Parasitologia - Giardíase

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Mediante disso, realizou-se um estudo
em uma creche e pré-escola pública
com 105 crianças menos de 6 anos,
dividida em categorias: menores de 1
ano, de 1 a 4 anos e mais de 4 anos.
Foi aplicado um questionário aos pais
sobre os dados epidemiológicos, feito
uma coleta de amostras parasitológicas
das crianças e uma análise filogenética
e estatística.
Com base no questionário,
aproximadamente 97% das crianças
vivem em casas com abastecimento de
água, coleta de lixo e sistema de
esgoto; e a maioria das crianças
pertencem a famílias de baixa renda
(63,5%).
No exame parasitológico realizado em
todas as 105 amostras, constatou-se
7,6% (8/105) positivo para giárdia em
microscopia. 
Na Reação em Cadeia de Polimerase
(PCR) e posterior amplificação e
sequenciamento de 3 genes locus,
dando resultado de 51,4% (54/105)
positivo para giardíase. 
Nenhuma das crianças analisadas
possuíam manifestações clínicas.
Giardia duodenalis é o protozoário
causador da giardíase, uma infecção
gastrointestinal acometida por água
e/ou alimentos contaminados pelo cisto,
sendo muito comum em crianças. 
A doença apresenta como principal
manifestação clínica a diarreia, porém a
maioria dos infectados são
assintomáticos. 
Nos países em desenvolvimento
encontra-se um aumento das taxas por
giardíase ligados a uma série de fatores
(áreas com falta de saneamento básico,
práticas inadequadas de higiene, entre
outros).
O estudo epidemiológico de quaisquer
parasitas intestinais, por exemplo,
proporciona informações indicativas do
grau de insalubridade do meio, que
decorre frequentemente da poluição do
solo, das águas ou dos alimentos por
resíduos fecais; informa também sobre
o nível e a extensão do saneamento
ambiental e sobre os hábitos higiénicos
das populações.
Monitora: Esther AbensurMonitora: Esther AbensurAnálise genética de isolados de
Giardia duodenalis de crianças de
famílias de baixa renda que vivem em
uma região economicamente bem-
sucedida no sudeste do Brasil.
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No artigo feito em Santa Isabel do Rio
Negro no Amazonas, os autores não
encontraram evidências da influência da
renda familiar nos índices de
disseminação do parasito.
Os autores explicam que a maior parte
das residências do município não
possuem água potável e possuem
apenas duas fontes.
Uma das fontes é a “black water”, que
seria uma mistura da água do Rio Negro
clorada em uma planta. Outra fonte é a
“white water”, absorvida pelos poços. 
Esse exemplo ressalta a importância
principalmente do saneamento básico,
como também da identificação das
fontes de infecção para ações dos
programas de controle da doença e
educação sanitária.
controle da doença e educação
sanitária.
Com base nos artigos acimas citados,
em cidades pequenas quando
comparadas a metrópoles regionais,
tratando-se de saneamento básico, elas
apresentam números inferiores e assim,
a menor oferta de água e esgoto
tratado.
Independentemente da sintomatologia,
indivíduos com giardíase ainda podem
infectar outras pessoas e disseminar a
doença.
O homem e outros mamíferos podem
ser infectados pelos genótipos
identificados como A e B, que incluem
isolados considerados potencialmente
zoonóticos.
Na análise do artigo mostrou que os
resultados positivos para giardíase
pertenciam aos grupos genéticos – ou
assemblages – A e B, com prevalência
no genótipo A em 60%.
Outro artigo feito em Santa Isabel do
Rio Negro, município do Amazonas,
obteve resultados semelhantes,
inclusive a prevalência do grupo
genético A (52,2% / N = 12).
Nesse segundo artigo (Coronato et al.)
encontrado, apresenta-se uma região
economicamente desfavorável, onde
muitas casas não têm acesso à água
potável e sem descarte adequado das
fezes, o que resultou em altas taxas de
prevalência de giardíase.
Monitora: Esther AbensurMonitora: Esther Abensur
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A partir desse contexto, foi instituído na
esfera federal o Programa Nacional de
Vigilância da Qualidade da Água para
Consumo Humano (Vigiagua), na qual
consiste em um conjunto de ações que
garante à população o acesso a água
potável.
O programa visa a promoção e
prevenção da saúde relacionados a
doenças por transmissão hídrica.
A fonte de dados da Vigiagua é o
Sistema de Informação da Vigilância da
Qualidade de Água (Sisagua) para
fiscalizar os riscos de saúde à
população.
Os dados do Sisagua consistem
basicamente em cadastro, controle e
vigilância de cada estado do país.
Entretanto, é indispensável uma análise
mais aprofundada em âmbito municipal,
incluindo outras práticas de vigilância
sanitária e correção da distribuição
inadequada da água.
Assim, o governo de cada estado
precisa adaptar medidas de vigilância
sanitária e incrementar novas práticas
de promoção a saúde, principalmente
para populações mais vulneráveis
levando à precariedade do sistema de
saneamento da região.
Apesar das metrópoles concentrarem os
maiores centros comerciais e
consequentemente maior circulação de
renda, a população que vive nas
periferias das metrópoles ainda sofre
com o descaso do governo para a
salubridade da região.
Por isso, são necessárias ações do
governo para implantação de
saneamento básico adequado,
educando a população para práticas de
higiene e fomentando princípios e
diretrizes do SUS.
Os artigos tornam-se primordiais uma
vez que os resultados incentivam
maiores ações de promoção e
prevenção na saúde pública nos locais
estudado.
Nos países em desenvolvimento, onde
faltam condições básicas de
saneamento e tratamento de água
eficiente, Giardia é um dos principais
agentes associados à veiculação
hídrica.
Historicamente, o decreto federal n°
79.367/1977 em consonância com a
Constituição Federal de 1988,
estabeleceu-se pelo Ministério da
Saúde a normatização e fiscalização da
água para consumo humano.
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REFERÊNCIAS
1. CORREA, Cláudia Rosana Trevisani et al. Genetic analysis of Giardia duodenalis
isolates from children of low-income families living in an economically successful
region in Southeastern Brazil. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, São Paulo, v. 62, e20,
2020. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-
46652020000100212&lng=en&nrm=iso. Acessado no dia 24 de fevereiro de 2020.
Epub Mar 30, 2020.
2. REY, Luís. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos
ocidentais. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
3. NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13ª ed. São Paulo: Editora Atheneu,
2016.
4. CORONATO, Beatriz Nunes et al. Spatial and Molecular Epidemiology of Giardia
intestinalis Deep in the Amazon, Brazil. PLoS ONE 11(7): e0158805.
doi:10.1371/journal.pone.0158805
5. Ministério da Saúde. Inventário do programa nacional de vigilância da qualidade
da água para consumo humano. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/indicadores_institucionais_programa_vigil
ancia_qualidade_agua_consumo_2017.pdf. Acessado no dia 01 de maio de 2020.
Monitora: Esther AbensurMonitora: Esther Abensur
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/indicadores_institucionais_programa_vigilancia_qualidade_agua_consumo_2017.pdf