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Diabetes Mellitus tipo 1

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DIABETES MELLITUS TIPO 1 
O diabetes mellitus -po 1 é uma doença de 
e-opatogenia altamente complexa. Diversos 
fatores gené-cos e ambientais potencializam 
os mecanismos de autoimunidade humoral e 
celular que levam à insulite. 
O diabetes mellitus -po 1 - DM1, é uma 
d o e n ç a a u t o i m u n e ó r gã o - e s p e c í fi c a 
caracterizada pela destruição sele-va de 
células-beta pancreá-cas produtoras de 
insulina. Compreende um grupo clínica e 
gene-camente heterogêneo de doenças que 
apresentam, como caracterís-ca comum, 
níveis elevados de glicemia e distúrbios no 
metabolismo de carboidratos, gorduras e 
proteínas devido à produção ou ação 
deficiente da insulina no organismo. 
Considerada como uma das doenças crônicas 
mais comuns em crianças e adultos jovens, o 
DM1 pode se desenvolver em qualquer faixa 
etária, sendo mais frequente antes dos 20 
anos de idade. A instalação clínica é abrupta, 
acometendo cerca de 0,3% das populações 
caucasianas, com pico de início da doença 
entre 11 e 12 anos de idade. 
O DM1 caracteriza-se por ser uma doença 
mul-fatorial, dependente da complexa 
interação entre resposta imunológica, fatores 
gené-cos predisponentes e influência do meio 
ambiente na destruição das células-beta 
produtoras de insulina. 
A evolução da doença é um processo de auto-
agressão lenta, que provavelmente se 
desenvolva durante anos, numa fase pré-
clínica. No período de manifestação da 
doença, com a presença de hiperglicemia e 
cetose, as células secretoras de insulina já 
estão em número muito diminuído ou 
ausentes. 
A presença de infiltrado inflamatório do -po 
linfomononuclear, configurando insulite, e a 
ausência de células beta, caracterizam o 
quadro histológico do DM1. As células 
secretoras de outros hormônios, como o 
glucagon, somatosta-na e polipepUdeos 
pancreá-co, também presentes nas ilhotas 
pancreá-cas, são poupadas. Entretanto, o 
predomínio numérico das células que 
secretam insulina termina por gerar atrofia das 
ilhotas. 
A DM1 inclui 4 estágios dis-ntos: 
1. Pré-Clínico: autoimunidade dirigida conta 
as células-beta, com diminuição aguda e 
progressiva da resposta insulínica à glicose 
intravenosa ou oral. 
2. Início do diabetes clínico 
3. Remissão transitória 
4. Diabetes associado a complicadores 
agudas, crônicas e óbito. 
O estágio pré clínico é caracterizado pela 
p re s e n ça d e a u to - a n- co r p o s co nt ra 
cons-tuintes da célula-beta pancreá-ca, que 
par-cipam da sua autodestruição. 
Auto-an-corpos an--insulina são detectados 
em cerca de 50% dos pacientes diabé-cos 
recentemente diagnos-cados, sendo mais 
comum em crianças. O papel da insulina como 
auto-anUgeno ainda não é conhecido, 
tampouco o local ou como a insulina é 
processada e apresentada ao sistema imune 
adapta-vo. 
O principal auto-anUgeno envolvido na 
patogenia do DM1 é a ácido glutâmico 
descarboxilase (GAD), uma enzima que catalisa 
a formação do ácido gama-amino-buUrico 
(GABA), neuroinibidor do SNC, a par-r do L-
g l u t a m a t o . D u a s f o r m a s s ã o 
reconhecidamente expressas nos tecidos 
humanos: GAD65 e GAD67. An-corpos an--
GAD65 são detectados em cerca de 50 a 80% 
dos pacientes diabé-cos em fase inicial. 
Já os an-corpo an-células das ilhotas 
reconhecem receptores de membrana do -po 
proteína -rosina fosfatase (PTP), ou seja, o 
anUgeno de célula de ilhotas (ICA512) ou 
anUgeno da ilhota 2 (IA-2). Geralmente, este 
grupo de auto-an-corpos é detectado após o 
aparecimento do an-corpo an--GAD65, e 
pra-camente confirma o diagnós-co da 
doença, ocorrendo em cerca de 50 a 70% dos 
pacientes diabé-cos. O auto-anUgeno IA-2 
beta ou IAR receptor de membrana das 
c é l u l a s - b eta p a n c re á- ca s , p o d e s e r 
reconhecido por auto-an-corpos an--ilhotas e 
detectado em cerca de 50% dos pacientes. 
Análises imunohistoquímicas de tecido 
pancreá-co revelam que os primeiros -pos 
celulares a infiltrarem as ilhotas de Langerhans 
são as células dendrí-cos e os macrófagos, 
promovendo a insulite. 
A apresentação de auto-anUgenos específicos 
das cé lu las beta pancreá-cas pe los 
macrófagos e/ou células dendrí-cos para os 
linfócitos TCD4+, cons-tui-se como o primeiro 
evento no processo de autoimunidade visto no 
DM1. 
A-vados, os macrófagos secretam citocinas 
que induzem a migração celular e es-mulam 
vários -pos celulares a secretarem radicais 
livres extremamente tóxicos às células beta 
pancreá-cas. Durante o processo de insulite, 
o s l i n fó c i t o s TC D 8 + s ã o a s c é l u l a s 
predominantes. Tais linfócitos, efetuam a 
destruição das células-beta por citólise através 
da liberação de perforinas e granizas, e 
também por indução de apoptose. Dessa 
maneira, macrófagos, linfócitos TCD4+ e 
linfócitos TCD8+ atuam sinergicamente na 
destruição das células beta pancreá-cas. 
A susce-bilidade ao DM1 é herdada. Um risco 
aumentado é observado em padecentes de 
primeiro grau de uma pessoa afetada pela 
doença. Porém, 85% de casos novos não 
contemplam tal linhagem familiar. 
Os determinantes ambientais mais estudados 
no DM1 podem ser classificados em 3 grupos: 
infecções virais (citomegalovírus, rubéola, 
caxumba, sarampo), dieta precoce na infância 
(amamentação x introdução precoce de 
ingredientes do leite de vaca, cereais, glúten) e 
toxinas (por exemplo, derivados de N-nitroso). 
Outros fatores não gené-cos modificadores da 
doença incluem administração de vacinas, 
estresse emocional, influência climá-cas, 
sazonalidade, agentes sanitários e acesso aos 
cuidados de saúde. 
O s a g e n t e s a m b i e n ta i s a g e m c o m o 
modificadores da patogênese da doença, 
podendo server como “ga-lhos”. 
A associação entre os processos de inflamação 
e auto-imunidade tem sido extensamente 
ligada à ação de citocinas pró-inflamatórias 
liberadas no local da lesão. Além disso, tais 
citocinas são capazes de recrutar e a-var 
células apresentadoras de anUgenos e 
linfócitos T autorrea-vos, o que perpetua o 
processo de autoimunidade nas ilhotas. 
O DM1 é uma doença autoimune órgão-
específica de alta complexidade patogênica. 
______________________________________ 
O DM1, assim como o DM2, é caracterizado 
pelo excesso de glicose no sangue, o que 
desencadeia uma série de complicações no 
organismo. Mas, nesse caso, a doença surge 
em geral na infância e na adolescência, traz 
sintomas como poliúria e perda de peso e tem 
origem autoimune. 
As próprias unidades de defesa do corpo 
passam a destruir o pâncreas, responsável 
pela produção de insulina. O tratamento, 
portanto, sempre envolve a reposição desse 
hormônio. 
A insulina tem a função de permi-r a entrada 
da glicose nas células para que seja conver-da 
em energia. Esse processo nos mantém vivos. 
A consequência do DM1 é um acúmulo 
permanente de glicose na corrente sanguínea, 
o que causa uma porção de danos. 
Entre as complicações, destacam-se: 
- Lesões e placas nos vasos sanguíneos, que 
comprometem a oxigenação dos tecidos e 
elevam risco de infartos e AVE. 
- Re-nopa-a diabé-ca (danos à re-na, que 
podem levar a cegueira) 
- Falência renal 
- Neuropa-a periférica (comprome-mento 
d o s n e r v o s , q u e c o m p r o m e t e a 
sensibilidade) 
- Amputações dev ido a fer idas não 
percepUveis na pele, que são capazes de 
evoluir para gangrena. 
SINAIS E SINTOMAS 
- Sede constante 
- Boca seca (xerostomia) 
- Poliúria 
- Perda de peso 
- Parestesia em pernas e pés 
- Má cicatrização de feridas 
- Fungos nas unhas 
- Hiperglicemia sintomá-ca 
- Cetoacidose diabé-ca 
FATORES DE RISCO 
- Predisposição gené-ca 
- Infecções na infância 
- Dieta na infância (amamentação x 
suplementação com leite de vaca, glúten e 
cereais) 
Não há medidas de prevenção capazes de 
evitar o DM1, apenas dá para afastar as 
c o m p l i c a ç õ e s d a d o e n ç a , c o m 
acompanhamento e tratamento médico, além 
da adoçãode um es-lo de vida saudável. 
DIAGNÓSTICO 
• Níveis de glicose plasmá-ca em jejum (FPG) 
≥ 126mg/dl 
• HB glicada (HbA1C) ≥ 6,5% 
• TOTG ≥ 200mg/dl 
Todos os pacientes com DM1 devem iniciar o 
rastreamento das complicações do diabetes 5 
anos depois do diagnós-co. 
- Exame dos pés (pelo menos 1x/ano) 
- Exame fundoscópico (anual para pacientes 
com re-nopa-a e a cada 2 anos para 
pacientes sem re-nopa-a no exame 
anterior) 
- Dosagem de albumina urinária (1x/ano) 
- Medição de crea-nina sérica (1x/ano) 
- Perfil lipídico (1x/ano ou maior frequência 
se houver anormalidade) 
TRATAMENTO 
- Dieta e a-vidade tsica 
- insulina 
- Para prevenir complicações: BRAA, IECA, 
BRA, esta-nas e AAS. 
Todos os pacientes com DM1, precisam fazer 
tratamento com insulina. 
O tratamento envolve o controle da 
hiperglicemia para aliviar sintomas e prevenir 
complicações, enquanto minimiza episódios de 
hipoglicemia. 
Obje-vos terapêu-cos: 
• Glicemia pré-prandial: 80 - 130mg/dl 
• Aumento máximo pós-prandial: < 180mg/dl 
• Concentrações de HbA1C < 7% 
DIETA 
Todos os diabé-cos devem ser orientados 
quanto a dieta pobre em gorduras saturadas e 
colesterol e que contenha quan-dades 
moderadas de carboidratos, de preferência 
provenientes de fontes de grãos integrais com 
alto conteúdo de fibras. Embora as proteínas e 
gorduras contribuam para a ingestão calórica, 
apenas os carboidratos apresentam efeito 
direto sobre as concentrações de glicose no 
sangue. Uma dieta pobre em carboidratos e 
rica em gorduras melhora o controle glicêmico 
para alguns pacientes e pode ser usada por um 
curto período de tempo. 
Pacientes com DM1 devem u-lizar a contagem 
de carboidratos ou o sistema de trocas de 
carboidratos para tornar equivalente a dose de 
insulina à ingestão de carboidratos e facilitar a 
reposição fisiológica de insulina. 
ATIVIDADE FÍSICA 
Os exercícios devem aumentar grada-vamente 
até o nível que o paciente possa tolerar. Tanto 
os exercícios aeróbicos como os de resistência 
comprovaram melhorar o controle glicêmico. 
Adultos com diabetes e sem limitações tsicas 
devem se exercitar por um período mínimo de 
150min/semana (fracionados em no mínimo 3 
dias). 
PONTOS-CHAVE 
• O DM1 é causado pela ausência de insulina 
por inflamação autoimune das células-beta 
das ilhotas pancreá-cas 
• As complicações microvascilares incluem 
nefropa-a, neuropa-a e re-nopa-a 
• As complicações macrovasculares envolvem 
aterosclerose resultando em doença 
coronariana, AIT / AVE e insuficiência arterial 
periférica. 
• Diagnos-car de acordo com o nível elevado 
de glicose plasmá-ca em jejum e/ou HbA1C 
elevada e/ou valor de 2 horas no TOTG. 
• Fazer triagem regular para complicações 
• Tratar com dieta, a-vidade tsica e insulina 
• Em geral, administrar inibidores de ECA, 
esta-nas e ácido ace-lsalicílico para 
prevenção de complicações.

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