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MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE- MAURÍCIO E INÊS 1 Abordagem em saúde mental Abordagem em saúde mental pelo médico da família Refere-se ao resultado da interação de uma complexa série de fatores biológicos, psicológicos, familiares e sociais. Na vivência do médico da família e comunidade, é comum a pessoa não perceber o problema e este ser detectado no momento da consulta. O nascimento da psiquiatria → Hipócrates: os transtornos mentais são devidos as diversas formas de bile, e não a influência de deuses e demônios. → Na idade média volta a prevalecer o pensamento fantástico- Feiticeiras. → No século XVIII aparece Philipe Pinel: Respeitar o insano como indivíduo. → A atenção específica ao doente mental somente teve início com a chegada da Família Real. O primeiro manicômio foi fundado por D. Pedro II em 1852, no Rio de Janeiro e ficou conhecido popularmente como ´´Palácio dos loucos``. → No Brasil, antes da fundação do Hospício Pedro II, em 1852, os loucos eram tratados nos porões das Santas Casas. → Em 1900, Sigmund Freud publica a Interpretação dos sonhos. → Antes do nascimento de grandes instituições, a loucura já era sistematicamente segregada do resto da sociedade. Excluía-se todos os pobres, vagabundos, bêbados, prostituas, mães solteiras e doentes físico e mentais. → Na década de 50/60, o governo começou a contratar os hospitais psiquiátricos particulares para atender aos públicos, porém, pagando pouco pelas diárias, e consequentemente reduzindo seus custos e piorando drasticamente suas condições de hospedagem. Os números de internações eram maiores que os números de leitos. As denúncias de precariedades e torturas também eram rotina. → Em 1978, aprova-se a lei que proibiu a criação de novos hospícios e possibilitou sua substituição por pensões protegidas, residências terapêuticas e leitos psiquiátricos em hospital geral. → Cria-se em 1987, o primeiro CAPS no Brasil em São Paulo e NAPS em Santos (24 horas). → Começa-se na década de 90 a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Nise da Silveira → O Hospital do Engenho de Dentro passou a se chamar Hospital Pedro II, novamente rebatizado como Centro Psiquiátrico Pedro II e hoje em dia tem o nome de Instituto Municipal Nise da Silveira, em homenagem a psiquiatra alagoana. → Nise dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 – 2025.2 MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE- MAURÍCIO E INÊS 2 psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Cetro psiquiátrico do engenho de dentro O trabalho de Nise da Silveira é o pioneiro na luta antimanicomial no Brasil. Em 1944, é reintegrada ao serviço público e inicia seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiátricas que considerava agressivas aos pacientes. Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional atividade então menosprezada pelos médicos. Em 1946 funda-se nessa instituição a ´´Seção de Terapêutica Ocupacional``. Reforma psiquiátrica → Lei 10.216 de 2001 ficou conhecida como a Lei de Reforma Psiquiátrica. Ela representa no Brasil um marco ao estabelecer a necessidade de respeito à dignidade humana das pessoas com transtornos mentais. Sáude segundo a OMS → Saúde mental: a noção de saúde mental inclui numerosos atores e serviços como serviços psiquiátricos, rede básica de saúde, agentes sociais, associações, convívio social, etc.. → A cidadania plena e a saúde mental são condições estreitamente ligadas entre si. Uma deficiência em uma das duas implica em déficit na outra. → A saúde mental não pode ser contida em um modelo biológico e médico, pois tem correlações com dimensões legislativas, sociais, econômicas, culturais e políticas. CAPS → A portaria define e estabelece diretrizes para ao funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Estes serviços passam a ser categorizados por porte e clientela, recebendo as denomiações de CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i e CAPS ad. → O que é CAPS? Lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. É um dispositivo multidisciplinar com prática transversal, integralizada e equânime. MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 –2025.2 MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE – INÊS E MAURICIO 3 → LEI: define e estabelece diretrizes para o funcionamento dos CAPS. Esses serviços passam a ser categorizados por porte e clientela: • CAPS I • CAPS II • CAPS III • CAPS i • CAPS ad → O CAPS é um local que oferece cuidados intensivos, semi-intensivos e não intensivos a pacientes em sofrimento. OBJETIVOS → O objetivo é oferecer acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso a trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. → É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. O modelo tem como proposta a superação da lógica hospitalocêntrica pressupondo a implantação de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico. PRINCÍPIOS DOS CAPS → Acolhimento de 100% da demanda dos portadores de transtornos severos. → Garantir a presença de profissional responsável durante todo o período de funcionamento da unidade (plantão técnico). PROJETOS TERAPÊUTICOS → Devem ser singulares, respeitando-se diferenças regionais, contribuições técnicas dos integrantes de sua equipe, iniciativa locais de familiares e usuários e articulações intersetoriais que potencializem suas ações. O QUE INCLUI? → Ações dirigidas aos familiares e comprometer-se com a construção dos projetos de inserção social. → Trabalhar com a idéia de gerenciamento de casos, personalizando o projeto de cada paciente na unidade e fora dela e desenvolver atividades para a permanência diária no serviço. PROFISSIONAIS → Psiquiatras → Enfermeiros → Psicólogos → Terapeutas ocupacionais → Auxiliares de enfermagem → Assistente social → Monitores. TIPOS DE CAPS CAPS I/II (Campos II- Dr João de Araujo Gomes) CAPS de atendimento diário de adultos com transtornos mentais severos e persistentes. CAPS III (Campos- Dr Ari Viana/ Dr. Romeu Casarsa) Atendimento diário e noturno para adultos durante 7 dias da semana. Atende pacientes com transtornos mentais severos e persistentes (24horas). CAPS i (Campos- Dr João Castelo Branco) Para infância e adolescência, atendimento diário a crianças e adolescentes com transtornos mentais. CAPS ad Para usuários de álcool e drogas, atendimento diário à pacientes que fazem uso e que são dependentes de substâncias psicoativas. Esse CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação. (acima de 100.000 habitantes) MARIA EDUARDA SARDINHA ESTRELLA 58 –2025.2 MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE – INÊS E MAURICIO 4 REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Dispõe sobre a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do SUS. PRONTO SOCORROPSIQUIÁTRICO (PSP) → Atendimento psiquiátrico multiprofissional 24hrs, em situação de crise. → Apresenta duas enfermarias com 13 leitos. → Constitui-se como porta de entrada para o programa municipal de saúde mental e serviço de apoio ao CAPS. → Responsável pela emissão de laudo (AIH) para intenção psiquiátrica. RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS As residências terapêuticas são dispositivos estratégicos da Política Nacional de Saúde Mental para pacientes egressos de internações psiquiátricas e que em virtude da longa permanência, perderam vínculos sociais e familiares e não têm para onde retornar quando estão de alta. → Sãos as pessoas que foram avaliadas como autônomas e em condições para o convívio social e acompanhadas continuamente por um CAPS. PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA Programa ministerial que busca ressarcir aqueles que estiveram internados em HP por mais de dois anos consecutivos até 2003 com uma renda mensal, a fim de se reinserirem na sociedade e em suas famílias e evitar a sobrecarga financeira.
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