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Transtornos Psiquiátricos: Espectro Autista TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Distúrbio complexo do neurodesenvolvimento, com amplo espectro de manifestações clínicas, caracterizado por prejuízos na interação social, na comunicação verbal e não-verbal e por apresentar padrões restritos, repetitivos e estereotipados do comportamento, interesses e atividades. Divisões por grau: 1. Grau leve: Necessidade de pouco apoio; 2. Grau moderado: Déficit notável nas habilidades de comunicação tanto verbais como não-verbais. Estressa-se com facilidade e tem dificuldade de modificar o foco e a atividade; 3. Grau severo: Apresenta grande limitação em iniciar uma interação com novas pessoas e quase nenhuma resposta as tentativas dos outros. Geralmente, na odontologia, se faz necessário a submissão a anestesia geral. CARACTERÍSTICAS DO TEA Pouco interage socialmente e raramente realiza contato olho a olho; Falta de reciprocidade social ou emotiva (é comum as mães dos pacientes se sentirem tristes devido a falta de reciprocidade emotiva); Apresenta retardo ou falta de linguagem, linguagem repetitiva ou desajuste para manter uma conversação; Possui falta ou falhas de imaginação e imitação espontânea; Preocupa-se com algumas rotinas e rituais não funcionais e de maneira repetitiva e estereotipada com partes de objetos; Realiza movimentos estranhos e bizarros, alguns muito sutis (ex: bater palmas, dar gritinhos); Age, às vezes, como surdo ou como tendo hipersensibilidade auditiva; Chora, grita ou ri sem motivo aparente; Não tem noção do perigo; Desenvolvimento anormal ou desajustado antes do terceiro ano de vida em algumas áreas (geralmente quando o diagnóstico é dado). AUTISMO REGRESSIVO A criança se desenvolve normalmente e ao longo do tempo vai regredindo, ou seja, parando de falar, rejeitando o carinho dos responsáveis e se isolando socialmente. EPIDEMIOLOGIA Afeta mais o gênero masculino (3-4); Quando o gênero feminino é afetado a doença é mais severa. Prevalência: Década de 50-70: 0,4/10.000; A partir de 1987: 7/10.000; Após ano 2000: 2,1/1000; 2020 no EUA: 1/54; 2020 em Okaya no Japão: 1/32. A prevalência aumentou devido ao número de estudos que intensificaram, ao melhor acesso a profissionais de saúde e mais informações na sociedade. ETIOLOGIA 1. Fatores genéticos: Transmissão genética complexa e multifatorial. É considerada a principal causa (80% dos casos); 2. Fatores pré-natais: Infecção durante a gestação (rubéola, caxumba, citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis e varicela) e exposição química; 3. Fatores perinatais: Prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parte; 4. Fatores neurológicos: Tamanhos anormais das amígdalas, hipocampos e corpo caloso, maturação atrasada do córtex frontal. 5. Fatores ambientais: Exposição das crianças a agrotóxicos/pesticidas. SINAIS PRECOCES DO TEA Mau contato visual (ex: não olham pra foto); Indiferença ao colo (hipersensibilidade ao toque); Pobres gestos sociais; Ato de brincar “pobre” (brincar somente com uma parte do brinquedo); Andar na ponta do pé; Crianças que gostam muito de rodar. CONDIÇÕES ODONTOLÓGICAS NO TEA O paciente autista apresenta dificuldade na vida diária como: 1. Alta prevalência de cárie 2. Dieta rica em carboidratos Por isso, possuem alta prevalência de cárie e doença periodontal devido aos dois fatores citados acima. Vale lembrar, que isso NÃO é uma característica do TEA, mas dos hábitos que o paciente possui. Portanto, se os hábitos bucais destes pacientes forem iguais aos pacientes neurotípicos não haverá probabilidade maior das doenças bucais. Além disso, se o paciente também tiver epilepsia ele fará uso de medicamentos xerostômicos no qual favorece um quadro de saúde bucal pior. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Abaixo estão algumas condições características do tratamento odontológico e relação entre dentista e paciente: Dificuldade de relacionamento; Ações do profissional consideradas invasivas; Sensibilidade aumentada a estímulos externos; Procura atendimento odontológico tardia (quando o paciente não foi condicionado quando criança); Tratamento comprometido. Técnicas de condicionamento: 1. Eliminação de estímulos sensoriais estressantes; 2. Ordens claras e objetivas; 3. Estabelecer uma rotina de atendimento; 4. Paciente deve ser atendido pelo mesmo profissional e no mesmo lugar; 5. Ambiente tranquilo e sessões curtas; 6. Contenção física, em alguns casos, como controle de comportamento. Lembrando que o objetivo da contenção é proteger o paciente dos materiais cortantes que podem causar injurias em caso de movimentos rápidos e inesperados. É importante os pais assinarem o termo de contenção física; 7. Sedação ou Anestesia Geral é realizada quando não é possível realizar a contenção física, no qual é necessário realizar tratamento mais invasivos em paciente com grandes necessidades curativas. Sedação Medicamentosa: Pode ser usado o Midazolam via oral ou intranasal Sedação inalatória: Oxido nitroso é o mais usado. Porém, durante a pandemia é inadequado devido a aerossolização de gases. PAPEL DO CD EM TEMPOS DE COVID Novo desafio: Condicionamento odontológico durante a pandemia. Por isso, a educação em saúde deve ser feita da seguinte forma: 1. Metodologias à distância; 2. Telemonitoramento; 3. Orientações por escrito ou vídeos curtos; 4. Imagens ou vídeos curtos sobre paramentação; 5. Ebooks CONSIDERAÇÕES FINAIS Proporcionar uma abordagem odontológica especifica. É importante que o CD reconheça o desvio de comportamento de cada paciente; Aderir a correta abordagem de tratamento para o paciente autista, individualizando cada procedimento e utilizando recursos lúdicos, técnicas convencionais, paciência e muito amor; Valorizar o vinculo entre CD, paciente e família, pois é fundamental para o sucesso do tratamento.
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