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Utilização de Compósito com Matriz de Gesso Reforçado com Raspas de Pneus na Construção Civil Discente: Vanessa Silva Dantas Orientador: Prof. Dr. Nelson Cárdenas Olivier Docente: Prof.ª Dra. Raquel Aline Pessoa Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS MATERIAIS DISCIPLINA DE SEMINÁRIOS AVANÇADOS I SUMÁRIO Introdução; Objetivos; Metodologia dos Ensaios Mecânicos; Metodologia do Ensaio Térmico; Análise de Trabalhos Científicos sobre a Temática; Referências Bibliográficas. 2 INTRODUÇÃO Aglomerante ativo e aéreo; No Brasil, cerca de 98% de suas reservas de gesso encontram-se na Bahia, no Pará e em Pernambuco; As reservas da região do Araripe são consideradas como as de melhor qualidade do mundo, devido ao elevado grau de pureza – 88% a 98%. GESSO Fonte: LIBRELOTTO & FERROLI, 2016. 3 Figura 1: Polo Gesseiro do Araripe. INTRODUÇÃO GESSO Forros em Placas Gesso Acartonado Revestimento Blocos Decoração Fonte: ROSSO, 2016. 4 Figura 2: Aplicações do gesso. INTRODUÇÃO GESSO Propriedades Resistência à Compressão: 8 a 15 MPa; Resistência à Tração: 0,7 a 3,5 MPa. Boa aderência em superfícies não lisas (blocos, tijolos, pedras);Resistência ao fogo; Bom isolamento térmico; Baixo consumo energético na sua produção; Bom isolamento acústico; Boa plasticidade; Equilíbrio higroscópico; 5 RASPAS DE PNEUS Elastômero com origem do látex da borracha natural (seringueira) com a elasticidade como a sua principal característica; Polímero que possui grande capacidade de alongamento sob tensão; Processo de Vulcanização – ligações cruzadas de enxofre; As ligações tornam-se mais fortes, melhora a elasticidade, aumenta a resistência mecânica e a sua dureza. Fonte: FOGAÇA, 2020.Fonte: FERREIRA, 2014. INTRODUÇÃO 6 Figura 3: Extração do látex da seringueira. Figura 4: Processo de vulcanização do pneu. RASPAS DE PNEUS Processo de Recauchutagem de Pneus Reconstrução de pneus; Aproveitamento da estrutura resistente e raspagem da borracha de piso; Aumento de 40% de sua vida útil; Contribui para o acúmulo de resíduos de borracha; Desenvolvimento de diversos tipos de vetores, como também, é propício para o risco de incêndios. Fonte: SILVA et al., 2018. INTRODUÇÃO 7 Figura 5: Processo de recauchutagem de pneus. RASPAS DE PNEUS Meio Ambiente Possibilidade técnica do seu emprego e, principalmente, pela conservação do meio ambiente; Sólidos não biodegradáveis; No Brasil, a reciclagem desses pneus ainda é uma questão que não tem o avanço que é necessário; É possível utilizar a borracha de pneus inteiros e não somente a borracha do processo de recauchutagem. Fonte: PINTO, 2017. INTRODUÇÃO 8 Figura 6: Armazenamento de pneus. SUSTENTABILIDADE INTRODUÇÃO Problemática mundial; Alto custo para sua reciclagem, dificuldades logísticas e tecnológicas e o processo de vulcanização dificulta a degradação da borracha do pneu; 11 milhões de pneus são considerados inservíveis por ano só no Brasil. Soluções alternativas para o seu emprego; Compósitos; Benefícios: redução no volume de matérias-primas extraídas, redução no consumo de energia e a diminuição da emissão de poluentes no meio ambiente. 9 INTRODUÇÃO COMPÓSITOS Combinação das propriedades de dois ou mais componentes distintos que fazem parte do grupo de metais, polímeros ou cerâmicas; O primeiro será o reforço e o segundo será a matriz; OBJETIVO CENTRAL: combinar as características de seus componentes, para apresentar uma propriedade mecânica superior aos originais; VANTAGENS: aumento da rigidez, aumento da resistência mecânica, melhores respostas à fadiga, diminuição de seu peso, etc. 10 INTRODUÇÃO COMPÓSITOS Exemplos Fibras de vidro Fibras naturais Partículas de madeira Resíduos de saco de cimento Vermiculita Isopor Fonte: SANTOS, 2020. Fonte: ARAÚJO et al., 2017. Fonte: MACEDO et al., 2019. Fonte: MEDEIROS et al., 2014. Fonte: AZEVEDO, 2017. Fonte: SANTOS, 2008. 11 Figura 7: Fibras de vidro Figura 8: Fibras de cana-de-açúcar Figura 9: Fibras de madeira. Figura 10: Sacos de cimento. Figura 11: Vermiculita expandida Figura 12: Isopor OBJETIVOS Apresentar uma possível solução ambientalmente sustentável para ser utilizada na construção civil com a produção de um compósito de matriz de gesso reforçado com raspas de pneus fundamentado na sua caracterização mecânica e térmica. OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apresentar os conceitos de gesso, raspas de pneus e compósitos e como essas temáticas estão inseridas no conceito de sustentabilidade; Especificar modelos de compósitos com matriz de gesso aplicados atualmente na construção civil; Expor a metodologia empregada para caracterizar as propriedades mecânicas e térmicas de um compósito de matriz de gesso com raspas de pneus; Avaliar a influência da adição das raspas de pneus na matriz de gesso a partir da comparação com o gesso puro com base em estudos realizados no presente momento. 12 METODOLOGIA DOS ENSAIOS MECÂNICOS 13 MATERIAIS Planejamento experimental a partir das variáveis que permitem analisar as características de qualidade exigidas; Desempenho mecânico: ensaios de resistência à compressão, resistência à flexão e dureza superficial do compósito. GESSO RASPAS DE PNEUS ÁGUA Fonte: PINTO, 2017. Fonte: FERREIRA, 2014. Fonte: FERREIRA, 2014. Figura 13: Gesso comercial. Figura 14: Raspas de pneus. Figura 15: Água. METODOLOGIA DOS ENSAIOS MECÂNICOS 14 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Peneiramento Classificatório das Raspas de Pneus; Corpos de prova: Diferentes teores mássicos de raspas de pneus e de gesso puro; Moldes de acordo com as normas da ABNT: COMPRESSÃO E FLEXÃO: NBR 13279/2005 - Argamassa para Assentamento e Revestimento de Paredes e Tetos – Determinação da Resistência à Flexão e à Compressão; DUREZA: NBR 12129/1991 – Gesso para construção – Determinação das propriedades mecânicas. METODOLOGIA DOS ENSAIOS MECÂNICOS 15 RESISTÊNCIA À FLEXÃO RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DUREZA Obter curvas do tipo tensão-deformação para cada ensaio de flexão. Obter curvas do tipo tensão- deformação para cada ensaio de compressão. Selecionar 3 faces para o ensaio de penetração. Fonte: FERREIRA, 2014. Fonte: FERREIRA, 2014. Fonte: FERREIRA, 2014. Figura 16: Ensaio de resistência à flexão. Figura 17: Ensaio de resistência à compressão. Figura 18: Ensaio de dureza. 16 METODOLOGIA DO ENSAIO TÉRMICO Método do fio quente - International Organization for Standardization, ISO 8894/1990; Técnica experimental precisa e muito empregada na determinação da condutividade térmica dos materiais cerâmicos; Características: Direto Absoluto Não estacionário Corpos de prova: Devem ser confeccionados no mínimo 2 corpos de prova para cada porcentagem de raspas de pneus; Cada corpo de prova deve ser ensaiado duas vezes; Moldes em madeira com uma placa de vidro na parte inferior visando garantir uma superfície totalmente plana; Canais perpendiculares entre si – 1 termopar e 1 resistência elétrica; Permite medir a temperatura na superfície do fio da resistência elétrica. Fonte: NETO, 2020. Figura 19: Posição dos canais no corpo de prova. 17 METODOLOGIA DO ENSAIO TÉRMICO MÉTODO DO FIO QUENTE Corpo de prova que não recebeu o termopar e a resistência elétrica é colocado sobre o que recebeu; A fonte de alimentação é conectada à resistência elétrica para permitir a passagem da corrente elétrica e consequentemente o aquecimento do fio; Termopar é conectado à placa de aquisição de dados e essa placa é conectada ao computador Fonte: NETO, 2020. Figura 20: Método do fio quente. 18 ANÁLISE DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE A TEMÁTICA NAYRA PINTO (2017) Compósito de gesso com reforço de raspas de pneus com a perspectiva de aplicação em paredes divisórias e forros; Corpos de prova com 5%, 10% e 15% de raspas de pneus; Resistência à flexão– 5%, com uma tendência de queda se aumentar a porcentagem; Dureza superficial – aumento proporcional a quantidade de raspas de pneus, chegando a 38% desse aumento; Resistência à compressão – 5%, com uma tendência de queda se aumentar a porcentagem, chegando a 8,84 MPa; Granulometria fina – 5,67% de perda Granulometria grossa – 40% de perda Comportamento térmico – compósitos com borracha grossa apresentaram diferença térmica de até 3 ºC. 19 ANÁLISE DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE A TEMÁTICA Figura 21: Corpo de prova após ensaio de resistência à flexão. Figura 22: Suporte para o ensaio térmico. Fonte: PINTO, 2017. Fonte: PINTO, 2017. NAYRA PINTO (2017) 20 ANÁLISE DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE A TEMÁTICA DARLISSON FERREIRA (2014) Caracterização mecânica de um compósito de gesso com reforço de raspas de pneus; Corpos de prova com 10%, 20% e 30% de raspas de pneus; Dureza superficial – aumento proporcional a quantidade de raspas de pneus; Tenacidade – aumento proporcional a quantidade de raspas de pneus; Resistência à flexão – 5%, com uma tendência de queda se aumentar a porcentagem; Resistência à compressão – 5%, com uma tendência de queda se aumentar a porcentagem. Fonte: FERREIRA, 2014. Figura 23: Seções transversais dos corpos de prova. 21 ANÁLISE DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE A TEMÁTICA ANDRÉ SILVA (2010) Confeccionar blocos a partir de um compósito a base de cimento, gesso, isopor e raspas de pneus para executar uma casa; Estudar o comportamento térmico e mecânico de uma casa experimental; Resistência à compressão – valor médio de 21,7% superior ao limite de 2,5 MPa exigido pela norma para blocos de vedação; Análise econômica – redução de até 31,6% no valor final. Influência da borracha – Retarda a propagação de tensões nos blocos ocasionadas pela concentração de energia que os poros promovem; Comportamento térmico – diferença máxima de temperatura entre as paredes externas e internas alcançou até 11,4 ºC; 22 ANÁLISE DE TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE A TEMÁTICA ANDRÉ SILVA (2010) Fonte: SILVA, 2010. Fonte: SILVA, 2010.Fonte: SILVA, 2010. Figura 24: Molde pronto para receber o compósito. Figura 25: Bloco após desenforme. Figura 26: Casa experimental. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23 ARAÚJO, A. L. A.; CARLOS, M. W. S. A.; NÓBREGA, F. A.; SOUZA, E. V. S.; GOMES, B. A. Incorporação de fibras do bagaço da cana-de- açúcar e do sisal na massa de gesso para melhoria de propriedades físico-mecânicas. In: Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido, 2017, Campina Grande. AZEVEDO, C. C. A. Estudo de comportamento térmico de compósito à base de gesso e vermiculita. 2017. 57 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) –Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. FERREIRA, D. B. Caracterização mecânica de um compósito de matriz de gesso reforçado com elastômero. 2014. 61 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) –Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2014. FOGAÇA, J. R. V. Vulcanização da borracha. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/vulcanizacao-borracha.htm>. Acesso em 17 de outubro de 2020. LIBRELLOTO, L. I.; FERROLI, P. C. M. Portal virtuhab – sustentabilidade em projetos de engenharia, arquitetura e design. DAPesquisa, v.11, n.16, p176-190, 2016. MACEDO, L. B..; AQUINO, V. B. M.; WOLENSKI, A. R. V.; CHRISTOFORO, A. L.; LAHR, F. A. C. Paineis híbridos de lâminas e partículas de madeira para uso estrutural. Revista ANTAC, Brasília, v. 19, n. 1 , 2019. MEDEIROS, A. F. D.; NORONHA L. L.; BARBOSA, N. P.; BEZERRA, U. T. Gesso e resíduos de saco de cimento: propriedades térmicas de elementos construtivos para forro. In: Congresso Luso-Brasileiro de Materiais de Construção Sustentáveis, 2014, Portugal. NETO, L. C. F. Caracterização térmica, mecânica e microestrutural de compósitos a base de gesso reforçado com poliacetato de vinila. 2020. 70 f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Materiais) –Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2020. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24 PINTO, N. A. Compósitos à base de gesso incorporados com resíduos de borracha proveniente do processo de recauchutagem de pneus. 2017. 137 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Ilha Solteira, 2017. ROSSO, K. S. Utilização de gesso na construção civil. Disponível em: <http://gauchanews.com.br/artigos/utilizacao-de-gesso-na-construcao- civil/12628624>. Acesso em: 17 de out. de 2020. SANTOS, L. R. Fibra de vidro. Disponível em: <https://www.infoescola.com/quimica/fibra-de-vidro/>. Acesso em 17 de outubro de 2020. SANTOS, R. D. Estudo térmico e de materiais de um compósito à base de gesso e EPS para construção de casas populares. 2008. 92 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) –Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008. SILVA, A. R. Estudo térmico e de materiais na construção de casas populares com blocos confeccionados a partir de um composto a base de cimento, gesso, EPS e raspas de pneus. 2010. 92 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2010. SILVA, L. S.; NASCIMENTO, F. R.; NOGUEIRA, M. H. P.; LIMA, G. K. M.; SOBRINHO, D. C. R. Utilização de resíduos de borracha de recauchutagem de pneus na composição de asfalto. Revista de Ciência e Tecnologia, Brasília, v. 4, n. 7, 2018. SOUZA, J. D. Caracterização e acústica de um compósito de matriz de gesso reforçado com elastômero. 2015. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) –Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, 2015. OBRIGADA! 25
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