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4 TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

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PSIQUIATRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
Transtorno Afetivo Bipolar - Fortunato 
EPIDEMIOLOGIA 
• Prevalência 1-2% 
• Faixa etária mais comum: 21 anos 
• Mesma proporção entre homens e mulheres 
• Começa com episódio maníaco no homem, 
depressivo na mulher 
• Já recebeu a denominação psicose maníaco 
depressiva 
• Grupo populacional comum: solteiro e 
divorciado (caráter Hipersexualizado na fase de 
mania pode causar conflitos nas relações) 
• Causa desconhecida! 
• Risco entre parentes de 1º grau: 9% 
• Em gêmeos: 79-83% 
• Quanto mais precoce o início, pior o 
prognóstico: maior cronicidade, ciclagem 
rápida, estados mistos, 
• ↑ Psicose ↑ resistência ao tratamento ↑ 
ideação suicida 
• Geralmente se inicia no final da adolescência e 
início da vida adulta 
• A incidência de mania costuma diminuir com a 
idade → menor disposição com o avançar da 
idade 
CONCEITOS GERAIS: 
 humor anormalmente elevado ou irritável 
(disforia) por 1 semana, com pelo menos 3 dessas 
características 
• Autoestima muito elevada sem um 
correspondente motivador imediato 
proporcional 
• Redução da necessidade de sono 
• Taquilalia, taquipsiquismo – fuga de ideias 
• Fácil distração 
• Elevação da libido (pode se expor a riscos) 
• Envolvimento muito intenso com trabalhos ou 
esportes (pode chegar à exaustão) 
• Gastos supérfluos desorganizando o orçamento 
→ gasto psicótico ≠ gasto exagerado de ansiosos 
e deprimidos que o fazem para preencher um 
vazio/aliviar angústias ou por desorganização 
Outras características: 
• Expansão patológica do afeto ou humor → 
atrapalha, desorganiza, invade a privacidade dos 
outros, gera constrangimento, a deixa expostas 
• Funções vegetativas inalterados 
• Pressão por falar, logorreia 
• Delírios de grandeza, “supercapacidades” 
• Elação (“ego inflado”): sensação de elevação da 
autoestima, pode haver arrogância, excesso de 
confiança 
• Diminuição da concentração, distração, 
“pensamento arborizado, colorido”, fuga de 
ideias 
• Fácil irritabilidade (disforia) 
• Alucinações e delírios: conteúdo religioso, ideias 
de grandeza, erótico e poder, pode haver delírios 
persecutórios 
• Pensamento acelerado, sensação de rápida 
passagem do tempo! → cada momento precisa 
ser aproveitado, comportamento hedonista 
• 80% dos pacientes apresentam diminuição da 
necessidade do sono 
• Metade dos pacientes com aspecto 
Hipersexualizado (é considerado patológico 
quando causa desorganização na vida do 
paciente) 
• Aumento patológico do esforço dirigido a uma 
atividade, trabalho, estudos, esportes, diversão 
• Envolvimento excessivo em atividades 
prazerosas, potencial para consequências 
danosas, ex: gastos supérfluos, indiscrições 
sexuais (sedutor), benevolência exagerada 
(comum em pacientes ricos) → diferenciar do 
depressivo que compra para preencher um vazio 
e do ansioso compulsivo 
OBS: a mania pode ser entendida como humor psicótico, 
pela quebra de juízo da realidade. 
 muitas vezes o paciente não percebe o 
sofrimento na mania (crítica sobre a própria 
comorbidade prejudicada). 
• Menor intensidade dos sintomas da mania 
• Ausência de sintomas psicóticos 
• Menor gravidade 
• Geralmente não causa prejuízo acentuado 
• Muitas vezes passam despercebidos pelo 
paciente e família confundindo o diagnóstico, 
focando-se apenas no polo depressivo 
OBS: pacientes bipolares costumam ter grande 
envolvimento com artes! 
PSIQUIATRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
• Presença simultânea de sintomas maníacos e 
depressivos 
• Período de 1 semana 
• Estado complexo, difícil diagnóstico, mas muito 
frequente 
• Disforia: confunde com personalidade 
borderline – é possível superposição! 
o Hipersensibilidade a luz e sons 
o Impulsividade 
o Tensão interior 
o Ansiedade 
• Aumento da impulsividade (gravidade!) → maior 
risco de suicídio; abuso de múltiplas drogas 
excitatórias 
• Sintomas psicóticos 
• Ideação suicida – meios violentos 
 Ideação suicida 
• Pacientes com TAB tem 28x mais chance de 
cometer suicídio 
• Adultos 
o 20-55% tentam o suicídio pelo menos 1x 
o 10-15% conseguem o suicídio (adultos) 
• Adolescentes: 
o Tentativas 44% 
o Suicídio: 72% 
o Forte correlação com TDAH e 
personalidade borderline 
• Idosos: quadro mais brando 
• Relação entre tentativa de suicídio e conseguir o 
suicídio: 
o 5:1 em pacientes com TAB 
o 15:1 população geral 
• Perturbação crônica e flutuante do humor 
• Geralmente por período de 2 anos 
• Alternância de sintomas hipomaníacos e 
depressivos menores 
 
 
 
Ciclagem rápida na cilcotimia 
• 4 ou + episódios maníacos ou depressivos no 
período de 1 ano → dificilmente o paciente vai 
saber identificar os episódios, o que torna essa 
definição pouco prática 
• Muitas vezes relacionado a fatores 
precipitantes: 
o Uso abusivo de bebida alcóolica (etilista 
agressivo, disfórico) 
o Efeito de antidepressivos 
 É preciso excluir outras causas 
excitatórias de comportamento antes de definir a mania! 
• Avaliar se os sintomas são decorrentes de efeito 
de substâncias: álcool, cocaína, crack, 
metilfenidato, LSD, MDMA, bupropiona, efeito 
de antidepressivos (combinações potentes), 
efeito de cafeína, taurina, termogênicos, 
anabolizantes 
• Avaliar se osoccre uma condição clínica: 
hipertireoidismo, hipercortisolemia, 
hiperativação adrenal, hipertensão, taqui-
arritmias, neurossífilis, aids, epilepsias, tumores 
do SNC, alterações bruscas e acentuadas na 
glicemia 
DEPRESSÃO BIPOLAR 
• Quadro de sintomas depressivos no paciente 
bipolar 
• Início precoce – 15 anos 
• Intensa gravidade (psicose, ideação suicida) 
• Instalação abrupta 
• Grande frequância de sintomas psicóticos (sem 
histórico linear de depressão (evolução de leve 
→ moderada → grave) 
• Maior sensibilidade à rejeição 
• Elevada incidência no puerpério 
• Resposta positiva a lamotrigina, quetiapina, 
bupropiona (em pacientes não psicóticos) 
• Depressivos com ação serotoninérgica são 
aqueles com maior risco de virada maníaca! 
Fazer diagnóstico diferencial com transtorno 
bipolar! 
• Humor eufórico 
• Gastos supérfluos 
• Taquipsiquismo 
• Baixa necessidade de sono 
• Piora do quadro ou virada maníaca com 
antidepressivos 
PSIQUIATRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
• Passou por vários tratamentos antidepressivos 
sem qualquer melhora 
• Períodos de normalidade mesmo sem o 
tratamento 
• Procura o tratamento somente na fase 
depressiva 
• Forte relação com histórico familiar 
• Paciente Hipersexualizado 
• Agressividade 
Dificuldades: 
• Bipolar disfórico e vários tipos de transtorno 
bipolar 
• Difícil diagnóstico 
• Confunde com transtornos de personalidade 
histriônica e borderline 
• É possível haver períodos de normalidade no 
TAB 
 
OBS: tipos de TAB 
• Hipomania: duração de 4 dias e perda de função, 
mas sem sintomas psicóticos 
• Ciclagem rápida: 4 episódios de 
depressão/hipomania em 1 ano 
• TAB I: presença de depressão maior com 1 
episódio maníaco 
• TAB II: presença de depressão maior com 
episódio hipomaníaco 
• TAB misto: sintomas de depressão maior e 
mania ao mesmo tempo 
• Transtorno ciclotímico: episódios hipomaníacos 
e depressivos menores por 2 anos 
Os tipos mais comuns: 
• Mania X depressão 
• Normal X mania 
• Normal X disforia 
• Normal X disforia X mania X depressão 
 fatores de mal prognóstico 
• Episódios mistos, ciclagem rápida (relação com a 
disforia) 
• Sintomas psicóticos 
• TAB na infância e adolescência 
• Comorbidades: TDAH, ansiedade 
• Nível socioeconômico baixo 
• Baixo insight sobre a doença → baixa adesão ao 
tratamento 
• Eventos negativos: trauma, abusos 
• Baixo suporte familiar (supervisão ao 
tratamento) 
TRATAMENTO DO TAB 
• Não há cura, apenas controle 
• O tratamento não reduz a criatividade! 
Lítio 
• Forte inibição à enzima GSK3-beta (mecanismo 
não é totalmente claro) 
• Eficaz em todas as fases, maior evidênciana 
mania 
• Cuidar com pacientes hipotireoideos, 
insuficiência renal, usuários de AINEs, usuários 
de diuréticos 
• Forma correta de tomar: 12/12h ou 1x com 
liberação controlada 
• Forma errada:8/8h (considerando a ½ vida do 
lítio) 
• Ação protetora contra suicídio nas fases 
depressivas 
• Potencializador de antidepressivos 
• Litemia: após 7-10 dias tomando, dosar 12h após 
a última tomada 
 
PSIQUIATRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
 
 
 
• Eficácia em todas as fases do TAB e evidência nos 
estados mistos (na prática é mais usado para 
disforia e mania) 
o Ácido valpróico (Depakene) 
o Divalproato (Depakote) = 1ª linha 
(Depakene tem menos efeitos 
colaterais) 
o Carbamazepina (Tegretol) = 2ª linha 
• Lamotrigina (Lamictal Lamitor) – trata o TAB por 
baixo (sintomas depressivos); é preciso cuidado 
e aumentar as doses gradualmente para evitar 
reação dermatológica autoimune 
 
 
OBS: Macete do tratamento para TAB: 
Li (em monoterapia) 
Do (em monoterapia) 
La-Li + Aa 
Li-Do 
La-Li-Do 
Li: lítio 
La: lamotrigina 
Do: divalproato 
Aa: antipsicótico atípico 
 
PSIQUIATRIA | Victória Ribeiro de Medeiros 
 “lami-quel” com ou sem 
bupropiona → lamotrigina + seroquel (quetiapina) 
Bupropiona não pode ser usada em casos de histórico de 
psicose, pois aumenta o aporte de dopamina no SNC 
La + Quet 
Li + La +Quet + bupropiona 
Li +La + Olanzapina/Lurasidona 
ISRS = último caso! Muito cuidado, só utilizar em baixa 
potência, pois há risco de virada maníaca (fluoxetina + 
olanzapina → marca nos EUA: Symbyax)

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