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Resumo Farmacotécnica I - Solventes, solubilizantes e veículos

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Aula 7 -Farmacotécnica I 
Excipientes: Solventes e Solubilizantes Farmacêuticos 
 
- Solvente ideal 
A água é solvente ou veículo mais comumente usado e desejado para formas farmacêuticas 
líquidas para todos os usos, devido a todas as suas características, sendo estas inodora, insípida, 
incolor, não possui traços de sabor, entre outras. 
- Exemplos de solventes farmacêuticos 
Como principais exemplos podemos citar a água como afirmada antes, álcoois, glicóis, óleos, 
solventes orgânicos e as ciclodextrinas, sendo todos utilizados em manipulações farmacêuticas, no 
caso das ciclodextrinas, estas são muito usadas como solubilizantes. 
1) Água para uso farmacêutico 
São considerados como água para uso farmacêutico os diversos tipos de água empregados na 
síntese de fármacos, na formulação e produção de medicamentos, em laboratórios de ensaio, 
diagnósticos e demais aplicações, relacionadas à área da saúde, inclusive como principal componente 
na limpeza de utensílios, equipamentos e sistemas, incluindo os utilizados na purificação da própria 
água. Portanto, os requisitos de qualidade da água dependerão de sua finalidade e emprego, e a 
escolha do sistema de purificação deve atender ao grau de pureza estabelecido. O controle da 
água é crucial, uma vez que a água tem grande capacidade de agregar compostos e, também, de 
se contaminar novamente após a purificação. Existem dois tipos de contaminantes quando se fala 
em água, estes são divididos em dois grandes grupos, como a seguir. 
 - Contaminantes químicos: sendo estes orgânicos e inorgânicos e de origem variada, como 
a própria fonte alimentação da água, a estação de materiais que entram em contato com a água 
ou até mesmo, com os gases presentes na atmosfera, que incluem as endotoxinas bacterianas 
(encontradas nas paredes das bactérias), resultantes de micro-organismos aquáticos Gram negativos 
(lipopolisacarídeo, que deve ser retirada porque apresenta efeitos nocivos ao organismo, como 
febre e outros sintomas), contaminantes críticos que podem ser removidos adequadamente. 
 - Contaminantes microbiológicos: estes são representados principalmente por bactérias 
originadas da própria microbiota da fonte de água, podendo ser provenientes dos equipamentos 
de purificação e dos procedimentos de limpeza e sanitização inadequados, que possibilitam a 
formação de biofilmes, servindo como nutrientes para bactérias, estas podem afetar a qualidade da 
água porque elas podem desativar reagentes, alterar substratos, aumentar conteúdo de carbono 
total e produzem as endotoxinas chamadas pirogênicos. Como principais contaminantes 
microbiológicos, tem-se os bastonetes Gram negativos como Alcaligenes, Pseudomonas, 
Escherichia, Flavobacterium, Klebsiella, Enterobacter, Aeromonas e Acinectobacter. 
Na 6ª edição da Farmacopeia Brasileira de 2019, são apresentados três tipos de água para uso 
farmacêutico, são estas a água purificada (AP), água para injetáveis (API) e a água ultrapurificada 
(AUP), além destas, há a água potável. 
• Água potável: Obtida por tratamento da água retirada de mananciais, por meio de 
processos adequados para atender às especificações da legislação brasileira relativas aos 
parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e radioativos, para um determinado padrão 
de potabilidade. É amplamente utilizada e tem aplicação direta em instalações farmacêuticas, 
principalmente em procedimento gerais de limpeza e como fonte de obtenção de água 
de mais alto grau de pureza. Pode ser utilizada, também, na climatização térmica de alguns 
aparatos e na síntese de ingredientes intermediários. 
• Água purificada (AP): É obtida por uma combinação de sistemas de purificação, em uma 
sequência lógica, tais como a múltipla destilação, troca iônica, osmose reversa, 
eletrodeionização, ultrafiltração ou outros processos. É bastante empregada como 
excipiente na produção de formas farmacêuticas não parenterais e em formulações 
magistrais, desde que não haja nenhuma recomendação de pureza superior no seu uso 
ou que não necessite ser apirogênica. Esta também pode ser utilizada na lavagem de 
material, preparo de soluções reagentes, meios de cultura, tampões, diluições diversas, 
microbiologia em geral, análises clínicas, técnicas por Elisa ou radioimunoensaio, aplicações 
diversas na maioria dos laboratórios, principalmente em análises qualitativas ou quantitativas 
menos exigentes. Dependendo da aplicação, pode ser esterilizada, sem necessariamente 
atingir o limite de endotoxinas bacterianas estabelecido para a Água para injetáveis. Para 
comprovação de pureza, são realizados testes como condutividade, contagem de carbonos 
totais, contagem total de bactérias e resistividade. 
• Água para Injetáveis (API): Utilizada como excipiente na preparação de produtos 
farmacêuticos parenterais de pequeno e grande volume, na fabricação de princípios ativos 
de uso parenteral, de produtos estéreis, demais produtos que requiram o controle de 
endotoxinas e não são submetidos à etapa posterior de remoção, bem como na limpeza 
e preparação de processos, equipamentos e componentes que entram em contato com 
fármacos e medicamentos estéreis durante sua produção, além disso, o processo de 
purificação de primeira escolha é a destilação, utilizando o equipamento apropriado como 
de aço inoxidável, de vidro mais neutro ou quartzo. 
• Água Ultrapurificada (AUP): A água ultrapurificada possui baixa concentração iônica, baixa 
carga microbiana e baixo nível de COT – carbono orgânico total – sendo utilizada em 
laboratórios de ensaio quando se realiza a preparação de amostras ou padrões de 
referência, controle de qualidade, limpeza de equipamentos, métodos de análise com 
mínima interferência etc. Outros usos da água purificada estão relacionados com análises 
quantitativas de baixos teores de analito, análise de resíduos, dentre eles os traços de 
elementos minerais, endotoxinas, preparação de calibradores, controles, substância química 
de referência, espectrometria de absorção atômica em geral, espectrometria de massa, 
procedimento enzimáticos, cromatografia a gás, CLAE, métodos de biologia molecular e 
com cultivo celular, entre outros. Deve ser utilizada quando é produzida ou no mesmo dia 
de coleta visando evitar contaminações. 
2) Álcoois: 
Na química orgânica, os álcoois apresentam a fórmula geral R-OH, em que R representa um grupo 
hidrocarboneto. Em farmácia, quando o termo álcool é empregado, apresenta um significado mais 
restrito. Quando a prescrição médica ou fórmula farmacêutica apresentar o álcool como um dos 
componentes, a monografia deve ser empregada e este não deve ser substituído sem o 
consentimento do prescritor. Os álcoois são altamente relacionados à toxicidade, por isso o 
prescritor deve sempre ser consultado antes de alterações na formulação. O álcool mais utilizado 
em preparações farmacêuticas é o etanol e quando há a necessidade de alterar tal solvente são 
utilizados os modificadores. Na farmacopeia americana estão disponíveis os mais diversos tipos de 
álcool, sendo estes os descritos a seguir. 
• Álcool USP: Não menos que 94,9% e não mais que 96,0% em volume (v/v) de C2H5OH, 
sendo este miscível em água, álcool isopropílico, glicerina, acetona, propilenoglicol, 
polietilenoglicol 400, éter e clorofórmio. Realiza-se uma mistura com óleo de rícino, mas 
não com outros óleos fixos e nem com óleo mineral. Este também é usado como veículo 
em formas farmacêuticas de uso interno ou externo. É um antisséptico/desinfetante eficaz, 
sendo germicida em concentrações acima de 60% e sua concentração usual como 
antisséptico acima de 70%. 
• Álcool desidratado USP: Não menos de 99,2% em volume (v/v) de C2H5OH, tal preparação 
é usada quando o álcool desidratado ou absoluto é solicitado, podendo este ser 
caracterizado como líquido volátil, claro, incolor, inflamável e que entra em ebulição a 
temperatura de 78°C, possuindo um odor característico. 
• Álcool desidratadopara injeção USP: álcool desidratado para uso parenteral, devendo 
atender as exigências para álcool desidratado mais as exigências para produtos parenterais, 
essas incluem especificações de esterilidade, pirogenicidade, material particulado e outros 
contaminantes. O seu acondicionamento e armazenamento deve ser feito em recipientes 
de vidro do tipo 1 de dose única. 
• Álcool diluído NF: Mistura de álcool e água, teor de não menos que 48,4% e não mais 
que 49,5% em volume (v/v). Este não apresenta teor antisséptico e nem germicida. 
• Álcool para limpeza USP: teor de álcool de 68,5% a 71,5% em volume de álcool desidratado, 
o álcool para limpeza é apenas para uso externo, sendo este usado como veículo ou 
solvente para fármacos que são usados como medicamentos de uso tópico, sendo um 
antisséptico eficaz. 
• Álcool isopropílico USP: Não menos que 99,0% de C3H8O, se caracterizando como líquido 
transparente, incolor, volátil e inflamável, com odor característico, sendo também miscível 
com água, álcool, glicerina, propilenoglicol, PEG 400, acetona, éter e clorofórmio. E imiscível 
com óleos fixos e com o óleo mineral. No caso deste álcool, a indicação é apenas para uso 
externo, possuindo ação antisséptica. Em concentração superior a 70% se caracteriza 
como potente desinfetando, atuando mais eficazmente do que o etanol. 
• Álcool isopropílico para limpeza USP: Não menos que 68% e não mais que 72% de álcool 
isopropílico (v/v), sendo o restante constituído de água com ou sem estabilizantes, 
essências oleosas e corantes. A descrição e solubilidade ao álcool isopropílico USP (com 
exceção de quando estão coexistem em solução sustâncias conhecidas como corantes 
ou essências), sendo empregado somente para uso externo, podendo ser usado como 
veículo ou solvente para fármacos que são usados em medicamentos de uso tópico, 
apresentando ação antisséptica. 
• Álcool isopropílico Azeotrópico USP: Não menos que 91,0% e não mais que 93,0% de 
álcool isopropílico (v/v), sendo o restante constituído de água, sua descrição é semelhante 
ao álcool isopropílico USP, este é empregado somente para uso tópico, podendo ser 
utilizado como veículo ou solvente para fármacos que são usados em medicamentos de 
uso tópico, apresentando ação antisséptica. 
3) Glicóis 
São di-hidroxialcoóis, que apresentam solubilidade aquosas maiores e pontos de ebulição mais 
elevados (são menos voláteis) do que o hidroxiálcool comparável, sendo usados na produção de 
cosméticos por possuir alta solubilidade. O etanol apresenta ponto de ebulição de 78°C, enquanto 
o estruturalmente comparável di-hidroxi etilenoglicol tem um ponto de ebulição de 197°C, sendo 
útil como anticongelante devido as suas propriedades de baixo ponto de congelamento, elevado 
ponto de ebulição e alta solubilidade aquosa. No caso do etilenoglicol, este não pode ser ingerido 
com risco de contaminação e morte. Os glicóis variam muito em relação a sua toxicidade, e um 
único átomo de carbono separa um glicol farmaceuticamente útil e não tóxico de um altamente 
tóxico. Portanto, é necessária a certeza de usar apenas glicóis aprovados para a finalidade pretendida, 
seja para uso interno ou externo. 
 
 
- Propilenoglicol - Etilenoglicol 
 
 
 
• Glicerina ou glicerol: Não menos que 99,0% e não mais que 101,0% de C3H8O3, se 
apresentando como líquido viscoso, incolor, claro, praticamente inodoro e higroscópico 
com pH neutro. Sendo miscível em água, etanol, álcool isopropílico, propilenoglicol e 
polietilenoglicol 400 (PEG 400), solúvel na concentração de 1g/15 mL de acetona, insolúvel 
em éter, clorofórmio, óleos fixos, óleo mineral e óleos voláteis. É empregado como 
veículo ou solvente para preparações destinadas ao 
uso interno ou externo, apresentando propriedades 
umectante e conservantes. 
- Solução oral de glicerina USP: Não menos que 95% e não 
mais que 105,0% de C3H8O3, sua descrição e solubilidade 
semelhante a glicerina USP, exceto o pH entre 5,5 e 7,5. Neste caso é usado como solvente ou 
veículo para preparações de uso oral. 
- Solução oftálmica de glicerina USP: Não menos que 98,5% de C3H8O3, pode conter um ou 
mais conservantes antimicrobianos adequados. Sua descrição é semelhante à solução oral de 
glicerina USP, exceto que é estéril, com solubilidade semelhante à glicerina USP, destinada 
especificamente para uso oftálmico. 
• Propilenoglicol USP: Não menos que 99,5% de C3H8O2, descrito como líquido viscoso, 
incolor e claro, sendo praticamente inodoro e higroscópico. Sua solubilidade é apontada 
como miscível em água, álcool etílico e isopropílico, acetona, glicerina, polietilenoglicol 
400, clorofórmio e éter, conseguindo dissolver muitos óleos voláteis, mas é imiscível com 
óleos fixos e com o óleo mineral. Neste caso, pode ser utilizado como solvente ou 
veículo para preparações destinadas ao uso interno ou externo, apresentando 
propriedades umectantes e conservantes. 
• Polietilenoglicois PEGs: São polímeros de óxido de etileno em água, apresentando fórmula 
estrutural H(OCH2CH2)nOH, em que n representa o número de unidades de óxido de 
etileno. Estes são rotulados com um número que indica a massa molecular nominal média 
do PEG, essa massa molecular varia entre 200 e 8.000. Os PEGs 200, 300, 400 e 600 
são líquidos a temperatura ambiente e os de massa maior apresentam-se como sólidos. 
- PEG 400: É o PEG líquido mais comumente utilizado como veículo ou solvente na preparação 
de uso interno e externo, sendo este um líquido viscoso, incolor, claro, pouco higroscópico e com 
leve odor. Todos os PEGs são solúveis em água e muitos são solventes orgânicos. PEG 400 é 
miscível com água, álcool etílico e isopropílico, acetona, glicerina e propilenoglicol. Sendo imiscível 
com óleos fixos e com óleo mineral. 
- Solventes orgânicos 
São indicados para substâncias que se caracterizam como coloides flexíveis por exemplo, sendo 
estes o éter, clorofórmio e cetonas – Acetona e Metilisobutilcetona – unidade limitada. 
• Acetona NF: É caracterizada como líquido volátil, incolor e que entra em ebulição a 
56,5°C, apresentando odor característico, sendo uma solução 1:2 água tem-se o pH 
neutro, é miscível com água, éter, clorofórmio e com a maioria dos óleos. A acetona é 
muito inflamável e não pode ser empregada onde possa sofrer ignição. 
- Óleos 
• Óleos vegetais: Tem aparência e odor característico e densidade específicas, sendo a 
maioria insolúvel em água, pouco solúvel em álcool, miscível com óleo mineral e com 
outros óleos fixos, éter, clorofórmio e hexano. 
• Óleo de Rícino: Apresenta alta viscosidade, sendo insolúvel em água e óleo mineral, 
solúvel em álcool, miscível com álcool desidratado, outros óleos fixos, ácido acético glacial, 
clorofórmio e éter. 
• Óleo Mineral / Óleo Mineral Leve: Como principal propriedade tem-se um líquido oleoso, 
transparente e incolor, sendo também inodoro à temperatura ambiente. É insolúvel em 
água e álcool, solúvel em óleos voláteis, miscível com a maioria dos óleos fixos e imiscível 
com óleo de rícino. 
 
- Ciclodextrinas 
São oligossacarídeos cíclicos que foram descobertos há mais de 100 anos, são química e fisicamente 
estáveis, sendo formadas pela modificação enzimática do amido. Estas contêm um número de 
monômeros de glicose variando de 6 a 8 unidades em um anel, criando uma forma de cone. As 
mais comuns são a alfa-ciclodextrina (6 unidades de açúcar), a beta-ciclodextrina (7 unidades de 
açúcar) e a gama-ciclodextrina (8 unidades de açúcar). A estrutura da ciclodextrina forma uma 
complexação com fármacos, permitindo não somente a passagem de fármacos pelo organismo 
de maneira correta, mas potencializando a estabilidade destes, tal como a resolução de 
problemáticas organolépticas. 
 
As ciclodextrinas são consideradas não tóxicas, no entanto, a beta-ciclodextrina pode formar 
complexos insolúveis com o colesterol os quais prejudicam a função renal,por isso não devem ser 
usadas em aplicações parenterais e seu uso oral deve ser limitado a uma dose diária de 5 mg/kg. 
Em formas farmacêuticas, têm sido principalmente usadas como agentes complexantes para 
aumentar a solubilidade aquosa de fármacos pouco solúveis em água e aumentar a sua 
biodisponibilidade e estabilidade – princípio da encapsulação molecular. 
Como exemplos tem-se: Ciclodextrinas USP-NF 
- Alfa-ciclodextrina: Alfadex NF 
- Beta-ciclodextrina: Betadex NF 
 Derivados da Beta-ciclodextrina: Estas apresentam qualidade superior, potencializando ainda 
mais a capacidade de solubilizar fármacos lipofílicos, menos tóxicos e mais aceitáveis. 
- 2-hidroxipropil-beta-ciclodextrina (HP-beta-CD): solubiliza injetáveis 
- Sulfobutileter-beta-ciclodextrina (Captisol): solubiliza medicamentos de via intramuscular 
 
Veículos Farmacêuticos 
- É um carreador usado na formulação de várias preparações líquidas para administração oral, 
tópica e parenteral. Um veículo para uma forma farmacêutica líquida pode ser um solvente 
farmacêutico, uma solução, emulsão ou suspensão, em que suas propriedades dependem da via 
de administração, da preparação e do tipo de sistema solvente. 
• Restrições: 
- Recém-nascidos: Adiciona-se apenas o essencial, no caso, álcool e conservantes não devem ser 
adicionados, bem como corantes, edulcorantes e flavorizantes que devem ser evitados. Além disto, 
soluções hipertônicas não devem ser utilizadas, sendo um ótimo veículo o gel de metilcelulose a 
1%. 
- Crianças: No caso de crianças, o álcool deve estar presente em poucas quantidades ou nem deve 
ser usado, apenas por questão de solubilidade, então este não deve ser usado como conservante 
quando existirem alternativas, portanto, a adição de outros solventes menos tóxicos é indicada para 
minimizar o teor de álcool presente nas formulações. Com relação aos conservantes, estes não 
são contraindicados, mas devem ser usados apenas quando necessário (especialmente em 
lactentes) e o uso de refrigeração e prazo de validade curto podem substituir um conservante. 
- Pacientes com restrições baseadas em alergias ou condições médicas ou fisiológicas: 
 - Diabéticos: Não se utiliza açúcar, nem álcool (apenas quando necessário e nunca combinar 
com a presença de antidiabéticos orais, devido a reação tipo dissulfiram ou efeito antabuse) 
 - Dieta cetogênica: preparações isentas de carboidratos, incluindo a maltodextrina 
 - Pacientes com sonda nasogástrica: sem restrições, flavorizantes, edulcorantes e corantes 
não são necessários. 
 - Pacientes alcoólatras ou que usam fármacos que produzem uma reação do tipo 
dissulfiram: preparações isentas de álcool. 
• Veículos para preparações líquidas orais 
Quando existirem requisitos especiais de formulação: veículos isentos de conservantes ou hidratos 
de carbono, veículos que requerem uma osmolaridade muito baixa ou valor de pH particularmente 
baixo ou alto, e veículos que atendam as preferências do paciente quanto ao sabor, aos 
componentes ou à consistência. Quando um veículo é necessário imediatamente e a farmácia não 
tem o produto comercial em estoque. Quando um veículo se encontra temporariamente 
indisponível pelo fabricante. 
• Tipos de veículos para preparações líquidas orais produzidos em farmácias magistrais 
1) Veículos contendo sacarose: 
- Xarope simples: 85% de sacarose m/v em água, se autoconserva, pH entre 5 e 7, podendo ser 
diluído para resultar em veículos líquidos de diversas concentrações, é mais útil para a manipulação 
de soluções orais do que suspensões. 
 
 
- Xarope de Ácido Cítrico (xarope de limão): contém 1 grama de ácido cítrico associado a 1 mL de 
tintura de limão (que pode ser substituída por outros flavorizantes artificiais de frutas) em quantidade 
suficiente de xarope para 100 mL, também é hipertônica e se autoconserva, com um pH de 2,5. 
- Veículo para solução oral NF: não é apropriado para preparar suspensões, contém um sistema 
conservante e um agente tamponante para manter o pH entre 4 e 5, uma composição semelhante 
ao veículo comercial Ora-Sweet, que contém sacarose, sorbitol, glicerina, fosfato de sódio dibásico, 
ácido cítrico monoidratado, metilparabeno, sorbato de potássio e água purificada. 
- Veículo para suspensão estruturado NF: além da sacarose (20% m/v), apresentando a vantagem 
de utilizar a goma xantana, um ingrediente que confere alguma estrutura e o torna útil como 
veículo para o preparo de suspensões, possuindo como característica um sistema conservante e 
tamponante. 
- Xaropes flavorizados com produtos naturais: Xarope de acácia, de cereja, chocolate, laranja, 
bálsamo de tolu (consumir recentemente preparados). 
- Elixir aromático NF: útil quando um veículo hidroalcóolico edulcorado e flavorizado é necessário, 
contendo de 21 a 23% de álcool. 
- Elixir isoalcoólico: baixo teor alcoólico (contém sacarina), sendo este cerca de 8 a 10% associado a 
um alto teor alcoólico (contém sacarose), correspondendo a cerca de 73 a 78%, misturados em 
proporções pré-estabelecidas. 
• Veículos orais sem adição de sacarose 
- Veículo contendo Sorbitol: a solução a 70% é a mais utilizada, se apresentando como um líquido 
claro, incolor e inodoro com a consistência de xarope, apresentando também sabor doce e é 
neutra ao papel tornassol. Trata-se de solução saturada e, portanto, se autoconserva. A solução de 
Sorbitol pode ser diluída para resultar em veículos líquidos de diversas concentrações, vale destacar 
que o Sorbitol possui efeito laxativo. 
• Veículos fabricados com Polímeros Naturais e Sintéticos 
- Polímeros mais usados são derivados semissintéticos da celulose: Metilcelulose (MC) ou 
Carboximetilcelulose sódica (CMC) em contrações por volta de 0,5 a 1%, podendo ser usada em 
recém-nascidos e para pacientes em dieta cetogênica, podem ser adicionados de flavorizantes ou 
edulcorantes para melhorar a palatabilidade, podem ser misturadas a um xarope para produzir um 
veículo de sabor agradável e que não seja hipertônico. 
- Polímeros naturais: mucilagens a base de gomas como a arábica (35%) e a adragante (6%), 
menos usados hoje que os polímeros sintéticos. 
• Veículos orais sem adição de sacarose: 
1) Veículos Estruturados: geralmente preparados com goma Xantana 
- Solução de goma Xantana NF: pode conter 0,1 ou 1% de xantana em água purificada, conservada 
com metilparabeno (0,1%) e propilparabeno (0,002%), podendo ser usada como base para 
preparações de uso oral ou tópico. 
- Veículo para solução oral livre de açúcar NF: é o equivalente do veículo para solução oral NF, só 
que ao invés de açúcar, se usa sacarina como edulcorante e a goma para imprimir viscosidade 
apropriada, possuindo sistema conservante e agente tamponante (pH entre 4 e 5), além de 
apresentar composição similar ao veículo Ora-Sweet SF. 
- Veículo Estruturado para Suspensão NF livre de açúcar: equivale ao veículo estruturado para 
suspensão NF, só que sacarina sódica, sorbitol e manitol são empregados no lugar da sacarose, 
contém o mesmo conservante e ajustador de pH. 
- Veículo para Suspensão oral NF: esse é um veículo sem sabor e sem açúcar, com certa estrutura 
para suspender compostos insolúveis, embora destinado à preparação oral, não contém 
flavorizantes ou edulcorantes, portanto, pode também ser utilizado em preparações tópicas. Contém 
ingredientes similares aos do produto comercial Ora-Plus, além da goma xantana, utiliza celulose 
microcristalina, carragenana e carmelose sódica. 
• Veículo Líquido Oral Anidro 
- Esse veículo pode ser usado quando um fármaco que tem que ser preparado na ausência de 
água, contém sacarina, butil-hidroxitolueno, flavorizante e óleo de amêndoas, o flavorizante escolhido 
deve ser solúvel em óleo. A seguir são apresentados alguns grupos funcionais que favorecem a 
hidrólise, porque tal veículo é muito útil para a preparação de medicamentos em que devem ser 
preparados na ausência de água e que devem sofrer hidrólise paraexercer seus efeitos. 
 
Grupo Funcional Medicamento 
Lactonas – ésteres cíclicos Espironolactona 
Lactamas (amidas cíclicas) Cefalexina e amoxicilina 
Ésteres AAS e procaína 
Amidas Lidocaína 
 
 
• Veículos Líquidos Manufaturados 
- Veículos líquidos manufaturados contendo açúcar: Xarope simples NF, Elixir aromático NF, Ora-
Sweet, Ora-Blend (50:50 de Ora-Sweet e Ora-Plus) 
- Veículos líquidos manufaturados em açúcar: Solução se sorbitol 70%, Ora-Sweet SF (sem açúcar 
e sem álcool), Ora-Plus, Ora-Blend SF (50:50 de Ora-Sweet e Ora-Plus). 
- Veículos Estruturados: Ora-Plus e Suspendol-S. 
 - Todos os veículos Ora possuem conservantes e por isso, possuem utilização limitada 
para uso de recém-nascidos. 
 
• Veículos para Preparações Líquidas tópicas 
- Restrições: Verificar alergias do paciente a qualquer componente da fórmula, substâncias que 
possam ser sensibilizantes ou irritantes devem ser evitadas e deve-se verificar a osmolalidade se o 
produto for usado em áreas expostas. 
1) Veículos preparados na farmácia: 
- Derivados semissintéticos da celulose: MC, CMC sódica, hipromelose (HPMC) e 
hidroxipropilcelulose. 
- Polímeros Naturais como as gomas: Arábica, Adragante e Xantana. 
- Polímeros sintéticos: Carbômero ou carbopol e o poloxamer 
- Colóides hidrofílicos particulados: Bentonita, Veegum, dióxido de silício coloidal e CMC. 
• Veículos líquidos manufaturados: 
- Suspendol-S: usados em preparações vaginais e retais, também para suspensões em geral. 
- Liquiderm-A: solução hidroalcóolica com elevada concentração de álcool ou glicóis. 
- Liqua-Gel: gel lubrificante 
- Solvente-G Liquid: contém 55% de álcool SD, 40B, laureth-4 (tensoativo), propilenoglicol e álcool 
isopropílico. 
- Vehicle/N: 45% de álcool SD 40, laureth-4, propilenoglicol e 4% de álcool isopropílico. 
• Veículos líquidos manufaturados para outros fins que também podem ser adequados para 
suspensão de partículas para produtos tópicos. 
- Cetaphil Lotion 
- Spectro-Jel 
- Nutraderm Lotion

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