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Qual o papel do Sistema Renina-Angiotensina (SRAA): É um sistema que participa do controle da pressão arterial. Diminuição da pressão arterial, há a liberação da renina pelas células justaglomerulares renais, vai converter o angiotensinogênio em angiotensina I. Uma enzima ECA (enzima conversora da angiotensina), vai converter a angiotensina I em angiotensina II, e essa por sua vez promoverá diversas ações que resultará no controle da pressão arterial. Uma delas é atuar no córtex da adrenal aumentando a produção da aldosterona (aumenta a reabsorção de sódio e de água no rim), promovendo um aumento do volume de sangue – aumenta o débito cardíaco. Ao mesmo tempo, a angiotensina II promove vaso constrição das arteríolas o que aumenta a resistência vascular periférica, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II vai atuar em dois parâmetros fundamentais para o controle da pressão arterial que é a resistência periférica e o débito cardíaco. A PA é regulada por esses dois parâmetros. O sistema SRA é regulado principalmente pela atividade da renina, há quatro fatores que influenciam na atividade e secreção de renina: Mácula densa (a quantidade de sódio que passa pela mácula densa altera), barorreceptor renal, angiotensina II (feedback negativo) e SNA simpático (AMPc, GMPc e cálcio) (atuação da noradrenalina). A angiotensina II atua principalmente sobre o receptor AT1 (AT1R) e gera efeitos hipertensivos: só que quando atua de forma constante e incessante: Vasoconstrição, fibrose, inflamação das CMLV, estresse oxidativo, hipertrofia cardíaca Com a atuação da ECA2 é possível produzir a angiotensina (1,7), essa última atua por meio do receptor MAS e gera efeitos anti-hipertensivos: Vasodilatação, antifibrose, anti-inflamação, diminui o estresse oxidativo e antiproliferação. A angiotensina II, se atuar sobre o receptor AT2R, também terá efeitos anti-hipertensivos. Se tivermos um bloqueador de ECA1 terá um aumento da angiotensina 1,7 Se tivermos um antagonista do AT1R, bloqueia a ligação com a angiotensina, o que liberará a angiotensina II para se ligar com o AT2R, o que causa um efeito anti-hipertensivo A angiotensina tem várias ações, mas porque bloqueá-la? 1. Alteração da resistência periférica Resposta pressora rápida 2. Alteração na função renal Resposta pressora lenta 3. Alteração na estrutura cardiovascular Hipertrofia e remodelagem vascular e cardíaca Estudos mostra a associação entra a angiotensina II com todas as fases do infarto agudo do miocárdio (desde os fatores de risco, até todo o desenvolvimento relacionado com a patogênese). Inibidores do SRAA: Bloqueadores da liberação de renina: Inibição do sistema nervoso autônomo simpático – Clondina e propranolol Antagonistas de AT1 ou bloquadroes dos receptores de angiotensina II (BRA): Eficácia semelhante aos IECA – losartano, candesartano Inibidores da ECA (IECA): Diminuição da resistência vascular sistêmica, Natriurese- captopril e enalapril Os remédios têm uma depuração predominantemente renal, por isso para quem tem problema renal deve-se reduzir a dose. Vão impedir a conversão da angiotensina I para angiotensina II. Com isso, vai ter uma ausência dos efeitos da angiotensina II (aumento da pressão arterial através do aumento do volume intravascular e vaso constrição). Causando, no fim, uma Natriurese (eliminação de sódio e água na urina – diminuição do volume intravascular) e uma diminuição da pressão arterial – pela vasodilatação (bradicinina) e pela não vasoconstrição esperada. Há um aumento da via alternativa – angiotensina (1,7) que trará efeitos protetores: Vasodilatação, antiangiogênico, aumento de NO, antitrombótico, antiproliferativo e cardioprotetora Há um aumento na liberação da renina, pois não há o feedback negativo que havia (aumento compensatório) Inibidores da renina (IDR): Reduz a atividade da renina plasmática – alisquireno Obs: A ECA atua na clivagem de bradicinina em peptídeos inativos, porém, com a IECA isso não ocorre. A bradicinina é um peptídeo vaso dilatador, ou seja, o IECA vai impedir a degradação da bradicinina, a qual poderá atuar mais com seu efeito vaso dilatador. E isso provavelmente é a causa dos principais efeitos colaterais dessa classe de fármacos – angioedema e tosse. Regulação da pressão arterial: Pressão = Débito cardíaco X resistência ventricular periférica Débito cardíaco = Frequência cardíaca X volume sistólico Volume sistólico depende da contratilidade, da pré-carga (volume diastólico final) Os fármacos anti-hipertensivos irão atuar em cima de DC ou RCP. A diminuição do débito cardíaco pode ocorrer devido a uma diminuição da contratilidade, diminuição do preenchimento ventricular (diminuindo o volume de sangue e o tônus venoso - venodilatação). A diminuição da resistência vascular periférica pode ocorrer devido a inibição da contração dos vasos de resistência por meio da diminuição do SRRA e SNA simpático. A angiotensina II ela retém água e sódio, ou seja, aumenta o volume intravascular, consequentemente, vai haver um aumento de pré-carga (volume diastólico final), depois um aumento no volume sistólico e consequentemente, no débito cardíaco, aumentando, por fim, a pressão arterial. A angiotensina II faz vaso constrição, causa um aumento da resistência vascular periférica, que por si só aumenta a pressão arterial. Inibidores de ECA (IECA) Eles têm como uso terapêutico a atuação sobre a hipertensão, pois irão reduzir a resistência vascular periférica através da vasodilatação arteriolar sistêmica. Há um aumento da complacência das artéria de grande calibre, havendo uma redução da pressão sistólica e da RPT. Esses fármacos apresentam um pequeno efeito sobre a aldosterona, ou seja, diminuem a pressão arterial principalmente pelo efeito vasodilatador, e pouco pela diminuição do débito cardíaco Usos terapêuticos na disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (insuficiência cardíaca); Redução da resistência vascular sistêmica, havendo um aumento da complacência arterial devido à redução da pós-carga e a redução da tensão da parede sistólica. A redução da pré-carga e a redução da tensão da parede diastólica devido a uma vasodilatação arteriolar renal, aumento do fluxo sanguíneo renal, Natriurese, redução da secreção de aldosterona, venodilatação e contração do volume de líquido corporal A angiotensina II faz com que haja um crescimento de miócitos e indução da fibrose cardíaca, causando a remodelagem ventricular. Com a inibição da angiotensina II impedem ou retardam a progressão da insuficiência cardíaca, reduz a incidência de morte súbita e IAM, reduz as hospitalizações e melhora a qualidade de vida do paciente. Efeitos adversos: Hipotensão relacionada a primeira dose – pacientes com atividade de renina elevada, pacientes com depleção de sal, pacientes com uso de outros anti-hipertensivos, pacientes com insuficiência cardíaca. Tosse: Acúmulo de bradicinina, substância P e prostaglandinas Hiperpotassemia, potencial fetopático, insuficiência renal aguda, exantema cutâneo, angioedema. Antagonistas do receptor de angiotensina II (BRAs) Bloqueio competitivo do receptor AT1, apresentam uma seletividade 10000x maior para AT1 X AT2. Inibição dos efeitos farmacológicos da angiotensina II e os efeitos persistem independente das concentrações de angiotensina II. Com os inibidores da ECA eu tenho um aumento mais pronunciado da angiotensina 1,7 e o efeito da bradicinina. Enquanto com os antagonistas dos receptores de angiotensina II eu tenho uma maior ativação de receptores ATII Usos Terapêuticos: Todos são utilizados para hipertensão Irbesartano e losartano → nefropatia diabética Valsartano → pacientes com ICC Eficácia comparável aos iECA BRAs → fármacos de escolha para renoproteção em pacientes diabéticos BRAs → incidência de angioedema e tosse menor do que os iECA
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