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Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 Mecânica da ventilação O pulmão tem como principal função promover a entrada e a saída de ar dos pulmões. A mecânica da ventilação é o mecanismo pulmonar responsável por prover oxigênio aos tecidos e remover dióxido de carbono do corpo. Esse processo é necessário para fornecer quantidades de oxigênio, de acordo com as demandas metabólicas do corpo e controlar o pH dos líquidos corporais. Responsável por promover fluxo de ar, entrada de oxigênio para os tecidos como também responsável por remover o dióxido de carbono do corpo, porque precisamos de oxigênio para que nosso corpo produza energia em uma quantidade ideal compatível com a necessidade, sem oxigênio a quantidade de ATP, de energia que a gente produz, é reduzida e se houver acúmulo de gás carbônico no nosso corpo haverá alteração do pH, ele se torna ácido e isso também interfere nas nossas atividades. Esse processo é necessário para fornecer oxigênio de acordo com as demandas metabólicas do corpo, como também de controlar o pH dos líquidos corporais. O gás carbônico tem capacidade de gerar hidrogênio livre e isso reduz o pH. O nosso corpo é grande e precisa ter um órgão específico para essa atividade. Troca gasosa As vias respiratórias possuem uma finalidade que é levar o ar rico em oxigênio até os alvéolos e colocar o ar rico em gás carbônico para fora do corpo. O alvéolo é a principal estrutura do pulmão porque é quase praticamente nos alvéolos que ocorrem as trocas gasosas. Para que ocorra as trocas gasosas eu preciso de ar dentro dos alvéolos e de capilares envolvendo esses alvéolos. Se houver só ar dentro do alvéolo sem ter revestimento de capilar com fluxo sanguíneo, não tem troca. Se tiver fluxo sanguíneo, mas não tiver ar dentro do alvéolo, também não há troca. Troca gasosa: liberação do gás carbônico e entrada do oxigênio e para que isso aconteça eu preciso de sangue passando por esse alvéolo para levar o gás carbônico e para carregar o oxigênio que está dentro dele, como eu também preciso que esse alvéolo seja ventilado, que tenha ar dentro dele para que essa troca aconteça. Pleuras Além disso, o pulmão é revestido por membrana, ele é revestido por pleuras. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 o Pleura parietal: colada na parede torácica. o Pleura visceral: colada na víscera, no pulmão. Entre essas duas pleuras tem um espaço muito pequeno, nesse espaço tem líquido. A medida que esse líquido é depositado nesse espaço entre as pleuras, ele vai sendo removido. Esse líquido é importante para deslizar uma pleura sobre a outra durante o movimento de ventilação do pulmão e esse líquido está sendo o tempo todo “sugado”, sofrendo uma pressão negativa. A pressão intrapleural é sempre negativa, porque a medida que o líquido é produzido, ele está sendo sugado pelos vasos linfáticos. Gases O ar atmosférico tem uma maior quantidade de oxigênio do que o ar alveolar e é justamente por isso que o oxigênio tem a tendência de sair do ar atmosférico e entrar no alvéolo, vai do local onde está mais concentrado para o local que está menos concentrado. O gás carbônico é liberado de uma forma mais fácil porque dentro do alvéolo há uma maior concentração dele do que no ar atmosférico. Espaço morto Apesar do nome é um espaço completamente fisiológico. No nosso corpo nós temos locais onde não há troca gasosa de uma forma fisiológica, sem relação com patologia. o Espaço morto anatômico: compreende todo o espaço onde o ar está sendo levado para os pulmões sem troca gasosa, exceto os alvéolos. Todos os espaços onde não há trocas gasosas, exceto os alvéolos. o Espaço morto alveolar: compreendido pelos alvéolos, que não realizam trocas por ausência ou baixa perfusão. Ex: não passa sangue; sem troca. o Espaço morto fisiológico: é a soma do espaço morto anatômico com o espaço morto alveolar. OBS: a função das vias aéreas é conduzir o ar de forma facilitada, tem que ter uma baixa resistência a passagem do ar. Se houver alguma dificuldade de passagem de ar, haverá o aumento da resistência das vias aéreas. As vias aéreas devem possuir uma baixa resistência a passagem do ar, facilitando a entrada e a saída de ar principalmente para dentro e para fora dos alvéolos. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 Líquido surfactante Corte histológico dos alvéolos: são separados por septos, por parede alveolares. Eles são formados por células que são chamadas de pneumócitos do tipo I, que é a principal célula responsável pela estrutura do alvéolo e pneumócito tipo II que está inserido dentro do alvéolo e é responsável por produzir o líquido surfactante. Na superfície do alvéolo há água, a água naturalmente em contato com o ar se junta toda = tensão superficial. A tensão superficial é forte, tanto que um mosquito consegue caminhar sobre a água porque sua pata não consegue romper as ligações entre as moléculas de água. O líquido surfactante reduz a tensão superficial da água, se ele não existisse ia murchar o alvéolo e ia ter uma grande dificuldade do ar entrar dentro do alvéolo. O líquido surfactante é importante para romper essa união forte entre as moléculas de água e deixar os alvéolos abertos. Ele é uma solução secretada pelos pneumócitos tipo II dos alvéolos, essa substância é composta por uma mistura de fosfolipídeos e lipoproteínas (detergente) que reduz a tensão superficial do líquido alveolar e aumenta a complacência pulmoar. Bebês recém nascidos e prematuros que nascem antes do tempo, com idade menor que 6/7 meses tem um pulmão ainda imaturo, ainda não produz o líquido surfactante o suficiente e ainda tem uma quantidade de alvéolos fechados grande, por isso que há problemas respiratórios após o nascimento. O líquido surfactante é importante para manter o alvéolo aberto e isso aumenta a complacência do pulmão, ou seja, é mais fácil para respirar, o pulmão está mais “acessível”. Ventilação pulmonar Inspiração A respiração tranquila normal é realizada quase inteiramente pelo diafragma. O principal músculo da respiração normal é o diafragma e ele influencia na ação dos músculos intercostais. Durante a inspiração o diafragma se contrai, ele se projeta para baixo aumentando o volume pulmonar. Além disso, os músculos intercostais externos que estão na porção mais externa do tórax, eles elevam as costelas para cima e isso também vai promover o aumento do volume pulmonar, o aumento anteroposterior do pulmão e vai reduzir a pressão interna do pulmão. Se aumenta o volume, reduz a pressão interna. O oxigênio não invade o nariz, ele é forçado a entrar pelo nariz por conta desses movimentos. Expiração Durante a expiração, os músculos relaxam e voltam para o local de onde partiram. O diafragma retorna para sua forma, os músculos intercostais externos voltam para o local de onde partiram e isso faz com Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 que o volume do pulmão reduza, aperte a parte interna do pulmão e a pressão lá dentro vai ficar muito grande e esse ar vai sair porque a pressão interna do pulmão se torna maior que a pressão atmosférica. Músculos Em um caso de respiração forçada, outros músculos serão necessários, que são músculos acessórios (discutido no caso clínico, tiragem intercostal).Tiragem intercostal: um paciente tem isso quando sua troca gasosa está ruim/comprometida e ele precisa de uma força amais para poder expandir o pulmão e também para poder retrair o pulmão, ele precisa aumentar a amplitude dos movimentos para tentar compensar essa troca gasosa. Durante a inspiração a utilização dos músculos, tanto o diafragma quanto os intercostais externos, o esternocleidomastoideo, o serratil e o escalenos –músculos acessórios. Durante a expiração, além do diafragma e dos intercostais internos há a ação dos músculos abdominais que vão ajudar também a expulsar esse ar e dá para visualizar isso em pacientes que estão respirando mal e utilizam essa musculatura acessória para poder realizar a troca de uma maneira mais fácil. A expiração normal é sempre passiva, sem o gasto de energia porque simplesmente os músculos retornam aos locais de onde vieram. Pressões Durante a inspiração o volume do pulmão aumenta e a pressão alveolar diminui e também a pressão pleural fica ainda mais negativa e isso tudo favorece a entrada do ar para dentro dos pulmões. Durante a expiração, tudo tem que aumentar a pressão dentro do pulmão fazendo ele liberar o ar. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 Reduz o volume do pulmão, a pressão alveolar aumenta e a pressão pleural fica menos negativa. Pressão pleural sempre negativa. o Pressão alveolar: consiste na pressão de ar dentro da cavidade dos alvéolos pulmonares. o Pressão pleural: é a pressão entre as membranas pleurais, parietal e visceral dos pulmões. o Pressão transpulmonar (transmural): consiste na diferença entre a pressão alveolar e a pressão pleural. Isso tudo pode ser desequilibrado em uma situação de pneumotórax – a pessoa recebeu uma facada ou ela está com uma inflamação nas pleuras ou está com hemotórax, isso tudo vai tornar a pressão pleural positiva e vai empurrar o pulmão e desarmonizar todas pressões, desencadeando dificuldades respiratórias. Conceitos Complacência X Elastância Caso: há um enfisema pulmonar; fumante crônico. O pulmão tem algumas propriedades, tem complacência e elastância. o Complacência: grau de expansão dos pulmões a cada unidade de aumento de pressão alveolar até atingir o equilíbrio. o Elastância: tende sempre a retrair o tecido pulmonar devido a sua composição tecidual rica em fibras elásticas e colágenas, interdependente. *muito complacente=fácil de encher. Ex: balão de festa velho é mais complacente que balão novo. O indivíduo que tem enfisema pulmonar tem destruição das paredes dos alvéolos, tem um pulmão mais complacente, mais “mole”, parcialmente cheio e é por isso que o indivíduo pode ter o tórax chamado tórax de barril. Está parcialmente cheio porque a fumaça do cigarro, a reação inflamatória fez com que as paredes dos alvéolos, as fibras de elastina e de colágeno fossem destruídas e ele está mais “mole”. Elastância é a capacidade de voltar, retornar para o local de onde foi retirado. O pulmão tem que ter uma complacência e uma elastância ideal. Ventilação e perfusão do pulmão Esse pulmão precisa ventilar, promover a entrada e a saída de ar, para dentro e para fora dos alvéolos. Os alvéolos do ápice já estão parcialmente cheios, por isso na porção apical há uma menor ventilação. Entra e sai uma quantidade menor de ar do que na base. A base tem uma maior capacidade de abrigar o ar e de reduzir. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 o Ventilação: quantidade de ar que entra e que sai dos pulmões. Maior na base dos pulmões. o Perfusão: fluxo de sangue através dos capilares pulmonares. Maior na base dos pulmões. o Relação ventilação perfusão: relação fisiológica entre a ventilação e perfusão. Maior no ápice dos pulmões. A base do pulmão está mais próxima do coração, então a pressão de sangue que chega na base é muito maior do que a pressão de sangue que chega no ápice. Tem locais no ápice que você não tem passagem de sangue pelo capilar que reveste ele. A zona 1 você vai ter uma maior pressão alveolar, o alvéolo já está parcialmente cheio. Uma pressão de sangue arterial maior do que uma pressão de sangue venoso porque sempre o sangue vai fluir da artéria para a veia, sempre a pressão arterial vai ser maior que a pressão venosa. Pressão de sangue menor e uma pressão no alvéolo maior. Na zona 2 você vai ter um equilíbrio maior da relação ventilação perfusão. Na zona 3 vai ter invariavelmente muito mais perfusão do que ventilação, embora na base você tenha mais perfusão e mais ventilação, a relação VQ na base é menor do que no ápice. Relação VQ é a ventilação sobre a perfusão, sempre vai ter uma maior densidade de vasos sanguíneos ativos, uma maior perfusão, na base do que uma ventilação. o Relação VQ do ápice: sempre há ventilação maior que a perfusão, embora seja baixa, a ventilação sempre vai ser maior que a perfusão. Shunt: é o desvio de sangue de um local que está pouco ventilado para um local que está melhor ventilado. Se há algo comprometendo a ventilação, haverá um shunt. Relação VQ vai tender a 0 no shunt – porque haverá pouca ventilação, e coloca 0 em V, zero dividido por qualquer coisa da 0. Espaço morto: alvéolo ventilado mas não está fazendo a troca. Essa situação poderia acontecer no covid 19. A embolia pulmonar, formação de coágulos, vai reduzir a perfusão de alguma área do pulmão mas a ventilação pode continuar normal. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 Caso Enfisema pulmonar Um tipo de doença pulmonar obstrutiva crônica desenvolvida por lesão do parênquima pulmonar, destruição de fibras elásticas e colágenas, provocando redução dos septos alveolares, aumento do tamanho dos alvéolos, aumento na complacência pulmonar e redução da área de trocas gasosas. Em estágios avançados o paciente pode apresentar tórax expandido. Os alvéolos aumentam de tamanho porque a parede vai ser destruída e de dois alvéolos juntos vai formar um só, mas vai reduzir a superfície de contato. O aumento da complacência pulmonar vai ser a causa do tórax em barril, por que o pulmão vai estar parcialmente cheio. Bronquite crônica Doença pulmonar obstrutiva crônica, desencadeada por resposta inflamatória persistente, geração de muco nas vias aéres, aumento da resistência das vias ao fluxo de ar, depósito de muco na parede dos brônquios. Quando a inflamação alcança os alvéolos a patologia pode ser configurada também como pneumonia. Há um problema na ventilação, um aumento da resistência da passagem de ar que vai ser desencadeada por uma resposta inflamatória intensa e persistente. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 2 Membrana respiratória Problema na membrana respiratória vai causar: o Dispneia o Sonolência o Aumento da FR o Aumento da FC o Tiragens intercostais o Murmúrio vesicular o Creptações Tiragens intercostais: utilização da musculatura acessória. ThaliaFeitosa, 2°P– Aula 2
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