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Doença Arterial Coronariana(DAC),Cardiopatia Isquêmica(CI) e Infarto do Miocardio Referencia Bibliográfica:Robbins e Cotran-Bases Patológicas das doenças 9 ed.Capítulo 12: O coração. Cardiopatia isquêmica é equivalente a doença arterial coronariana que é igual a síndrome coronariana aguda. A doença arterial coronária é a obstrução das coronárias por aterosclerose ou espasmos na coronária. Infarto agudo do miocárdio é a necrose do miocárdio,o infarto é aevolução de um processo de isquemia e o processo de isquemia é causado pela DAC .A DAC leva a isquemia e a isquemia leva a hipóxia e a hipóxia ao infarto. Cardiopatia Isquêmica Definição: - A cardiopatia isquêmica (CI) representa um grupo de síndromes fisiologicamente relacionadas que resultam da isquemia miocárdica — um desequilíbrio entre o suprimento miocárdico (perfusão) e a demanda cardíaca por sangue oxigenado. A isquemia não só limita a oxigenação do tecido (e logo, a geração de ATP), como também reduz a disponibilidade de nutrientes e a remoção de resíduos metabólicos Assim, a isquemia é geralmente menos tolerada do que a hipoxia em si, como pode ocorrer na anemia grave, cardiopatia cianótica ou doença pulmonar avançada. IMPORTANTE: Em mais de 90% dos casos, a isquemia miocárdica é o resultado da redução no fluxo sanguíneo devido a lesões ateroscleróticas obstrutivas nas artérias coronárias epicárdicas; por isso, a CI é frequentemente denominada doença arterial coronariana (DAC). Na maioria dos casos, há um longo período (mais de décadas) de progressão silenciosa e lenta das lesões coronarianas antes do início súbito dos sintomas. Assim, a CI é frequentemente a manifestação tardia da aterosclerose coronariana que se iniciou durante a infância ou adolescência. A CI pode se apresentar com uma ou mais das seguintes síndromes clínicas: • Infarto do miocárdio (IM), no qual a isquemia causa franca necrose cardíaca. • Angina pectoris (literalmente “dor no peito”), na qual a isquemia não é grave o suficiente para provocar infarto, mas, apesar disso, os sintomas apontam para o risco de infarto. • CI crônica com insuficiência cardíaca. • Morte súbita cardíaca (MSC). Obs- O infarto é conseqüência da DAC, é resultado do agravamento da DAC ou Cardiopatia isquêmica. Além da aterosclerose coronariana, a isquemia miocárdica pode ser causada por embolia coronariana, inflamação dos vasos do miocárdio e espasmo vascular. - Além disso, oclusões vasculares que de outra forma seriam leves podem ser agravadas no cenário de maior demanda por energia cardíaca (p. ex., hipertrofia do miocárdio ou frequência cardíaca aumentada), hipoxemia, ou hipotensão sistêmica (p. ex., choque). Algumas condições apresentam vários efeitos deletérios. Assim, a taquicardia aumenta a demanda por oxigênio (por causa do maior número de contrações por unidade de tempo) enquanto diminui o suprimento funcional (pela diminuição do tempo relativo da diástole, quando ocorre a perfusão cardíaca). IMPORTANTE: A perfusão do sangue pelas artérias coronárias para nutrir o Miocardio ocorre durante a diastole e portanto o aumento da freq cardíaca na taquicardia diminui o tempo de Diastole e conseqüentemente diminui a perfusão do miocárdio por meio das coronárias,levando a isquemia do miocárdio podendo gerar um infarto. Isquemia é a perda do suprimento sanguíneo por redução do fluxo arterial de um tecido, em que há comprometimento da oferta de substratos metabólicos, incluindo a glicose (COTRAN et al., 2000). Patogenia: - A causa dominante nas síndromes da Cardiopatia Isquêmica(CI) é a perfusão coronariana insuficiente em relação à demanda miocárdica,na grande maioria dos casos,isso é causado por um estreitamento aterosclerótico crônico e progressivo das artérias coronárias epicardicas,e de vários graus de alteração aguda da placa sobreposta,trombose e vasoespasmo. A Isquemia causa uma redução da perfusão sanguínea no miocárdio. Oclusão Vascular Crônica - Mais de 90% dos pacientes com CI têm aterosclerose que envolve uma ou mais das artérias coronarianas epicárdicas. As manifestações clínicas da aterosclerose coronariana são, em geral, resultantes do estreitamento progressivo da luz que leva à estenose (obstruções “fixas”), ou da erosão ou ruptura aguda da placa com trombose, todas comprometendo o fluxo sanguíneo. - Uma lesão fixa obstruindo mais de 75% da área transversal vascular define a doença arterial coronariana significativa; isso geralmente é o limiar para a isquemia sintomática precipitada por exercício (normalmente manifestada por angina). Com esse grau de oclusão, a vasodilatação arterial coronariana compensatória não é mais suficiente para satisfazer até mesmo os aumentos moderados da demanda miocárdica. - A obstrução de 90% da área transversal da luz pode levar a um fluxo sanguíneo coronário inadequado mesmo em repouso. A isquemia miocárdica progressiva induzida por oclusões que se desenvolvem lentamente pode estimular a formação de vasos colaterais com o passar do tempo, os quais podem frequentemente proteger o coração contra a isquemia e infarto do miocárdio e mitigar os efeitos de estenoses de alto grau. - Embora apenas um único vaso coronariano epicárdio principal possa estar afetado, duas ou todas as três artérias coronárias — a DAE, a CE e a ACD — estão frequentemente envolvidas na aterosclerose obstrutiva. As placas clinicamente significativas podem estar localizadas em qualquer lugar ao longo do percurso desses vasos, particularmente da ACD, embora tendam a predominar dentro dos primeiros centímetros da DAE e CE. Algumas vezes, os principais ramos epicárdicos também estão envolvidos (i.e., ramos diagonais da DAE, ramos marginais obtusos da CE, ou ramo descendente posterior da ACD), mas a aterosclerose dos ramos intramurais (penetrantes) é rara. Alteração Aguda da Placa - O risco do desenvolvimento individual de CI clinicamente importante depende, em parte, do número, distribuição, estrutura e grau de obstrução das placas ateromatosas. Entretanto, as diversas manifestações clínicas da CI não podem ser explicadas somente pela doença anatômica. Isso é particularmente verdade para as chamadas síndromes coronarianas agudas, isto é, a angina instável, o infarto agudo do miocárdio e a morte súbita. Essas síndromes coronarianas agudas normalmente iniciam- se através de uma conversão súbita e imprevisível da placa aterosclerótica estável em uma lesão aterotrombótica potencialmente fatal com ruptura, erosão superficial, ulceração, fissura ou hemorragia profunda. Na maioria dos casos, as alterações da placa — normalmente associadas à inflamação intralesional — precipitam a formação de um trombo sobreposto que oclui parcial ou completamente a artéria. Consequências da Isquemia Miocárdica -O aspecto comum das síndromes coronarianas agudas é a isquemia miocárdica distal a região obstruída. • A angina estável resulta de aumentos na demanda miocárdica por oxigênio que ultrapassam a capacidade das artérias coronárias estenosadas de elevar a passagem de oxigênio; ela geralmente não está associada à ruptura de placas.Angina para com o repouso • A angina instável é causada pela ruptura de placas que resulta em trombose e vasoconstrição e leva a reduções graves, mas transitórias, do fluxo sanguíneo coronário. Em alguns casos, microinfartos podem ocorrer distais às placas rompidas devido à tromboembolia.Angina não para com o repouso. • O infarto do miocárdio (IM) geralmente ocorre em decorrência da alteração aguda da placa que induz uma oclusão trombótica súbita, resultando em necrose do miocárdio. • A morte súbita cardíaca pode ser causada por isquemia miocárdica regional que induz à arritmia ventricular fatal,sem passar pelo estagio necróticodo Infarto,a isquemia gera uma arritmia súbita e fatal,devido uma alteração elétrica. Angina Pectoris - A angina pectoris é caracterizada por ataques paroxísticos e geralmente recorrentes de desconforto torácico subesternal ou precordial,causados por isquemia miocárdica transitória(de 15 segundos até 15 minutos),que é ainda insuficiente para provocar a NECROSE dos miócitos.A dor em si é provavelmente uma conseqüência da liberação induzida pela isquemia de adenosina ,bradicinina e outras moléculas que estimulam os nevos aferentes vagais e simpáticos.Existem três padrões de sobreposição da angina pectoris,que são causados por combinações variadas de diminuição da perfusão,aumento da demanda e doença arterial coronariana. É importante ressaltar que nem todos os eventos isquêmicos são percebidos pelos pacientes; a isquemia silenciosa é particularmente comum na população geriátrica e no cenário de neuropatia diabética. Angina Estável(Típica) - É a forma mais comum de angina; ela é causada por um desequilíbrio na perfusão coronariana (devido à aterosclerose coronariana estenosante crônica) em relação à demanda miocárdica, tal como aquela produzida por atividade física, excitação emocional ou estresse psicológico. A angina pectoris típica é variavelmente descrita como uma sensação de pressão profunda mal localizada, de aperto, ou de queimação (como na indigestão), mas raramente é descrita como dor. Ela é geralmente aliviada pelo repouso (que diminui a demanda) ou pela administração de vasodilatadores, como nitroglicerina ou bloqueadores de canais de cálcio (que aumentam a perfusão). - Dor suspende com o repouso Angina Variante de Prinzmetal - É uma forma incomum de isquemia miocárdica episódica; ela é causada pelo espasmo arterial coronariano. Embora os indivíduos com essa forma de angina possam ter aterosclerose coronariana significativa, os ataques anginosos não estão relacionados com a atividade física, freqüência cardíaca ou pressão arterial. A angina de Prinzmetal geralmente responde de modo imediato a vasodilatadores. Angina Instável(Crescente) - Refere-se a um padrão de angina ou desconforto torácico grave, com freqüência crescente ou duração prolongada (menos de 20 min), que é descrita como dor evidente. Ela é precipitada por níveis progressivamente menores de atividade física ou ocorre mesmo em repouso. Na maioria dos pacientes, a angina instável é causada pela ruptura de uma placa aterosclerótica, com trombose parcial superposta e, possivelmente, embolização ou vasospasmo (ou ambos). Aproximadamente metade dos pacientes com angina instável apresenta evidência de necrose do miocárdio; em outros, o infarto agudo do miocárdio pode ser iminente. -A dor não suspende com o repouso. Infarto do Miocardio - O infarto do Miocardio,também popularmente chamado de ataque cardíaco consiste na morte do músculo cardíaco devido à isquemia grave prolongada. Incidência e Fatores de Risco: -O IM pode ocorrer praticamente em qualquer idade; cerca de 10% dos infartos do miocárdio ocorrem em pessoas com menos de 40 anos, e 45% ocorrem em pessoas com menos de 65 anos. No entanto, sua frequência eleva-se progressivamente com o aumento da idade. A incidência de IM também está fortemente correlacionada a predisposições genéticas e comportamentais à aterosclerose. Negros e brancos são igualmente afetados. Durante a meia-idade, há um aumento do risco relativo de IM nos homens; além disso, as mulheres são geralmente protegidas contra o IM durante a sua vida fértil. Entretanto, a queda da produção de estrogênio na pós-menopausa geralmente está associada à DAC acelerada, e a CI é a causa de morte mais comum entre as mulheres idosas. Infelizmente, tem sido mostrado que a terapia de reposição hormonal pós-menopausa não protege as mulheres, e, na verdade, em alguns casos, pode ser prejudicial. Patogenia: - Oclusão Arterial Coronariana A seguinte sequência de eventos provavelmente forma a base para a maioria dos infartos agudos do miocárdio. • Uma placa ateromatosa da artéria coronária sofre uma alteração súbita, que consiste em hemorragia intraplaca, erosão ou ulceração, ou ruptura ou fissura. • Quando são expostas ao colágeno subepitelial e ao conteúdo necrosado da placa, as plaquetas dão início aos processos de aderência, ativação, liberação do conteúdo de seus grânulos, e agregação para formar o microtrombo. • O vasospasmo é estimulado por mediadores liberados das plaquetas. • O fator tecidual ativa a via da coagulação, aumentando o volume do trombo. • Dentro de minutos, o trombo pode se expandir para ocluir completamente a luz do vaso. A angiografia coronariana realizada dentro de 4 horas do início do IM mostra uma trombose coronariana em quase 90% dos casos. Entretanto, a angiografia realizada após 12 a 24 horas revela trombose em apenas cerca de 60% das vezes, sugerindo a resolução devido à fibrinólise, ao relaxamento do espasmo, ou a ambos. Em aproximadamente 10% dos casos, o IM transmural ocorre na ausência de uma aterotrombose coronariana típica. Nesses casos, outros mecanismos podem ser responsáveis pela redução do fluxo sanguíneo coronário, incluindo: • Vasospasmo, com ou sem aterosclerose coronariana, talvez associado à agregação plaquetária ou devido ao uso de drogas (p. ex., cocaína ou efedrina). • Êmbolos provenientes do átrio esquerdo associados à fibrilação atrial, a um trombo mural no lado esquerdo, às vegetações da endocardite infecciosa, ou ao material protético intracardíaco; ou êmbolos paradoxais provenientes do lado direito do coração ou das veias periféricas, atravessando uma persistência do forame oval e penetrando as artérias coronárias. • Isquemia sem aterosclerose e trombose coronariana detectáveis ou significativas pode ser causada por distúrbios de pequenos vasos intramurais coronarianos (p. ex., vasculite), anormalidades hematológicas (p. ex., doença falciforme), deposição de amiloide nas paredes vasculares, dissecção vascular, hipertrofia acentuada (p. ex., estenose aórtica), baixa pressão arterial sistêmica (p. ex., choque), ou “proteção” inadequada do miocárdio durante cirurgia cardíaca. Resposta do Miocárdio: - A obstrução da artéria coronária diminui o fluxo sanguíneo para uma região do miocárdio causando isquemia,rápida disfunção miocárdica e por fim se o comprometimento vascular for prolongado,ocorre a morte dos miócitos. - A região Anatômica Irrigada por essa artéria é denominada área de risco. O prognóstico depende predominantemente da gravidade e duração da privação do fluxo. - .A, Alterações iniciais incluem perda de trifosfato de adenosina (ATP) e acúmulo de lactato. B, Por aproximadamente 30 minutos após o início da isquemia, mesmo as mais graves, a lesão do miocárdio é potencialmente reversível. Após esse período, ocorre a perda progressiva da viabilidade que se completa em 6 a 12 horas. Os benefícios da reperfusão são maiores quando ela é alcançada precocemente, e diminuem progressivamente quando ela é retardada. - A consequência bioquímica precoce da isquemia miocárdica é a cessação do metabolismo aeróbico dentro de segundos, levando à produção inadequada de fosfatos de alta energia (p. ex., fosfato de creatinina e trifosfato de adenosina) e ao acúmulo de metabólitos potencialmente nocivos (p. ex., ácido lático). - Como a função do miocárdio é extremamente dependente de oxigênio e nutrientes, a contratilidade miocárdica cessa dentro de 1 minuto ou mais após o início da isquemia grave. Na verdade, tal perda de função precipita a insuficiência cardíaca bem antes do início da morte de miócitos. - Um aspecto detectável nos estágios iniciais da necrose de miócitos é a ruptura da integridade do sarcolema, quepermite que macromoléculas intracelulares saiam das células necrosadas, cheguem ao interstício cardíaco e, por fim, penetrem a microvasculatura e os vasos linfáticos. Essa passagem de proteínas intracelulares do miocárdio para a circulação constitui a base para os exames de sangue que podem detectar sensivelmente o dano irreversível ao miócito, e são importantes para o tratamento de IM. -Tempo Aproximado até o Inicio dos Eventos- chave nos cardiomiócitos Isquêmicos: - Devido ao padrão de perfusão miocárdica do epicárdio para o endocárdio, a isquemia é mais pronunciada no subendocárdio; assim, a lesão irreversível dos miócitos isquêmicos ocorre primeiramente na zona subendocárdica. Com a isquemia mais extensa, uma frente de onda de morte celular se move através do miocárdio para envolver cada vez mais a espessura e a largura transmural da zona isquêmica. A localização precisa, o tamanho e os aspectos morfológicos específicos de um IM agudo dependem: • Da localização, gravidade e velocidade de desenvolvimento das obstruções coronarianas devido a aterosclerose e trombose. • Do tamanho do leito vascular perfundido pelos vasos obstruídos. • Da duração da oclusão. • Das necessidades metabólicas e de oxigênio do miocárdio em risco. • Da extensão de vasos sanguíneos colaterais. • Da presença, local e gravidade de espasmo arterial coronariano. • De outros fatores, tais como frequência cardíaca, ritmo cardíaco e oxigenação sanguínea. Legenda: Porgressão da Necro das camadas endocárdicas para a camada pericárdica(de dentro pra fora) - A necrose envolve aproximadamente metade da espessura do miocárdio em 2 a 3 horas do início da isquemia miocárdica grave, e é geralmente transmural dentro de 6 horas. Entretanto, nos casos em que a isquemia subletal crônica tenha induzido uma circulação colateral coronariana bem desenvolvida, a progressão da necrose pode seguir uma evolução mais lenta (12 horas ou mais). IMPORTANTE: - O conhecimento das áreas do miocárdio perfundidas pelas principais artérias coronárias permite correlacionar as obstruções vasculares específicas com as suas áreas correspondentes de Infarto do Miocardio. Artéria Interventricular anterior ou Artéria Descendente anterior: -O ramo DAE da artéria coronária esquerda irriga a maior parte do ápice do coração, a parede anterior do ventrículo esquerdo e os dois terços anteriores do septo ventricular. Artéria coronária direita e Circunflexa esquerda: - Por convenção, a artéria coronária — a ACD ou a CE — que perfunde o terço posterior do septo é chamada de “dominante” (embora a DAE e a CE juntas perfundam a maior parte do miocárdio ventricular esquerdo). Dominância Cardíaca: - Na circulação dominante direita (presente em aproximadamente 80% dos indivíduos), a ACD irriga toda a parede livre do ventrículo direito, a parede posterobasal do ventrículo esquerdo e o terço posterior do septo ventricular, enquanto a CE geralmente perfunde apenas a parede lateral do ventrículo esquerdo.Assim, as oclusões da ACD potencialmente levam ao dano ventricular esquerdo. Padrões de Infarto - A distribuição da Necrose do Miocardio está correlacionada com a localização e a causa da perfusão reduzida: - Infarto Transmural: Os infartos do miocárdio causados pela oclusão de um vaso epicárdico (na ausência de qualquer intervenção terapêutica) são normalmente transmurais — a necrose envolve praticamente toda a espessura da parede ventricular na distribuição da artéria coronária afetada. Esse padrão de infarto geralmente está associado à combinação de aterosclerose coronariana crônica, alteração aguda da placa e trombose superposta. - Infarto Subendocardico(Não Transmural Como a zona subendocárdica é normalmente a última região perfundida do miocárdio, essa área é a mais vulnerável a qualquer redução do fluxo coronário. Um infarto subendocárdico — normalmente limitado ao terço interior da parede ventricular — pode ocorrer em decorrência da ruptura de uma placa seguida por um trombo coronariano que se torna lisado (de modo terapêutico ou espontâneo), antes de a necrose do miocárdio se estender ao longo de toda a espessura da parede. Os infartos subendocárdicos também podem resultar da redução grave e prolongada da pressão arterial sistêmica, como ocorre no choque superposto a estenoses coronarianas crônicas, mas não críticas. Nos casos de infarto subendocárdico resultante de hipotensão global, o dano ao miocárdio é geralmente circunferencial, em vez de estar limitado à região irrigada por uma única artéria coronária principal. -Infarto Multifocal - Esse padrão é visto quando há doença envolvendo somente vasos Intramurais menores. - Isso pode ocorrer no cenário de microembolização, vasculite ou espasmo vascular devido a, por exemplo, catecóis endógenos (adrenalina) ou drogas (cocaína ou efedrina). Os níveis elevados de catecóis também aumentam a frequência cardíaca e a contratilidade miocárdica, agravando a isquemia causada pelo vasospasmo. - O resultado de tal vasoespasmo pode ser a morte súbita cardíaca(geralmente causada por uma arritmia fatal) -Ou uma cardiomiopatia isquêmica dilatada chamada de cardiomiopatia de Takotsubo(sindrome do coração partido).Sendo um estresse generalizado causador de vasoespasmos generalizdos na coronárias gerando obstrução e isquemia nos tecidos. Morfologia do Infarto Agudo do Miocardio: -Quase todos os Infartos Transmurais envolvem pelo menos uma porção do ventrículo esquerdo.(compreende a parede livre e o septo ventricular) e abrangem quase toda a zona de perfusão da artéria coronária ocluida. - As lesões costumam ser reversíveis até 40 minutos • Artéria coronária descendente anterior esquerda (40% a 50%): as áreas do infarto envolvem a parede anterior do ventrículo esquerdo, próximo ao ápice; a porção anterior do septo ventricular; e o ápice de modo circunferencial. • Artéria coronária direita (30% a 40%): as áreas do infarto envolvem a parede inferior/posterior do ventrículo esquerdo; a porção posterior do septo ventricular; e a parede livre inferior/posterior do ventrículo direito em alguns casos • Artéria coronária circunflexa esquerda (15% a 20%): as áreas do infarto envolvem a parede lateral do ventrículo esquerdo, com exceção do ápice. Legenda: Infarto agudo do miocárdio, predominantemente na parte posterolateral do ventrículo esquerdo, demonstrado por histoquímica pela falta de coloração pelo cloreto de trifeniltetrazólio nas áreas de necrose (seta). O defeito na coloração é devido ao extravasamento de lactato desidrogenase, que ocorre após a morte celular. Observe a hemorragia miocárdica na borda da área do infarto associada à ruptura cardíaca, e a cicatriz anterior (cabeça de seta), indicativa de infarto antigo. A peça está orientada com a parede posterior para o alto. Modificação da Área de Infarto por meio da Reperfusão: - A reperfusão é a restauração do fluxo sanguíneo ao miocárdio isquêmico ameaçado por infarto,o objeticvo é salvar o músculo cardíaco em risco e limitar o tamanho da área de infarto. - O ditado da cardiologia que diz “tempo é miocárdio” ilustra de modo sucinto o ímpeto de intervir imediatamente após o infarto em desenvolvimento ser diagnosticado; o prognóstico do paciente agrava-se substancialmente com áreas de infarto cada vez maiores. A reperfusão não apenas melhora a sobrevida em curto e longo prazo, como também afeta a função do miocárdio em curto e longo prazo. Assim, a reperfusão imediata é o objetivo preeminente para o tratamento de pacientes com IM. Legenda: A, Infarto agudo do miocárdio, grande e densamente hemorrágico, na parede anterior de um paciente com trombo na artéria descendente anterior esquerda, tratado com estreptoquinase,um agente fibrinolítico (corte de coração corado com cloreto de trifeniltetrazólio). Peça orientada com a parede posterior para o alto. B, Necrose do miocárdio com hemorragia e bandas de contração, visíveis como faixas escuras que atravessam algumas miofibras (seta). IMPORTANTE: - Embora claramente benéfica, a reperfusão pode desencadear complicações deletérias, incluindo arritmias, além de dano sobreposto à isquemia original — a chamada lesão por reperfusão. O termo compreende as várias formas de danos que podem ocorrer após a restauração do fluxo para um miocárdio “vulnerável” que está isquêmico, mas ainda não está danificado de modo irreversível.A lesão por reperfusão pode ser mediada pelo estresse oxidativo,sobrecarga de cálcio e células Inflamatórias recrutadas após a reperfusão tecidual. - A lesão microvascular induzida por reperfusão não apenas resulta em hemorragia, mas também causa tumefação endotelial, que oclui os capilares, e pode limitar a reperfusão do miocárdio lesado de modo crítico (chamado de não refluxo). Embora a importância clínica da lesão do miocárdio por reperfusão seja debatida, estima-se que até 50% (ou mais) do tamanho final da área de infarto possa ser atribuído aos seus efeitos. Aspectos Clínicos do Infarto do Miocárdio -O IM é diagnosticado por sintomas clínicos,testes laboratoriais para detectar a presença de proteínas do Miocárdio no plasma, e alterações características no eletrocardiograma. - Pacientes com IM classicamente apresentam dor torácica prolongada(Mais de 30 min) descrita como sensação constritiva de facada ou aperto,associada ao pulso fraco e rápido,transpiração profusa ou intensa(diaforese),náusea e vômito são comuns e podem sugerir o envolvimento do ventrículo posterointerior com estimulação vagal secundaria. - A dispnéia decorrente de contratilidade deficiente do miocárdio isquêmico e a congestão e edema pulmonares resultantes são sintomas freqüentes. - Entretanto, em até 25% dos pacientes, o início é totalmente assintomático (p. ex., no cenário de neuropatia diabética) e a doença é descoberta apenas por alterações no eletrocardiograma ou testes laboratoriais que mostram evidência de dano ao miocárdio. Avaliação e exames laboratoriais: - A avaliação laboratorial do IM é baseada na medida dos níveis sanguíneos de proteínas que extravasaram dos miócitos danificados de modo irreversível; entre essas moléculas, as mais úteis são as troponinas T e I específicas do coração (cTnT e cTnI) e a fração MB da creatina-cinase (CK-MB). O diagnóstico da lesão do miocárdio é estabelecido quando os níveis sanguíneos desses biomarcadores cardíacos estão elevados. A velocidade de aparecimento desses marcadores na circulação periférica depende de vários fatores, incluindo sua localização intracelular e peso molecular, fluxo sanguíneo e drenagem linfática na área do infarto, e a velocidade de eliminação do marcador do sangue. - Os biomarcadores mais sensíveis e específicos do dano do miocárdio são as proteínas específicas do coração,particularmente cTnT e cTn1(Proteínas que regulam a contração,mediada pelo cálcio,do músculo cardíaco e esquelético). Os níveis de cTnT atingem o pico por volta de 12 a 48 horas, enquanto os níveis de cTnI atingem o pico máximo em 24 horas. -As troponinas I e T não são normalmente detectadas na circulação.Após um IM os níveis de ambas começam a elevar em 3 a 12 horas. - A creatina-cinase(CK-mb) é uma enzima expressa no cérebro, miocárdio e músculo esquelético; ela é um dímero composto por duas isoformas designadas “M” e “B”. Enquanto os homodímeros MM são encontrados predominantemente nos músculos cardíaco e esquelético, e os homodímeros BB, no cérebro, pulmão e muitos outros tecidos, os heterodímeros MB estão localizados principalmente no músculo cardíaco (com quantidades consideravelmente menores encontradas no músculo esquelético). Assim, a forma MB da creatina-cinase (CK-MB) é sensível, mas não específica, uma vez que ela também pode estar elevada após a lesão do músculo esquelético. A CK-MB começa a elevar- se dentro de 3 a 12 horas do início do IM, e os picos são atingidos em cerca de 24 horas, retornando ao normal em aproximadamente 48 a 72 horas. Resumindo: • O tempo de elevação da CKMB, cTnT e cTnI é de 3 a 12 horas. • A CK-MB e a cTnI atingem o pico em 24 horas. • A CK-MB retorna ao normal em 48 a 72 horas, a cTnI, em 5 a 10 dias, e a cTnT, em 5 a 14 dias. Consequências e Complicações do Infarto do Miocardio - Os fatores associados ao pior prognóstico incluem idade avançada, gênero feminino, diabetes melito, e — devido à perda cumulativa da função do miocárdio — IM prévio. Metade das mortes associadas ao IM agudo ocorre dentro de 1 hora do início, mais comumente devido à arritmia fatal; a maioria desses indivíduos nunca chega ao hospital. As intervenções terapêuticas para o IM incluem: • Morfina para aliviar a dor e melhorar os sintomas de dispneia. • Reperfusão imediata para salvar o miocárdio. • Agentes antiplaquetários, tais como aspirina, inibidores do receptor de P2Y12, e inibidores da GPIIb/IIIa. • Terapia anticoagulante com heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular, inibidores diretos da trombina e/ou inibidores do fator Xa para prevenir a propagação de coágulo da artéria coronária. • Nitratos para induzir vasodilatação e reverter o vasospasmo. • Betabloqueadores para diminuir a demanda miocárdica por oxigênio e reduzir o risco de arritmias. • Antiarrítmicos para tratar arritmias. Complicações miocárdicas decorrentes do Infarto: A) Ruptura Miocárdica anterior em um infarto agudo(seta) B) Ruptura do septo Ventricular(seta) C)Ruptura Completa de um músculo papilar necrosado D)Pericardite fibrinosa,mostrando uma superfície epicardica escura e áspera sobrejacente a um infarto agudo E) Expansão inicial do infarto anteroapical com adelgamento da parede(seta) e trombo mural. F)Grande aneurisma ventricular esquerdo apical • Disfunção contrátil. Os infartos do miocárdio produzem anormalidades na função do ventrículo esquerdo, aproximadamente proporcionais ao seu tamanho. Geralmente, ocorre algum grau de insuficiência ventricular esquerda com hipotensão, congestão vascular pulmonar e transudação para os espaços pulmonares intersticiais, que podem progredir para edema pulmonar e dificuldade respiratória. Uma “insuficiência da bomba” grave (choque cardiogênico) ocorre em 10% a 15% dos pacientes após IM agudo, geralmente com áreas de infarto grandes que envolvem mais de 40% do ventrículo esquerdo. O choque cardiogênico tem uma taxa de mortalidade de quase 70%; ele é responsável por dois terços das mortes hospitalares nos pacientes internados por IM. A ruptura da parede livre ocorre com mais frequência 2 a 4 dias após o IM, quando a necrose de coagulação, a infiltração neutrofílica e a lise do tecido conjuntivo miocárdico já enfraqueceram de modo considerável o miocárdio infartado; a parede anterolateral, no nível médio-ventricular, é o local mais comum. Os fatores de risco para ruptura da parede livre incluem idade acima dos 60 anos, primeiro IM, IM transmural e anterior grande, ausência de hipertrofia do ventrículo esquerdo, e hipertensão preexistente. A ruptura ventricular ocorre com menos frequência em pacientes com história anterior de IM, uma vez que a cicatrização fibrótica associada tende a inibir a laceração do miocárdio. Enquanto as rupturas agudas da parede livre são, em geral, rapidamente fatais, uma aderência pericárdica estrategicamente localizada pode interromper uma ruptura e resultar em falso aneurisma (hematoma localizado que se comunica com a cavidade ventricular). • Aneurisma ventricular. Ao contrário dos falsos aneurismasmencionados anteriormente, os aneurismas verdadeiros da parede ventricular são limitados pelo miocárdio cicatrizado. Os aneurismas da parede ventricular são uma complicação tardia resultante de infartos transmurais grandes que sofreram expansão precoce. A parede de tecido cicatricial delgado de um aneurisma paradoxalmente se projeta durante a sístole. • Pericardite. Uma pericardite fibrinosa ou fibrino-hemorrágica geralmente desenvolve-se por volta do 2° ou 3° dia após um infarto transmural, como resultado da inflamação miocárdica subjacente (síndrome de Dressler) • Expansão da área do infarto. Devido ao enfraquecimento do músculo necrosado, pode haver estiramento desproporcional, adelgaçamento e dilatação da região do infarto (especialmente em infartos anterosseptais), que frequentemente estão associados a um trombo mural. • Trombo mural. Em qualquer infarto, a combinação entre uma anormalidade local na contratilidade (que causa estase) e um dano endocárdico (que produz uma superfície trombogênica) pode estimular a trombose mural e, potencialmente, o tromboembolismo. • Disfunção do músculo papilar. Embora a ruptura do músculo papilar após IM possa certamente resultar no início repentino da incompetência da valva mitral (ou tricúspide), a maioria das regurgitações após o infarto resulta da disfunção isquêmica de um músculo papilar (e do miocárdio subjacente) ou, mais tarde, da dilatação ventricular ou da fibrose e encurtamento do músculo papilar. • A insuficiência cardíaca progressiva tardia (CI crônica) IMPORTANTE: - Os segmentos não infartados do ventrículo sofrem hipertrofia e dilatação; o conjunto dessas alterações é chamado de remodelamento ventricular. A hipertrofia compensatória do miocárdio não infartado é, inicialmente, hemodinamicamente benéfica. Entretanto, o efeito adaptativo do remodelamento pode ser sobrepujado pela dilatação ventricular (com ou sem aneurisma ventricular) e pela maior demanda por oxigênio, que pode exacerbar a isquemia e deprimir a função cardíaca. Também podem existir alterações na forma e inflexibilidade do ventrículo devido à formação de cicatriz e à hipertrofia, que diminuem ainda mais o débito cardíaco(Insuficiencia diastólica). Alguns desses efeitos deletérios parecem ser reduzidos por inibidores da ECA, que diminuem o remodelamento ventricular que ocorre após o infarto. O prognóstico em longo prazo após um IM depende de muitos fatores, e os mais importantes são a função do ventrículo esquerdo residual e a extensão de qualquer obstrução vascular nos vasos que perfundem o miocárdio viável remanescente. A mortalidade total global dentro do primeiro ano pode ser de até 30%; daí em diante, há uma mortalidade de 3% a 4% entre os sobreviventes a cada ano que passa. A prevenção do infarto (por meio do controle dos fatores de risco) nos indivíduos que nunca sofreram um IM (prevenção primária) e a prevenção do reinfarto nos sobreviventes de IM (prevenção secundária) são estratégias importantes que receberam muita atenção e têm alcançado sucesso considerável. Resumindo: Cardiopatia Isquêmica Crônica -A designação de CI crônica (muitas vezes chamada de cardiomiopatia isquêmica pelos clínicos) é utilizada aqui para descrever a insuficiência cardíaca congestiva progressiva, em consequência do dano acumulado ao miocárdio isquêmico e/ou das respostas compensatórias inadequadas. - Na maioria dos casos, existiu um IM prévio e, algumas vezes, foram realizadas cirurgia de enxerto de bypass da artéria coronária e/ou outras intervenções prévias. A CI crônica geralmente aparece após o infarto devido à descompensação funcional do miocárdio não infartado hipertrofiado,Uma vez que essa hipertrofia compensatória da parte ainda saudável vai fazer com que se reduza o volume que cabe na cavidade ventricular e o músculo não relaxa direito gerando uma insuficiência Diastólica que causa uma redução da Pré carga(ventrículo não dilata direito) e aumento da pós carga pq aumenta a resistência ao fluxo de sangue uma vez que fica mais sangue nos pulmões e Aorta congestionados e levando ao aumento da resistência e pós carga consequentemente.
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