonomia Plena Autonomia Parcial Autonomia Mínima 
Captação de 
recursos 
Escola capta seus 
próprios recursos 
através dos alunos 
ou repasse de 
recursos (bolsas, per 
capita, etc.). 
Estado aloca 
recursos à escola, 
mas a escola possui 
certa autonomia para 
buscar recursos 
adicionais. 
Estado praticamente 
não possui 
autonomia nem 
condições para 
captar recursos. 
 
Alocação de recursos Escola capta 
recursos dos alunos 
ou recebe seus 
recursos 
pontualmente do 
financiador. 
Estado aloca 
recursos de critérios 
objetivos e de forma 
pontual. 
Recursos não são 
alocados à escola ou 
o são de forma 
intempestiva. 
Uso de recursos Escola mobiliza e usa 
recursos. 
Estado transfere 
recursos por critério 
“per capta”. Direção 
tem ampla margem 
para alocá-los. 
Escola possui ou 
recebe pouco ou 
nenhum recurso e 
quando recebe não 
tem flexibilidade para 
seu uso. 
 
 
 
 
 
 
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34 
 
SUGESTÃO DE LEITURA: 
O Líder do Futuro – John Naisbitt, Editora Sextante (Capítulo 9 – Modelo Mental) 
 
 
 
 
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35 
UNIDADE 5 
Objetivo: Conhecer as alternativas de enturmação para que possa fazer opção frente à 
gestão de uma escola, ajustando a teoria e a prática para um desempenho eficaz. 
As Formas de Enturmação 
Muito dos desafios dos gestores escolares encontra-se na busca da forma de enturmação de 
alunos, onde haja coerência. Então como agrupar alunos? Por idade? Sexo? Conhecimento? 
Maturidade? Séries? Ciclos? Ou quem sabe interesses? 
Grande parte dos problemas de aprendizagem, da necessidade de recuperação e da 
reprovação de alunos, decorre de desajustes entre a forma de enturmação dos alunos usada 
pela escola e forma de enturmação que seria mais adequada para cada aluno. 
Na prática, a escola dificilmente pode fazer aquilo que seria ideal, embora seja muito difícil 
definir uma forma ideal de enturmação. Portanto, é necessário conhecer as alternativas de 
enturmação, as vantagens e as desvantagens de cada uma delas e as formas de compensar 
as suas limitações e deficiências. 
Teoricamente, as escolas e as redes de ensino possuem flexibilidade para enturmar seus 
alunos de acordo com seus próprios critérios. Na prática, algumas alternativas são mais 
viáveis do que outras, embora não sejam as melhores ou as ideais, de acordo com algumas 
teorias ou hipóteses a respeito de como as escolas deveriam funcionar. E as que seriam 
consideradas melhores nem sempre são viáveis. 
Os critérios para avaliar os efeitos da enturmação relacionam-se fundamentalmente com a 
aprendizagem dos alunos e o seu fluxo, ou seja, com as políticas de retenção, aprovação e 
reprovação dos alunos: o quanto os alunos aprendem em um determinado tempo; qual a 
variação do nível de aprendizagem entre os alunos de uma mesma turma; como e em quanto 
tempo os alunos progridem ao longo dos anos de sua escolaridade. 
 
 
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36 
Vamos examinar agora os quatro meios mais usuais de formarem-se as turmas dos alunos: 
1. Enturmação por série 
É a forma mais utilizada na maioria dos países do mundo e na maioria das escolas do 
Brasil. A escolarização se divide em níveis ou graus de ensino (fundamental, médio 
etc.) e os níveis e graus se dividem em séries. 
Normalmente, uma série corresponde a um ano letivo, Além disso, existe uma 
expectativa de correspondência entre idade e série, ou seja; entrando aos 6 anos na 
escola espera-se que os alunos de uma determinada idade estejam na série 
correspondente – por exemplo; alunos de 10 anos na quarta série e alunos de 14 anos 
na oitava série. 
2. Enturmação por ciclos 
O conceito de ciclos, como entendido no Brasil, refere-se a uma unidade que é menor 
que o nível de ensino e maior que uma série. 
Em algumas redes de ensino, por exemplo, o ensino fundamentalé subdividido em 
ciclos que duram de 2 a 4 anos. O conceito de ciclos é empregado no lugar do 
conceito de “séries escolares”, tanto para efeitos de planejamento de atividades 
didáticas (o currículo), quanto para efeitos de avaliar os alunos para fins de promoção. 
É o que se denomina de “regime de progressão continuada”. Enquanto estão dentro 
de um “ciclo”, os alunos não são aprovados nem reprovados. Decisões quanto à 
mudança de ciclos só ocorrem ao final de cada ciclo. 
No entanto, mesmo em redes e escolas onde se utiliza este conceito de “ciclos”, é 
muito usual a prática de continuar seriando os alunos dentro de um ciclo, mesmo 
porque os alunos progridem como uma turma, ao longo do ciclo. 
 
 
 
 
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37 
3. Classes multisseriadas 
Classes multisseriadas existem em todo o mundo, inclusive em países desenvolvidos 
e ricos. Geralmente, são utilizadas em zonas rurais, de baixa densidade populacional. 
Nestas classes, geralmente com 20 pessoas ou menos, os alunos são agrupados de 
acordo com a série e fazem atividades diferentes, embora sejam ensinados por um 
mesmo professor. 
4. Classes especiais 
Há vários tipos de classes especiais. Por exemplo, classes para alunos mais 
atrasados ou mais adiantados, de uma mesma série; ou classes especiais de 
aceleração, entre outras. 
Tanto a teoria pedagógica quanto a legislação brasileira são muitos férteis em propor e 
prever diversas possibilidades de enturmação, além destes quatro tipos mais usuais 
descritos acima. 
Outras formas possíveis de formar turmas de alunos 
• Estudos interdisciplinares. 
• Estudos por Projetos. 
• Agrupamentos por áreas de interesse. 
• Agrupamento por nível de desenvolvimento cognitivo. 
• Agrupamento pelo tipo de inteligência. 
• Oferta semestral de cursos. 
• Matrícula por disciplina. 
• Matrícula por dependência. 
 
 
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38 
Existe sempre a possibilidade, raramente utilizada, do ensino individual, tutorial ou por 
módulos entre outras que podem ser introduzidas por responsabilidade neste rol. 
Embora existam inúmeras formas de enturmação, a forma mais usual é a de enturmação por 
série. Isto não significa que seja melhor que as outras, mas o fato de ser mais usual significa 
que enturmar por série oferece inúmeras vantagens práticas. 
Ao mesmo tempo, significa que as outras formas de enturmação, inclusive enturmação por 
ciclos, oferecem, além de vantagens, desafios não triviais – que nem sempre as escolas 
estão capacitadas para superar. 
As Questões Teóricas e as Questões Práticas 
Em tempos remotos, os alunos eram ensinados, individualmente, pela família ou por 
preceptores. Só mais tarde surgiram escolas comunitárias, religiosas e depois públicas. O 
surgimento das escolas exigiu critérios para agrupamento dos alunos. Esses critérios, 
milenares, surgiram numa época em que o volume de conhecimento existente – o 
conhecimento sobre o que aprendemos e as próprias tecnologias de ensino – eram muito 
diferentes dos de hoje. No entanto, apesar de todos os avanços no conhecimento, nas 
tecnologias e nas formas de organização, perduram e predominam nas escolas as formas 
tradicionais de enturmação. 
A seriação constitui-se no critério mais usual do mundo e, se dá em função de um conjunto 
de conhecimentos e objetivos que se pretende ministrar num determinado período de tempo 
– o ano letivo. 
O critério de enturmar o aluno por série em função de sua idade se baseia no pressuposto de 
que os alunos de idade semelhante possuem níveis de maturidade semelhantes – o que 
significaria interesses mais ou menos próximos e, consequentemente, facilitaria os processos 
de socialização. Ao adotar este critério, as escolas buscam um mínimo de homogeneidade, 
sejam homogeneidade de conteúdos – os conteúdos de Geografia da 5ª série, por exemplo – 
seja homogeneidade dos alunos – conhecimento – pré-requisitos, maturidade, etc. 
 
 
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Na prática, qualquer turma é sempre heterogênea. E isto não é necessariamente mau. Por 
mais que os conteúdos a serem ensinados sejam os mesmos e as idades próximas, os 
alunos sempre terão desempenho diferenciado em relação ao seu domínio. Uns vão terminar 
o ano sabendo mais, outros menos. 
O mesmo se dá em relação ao nível de maturidade, que não corresponde a uma idade 
cronológica precisa. Os pressupostos de que alunos de idade semelhante têm níveis de 
maturidade parecidos, ou que níveis de maturidade parecidos implicam interesses comuns, 
não se verifica. 
Na prática, verificam-se efeitos benéficos no contato entre pessoas de idades diferentes, 
inclusive dentro de escolas e salas de aula. Mas isso não tem levado as escolas, em todo o 
mundo, a praticar formas diferenciadas de enturmação. O problema teórico de definir a forma 
ideal de agrupamento é insolúvel. Testa ao diretor saber como enfrentar os problemas 
práticos de enturmação e compensar as desvantagens do modelo escolhido. 
 
SUGESTÃO DE LEITURA: 
Gestão Educacional: Planejamento Estratégico e Marketing – Marcos Amâncio 
P. Martins 
 
 
 
 
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UNIDADE 6 
Objetivos: Conhecer e conceituar com precisão as vantagens e as desvantagens do sistema 
seriado, bem como conhecer o uso do ciclo para que se possa na prática buscar alternativas 
coerentes na gestão educacional. 
Limitações e Desvantagens do Sistema Seriado 
Apesar das vantagens, sobretudo de natureza prática, a seriação apresenta fortes limitações 
e desvantagens, que precisam ser conhecidas para serem compensadas de outras formas. 
Ritmo Diferenciado 
Uma das maiores diferenças de aprendizagem entre as pessoas refere-se ao ritmo: embora 
alunos possam chegar a aprender aproximadamente as mesmas coisas, o ritmo com que 
fazem é bastante diferenciado. 
Há alunos mais rápidos e há outros mais lentos. Há alunos que progridem mais rapidamente 
em algumas disciplinas ou atividades do que em outras. Quando todos os alunos são 
colocados em uma turma, que deve seguir o mesmo ritmo, em função de qualquer critério, os 
resultados tenderão a ser muito variados. Isto vale para enturmação por idade, série ou ciclo. 
A falta de estratégias para lidar com o ritmo diferenciado dos alunos nos 
sistemas seriados é uma das causas mais importantes da baixa aprendizagem 
dos alunos e dos elevados níveis de reprovação. 
Alunos Defasados Aprendem Menos Que Alunos Com Idad e-Série Ajustada 
No sistema de séries, os dados do ESAEB indicam que quanto maior a distorção idade-série 
pior o desempenho. Ou seja; nos sistemas de séries os alunos mais velhos sistematicamente 
obtêm notas piores que os alunos que estão na série ajustada à sua idade. Isto pode 
significar várias coisas. 
 
 
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Uma hipótese: os alunos mais velhos são menos inteligentes, possuem mais dificuldades de 
aprendizagem ou são mais lentos para aprender. Pesquisas realizadas pela Fundação 
Carlos Chagas sobre alunos do programa “Acelera, Brasil” invalidam esta hipótese. 
A hipótese mais plausível é que o sistema seriado e as práticas usadas pelo professores 
favorecem os alunos com idade adequada e punem os alunos “defasados”. 
Essas práticas, inclusive, deixam de se beneficiar da presumida maturidade associada à 
idade mais avançada. Conclusão: o simples fato de colocar alunos de idade e níveis de 
conhecimento diferentes numa mesma turma não assegura melhores resultados para todos. 
A falta de estratégias diferenciadas para lidar com a heterogeneidade prejudica certos grupos 
de alunos. A aprendizagem colaborativa descrita abaixo se constitui numa dessas 
estratégias. 
 “Estratégia de aprendizagem colaborativa desenvolvidas por Robert Slavin nos 
USA, e aplicadas em diversos países comprovam as vantagensde agrupar 
alunos com idades e níveis de conhecimentos diferentes”. 
Essas estratégias, no entanto, só funcionam adequadamente quando outros 
componentes do processo de ensino estão presentes. 
De dentro da sala de aula, a metodologia é usada, sobretudo, para colocar junto 
alunos de níveis de conhecimento diferentes – e que são submetidos a tarefas 
fortemente estruturadas para maximizar a colaboração e os ganhos mútuos. 
Freqüentemente, essas estratégias são usadas complementarmente ao sistema 
de enturmação seriada - por exemplo, através de atividades de contra turno em 
que os alunos mais velhos ajudam os alunos mais novos. “ 
(Slavin, 1983) 
Os alunos de uma mesma turma têm níveis de conhecimento e desempenho muitos 
diferentes, e qualquer professor sabe disto. Em qualquer grupo de 30 alunos, numa mesma 
 
 
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escola, as diferenças de conhecimento entre os alunos costumam ser bastante grandes. 
Comparando-se os alunos de diferentes escolas, as diferenças podem ser ainda maiores. 
Em certas regiões brasileiras, um aluno que cursa a 8ª série numa escola 
possui conhecimentos equivalentes ao aluno de 4ª série de outra escola. 
Isso demonstra, entre outras coisas, que estar numa série não significa que o aluno irá 
receber conhecimentos de determinado nível e, muito menos, de que ele será capaz de 
aprendê-los. Demonstra também que a transferência de alunos entre escolas sempre 
evidencia que o fato do aluno ter concluído uma determinada série não garante que ele tenha 
um determinado nível de conhecimento. 
Ciclos 
Muitas redes de ensino e escolas públicas tentam superar os problemas apresentados pela 
seriação criando ciclos de estudos. Em princípio, os ciclos superariam alguns problemas 
mencionados acima, porque os alunos teriam mais tempo para aprender. 
Na prática, a experiência de muitos estados, municípios e escolas que adotam os sistemas 
de ciclos revelam que: 
• Muitas escolas continuam com sistemas de seriação interna, de forma ostensiva ou 
velada. Os ciclos são apenas uma ficção burocrática; 
• Dentro do ciclo, os alunos são tratados de maneira uniforme, como no sistema regular 
de seriação. Os programas são os mesmos para todos os alunos – de forma mais 
acelerada ou lenta; 
• Algumas poucas pesquisas realizadas sobre o tema indicam que o resultado da 
aprovação dos alunos, no final do ciclo, é tão desastroso quanto nos sistemas de 
seriação anual. Isto sugere que houve apenas um adiamento do problema e não da 
aprendizagem – e que durante o ciclo aluno não recebeu um atendimento mais 
adequado ao seu ritmo ou nível de compreensão. 
 
 
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Estas distorções não significam que o sistema de ciclos seja indesejável ou inviável. É 
possível que o sistema de ciclos tenha sido implementado com sucesso em diversos casos. 
Possivelmente, seus efeitos globais não serão piores que o da seriação. A falta de avaliação 
não permite dizer quais são os seus benefícios. Sabe-se muito pouco a respeito do que 
ocorre com o ensino e com os alunos durante um ciclo. São tratados da mesma forma que 
no regime de seriação? Há subgrupos? Como os professores lidam com os alunos mais 
lentos? E com os mais rápidos? Apenas sabemos que o assunto é complexo e que soluções 
aparentemente interessantes, como os ciclos, são mais difíceis de programar com eficácia do 
que parece à primeira vista. 
O Conceito de Ciclos em Países Desenvolvidos 
Alguns países desenvolvidos adotam um conceito de ciclos semelhantes ao que existe em 
certas redes de ensino no Brasil. A grande maioria dos países adota o sistema de séries. 
Nos dois casos o conceito de “ciclos” é bem mais restrito do que no Brasil. Na verdade, o ano 
letivo é subdividido em unidades ou ciclos e, ao final de cada unidade, há mecanismos de 
recuperação para permitir aos alunos manterem-se no ritmo da turma. Independentemente 
da promoção estar vinculada ao final de uma série ou de um ciclo, ao alunos recebem 
atendimento imediato, de maneira a evitar que acumulem um atraso significativo em relação 
aos seus colegas. O objetivo, na maioria dos países, exceto nos USA, é obter um 
desempenho mais uniforme dos alunos, através de estratégias de atendimento diferenciado. 
Nos Estados Unidos, a situação é um pouco diferente e muito mais diversificada. Existe o 
conceito de série – e de conhecimentos e habilidades referentes a cada série. Mas dentro de 
cada uma, os alunos podem ser agrupados em salas de nível diferente. E mesmo dentro de 
cada sala, os alunos podem ser agrupados em subgrupos diferentes. 
 
 
 
 
 
 
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SUGESTÃO DE LEITURA: 
Slavin, R.F. Cooperative Learning. New York – Longman, 1983 
Demo, Pedro – Promoção automática e capitulação da escola (ensaio, 
avaliação de políticas públicas em educação) - RJ. 
 
 
 
 
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UNIDADE 7 
Objetivo: Conhecer outras formas de enturmação e suas estratégias para que se possam 
gerenciar melhor os programas educacionais, adequando-se a teoria à prática. 
Classes Especiais para Circunstâncias Especiais 
Classes multisseriadas – Programas como o “Escuela Nueva”, da Colômbia, inspirados no 
método de Lancaster. Provam-se adequados para lidar com classes rurais multisseriadas. 
Esses programas incluem materiais pedagógicos especiais, estratégias para lidar 
simultaneamente com grupos de alunos em diferentes séries e mecanismos adequados de 
capacitação e supervisão de professores. 
O Modelo Da “Escuela Nueva” Foi Adaptado Para O Bra sil, Sob O Nome De Escola 
Ativa. 
Em todo o mundo, as classes multisseriadas são uma solução. Solução para o problema de 
populações isoladas e falta de densidade que justifique a instalação de uma escola com 
classes seriadas. Foram desenvolvidas inicialmente na Inglaterra (método Lancaster) e, 
posteriormente implementadas no resto do mundo. No Brasil, por uma série de razões 
históricas, as classes seriadas são, normalmente, consideradas um problema. Ademais, 
quase sempre as nossas escolas rurais e classes multisseriadas são dirigidas por 
professores sem formação básica, ou formação especializada. Por isso é que essas classes 
são consideradas problemas. Mas isto não tem que ser necessariamente assim. 
Na década de 60, começou a ser desenvolvido na Colômbia um novo modelo de classes 
multisseriadas. Esse modelo adotou o nome de “Escuela Nueva”. Destinava-se aos alunos 
das zonas rurais, que na época se encontravam em escolas tão deficientes quanto as 
nossas. O modelo da Colômbia inclui o que de positivo havia nas experiências de outros 
países e nos conhecimentos disponíveis na época sobre envolvimento comunitário, métodos 
de ensino estruturado e ensino por projetos. O modelo inclui uma estrutura pedagógica 
 
 
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uniforme, materiais de ensino comuns, materiais de ensino adaptados pelo professor às 
circunstâncias locais, participação ativa dos alunos, uso intensivo de pequenos grupos e 
envolvimento dos pais e comunidades locais. E envolve naturalmente, a participação de 
professores capacitados. As avaliações do projeto, ao longo de mais de 30 anos, 
demonstram seu sucesso: alunos de zona rurais obtêm médias semelhantes às de alunos 
das periferias urbanas – o que, no contexto da Colômbia, como seria no Brasil, já significa 
um extraordinário avanço. 
Classes de Aceleração 
Programas de aceleração de estudos como comprovado no caso do programa “Acelera 
Brasil’, vêm demonstrado consistentemente, que alunos defasados e com maior idade 
podem lograr resultados superiores aos de seus colegas de igual escolaridade, mas com 
menor idade, desde que colocados em programas adequados de ensino. 
A adequação do programa ao tipo de aluno não à idade“ideal” que o aluno deveria ter pode 
constituir um fator determinante do aproveitamento escolar. Essas evidências também 
sugerem que o ritmo implicado pelo regime de seriação pode ser superado com sucesso, 
dependendo de se prover ensino adequado ao nível dos alunos. Esses resultados também 
sugerem, indiretamente, que as escolas e os professores não estão capacitados ou não 
dispõem de instrumentos e materiais adequados para lidar com certas formas de 
heterogeneidade. 
Classes Especiais: As Classes de Aceleração 
Quem trabalha com educação há muitos anos já passou por diversas inovações e mudanças. 
Mais do que verdadeiras inovações, muitas delas poderiam ser chamadas de “modas”. 
Outras que ficam muito tempo – como as classes para alunos que apresentam atraso em seu 
desempenho – melhores seriam chamadas de “tumores”. 
Nos últimos anos, vêm se desenvolvendo, em todo o país, iniciativas diversas com o nome 
de “classes de aceleração”. Essas classes normalmente se destinam a alunos do turno 
diurno e seu objetivo é permitir a eles acelerar os seus estudos. A teoria é simples: o aluno 
 
 
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defasado pode recuperar o tempo perdido se lhe for oferecida uma oportunidade adequada 
de aprender. 
Na prática, as coisas funcionam de diversas formas. Dar o nome de aceleração para uma 
classe e juntar alunos com determinada característica não bastam para assegurar que os 
alunos vão aprender e reajustar-se ao ciclo normal das escolas. Recentemente publicação 
de MEC/INEP, intitulada “Programas de Correção Escolar” ilustra como isso vem ocorrendo 
na maioria dos programas que leva este nome. 
Existem, no entanto, algumas experiências cujos resultados vêm sendo comprovado através 
de avaliação externa. A única que já publicou dados deste tipo, o Programa “Acelera Brasil”, 
vem sendo avaliada anualmente pela Fundação Carlos Chagas. 
As avaliações deste Programa indicam que essas classes funcionam adequadamente 
quando: 
• Fazem parte de uma estratégia de mudar a cultura da repetência e adotar uma cultura 
de escola eficaz, a cultura do sucesso; 
• Fazem parte de uma estratégia de correção do fluxo escolar e não apenas de acelerar 
alunos; 
• Dispõem de materiais adequados que chegam à sala de aula no prazo adequado; 
• Dispõem de mecanismos adequados para selecionar, capacitar, supervisionar e 
acompanhar os professores; 
• Dispõem de mecanismos adequados de acompanhamento, controle e avaliação; 
• Dispõem de mecanismos de avaliação externa para assegurar a comprovação de 
resultados; 
• Dispõem de um prazo determinado de duração, de maneira a desaparecer das 
escolas e municípios tão logo o problema seja resolvido; 
• São implementadas para alunos já alfabetizados; 
 
 
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• São implementadas em escolas que adotem, simultaneamente, programas adequados 
de alfabetização; 
• Dispõem de mecanismos para compartilhar a experiência por toda a escola e, 
sobretudo 
• Contam com o apoio decisivo e a liderança do diretor. 
O desafio de qualquer escola é assegurar que os alunos desenvolvam ao máximo seu 
potencial e, dentro do possível, dominem, num nível e dentro de um tempo razoáveis, um 
conjunto de conhecimentos e competências definido como desejável nas propostas 
pedagógicas das escolas e redes de ensino. 
Não existem saídas fáceis. A promoção automática, por exemplo, associada ou não ao 
mecanismo de ciclos, não resolve o problema da aprendizagem. Apenas adia e cria outros 
problemas de enturmação. 
A reprovação maciça de alunos também não se comprovou adequada: a reprovação não 
aumenta as chances de aprovação do aluno nos anos posteriores. A defasagem decorrente 
de múltiplas reprovações, ao contrário, reduz o desempenho dos alunos. 
Pesquisas realizadas em diversos municípios do país e legitimadas com 
estudos em 45 municípios da Bahia confirmam que a grande maioria das 
escolas adota a prática de reprovar 15% a 25% dos alunos, mas ao mesmo 
tempo aprova alunos não alfabetizados: cerca de 30% a 40% dos alunos 
multidefasados de 1ª a 3ª série são analfabetos. 
“Isso sugere, que mesmo escolas que reprovam maciçamente seus alunos, acabam criando 
mecanismos de aprovação automática” para aqueles que ela não consegue, definitivamente, 
ensinar. O Pesquisador Pedro Demo denominou estas práticas de “capitulação da escola”. 
Os Problemas Práticos de Lidar com a Heterogeneidad e na Sala de Aula. 
Leis, decretos e princípios gerais não ajudam muito a escola e o professor a resolverem o 
problema prático de lidar com turmas heterogêneas, nas quais os alunos possuem níveis de 
 
 
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conhecimento, interesse e maturidade diferentes. Isto é acrescido pelas seguintes limitações 
adicionais. 
A esmagadora maioria dos professores não está preparada para lidar com mais de um grupo 
de alunos ao mesmo tempo. 
Os professores, em sua grande maioria – no Brasil e também na maior parte do mundo – são 
formados para utilizar métodos didáticos baseados em: 
• Um programa fixo de ensino para todos os alunos; 
• Aulas expositivas ou voltadas para a turma como um todo. Raramente o professor é 
capacitado para; 
• Lidar com dois ou mais subgrupos de alunos, fazendo um mesmo currículo; 
• Lidar com dois ou mais subgrupos de alunos, fazendo currículos ou capítulos 
diferentes; 
• Lidar com diferenças e peculiaridades individuais; 
• Lidar, adequadamente, com classes multisseriadas. 
Ou seja: bem ou mal, os professores são treinados para lidar com um grupo de alunos como 
que homogêneo. Na prática, isto conduz aos elevados níveis de reprovação, baixa 
aprendizagem e desvantagem adicional para alunos defasados. 
Mas esta é a realidade prática da maioria dos professores. Isto pode explicar por que as 
tentativas de agrupar alunos por ciclos não vêm produzindo os resultados positivos que 
seriam de se espera. 
Na prática, a maioria dos professores – no Brasil e na maioria dos países do 
mundo – acaba se dedicando aos alunos que não criam problemas de 
disciplina, ou aos alunos de desempenho médio, deixando os mais adiantados 
e os mais atrasados sem maior atenção. 
 
 
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Os materiais e recursos didáticos disponíveis raramente contemplam a possibilidade de se 
lidar com programas e níveis diferentes de alunos numa mesma sala de aula. 
A maioria dos materiais didáticos existentes ou disponíveis destina-se a estudos seriados e 
se baseia na hipótese de que as turmas progridem no mesmo ritmo. Mesmo quando 
professores são colocados diante de novos desafios – como algumas chamadas “classes de 
aceleração” ou regime de “ciclos” – os materiais de que dispõem não lhes permitem 
implementar qualquer diferenciação. 
As Formas Alternativas de Enturmação Não São Óbvias , Nem Viáveis. 
Além dos dois problemas levantados acima, a outra dificuldade prática refere-se aos critérios 
que poderiam ser usados para substituir a enturmação por ciclos ou séries. As opções são 
inúmeras: formar grupos por interesse, maturidade, inteligências múltiplas, projetos 
especiais, atividades multidisciplinares etc. Mas na prática, dentro das limitações concretas 
dos diretores e das escolas, é muito difícil conciliar os interesses e os níveis de alunos em 
agrupamentos muito variados. Isto não significa que não façam sentidos ou possam ser 
desejados – apenas que não são fáceis de lidar de um ponto de vista prático. 
 
 
 
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UNIDADE 8 
Objetivo: Compreender a necessidade da Recuperação Paralela dentro do sistema 
educacional, possibilitando conhecimentos que a tornem mais eficazes sem colocá-la como 
um processo de normalidade da atividade escolar. 
Recuperação Paralela 
Nas organizações modernas, o termo “retrabalho” é usado

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