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Sistema Digestório de Aves

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SISTEMA DIGESTÓRIO DE AVES 
1. DEFINIÇÕES 
O sistema gastrintestinal (SGI) inclui o trato gastrintestinal (bico ou boca, faringe, esôfago, papo, 
proventriculo, moela, intestino delgado, cecos, intestino grosso e cloaca) e os órgãos glandulares (glândulas salivares, 
fígado e pâncreas) que não fazem parte do trato, mas secretam substâncias dentro dele via ductos conectando os 
órgãos ao trato (Bell, 2002). O SGI serve para transferir moléculas orgânicas, sais e água do ambiente externo ao 
ambiente interno do organismo, onde eles serão distribuídos para as células pelo sistema circulatório. 
Ao contrário do que parece, o SGI faz parte do ambiente externo ao corpo. Estruturalmente, o 
sistema digestório aviário permite uma passagem rápida e eficiente do bolo intestinal, funcionando de 
modo semelhante ao sistema gastrointestinal de carnívoros e herbívoros. Fazem parte os seguintes órgãos 
e anexos: bico, boca, glândulas salivares, língua, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestinos, cecos, 
reto e cloaca. 
O sistema digestivo de mamíferos em comparação com as aves é caracterizado por ser 
relativamente curto e bem adaptado para converter alimentos em nutrientes assimiláveis para animais. 
No que diz respeito aos mamíferos e ruminantes, o sistema digestivo de aves distingue-se por vários 
fatores: 
▪ A presença de um bico córneo, substituindo lábios; 
▪ Presença da colheita, que é uma dilatação do esôfago; 
▪ A adoção de dois estômagos sucessivas e diferentes, proventrículo ou estômago glandular e moela ou 
estômago muscular; 
▪ Presença de dois cegos; 
▪ A presença da cloaca, que é a parte terminal do aparelho digestivo, onde eles fluem no reto, ureteres e 
do trato genital. 
 
A digestão é o conjunto das transformações, mecânicas e químicas, que os alimentos orgânicos sofrem ao 
longo de um sistema digestivo, para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. Devido às 
suas altas exigências metabólicas, as aves devem consumir mais alimentos do que outros animais vertebrados na 
proporção do seu tamanho. O processo digestivo possibilita a liberação de nutrientes contidos nos alimentos. 
 
 
Também possibilita a absorção e distribuição uniforme desses nutrientes no corpo da ave. A profunda compreensão 
do funcionamento do sistema digestivo das aves permite que indústrias como aves sejam sustentáveis. Da mesma 
forma, o cuidado de aves em cativeiro torna-se viável graças ao conhecimento de seu sistema digestivo (Svihus, 
2014). 
A anatomia do canal alimentar das aves é diferente da dos mamíferos na área da boca, na presença de 
um papo no esôfago e na existência de um estômago muscular ou moela. Os dentes estão ausentes e suas funções 
são realizadas pelo bico, havendo uma variedade de adaptações. As glândulas salivares e papilas gustativas estão 
presentes. 
2. ASPECTOS 
2.1 AS VARIAÇÕES DE BICOS 
O bico das aves é formado de duas partes: a mandíbula superior e mandíbula inferior. A forma do bico 
varia muito em função do hábito alimentar ou seja, depende do que uma ave se alimenta. Também no bico situa-
se o par de narinas por onde o ar entra e sai durante a respiração. 
Todos sabem que os mamíferos possuem dentes e usam-nos para triturarem o alimento antes de engolir, 
porém as aves são banguelas, ou seja, não possuem dentes e engolem o alimento sem mastigar, na qual, as aves que 
comem grãos e sementes possuem uma solução alternativa aos dentes, ou seja, um órgão muscular triturador 
chamado moela que fica antes do estômago. Na moela, os grãos são quebrados em pedacinhos menores para facilitar 
a digestão química. Já as aves que comem alimentos macios como carne, polpas de frutas, néctar, etc., não precisam 
de moela. 
 As aves são carnívoras (comedoras de outros animais), herbívoras (comedoras de plantas) 
ou onívoras (comem as duas coisas). E para cada tipo de alimento, um tipo de bico. Os bicos são práticos, onde 
desgastam com o uso mas são renovadas durante toda a vida! As aves granívoras apresentam moela e papo 
altamente desenvolvidos para ajudar na trituração e digestão de sementes, ou alimentos duros. Já as aves 
carnívoras apresentam moela e papo praticamente inexistentes, uma vez que o alimento capturado é mais mole e 
não necessita ser macerado. 
 
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1 - Pica-pau 
O bico forte dos pica-paus trabalha a madeira como formões bem amolados, onde essa ferramenta lhes serve 
para tamborilam para se comunicar, golpeando a madeira oca; picam a madeira com habilidade de castores para, 
protegidos no interior do tronco, fazerem seu ninho e cuidar de seus indefesos ninhegos; perfuram a madeira e 
retiram pedaços da casca para desabrigar animalejos ocultos, que lhes servem de alimento. 
 
2 - Granívoros 
Quando o capim se enche de viçosos pendões de sementes, bandos erráticos de pequenos passarinhos baixam 
como a locusta em números elevados. Forte e habilidoso, o bico dos granívoros tem a força necessária para 
quebrar duras sementes e a delicadeza para separar a casca, que é descartada, da parte nutritiva, que serve de 
alimento à ave. 
 
3 - Pescadores – lança 
Como lanças afiadas, o bico das garças espeta os peixes escorregadios que se esgueiram sob a água. Aves com 
esse tipo de bico espreitam os peixes furtivos e os capturam com um golpe certeiro. O bico, cônico e comprido 
com ponta afilada, entra na água como míssil, acertando a presa antes que essa possa pensar em fugir. 
 
4 - Rapinantes 
Alguns deles gozam da reputação de assassinos natos: os rapinantes possuem todo o aparato necessário para 
matar. Uma das potentes armas usadas por eles para matar a presa e dilacerar sua carne é o bico, forte e 
cortante. 
 
5 - Bico filtrador 
Flamingos e patos vivem na água e dela obtêm seu alimento. Para retirar partículas sólidas de um meio líquido 
várias técnicas podem ser utilizadas, e uma delas é a filtragem. Essas aves apresentam no bico como que uma 
peneira, formada por uma borda serrilhada, que é capaz de reter o alimento e eliminar a água. Introduzem o 
bico ou a cabeça na água ou lama e realizam sucção, fazendo com que a água entre pela parte frontal e saia 
pela lateral do bico. As partículas sólidas retidas são engolidas. 
 
6 - Nectarívoro 
Com a delicadeza de um beijo e a agilidade de um leopardo no golpe fatal, os beija-flores retiram o saboroso 
néctar das flores, deleitando-se na doçura e abastecendo seu veloz motorzinho que, por trabalhar em máxima 
potência, gasta uma quantidade estonteante de combustível. O bico agudo e comprido é capaz de alcançar o 
nectário das mais profundas flores e dali sugar seu principal alimento. A língua, mais comprida do que o próprio 
bico, ajuda no serviço, bombeando o líquido para a garganta. 
 
7 - Insetívoro 
Papa-moscas fazem verdadeiras manobras, voando de um poleiro fixo para capturar sua presa e voltando ao 
repouso para a comer. Alguns passarinhos, como os bem-te-vis podem comer presas realmente grandes, e o fazem 
com seu bico de tamanho limitado. Uma cigarra, por exemplo, é batida com a cabeça contra um tronco seguidas 
vezes até ficar atordoada antes de ser engolida. As aves insetívoras geralmente têm bico pequeno, porém forte 
e eficiente. 
 
8 - Frugívoro – tucano 
Não existe uma única forma de fazer determinada coisa. Aves frugívoras utilizam-se de diversas técnicas 
diferentes para conseguir seu alimento: os frutos. Com bico enorme e chamativo, os tucanos e araçaris arrancam 
frutos, utilizando a ponta de um aparato que mais parece servir para deslumbrar os espectadores, e os atiram 
diretamente na goela. Mas nem só de frutas vive um tucano. O mesmo aparato é utilizado para destruir ninhos 
de outras aves e ceifar a vida de pimpolhos ainda tenros. 
 
9 - Carniceiro 
Urubus são atraídos à carniça como ímãs. O forte bico vai ajudar a rasgar o couro espesso de certas carcaças, 
dando acesso à carne em putrefação. Dizem que só o urubu-rei tem o direito de iniciar o banquete. Os outros, 
ainda que cheguem antes,devem esperar pelo monarca, que chega, come os olhos e começa a abrir o ventre do 
animal. A verdade é que o urubu-rei possui bico mais forte, especializado em rasgar o couro de grandes carcaças, 
o que outras espécies podem não conseguir. De qualquer forma, todos eles usam a inteligência como auxílio ao 
bico: começam a comer a carniça pelas partes menos resistentes, como a região anal. 
 
 
 
 
2.2 ESÔFAGO E PAPO 
Em geral, o esôfago das aves é comparativamente longo, que contém dilatações. O papo, está presente na 
maioria das espécies, revestido por um epitélio escamoso estratificado, não queratinizado e espesso, com camada 
muscular externa composta por musculatura lisa ao longo de toda a extensão do esôfago. O esôfago é um tubo 
flexível que conecta o bico ao resto do trato digestivo da ave. É responsável por trazer alimentos da boca para a 
colheita e da colheita para o proventriculus. 
O esôfago é dividido anatomicamente em porção cervical, parte mais longa que segue dorsalmente à 
traquéia e retorna à linha média na porção imediatamente cranial à entrada torácica (McLELLAND, 1986) e 
porção torácica, que passa sobre a bifurcação da traquéia e a base do coração e funde-se com o estômago glandular 
à esquerda do plano mediano (DYCE; SACK; WENSING, 1997). 
Conhecido popularmente como papo, o inglúvio é um divertículo sacular situado na transição das porções 
cervical e torácica do esôfago (McLELLAND, 1986) que armazena o alimento por curtos períodos de tempo, 
quando o estômago muscular está cheio (DYCE; SACK; WENSING, 1997). 
O papo corresponde a uma dilatação da porção posterior do esôfago e serve para armazenar o alimento 
coletado, ocorrendo alguma fermentação e embebição dos alimentos com mucosidades, preparando-os para a 
digestão gástrica posterior. O papo também permite a regurgitação de alimentos previamente digeridos para os 
filhotes. 
 2.3 ESTÔMAGO 
O estômago é dividido por uma constrição em proventrículo (parte glandular) e ventrículo ou moela (parte 
muscular), situados um atrás do outro no plano mediano (DYCE; SACK; WENSING, 1997). 
O esôfago continua após a colheita e o conecta ao proventrículo. Este órgão é conhecido como estômago 
glandular das aves, onde a digestão primária começa.O ácido clorídrico e as enzimas digestivas, como a pepsina, 
se misturam com os alimentos ingeridos e começam a decompô-los com mais eficiência. Neste momento, a comida 
ainda não foi moída. Ou seja, O proventrículo ou estômago verdadeiro é o local onde são produzidos sucos 
digestivos (pepsina, ácido clorídrico) através de várias glândulas. Consequentemente, o bolo alimentar passa para 
a moela que é o músculo mais forte e resistente na ave, onde através de repetidas contrações e expansões 
transformam quaisquer partículas de alimentos. 
Responsável pela digestão química dos alimentos, o proventrículo, também é designado como "estômago 
químico", possui mucosas pregueada e com depressões entre as pregas, chamadas de sulcos. As células secretoras, 
que são cubóides a colunares baixas, produzem tanto pepsinogênio quanto ácido clorídrico, e assim, combinam a 
função das células principais e parietais dos mamíferos; cada glândula se abre no lúmen gástrico através de uma 
papila cônica. 
O ventrículo ou moela é um órgão do sistema digestivo de aves e répteis, minhocas e peixes. É geralmente 
conhecido como estômago mecânico, pois é composto por um par de músculos fortes com uma membrana protetora 
que age como se fossem os dentes do pássaro. Os alimentos consumidos pelas aves e os sucos digestivos das 
glândulas salivares e do proventrículo passam para a moela, onde tudo será moído e misturado. Às vezes, os 
pássaros podem consumir pequenas pedras dentro dos alimentos. Estes são geralmente amolecidos no proventrículo 
e moídos na moela. Geralmente, as rochas do solo permanecem na moela até que seu tamanho seja pequeno o 
suficiente para passar pelo restante do trato digestivo. 
 
 
Quando um pássaro ingere um objeto pontiagudo, como uma tachinha ou um gancho grampeador, o objeto 
pode ser pego na moela. Esses objetos podem perfurar a moela quando seus músculos começam a se mover 
rapidamente. Aves que danificam as paredes da moela começam a sofrer de desnutrição e acabam morrendo (Loon, 
2005). 
 
2.4 INTESTINOS 
O intestino delgado possui a mucosa repleta de vilosidades altas e delgadas (DUKE, 1996), onde ocorre 
a principal fase da digestão química (POUGH; HEISER; McFARLAND, 1999). Pode ser dividido 
anatomicamente em três segmentos – duodeno, jejuno e íleo (PILZ, 1937; GRAU 1943 a e b apud McLELLAND, 
1986). No intestino delgado será equivalente ao próximo passo da digestão que ocorrerá no duodeno e os nutrientes 
liberados pelos alimentos são absorvidos principalmente na parte inferior do intestino delgado. 
O duodeno recebe enzimas digestivas e bicarbonato do pâncreas e bile do fígado para neutralizar o efeito 
do ácido clorídrico do proventrículo. Os sucos digestivos produzidos pelo pâncreas estão relacionados 
principalmente à digestão de proteínas. A bile é um importante agente de limpeza na digestão de lipídios e na 
absorção de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K. A parte inferior do intestino delgado é composta de duas 
partes, que são o jejuno e o íleo. O divertículo de Meckel marca o fim do jejuno e o início do íleo. Esse divertículo 
é formado durante o estágio embrionário das aves (Bowen, 1997). O duodeno é uma alça constituída por uma 
porção descendente proximal e uma porção ascendente distal (McLELLAND, 1986), que forma uma curva 
fechada disposta em “U” (NICKEL; SCHUMMER; SEIFERLE, 1977, DYCE; SACK; WENSING, 1997) e 
envolve o pâncreas. A maior parte da alça fica no assoalho abdominal e acompanha a curvatura caudal da moela 
(DYCE; SACK; WENSING, 1997). 
De acordo com Schwarze (1980), o início do jejuno é demarcado pela disposição “estirada” da porção 
final do intestino delgado em uma área onde termina a irrigação por parte da artéria mesentérica cranial. São 
várias alças curtas, dispostas frouxamente (McLELLAND, 1986), descritas como “abertas” por não estarem 
intimamente unidas por mesentério (GADOW, 1889 apud McLELLAND, 1986). O íleo é um prolongamento do 
jejuno, sem demarcação nas aves que não possuem cecos. Nas espécies que o possuem, este segmento tem início na 
região oposta aos ápices dos mesmos (DYCE; SACK; WENSING, 1997). Encontra-se no centro da cavidade 
visceral, paralelamente às alças duodenais e está relacionado ao ventrículo, jejuno, reto e cecos (SCHWARZE, 
1980). 
A hortelã é composta por dois bolsos cegos onde o intestino delgado e grosso se encontram. Alguns restos 
de água contidos nos alimentos digeridos são reabsorvidos nesse momento. Outra função importante da hortelã é 
a fermentação de restos de alimentos que ainda não foram digeridos. Durante o processo de fermentação, a hortelã 
produz ácidos graxos e as oito vitaminas B (tiamina, riboflavina, niacina, ácido pantotênico, piridoxina, biotina, 
ácido fólico e vitamina B12). A hortelã está localizada muito perto do final do trato digestivo, no entanto, alguns 
nutrientes disponíveis nos alimentos ainda são absorvidos (Farner & King, 1972). 
O intestino grosso consiste de um par de cecos e um intestino curto e reto, contínuo com íleo e cloaca para 
o qual não há terminologia aceita (McLELLAND, 1986). Embora seu nome indique que o intestino grosso é maior 
que o intestino delgado, na verdade é mais curto. A principal função do intestino grosso é absorver os últimos 
restos de água presentes no material digerido. Os cecos possuem a parede mais fina que os demais segmentos do 
trato intestinal. (McLELLAND, 1986), originam-se na junção ileocólica e acompanham o íleo, ao qual se ligam 
 
 
por pregas ileocecais (DYCE; SACK; WENSING, 1997); Os cecos servem como depósito de material fecal, que 
passa pelo intestino grosso, e através da cloaca, para o exterior. O reto é um segmento curto, que se entendecomo 
um tubo quase reto do íleo até a cloaca (McLELLAND, 1986), cujo papel essencial é acumular fezes 
(SCHWARZE, 1980). 
O intestino das aves é semelhante em estrutura á toda sua extensão. Ele consiste de duodeno, jejuno, íleo 
e intestino grosso. A extremidade terminal do intestino grosso se junta a cloaca; encontram-se presentes vilos por 
toda a extensão dos intestinos delgado e grosso. As criptas de Lieberkühn são curtas e se abrem entre os vilos, tal 
como em mamíferos. Embora a parede intestinal das aves sejam semelhante à dos mamíferos, a ausência de 
glândulas duodenais e uma submucosa extremamente fina em galinhas constituem diferenças notáveis. 
 
2.5 FÍGADO 
O fígado, que é um órgão acessório na digestão, irá por sua vez sintetizar a bile que vai sendo depositada 
na vesícula e utilizada no desdobramento das gorduras e óleos. Além destas funções o fígado funciona como um 
reservatório de glicose e metaboliza substâncias. 
 
2.6 COACLA 
É considerada a câmara onde abrem-se o canal intestinal, o aparelho urinário e os oviductos das aves e 
dos répteis. Nos animais daqueles grupos em que ocorre fecundação interna, o macho inocula o esperma na cloaca 
da fêmea; quando esta operação ocorre juntando as duas aberturas cloacais, denomina-se “beijo-cloacal”. 
A cloaca constitui parte do sistema urogenital das aves, é pela cloaca que acontece a copulação, a sua 
função é permitir a saída de aparelhos reprodutores e excretores. A cloaca participa de três funções básicas, a 
cópula, a defecação e a urinação. Músculos potentes são responsáveis por controlar as diversas aberturas que se 
abrem na cloaca, provenientes do intestino, rins e gônadas. A cloaca é formada por três estruturas, o coprodeu é a 
região mais proximal, responsável por receber os resíduos oriundos do intestino. O urodeu é o compartimento medial 
da cloaca, e recede os produtos dos dutos genital e urinário. O compartimento distal é o proctodeu, responsável 
pela cópula (KARDONG, 2006). 
 
2.4 A DIGESTÃO E ABSORÇÃO 
A maior parte do alimento chega ao bico em forma de partículas grandes, contendo muitas 
macromoléculas, tais como proteínas e polissacarídeos, que são incapazes de atravessar a parede do trato 
gastrintestinal. Antes de ser absorvido, o alimento deve ser dissolvido e degradado em moléculas menores. Este 
processo, digestão, é acompanhado pela ação do ácido clorídrico no proventrículo, da bile secretada pelo fígado e 
de uma variedade de enzimas digestivas liberadas tanto pelas células gástricas e intestinais quanto pelo pâncreas. 
As moléculas produzidas pela digestão se movem do lúmen do trato gastrintestinal pela parede de células epiteliais 
e entram no sistema sanguíneo (absorção), uma vez que aves não possuem sistema linfático. E, por fim, a água é 
absorvida ao longo do trato gastrintestinal por osmose, após a absorção de glicose, sódio e aminoácidos. O 
antiperistaltismo retal torna o ceco um local onde a água é absorvida a partir da urina. Enquanto a digestão, 
secreção e absorção estiverem ocorrendo, contrações do músculo liso da parede do trato gastrintestinal misturam o 
conteúdo do lúmen com várias secreções e o movem através do trato, caracterizando a motilidade. 
 
 
Há várias glândulas salivares na parte superior da boca, glândulas mandibulares, lingual e 
cricoaritenoide que produzem a saliva (Denbow, 2000). A saliva ajuda a lubrificar o alimento e contém amilase 
em algumas espécies (não presentes em frangos, poedeiras e perus) e podem exercer algum efeito digestivo no 
alimento armazenado no papo. A língua da ave apresenta um formato de flecha e ajuda a impulsionar o alimento 
para o esôfago, que é dividido em regiões cervical e torácica. Na região cervical, o esôfago dilata e dá origem ao 
papo (pH=4,0), uma estrutura que se expande e permite o armazenamento do alimento ingerido. Nesta região 
aparecem glândulas que produzem muco dentro da mucosa do esôfago e do papo. A função é a de lubrificar o 
alimento. No papo aparecem as bactérias produtoras de ácido lático por fermentação, sendo, portanto, a primeira 
barreira contra bactérias patogênicas. 
Certa ênfase tem sido dada recentemente a fermentação microbiana da fibra que ocorre o ceco. Segundo 
o investigador espanhol Gonzalo Mateo (comunicação pessoal), um certo nível baixo de fibra na dieta de aves é 
desejável. Dentre os benefícios, estão: 
 
1) aumenta a função da moela (aumenta o fluxo gastrintestinal, aumenta a digestibilidade de nutrientes 
e reduz a erosão de moela); 
2) aumenta a produção de HCl e a produção enzimática (ativação da pepsina e a digestibilidade da 
proteína; aumenta a solubilidade e a absorção intestinal; aumenta a atividade pancreática e a produção de sais 
biliares); 
3) reduz o pH da moela (controla o crescimento de micro-organismos, como salmonelas e clostrídios); 
4) altera o perfil da microflora. 
 
Portanto, as funções do SGI podem ser descritas em termos de quatro processos: digestão, secreção, 
absorção e motilidade. Este sistema é programado para maximizar a absorção e, dentro de limites, ele vai absorver 
tanto quanto for ingerido. Com poucas exceções, o SGI não regula a quantidade de nutrientes absorvidas ou sua 
concentração no ambiente interno do animal.

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