Buscar

Terceira Constituição Federal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

A primeira metade do século XXI foi marcada por diversos acontecimentos de ordem política dentro e fora do Brasil, sendo estas relacionadas. Com o fim da política de e alternância executiva que ocorria entre São Paulo e Minas Gerais dando fim assim a República Velha (1889-1930), com um golpe que culminou na Revolução Política e a ascendência de Getúlio Vargas a presidência da República.
O ano de 1930 marcou o início da “Era Vargas”, período em que a sociedade brasileira passou por mudanças substanciais. Tais mudanças, na esfera política, caracterizaram-se pela superação do caráter descentralizado da República Velha e do poder das oligarquias estaduais. Ao mesmo tempo, caminhou-se para o fortalecimento do poder Executivo, baseado nas Forças Armadas e numa burocracia civil cada vez mais numerosa. Essas tendências autoritárias ganharam força a partir de 1935, consolidando-se em 1937 com a ditadura do Estado Novo. (CAMPOS, 1991, p. 200)
Sobre as diretrizes do governo varguista, Campos afirma ter sido autoritário e se fortaleceu devido ao apoio das forças armadas. A burocracia, o controle e a censura atuaram intensamente por meio de órgãos de controle, como o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Segundo o autor as funções do DIP eram “censurar jornais, livros, revistas, programas de rádio, fazer propagandas do governo e produzir o programa “A Hora do Brasil” (1991, p. 207)
Nessa mesma conjuntura o mundo vivenciava as consequências da primeira guerra mundial (1914 – 1918), se preparando de forma inconsciente para o que viria a ser a segunda guerra, que de fato, entre os anos de (1939 – 1945). Ainda nesse contexto, o mundo via ascender os regimes totalitaristas, como a Itália fascista de Mussolini, a Alemanha Nazista de Adolf Hitler, o “salazarismo” de Portugal, cujo o chefe do governo novo era António Salazar, o comunismo de Stálin na Rússia e por fim, o Estado Novo de Getúlio Vargas no Brasil. 
A Constituição Federal de 1934 em seu Artigo 113, incisos 33 e 38, promulgada por Getúlio Vargas, instituía dois remédios constitucionais, sendo eles, o Mandado de Segurança, e a Ação Popular. Ambos permanecem até hoje no texto constitucional, no artigo 5° da Constituição Federal de 1988. 
Segundo a Constituição Federal de 1934,
[...] Art. 113 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: [...]
[...] 33) Dar-se-á mandado de segurança para defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. O processo será o mesmo do habeas corpus, devendo ser sempre ouvida a pessoa de direito público interessada. O mandado não prejudica as ações petitórias competentes. [...]
[...] 38) Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a declaração de nulidade ou anulação dos atos lesivos do patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios. [...] 
O mandado de segurança surge através da herança do habeas corpus que protege o direito de ir e vir do cidadão, nesse sentido, esse remédio constitucional procurava abarcar todos os demais direitos líquidos que pudessem ser violados por uma autoridade pública. Já a Ação Popular, é o remédio constitucional que tem como papel anular os atos lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, à moralidade administrativa e/ou ao patrimônio histórico cultural.
É nítida que existe uma contradição ao se analisar o período histórico com os remédios constitucionais da constituição de 1934, porém vale ressaltar, que Getúlio Vargas permaneceu como chefe do poder executivo por quinze (15) anos, de 1930 a 1934, surgiu como um governo provisório, segundo a perspectiva da época era que Vargas permanecesse como chefe do poder executivo até 1934, e depois disso as eleições diretas seriam retomadas. 
Durante esse governo, Vargas já dava sinais de que não tinha interesse em deixar o poder, e passou a realizar medidas arbitrarias como a substituição de governadores por interventores Federais, sendo estes em sua maioria tenentes que participaram no movimento tenentista uma década antes. Em meio as críticas, e a Revolução de 1932 gerada pelo Estado de São Paulo, Vargas promulga a constituição de 1934, e as eleições legislativas, como uma tentativa de pacificar e deixar subentendido que realmente convocaria eleições e o país passaria a ser novamente uma república, como passou a indicar o preambulo da então constituição promulgada. 
Nós, os representantes do povo brasileiro, pondo a nossa confiança em Deus, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para organizar um regime democrático, que assegure à Nação a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico, decretamos e promulgamos a seguinte. (BRASIL, 1934)
Ao lançar mão de dispositivos normativos que visam garantir os direitos fundamentais e anular atos administrativos contra patrimônio público/ histórico cultural, meio ambiente e a moralidade administrativa, o governo totalitarista de Vargas acenava e confirmava que em breve, o país iria retornar para o Estado Democrático de Direito, o que não ocorreu, pois em 1935, Getúlio Vargas dá um novo golpe político, iniciando o seu governo o Estado Novo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Promulgada em 16 de julho de. Disponível em < Constituição34 (planalto.gov.br) >. Acessado em 10 de abril de 2021. 
CAMPOS, R. C. B. História do Brasil. 2°. ed. [S.l.]: Editora Atual, 1991.

Outros materiais

Perguntas Recentes