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SUSTENTABILIDADE E 
MEIO AMBIENTE 3
EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
O padrão de desenvolvimento adotado historicamente se aproxima ao 
que associa o desenvolvimento ao crescimento. Como vimos na segunda 
etapa, o modelo de produção hegemônico pautado pela empresa capitalista 
tem como mola propulsora o consumismo. De fato, deste ponto de vista ele 
é antropocêntrico, contraditório e equivocado.
Esta é uma discussão longa. Inclusive já a iniciamos na segunda 
etapa. Porém, longe de intentarmos um relato mais aprofundado do termo 
desenvolvimento e sua crítica, nos ateremos a uma de suas derivações, ou 
seja, o desenvolvimento sustentável. Este, sendo associado aos princípios da 
sustentabilidade, também é recorrente nos discursos oficiais, nos relatórios 
de empresas, de governo, nos estudos acadêmicos, na mídia e entre tantas 
outras esferas.
APRESENTAÇÃO
Organização
Edson Torres
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
EVOLUÇÃO DO 
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
.03
1 INTRODUÇÃO
Debates acerca do termo desenvolvimento há muito permeiam nossa 
sociedade. Não é de hoje que muitos atores sociais o utilizam para se referir 
a alguma situação de nossa sociedade.
Os próprios modelos de desenvolvimento nunca foram uma unanimidade. 
Basicamente, podemos observar duas correntes distintas:
• Uma que encara o desenvolvimento como sinônimo de crescimento e 
dessa maneira, não leva em consideração aspectos sociais ou ambientais 
em seu processo de construção. Esta corrente baseia-se essencialmente em 
aspectos quantitativos. (Ex.: aumento do produto interno bruto, aumento 
da lucratividade, entre outros).
• Outra corrente considera o crescimento uma condição indispensável para 
o desenvolvimento, porém, não como condição suficiente. Nesse sentido 
o desenvolvimento adquire aspectos qualitativos, a saber, a melhora na 
qualidade de vida das pessoas, do meio ambiente e das estruturas existentes.
O padrão de desenvolvimento adotado historicamente se aproxima ao 
que associa o desenvolvimento ao crescimento. Como vimos na segunda 
etapa, o modelo de produção hegemônico pautado pela empresa capitalista 
tem como mola propulsora o consumismo. De fato, deste ponto de vista ele 
é antropocêntrico, contraditório e equivocado.
Esta é uma discussão longa. Inclusive já a iniciamos na segunda etapa. Porém, 
longe de intentarmos um relato mais aprofundado do termo desenvolvimento e 
sua crítica, nos ateremos a uma de suas derivações, ou seja, o desenvolvimento 
sustentável. Este, sendo associado aos princípios da sustentabilidade, também 
é recorrente nos discursos oficiais, nos relatórios de empresas, de governo, nos 
estudos acadêmicos, na mídia e entre tantas outras esferas.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
2 PRIMÓRDIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: DO 
CLUBE DE ROMA À CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
Ao longo do tempo o termo desenvolvimento sustentável adquiriu novas 
formas, recebendo novos adjetivos e incrementos. 
O crescimento capitalista da primeira metade do século XX gerou de um 
lado muita riqueza e de outro, muitas assimetrias. As riquezas, expropriadas 
por poucos ao passo que as injustiças cresciam aos montes. Sem contar que 
todo crescimento e progresso deram-se às custas do meio ambiente. 
Nesse contexto, algumas correntes de pensamento e grupos sociais 
intentam esforços na luta contra o modelo hegemônico. Um grande exemplo 
é o movimento ambientalista.
Após a 2ª Guerra Mundial e decorrer da segunda metade do século XX 
as correntes do pensamento discorrentes da hegemônica passam a ganhar 
força, não somente na academia, mas em todos os setores da sociedade. O 
modelo de progresso baseado na depredação dos recursos naturais passa a se 
tornar tema de muitos seminários e aos poucos, da agenda política. A ideologia 
dominante, baseada na satisfação das “ilimitadas necessidades humanas 
através da alocação dos recursos limitados” começa a ser questionada, apesar 
de continuar predominante.
A visão ambiental tornou-se, de certo modo, um fenômeno global. As 
preocupações com o modelo de destruição do meio ambiente e a necessidade 
de uma formulação capaz de equilibrar crescimento econômico com a 
utilização dos recursos naturais crescem no mundo inteiro.
Grande expoente internacional nessa discussão foram os estudos e 
debates realizados pelo Clube de Roma (visto na etapa 2), principalmente a 
publicação do relatório: os limites do crescimento.
Com as discussões acerca do uso sustentável e saudável de nosso planeta 
adquirindo cada vez mais espaço, a ONU realizou a chamada Conferência 
das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia, 
entre os dias 4 a 16 de junho de 1972. Podemos considerá-la um marco nas 
discussões até então realizadas já que se pautou na necessidade de construir 
uma “visão comum e de princípios comuns para inspirar e guiar os povos do 
mundo na preservação e melhoria do ambiente humano” (ONU, 2012, p. 2).
Seu principal desdobramento foi uma Declaração com 19 princípios 
- A Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
Humano - que é considerada um manifesto ambiental, base para a nova 
agenda ambiental do sistema da ONU.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O 
ECODESENVOLVIMENTO
A preocupação com a preservação do meio ambiente associada à melhora 
das condições socioeconômicas das populações e países vai tomando cada 
vez mais espaço no cotidiano até culminar na elaboração do conceito de 
ecodesenvolvimento que, como veremos na próxima seção, será “substituído” 
pelo de desenvolvimento sustentável, pelo menos nos discursos oficiais.
Quem o traz ao público é o então secretário geral da Conferência de 
Estocolmo (1972), Maurice Strong.
A conceituação de ecodesenvolvimento aparece como uma resposta 
aos paradigmas e abordagens científicas da época, que não conseguiam 
estabelecer uma compreensão consistente da realidade, permeada por 
fenômenos sociais como a exclusão social e a questão ambiental. 
“Posteriormente, ele é difundido por Ignacy Sachs que, de certa maneira, 
complementa o termo, acrescentando cinco dimensões à sua compreensão, 
a saber: social, econômica, ecológica, cultural e espacial” (MONTIBELLER, 
2004, p. 47).
FIGURA 1 – AS CINCO DIMENSÕES DO ECODESENVOLVIMENTO
FONTE: Adaptado de: <http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/
gestaoeresultados/2011/11/01/pensando-e-praticando-a-sustentabilidade/>. 
Acesso em: 15 maio 2012.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O ecodesenvolvimento é aquele capaz de garantir o desenvolvimento de 
um território (país, nação, região) endogenamente, ou seja, através de 
suas próprias potencialidades, evitando a dependência externa, com a 
finalidade de “responder à problemática da harmonização dos objetivos 
sociais e econômicos do desenvolvimento com uma gestão ecologicamente 
prudente dos recursos e do meio” (SACHS, 1993, p. 15).
Esta definição tem uma preocupação igual para a esfera social, ambiental 
e econômica. Ela as iguala diferentemente de outras abordagens teóricas que 
supervalorizam a questão econômica, por exemplo. Em sua essência, revela a 
necessidade de resolver as necessidades mais imediatas de toda população, 
garantindo qualidade de vida com cuidado ao meio ambiente e a consequente 
possibilidade de reprodução da vida para as gerações vindouras. 
Cabe destaque que a grande questão do ecodesenvolvimento repousa 
na realização de ações que privilegiem as potencialidades locais na resolução 
de seus problemas locais, aliado ao desafio de congregar a sustentabilidade 
social e ambiental com questões econômicas.Somente é possível alcançar este tipo de desenvolvimento a partir do 
momento que se tem amplo conhecimento da realidade, da cultura, dos 
ecossistemas, de como os indivíduos se relacionam entre si e com o meio e 
como resolvem seus problemas diários. E tudo isso aliado ao envolvimento 
desses mesmos no planejamento de estratégias de superação de seus gargalos. 
É dessa maneira que se supera a necessidade de “importação” de um modelo 
externo de desenvolvimento a determinada região.
Alguns autores apontam que este termo congrega dois t ipos de 
solidariedade: uma sincrônica e outra diacrônica. 
A solidariedade sincrônica privilegia seu enfoque sob a ótica das 
necessidades fundamentais dos indivíduos em detrimento da visão que 
enfatiza apenas a lógica da produção (em escala, visando ao lucro). Já a 
solidariedade diacrônica se expressa em uma economia de recursos naturais, 
em que o horizonte temporal está décadas (até séculos) adiante, ou seja, na 
“perspectiva ecológica para garantir a possibilidade de qualidade de vida às 
próximas gerações”. (MONTIBELLER, 2004, p. 48).
Sachs (1993), referência na difusão desse conceito, expõe que o 
ecodesenvolvimento se caracteriza como um projeto de civilização, à medida 
que propõe um novo estilo de vida, baseado em um conjunto de objetivos 
que são definidos socialmente e com visão de futuro. Basicamente, são estas 
as principais características dessa proposta de desenvolvimento.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
4 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O 
RELATÓRIO BRUNDTLAND
Praticamente como derivação do ecodesenvolvimento, surgiu o 
desenvolvimento sustentável. É a partir da década de 1980 que ele ganha força, 
sendo que podemos adotar como marco de sua utilização oficial no mundo 
o Relatório Brundtland, fruto da comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (CMMAD) da ONU, presidida pela Primeira Ministra da 
Noruega Gro Harlem Brundtlan, ocorrida em 1987. Esta comissão era parte 
do processo preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento – também chamada de “Rio 92”.
É importante trazer presente que este termo foi utilizado anteriormente, 
mas de forma menos abrangente e de forma particular por alguns grupos 
específicos, como a União Internacional pela Conservação da Natureza. Na 
conferência deste organismo, em 1986, ocorrido no Canadá foi apresentado 
com os seguintes princípios de desenvolvimento sustentável:
• Integrar conservação da natureza e desenvolvimento.
• Satisfazer as necessidades humanas fundamentais.
• Perseguir equidade e justiça social.
• Buscar a autodeterminação social e respeitar a diversidade cultural.
• Manter a integridade ecológica (BARBOSA, 2008, p. 37).
Porém, é com a publicação do relatório inovador da Comissão Brundtland, 
de 1987, int itulado, “Nosso Futuro Comum” – que o conceito de 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL entra de vez para a esfera pública, 
repercutindo em escala global.
FIGURA 2 – CARTAZ QUE REPRESENTA O RELATÓRIO “NOSSO 
FUTURO COMUM”, DE 1987
FONTE: Disponível em: <http://www.dolceta.eu/portugal/Mod5/
O-Relatorio-Brundtland-1987.html>. Acesso em: 15 maio 2012.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
No relatório observamos:
O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as 
necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações 
de atender suas próprias necessidades. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-
e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 20 maio 2012.
FIGURA 3 – BASE DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: GARANTIR AS 
NECESSIDADES DO PRESENTE SEM COMPROMETER AS NECESSIDADES DO FUTURO. 
BASICAMENTE, É “ENTREGAR UM MUNDO MELHOR” PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES
FONTE: Disponível em: <http://www.not1.xpg.com.br/sustentabilidade-exemplo-de-
acoes-barueri-sustentavel/>. Acesso em: 20 maio 2012.
O conceito de “desenvolvimento sustentável”, advindo dos estudos da 
ONU sobre as mudanças climáticas, foi uma resposta para a humanidade 
perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava (e ainda passa), 
agravado a partir da segunda metade do século passado (BARBOSA, 2008).
5 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A 
RIO 92
É a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra ou “Rio 92”, 
ocorrida entre os dias 3 a 14 de julho de 1992 no Rio de Janeiro que o termo 
desenvolvimento sustentável tornou-se fundamental para a política ambiental 
e de desenvolvimento das nações.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DA 2ª CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE O MEIO 
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO 92)
FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?...>. Acesso em: 20 
maio 2012.
Segundo dados disponibilizados pela própria ONU (2012), estiveram 
representados oficialmente 170 países na Rio 92, somados a 2400 representantes 
de organizações não governamentais (ONGs) e 17000 pessoas participantes 
do Fórum de ONGs paralelo. Seus principais frutos foram os documentos: a 
Agenda 21, a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
a Declaração de Princípios sobre Florestas, a Convenção das Nações Unidas 
sobre Mudança do Clima e a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade 
Biológica.
Também foram delineações da Cúpula da Terra a adoção da Convenção 
da ONU sobre a Diversidade Biológica, também em 1992 e a Convenção da 
ONU de Combate à Desertificação em Países que sofrem com a Seca e/ou a 
Desertificação, mais precisamente na África. Ocorreu ainda, no ano de 1994, 
a Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável dos “Pequenos 
Estados Insulares em Desenvolvimento”, realizada em Barbados, onde se adotou 
para estes estados um programa de ação que estabelece políticas, ações e 
medidas em todos os níveis para atingir o desenvolvimento sustentável.
5.1 A DECLARAÇÃO DO RIO
Na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento é 
evidenciada essa importante afirmação: “que todos os estados e todos os 
indivíduos devem como requisito indispensável para o DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, de 
forma a reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atender as 
necessidades da maioria da população do mundo” (BOFF, 2012, p. 52).
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fica claro que a preocupação na superação dos gargalos sociais como 
uma das características do desenvolvimento sustentável, não sendo este, 
como muitas vezes parece, uma preocupação apenas com o meio ambiente.
Entre os princípios deste importante documento, destacam-se: 
• Que o centro das preocupações com DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL é 
o próprio ser humano, que tem direito a uma vida saudável, produtiva em 
harmonia com a natureza.
• A chamada incerteza científica não pode atravancar as medidas necessárias 
à prevenção da degradação ambiental, quando esta gerar danos sérios ou 
irreversíveis ao meio.
• Que é dos estados nacionais o direito soberano de explorar seus próprios 
recursos, não podendo causar danos ao meio ambiente de outros estados.
• Expõe que a erradicação da pobreza e redução das disparidades nos 
padrões de vida mundiais são princípios e busca indispensável para o 
desenvolvimento sustentável.
• Traz a público a importância da participação das mulheres no alcance do 
desenvolvimento sustentável.
• Coloca grande responsabilidade na chamada busca internacional do 
desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, levando em 
consideração a pressão de suas comunidades locais, as tecnologias que 
dominam e a grande quantidade de recursos econômicos que controlam, 
em comparação aos países em desenvolvimento. 
FONTE: Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acessoem: 20 maio 2012.
5.2 A DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS SOBRE FLORESTAS
Esta declaração foi o primeiro consenso global para a gestão sustentável 
das florestas. Cabe destaque entre suas considerações:
• Coloca como princípio que os países desenvolvidos devem fazer um 
esforço para garantir o “verde no mundo” por meio do reflorestamento e 
da conservação das matas existentes.
• Que é direito de cada estado gerir as florestas de acordo com as suas 
necessidades socioeconômicas, mas em consonância com as políticas 
nacionais de desenvolvimento sustentável. 
FONTE: Disponível em: <http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso em: 20 maio 2012.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
5.3 A AGENDA 21
A Agenda 21 foi adotada na Rio 92 pelas nações presentes e é 
basicamente, um programa com parâmetros globais a serem seguidos pelos 
países para protegerem de forma efetiva o meio ambiente e para alcançar o 
desenvolvimento sustentável globalmente.
FIGURA 5 – SÍMBOLO DA AGENDA 21
FONTE: Disponível em: <http://www.ecolnews.com.br/agenda21/>. 
Acesso em: 20 maio 2012.
Uma das constatações das conferências da ONU, com destaque na Rio 
92, foi o paradoxo entre o modelo de crescimento econômico existente e a 
crescente degradação do meio em que vivemos.
É justamente como resposta a este problema que a proposta da ONU ganha 
importância no mundo globalizado. A Agenda 21 delineou-se um plano 
abrangente e bem detalhado (com 40 capítulos) de ações com a finalidade 
de afastar “o mundo do atual modelo insustentável de crescimento 
econômico, direcionando para atividades que protejam e renovem 
os recursos ambientais, no qual o crescimento e o desenvolvimento 
dependem” (ONU, 2012).
Neste programa, ressaltam-se as seguintes áreas de ação, ligadas à 
proteção do meio ambiente:
• A proteção da atmosfera. 
• O combate ao desmatamento.
• O combate à perda de solo e à desertificação.
• A prevenção da poluição da água e do ar. 
• Deter a destruição das populações de peixes.
• A promoção de uma gestão segura dos resíduos tóxicos. 
FONTE: ONU (2012)
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Cabe destaque que a Agenda 21 foi além das questões e propostas de 
ações ambientais acima descritas, abordando questões referentes aos “padrões 
de desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente.” São elas:
• A pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento. 
• Os padrões insustentáveis de produção e consumo. 
• As pressões demográficas e a estrutura da economia internacional. 
FONTE: ONU (2012)
É c laro que as recomendações da Agenda 21 para a lcançar o 
desenvolvimento sustentável não se restringiram apenas ao governo. 
Recomendaram-se meios para fortalecer o papel dos chamados grandes 
grupos nesse objetivo, a saber: mulheres, organizações sindicais, agricultores, 
crianças e jovens, povos indígenas, comunidade científica, autoridades locais, 
empresas, indústrias e ONGs.
Como podemos notar, a Agenda 21 contém em seu âmago uma proposta 
de ação em várias dimensões: sociais, econômicas (como exemplos a luta 
contra a pobreza e mudança nos padrões de produção e consumo) e ambientais, 
na conservação e gestão dos recursos naturais (exemplos de propostas na 
linha da proteção da atmosfera, dos oceanos e da biodiversidade, ações de 
combates ao desmatamento e na promoção da agricultura sustentável). 
Logo no preâmbulo da Agenda, evidencia-se seu caráter global , 
nas afirmações que dão conta que nenhuma nação poderá alcançar o 
desenvolvimento sustentável sozinho, mas sim conjuntamente, em parceria. 
Vejamos alguns trechos do Preâmbulo da Agenda 21. Vale a pena conferir 
na íntegra:
[...] A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. 
Defrontamo-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as 
nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças 
e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que 
depende nosso bem-estar. [...]
[...] A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem 
o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios do próximo século. 
Reflete um consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto 
no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de 
sua execução é responsabilidade, antes de mais nada, dos governos. Para 
concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos 
nacionais. [...] 
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
[...] A Agenda 21 é um programa dinâmico. Ela será levada a cabo pelos 
diversos atores segundo as diferentes situações, capacidades e prioridades dos 
países e regiões e com plena observância de todos os princípios contidos na 
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Com o correr do 
tempo e a alteração de necessidades e circunstâncias, é possível que a Agenda 
21 venha a evoluir. Esse processo assinala o início de uma nova associação 
mundial em prol do desenvolvimento sustentável [...]” . 
FONTE: Disponível em: <http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br/~rmclima/pdfs/texto_agenda21.pdf>. 
Acesso em: 20 maio 2012.
Como forma de assegurar o apoio aos objetivos da Agenda, foi 
estabelecido na Rio 92 uma “Comissão para o Desenvolvimento Sustentável” 
que contou ainda com uma comissão funcional do Conselho Econômico e 
Social.
Realizou-se ainda no ano de 1997 a Cúpula da Terra + 5, com o objetivo 
de avaliar a implementação da Agenda 21 no mundo, e a partir dela fazer 
recomendações sobre sua realização.
6 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
A CÚPULA DA TERRA SOBRE A SUSTENTABILIDADE E 
DESENVOLVIMENTO
No ano de 2002, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro em 
Johanesburgo aconteceu a Cúpula da Terra sobre a sustentabilidade e 
desenvolvimento, e um de seus grandes objetivos foi a realização de um 
balanço das conquistas, dos desafios e dos novos desafios surgidos após a 
realização da Rio 92. 
Importante que o conceito de desenvolvimento sustentável é reapresentado, 
revelando-se agora de forma mais concreta de seu objetivo, a saber, a melhoria 
da qualidade de vida de todas as populações da terra. Na declaração evidencia-
se a distinção do fator que limita a plena realização do desenvolvimento 
sustentável: o uso dos recursos naturais além do que a Terra pode suportar. 
Logicamente, isto prejudicaria gravemente as gerações futuras e suas 
necessidades. (MIKHAILOVA, 2004, p. 27).
Neste sentido o desenvolvimento sustentável, como forma de tornar-se 
real, deve objetivar a qualidade de vida de todas e todos sem aumentar o 
uso dos recursos naturais além do que a Terra suporta.
Apesar de tal desenvolvimento estar associado a ações distintas nas mais 
variadas regiões do globo, Mikhailova (2004) aponta que as ações empenhadas 
na construção de modos de vida de fato sustentáveis demandam a integração 
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
de três áreas chave: crescimento e equidade econômica; conservação dos 
recursos naturais e do meio ambiente e; desenvolvimento social. Vejamos 
mais detalhadamente:
• Crescimento e equidade econômica: como os sistemas econômicos são 
integrados na atualidade também necessitam de uma abordagem integrada 
capaz de promover um crescimento responsável duradouro, não permitindo 
que nenhuma nação “fique para trás”.
• Conservação de recursos naturais e do meio ambiente: é amplamente 
necessário o desenvolvimento de soluções economicamente viáveis 
focadas da redução do consumo de recursos, diminuição da poluição e 
conservação dos hábitats naturais, objetivando a “herança ambiental” e os 
recursos naturais para as gerações vindouras.
• Desenvolvimento social: reconhece que todos as pessoas precisam de 
seus direitos básicos garantidos, como emprego, educação, saúde, alimento, 
energia, águae saneamento. Cabe à comunidade mundial assegurar que 
todo indivíduo possa participar na determinação de seu futuro e que a 
“rica matriz de diversidade cultural e social e os direitos trabalhistas sejam 
respeitados”. (MIKHAILOVA, 2004, p. 38).
Vejamos a seguir alguns trechos dessa importante declaração:
[...] Nós, os representantes dos povos do mundo [...] Comprometemo-
nos a construir uma sociedade humana, justa e solidária global, conscientes 
da necessidade de dignidade humana para todos. [...]
[. . .] Assim, assumimos a responsabilidade coletiva de fazer avançar 
e fortalecer os pilares interdependentes e que reforçam mutuamente do 
desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico, desenvolvimento 
social e proteção ambiental - nos níveis local, nacional, regional e global [...]
[...] Reconhecemos que a erradicação da pobreza, mudança nos padrões 
de consumo, de produção, proteção e gestão da base de recursos naturais 
para o desenvolvimento econômico e social são objetivos fundamentais e 
requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentável [...]
[...] Reafirmamos nosso compromisso de colocar o foco em particular, e 
dar atenção prioritária para a luta contra as condições mundiais que apresentam 
severas ameaças ao desenvolvimento sustentável do nosso povo, que incluem: a 
fome crônica, desnutrição, ocupação estrangeira; conflitos armados; problemas 
com drogas ilícitas, o crime organizado, da corrupção, desastres naturais, o 
tráfico ilícito de armas, tráfico de pessoas, o terrorismo, a intolerância e de 
incitação ao ódio racial, étnica, religiosa e outros; xenofobia; e endêmicas 
doenças transmissíveis e crônicas, em especial o VIH, malária e tuberculose. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso 
em: 20 maio 2012.
 CURSO LIVRE - EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
7 TRAJETÓRIA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A 
“RIO MAIS 20”
No ano de 2012, mais um passo será dado na discussão acerca do 
desenvolvimento sustentável no mundo. Entre os dias 13 a 22 de junho de 
2012, na cidade do Rio de Janeiro acontecerá A Conferência das Nações Unidas 
sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como a Rio +20.
Esta importante conferência marca o 20º aniversário da Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de 
Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável (Johanesburgo - 2002). 
O megaevento se propõe a fazer um balanço dos avanços e retrocessos 
da implementação do desenvolvimento sustentável no mundo diante das 
grandes mudanças ocorridas nos últimos anos, como o agravamento do 
aquecimento global, a crise financeira de 2007 e a diminuição dos recursos 
naturais (BOFF, 2012).
A Rio + 20 tem como objetivo: “assegurar um comprometimento político 
renovado para o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito 
até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos 
resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, 
além de abordar os novos desafios emergentes”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/perguntas-e-
respostas/>. Acesso em: 20 maio 2012.
Os dois temas da conferência serão:
I - “Uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e 
da erradicação da pobreza”.
II - “O quadro institucional para o desenvolvimento sustentável”.
8 A CARTA DA TERRA
Um importante documento que abarca questões re levantes ao 
desenvolvimento sustentável e que muitas vezes passa despercebido é a 
“Carta da Terra”.
Nascida de uma consulta plural (entre várias pessoas de todo o mundo, 
das mais variadas culturas, religiões, universidades, movimentos sociais, entre 
tantos outros) feita durante 8 anos (1992-2000) , é “um chamado sério acerca 
dos riscos que pesam sobre a humanidade.” (BOFF, 2012, 26).
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A Carta da Terra define-se como: “uma declaração de princípios éticos 
fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global 
justa, sustentável e pacífica.  Busca inspirar todos os povos a um novo 
sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, 
voltada para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade 
da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado 
à ação”. 
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_
is.html>. Acesso em: 20 maio 2012.
Este importante documento foi uma iniciativa das Nações Unidas, mas 
terminou como uma grande iniciativa global e da sociedade civil. Podemos 
considerá-la um marco, já que envolveu um processo extremamente 
participativo e inclusivo na criação de um documento internacional que trata 
do desenvolvimento sustentável.
O grande tema da Carta é a integridade ecológica e sua preocupação 
maior repousa na transição do modelo de desenvolvimento que temos para 
“maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano”.
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. Acesso em: 20 maio 2012.
Ela é permeada pelos seguintes princípios:
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA, com quatro eixos: 
respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade; cuidar da comunidade da vida 
com compreensão, compaixão e amor; construir sociedades democráticas que 
sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas; assegurar a generosidade 
e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA, com os eixos: proteger e restaurar a 
integridade dos sistemas ecológicos da Terra; prevenir o dano ao ambiente 
como o melhor método de proteção ambiental; adotar padrões de produção, 
consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da 
Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário; avançar o estudo 
da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação 
ampla do conhecimento adquirido.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA, com os eixos: erradicar a pobreza 
como um imperativo ético, social e ambiental; garantir que as atividades e 
instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento 
humano de forma equitativa e sustentável; afirmar a igualdade e a equidade dos 
gêneros como prerrequisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar 
o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades 
econômicas; defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas 
a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a 
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saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos 
dos povos indígenas e minorias.
IV. DEMOCRACIA, NÂO VIOLÊNCIA E PAZ, com os eixos: fortalecer 
as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e 
responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada 
de decisões e acesso à justiça; integrar, na educação formal e na aprendizagem 
ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para 
um modo de vida sustentável; tratar todos os seres vivos com respeito e 
consideração; promover uma cultura de tolerância, não violência e paz. 
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html>. Acesso em: 20 maio 2012.
Vejamos alguns trechos do preâmbulo da Carta da Terra:
[...] Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa 
época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o 
mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, 
ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, 
devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e 
formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com 
um destino comum. Devemos nos juntarpara gerar uma sociedade sustentável 
global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, 
na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é 
imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade 
uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras 
gerações [...]
[...] Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando 
devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção 
de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do 
desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e a diferença 
entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e 
os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O 
crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os 
sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. 
Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos 
outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias 
mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida [...].
FONTE: Disponível em: <http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html>. Acesso em: 20 maio 2012.
Sem dúvida, em um momento histórico permeado por uma crise 
civilizatória sem precedentes, em que o futuro da humanidade está “em 
xeque”, a Carta da Terra é mais um sinal de esperança, que desafia a todos 
nós a examinar a maneira como agimos e pensamos, a fim de escolhermos 
um melhor caminho, pautado de forma plena, pela sustentabilidade.
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AUTOATIVIDADE
1 O conceito de desenvolvimento sustentável é recorrente em nossos dias e 
possui uma longa trajetória. Descreva brevemente o marco oficial de sua 
utilização e a sua consequente conceituação.
2 A partir da Rio 92 a conceituação de desenvolvimento sustentável tornou-
se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento dos países. 
Um dos principais frutos dessa conferência foi a Agenda 21. Explique-a.
3 Um impor tante documento in ternac iona l que t ra ta de questões 
relacionadas ao desenvolvimento sustentável, mas que em muitos casos 
passa despercebido é a Carta da Terra. Discorra sobre sua construção e 
significação.
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, Gisele Silva. O Desafio do desenvolvimento sustentável. 
Revista Visões, São Paulo, 4. ed. n. 4, v. 1, p. 1-11, jan./jun. 2008. 
Disponível em: <http://www.fsma.edu.br/visoes/ed04/4ed_O_Desafio_Do_
Desenvolvimento_Sustentavel_Gisele.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2012.
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é – o que não é. 1. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2012.
MIKHAILOVA, Irina. Sustentabilidade: evolução dos conceitos teóricos e os 
problemas da mensuração prática. Revista Economia e Desenvolvimento, 
São Paulo, n. 16, p. 22-44, 2004. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/
revistas/ojs-2.2.2/index.php/eed/article/view/3442/1970>. Acesso em: 25 
abr. 2012.
MONTIBELLER, F. G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio 
ambiente e custos sociais no moderno sistema produtor de mercadorias. 2. 
ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.
ONU e o meio ambiente. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-
em-acao/a-onu-e-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 25 abr. 2012.
SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: 
desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Nobel/Fundap, 1993.
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GABARITO 
1 O conceito de desenvolvimento sustentável é recorrente em nossos dias e 
possui uma longa trajetória. Descreva brevemente o marco oficial de sua 
utilização e a sua consequente conceituação.
R.: O marco da utilização global do conceito de desenvolvimento sustentável 
se dá com a publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, da Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também chamado de 
Relatório Brundtland, em 1987. É a partir daí que o conceito entra de vez 
na esfera pública. Segundo este relatório, o desenvolvimento sustentável é 
entendido como: “o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais 
sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias 
necessidades”.
2 A partir da Rio 92 a conceituação de desenvolvimento sustentável tornou-
se fundamental para a política ambiental e de desenvolvimento dos países. 
Um dos principais frutos dessa conferência foi a Agenda 21. Explique-a.
R.: A Agenda 21 é um programa global e bem detalhado com parâmetros 
globais para que as nações alcancem o desejado desenvolvimento sustentável. 
Abrangente, é organizado em 40 capítulos e servem como um “norte” de 
ações na finalidade de afastar o mundo do paradigma de desenvolvimento 
existente, que degrada excessivamente os recursos naturais, para um modelo 
de equilíbrio, ou seja, SUSTENTÁVEL.
3 Um impor tante documento in ternac iona l que t ra ta de questões 
relacionadas ao desenvolvimento sustentável, mas que em muitos casos 
passa despercebido é a Carta da Terra. Discorra sobre sua construção e 
significação.
R.: A “Carta da Terra”, apesar de iniciativa das Nações Unidas, acabou como 
fruto de uma iniciativa global e da sociedade civil. Foi construída ao longo 
de 8 anos (1992 – 2000) através de uma grande consulta aos povos de 
todo o mundo (de várias culturas, etnias, religiões, universidades, povos 
originários, movimentos sociais, entre outros).Sua construção, dessa maneira, 
foi extremamente participativa e inclusiva. É definida como uma “declaração 
de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma 
sociedade global justa, sustentável e pacífica...”.

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