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DISTÚRBIOS NEURODEGENERATIVOS

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DISTÚRBIOS NEURODEGENERATIVOS 
E A ODONTOLOGIA 
NEUROLOGIA 
Os neurônios são células altamente especializada e diferenciada. 
Não é capaz de se regenerar. Os distúrbios degenerativos são 
caracterizados pela morte neuronal excessiva e prematura em 
regiões focais do cérebro. 
Alguns tipos de distúrbios degenerativos: Doença de Parkinson, 
de Huntington, Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica e 
Esclerosa Múltipla. 
DOENÇA DE ALZHEIMER 
Doença degenerativa primária do 
cérebro, caracterizada por declínio 
progressivo de funções cognitivas, 
como memoria, pensamento, 
compreensão, calculo, linguagem, 
capacidade de aprender e 
discernimento. 
Etiologias: 
1. Acumulo de proteínas beta-amiloide e tau e formação de 
placas e emaranhados; 
2. Risco genético ao cromossomo 19; 
3. Papel inflamatório; 
4. Perda de colina acetiltransferase; 
5. Atrofia cortical. 
Comprometimentos que aumentam com o tempo: 
1. Início insidioso e sutil (exemplo: não saber como voltar pra 
casa); 
2. Perda de memória recente; 
3. Orientação e linguagem; 
4. Mudança de comportamento e de personalidade; 
5. Modificação da vida diária. 
Apresentação clínica: 
 Afasia: Perda de capacidade de produzir ou compreender 
a linguagem; 
 Apraxia: Perda da capacidade de executar movimentos 
coordenados; 
 Agnosia: Incapacidade de identificar um objeto com o uso 
de um ou mais sentidos. 
Fatores de risco: 
 Idade: Mais de 65 anos; 
 Genética: De início precoce e parentes de primeiro grau; 
 Sexo: Mais prevalente em sexo feminino; 
 Baixo nível educacional: Mais esforço ao cérebro = mais 
sinapses = mais neurônios = a doença manifesta mais 
lentamente; 
 Traumas cranioencefálico: Comum em pugilistas e lutadores 
de MMA; 
 Comorbidades: Diabetes, doenças cardiovasculares, 
depressão, obesidade e estilo de vida. 
Tratamento farmacológico para o Alzheimer: 
Atualmente são utilizados os inibidores de colinesterase, que 
evitam a desagregação de acetilcolina; 
Os inibidores da colinesterase são comumente prescritos: 
 Donepezil (Aricept); 
 Galantamina (Reminyl); 
 Rivastigmina (Exelon); 
 Tacrina (Cognex). 
OBS: A infecção bucal (periodontite) pode levar a maior produção 
de beta-amiloide e consecutivamente a doença de Alzheimer, 
pois a inflamação pode ter efeitos sistêmicos e estar associada a 
uma diminuição cognitiva (agravando a doença). 
Em relação a odontologia: 
Os indivíduos portadores dessa demência apresentam maiores 
problemas orais em relação aos indivíduos sem demência. 
Portanto, cabe ao CD prever o declínio prever o declínio da saúde 
oral dos pacientes com essa doença. 
Etapas onde podemos agir: 
1. Inicial: Colaboração, participação e previsibilidade. O 
resultado será maior e melhor; 
2. Moderada: Adequação do meio, passar conhecimento de 
saúde bucal ao cuidador/família, sedação e/ou podemos 
atender a domicilio; 
3. Severa: Cuidados paliativos em domicilio ou hospitalar, a 
qualidade de vida desses pacientes é bem pior. 
 
Manifestações orais em pacientes com Alzheimer: 
Hiposalivação, que pode desencadear o aumento do índice de 
cárie, lesões fúngicas, doença periodontal e ulceras traumáticas. 
Levar em consideração para o atendimento odontológico: 
 Estágio da doença; 
 Avaliar comorbidades, avaliação sistêmica e solicitar 
exames hematológicos; 
 Medicamentos administrados; 
 Habilidades cognitivas do paciente; 
 Pacientes em estágio leve ou moderado: Atendimento mais 
tranquilo. Abordagem positiva e empática; 
 Discutir com a família: Se o paciente tem condições de tomar 
decisões no tratamento. 
Técnicas para o atendimento odontológico: 
 Manter a atenção do paciente; 
 Dizer-Mostrar-Fazer; 
 Palavras e frases curtas; 
 Sempre repetir as instruções; 
 Manter comunicação não verbal; 
 Prevenção de três meses, uso de flúor e instrução de higiene 
oral. 
DOENÇA DE PARKINSON 
 
É uma doença neurodegenerativa 
marcada por um distúrbio de 
movimento hipocinético proeminente, 
que é causa pela perda de neurônios 
dopaminérgicos de substancia nigra. 
Etiologia: Desconhecida 
Sugestões: Mutações genéticas, AVC’s, tumores cerebrais, 
traumas ou fatores ambientais. 
Sintomas gerais do Parkinson: 
 Depressão, insônia e perda de peso; 
 Hipotensão ortostática; 
 Prisão de ventre; 
 Excesso de transpiração e problemas sexuais; 
 Blefaroespamo (fechamento involuntário das pálpebras); 
 Dificuldade para falar; 
 Salivação excessiva, problemas de deglutição e 
respiratórios; 
 Dificuldade para urinar; 
 Hipercifose: Pés inchados. 
Apresentações clínicas: 
Face Parkinsoniana: Cabeça inclinada para frente, olhar fixo, 
expressão de espanto, supercílios elevados e fronte enrugada. 
Tratamento: 
1. Não existe um tratamento medicamentoso eficiente para a 
DP; 
2. Objetivo de aumentar os níveis de dopamina; 
3. Principais fármacos: 
 Levodopa (Sinemet) 
 Pamipexol (Mirapex): Interage adversamente com 
macrolideos (ex: eritromicina); 
 Entacapone (Comtan): Limitar 2 tubetes de anestésico 
com ADR (1:100.00). 
Alterações orais em pacientes com Parkinson: 
 Xerostomia ou salivação excessiva; 
 Cárie; 
 Candidíase; 
 Bruxismo; 
 Doença periodontal. 
Tratamento odontológico em pacientes com Parkinson: 
 Instrução de higiene oral (dando preferência ao uso de 
escovas elétricas); 
 Consultas no início da manhã; 
 Usar SEMPRE isolamento para evitar acidentes devido aos 
movimentos involuntários; 
 Estabilização do paciente; 
 O dentista deve evitar inclinar a cadeira odontológica mais 
de 45º devido a disfagia e sucção constante; 
 Geralmente os pacientes tem bruxismo, então o dentista 
pode lançar a mão da toxina botulínica (botox); 
 Se atentar as interações medicamentosas, exemplo: Cautela 
com sedativo orais e NÃO prescrever eritromicina devido a 
interação com Mirapex. E, se o paciente tomar Entacapone 
usar apenas 2 tubetes de anestésico com adrenalina.

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