Buscar

Seguridade Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 206 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 206 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 206 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Seguridade Social
Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura
Prof. Vinícius Dittrich
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura
Prof. Vinícius Dittrich
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
apreSentação
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu 
curso, em que trataremos as questões inerentes à Seguridade Social.
Na Unidade 1, nós iremos iniciar nossos estudos abordando o conceito 
e os fundamentos da Seguridade Social, buscando compreender este ramo 
do direito e refletir sobre sua importância enquanto um sistema de proteção 
social. Nesta unidade, nós iremos também buscar compreender como se deu 
a evolução histórica da Seguridade Social no mundo, as principais teorias e 
como está o panorama atual.
Na Unidade 2, nós estudaremos a Teoria Geral do Direito da 
Seguridade Social, tópico fundamental para entender seus elementos 
basilares, como o tripé da Seguridade Social: Saúde, Previdência Social e 
Assistência Social. Além disso, abordaremos os princípios constitucionais 
da Seguridade Social e os seus princípios interpretativos, ou seja, aquelas 
concepções que norteiam a interpretação das normas jurídicas desta seara, 
bem como o planejamento, implementação, execução e fiscalização de suas 
políticas e ações.
 Além disso, conheceremos os principais benefícios disponíveis no 
âmbito da Seguridade Social: o benefício de prestação continuada – BPC 
(LOAS); o Aluguel Social, o Bolsa Família, o seguro-desemprego e a pensão 
especial aos portadores da Síndrome da Talidomida. 
Em nossa terceira e última unidade, iremos estudar o sistema de 
financiamento da Seguridade Social, que, conforme previsto na Constituição 
Federal, é um dever imposto a toda sociedade. Afinal, quais são as formas 
de contribuição para o custeio da Seguridade Social? Quem gesta? Estas e 
outras perguntas conseguiremos responder em nosso percurso.
 Por fim, trataremos também de alguns tópicos especiais com 
exceções, inadimplementos e aspectos tributários da seguridade social
Pronto para começar mais esta jornada em seu percurso formativo? 
Então vamos lá!
 Bons estudos!
Prof. Vinícius Dittrich
Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
Sumário
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE 
SOCIAL ....................................................................................................................... 1
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL .......................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................... 3
3 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................................................................... 8
3.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 10
3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................................................................... 10
3.3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................. 11
3.4 LEIS E SUAS ESPÉCIES ............................................................................................................... 13
3.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS........................................................................................................... 13
3.6 DECRETOS E SUAS ESPÉCIES .................................................................................................. 13
3.7 RESOLUÇÕES, PORTARIAS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS ........................................... 14
3.8 JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................... 14
4 NATUREZA JURÍDICA DA SEGURIDADE SOCIAL............................................................... 14
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 16
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 — A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO ............................................................... 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 TEORIAS CLÁSSICAS DA SEGURIDADE SOCIAL ................................................................ 25
2.1 O MODELO BISMARCKIANO DE SEGURIDADE SOCIAL ................................................ 29
2.2 O MODELO BEVERIDGIANO DE SEGURIDADE SOCIAL ................................................. 30
3 PANORAMA ATUAL DA SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO ......................................... 32
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 34
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 — A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ................................................................. 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 A EVOLUÇÃO CONSTITUCIONALDA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ............... 45
2.1 A LEI ELOY CHAVES COMO MARCO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL........... 47
2.2 A SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ................................ 48
2.3 A LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL ..................................................................... 51
3 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO SOBRE A SEGURIDADE 
SOCIAL ................................................................................................................................................ 52
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 53
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — TEORIA GERAL DO DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL ....................... 65
TÓPICO 1 — DA SEGURIDADE SOCIAL ..................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67
2 O TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL: ASSISTÊNCIA, PREVIDÊNCIA E SAÚDE .......... 67
2.1 ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................... 69
2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL.............................................................................................................. 70
2.3 SAÚDE ........................................................................................................................................... 70
3 DIFERENÇAS ENTRE PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................... 71
4 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DISPONÍVEIS NO ÂMBITO DA SEGURIDADE SOCIAL 
EM SEDE DE ASSISTÊNCIA ......................................................................................................... 73
4.1 BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC (LOAS) ............................................ 74
4.2 ALUGUEL SOCIAL ...................................................................................................................... 75
4.3 BOLSA FAMÍLIA .......................................................................................................................... 76
4.4 PENSÃO ESPECIAL AO PORTADORES DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA ................. 78
4.5 SEGURO-DESEMPREGO ............................................................................................................ 80
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS GERAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ................. 93
2.1 PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE ........................................................................................... 94
2.2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO .......................................................................................... 95
2.3 PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO .................................................... 96
2.4 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................................................ 97
3 OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESPECÍFICOS DA SEGURIDADE SOCIAL ...... 98
3.1 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E DE ATENDIMENTO .............. 99
3.2 PRINCÍPIO DA PRÉVIA FONTE DE CUSTEIO OU REGRA DE CONTRAPARTIDA ........ 100
3.3 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E 
SERVIÇOS ENTRE AS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS ........................................... 101
3.4 PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS 
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ........................................................................................................ 102
3.5 PRINCÍPIO DA EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO DO CUSTEIO .............. 103
3.6 PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO ................................. 104
3.7 PRINCÍPIO DO CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA 
ADMINISTRAÇÃO POR MEIO DA GESTÃO QUADRIPARTITE ..................................... 105
3.8 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL ............................................... 106
3.9 PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS ............................ 107
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 108
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS INTERPRETATIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL .................. 117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117
2 PRINCÍPIOS INTERPRETATIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................................ 117
2.1 PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM E ULTRATIVIDADE ........................................ 118
2.2 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE .................................................................................. 118
2.3 PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO IMEDIATA DA NORMA CONSTITUCIONAL ............... 119
2.4 PRINCÍPIO DA RETROSPECTIVIDADE ............................................................................... 119
2.5 PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS ............. 120
2.6 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO SOCIAL .................................................................................... 120
2.7 PRINCÍPIO DO DIREITO AO MELHOR BENEFÍCIO ......................................................... 121
2.8 PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DA TUTELA PREVIDENCIÁRIA .............................. 121
2.9 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA SEM AMPARO 
LEGAL .......................................................................................................................................... 122
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 129
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 131
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 132
UNIDADE 3 — FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL ......................................... 135
TÓPICO 1 — RELAÇÃO JURÍDICA DE CUSTEIO .................................................................... 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137
2 DEFINIÇÃO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL ....................................................................... 137
3 AUTONOMIA DA RELAÇÃO DE CUSTEIO ...........................................................................142
4 OS CONSELHOS DE GESTÃO DESCENTRALIZADA DA SEGURIDADE SOCIAL .... 143
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 155
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 156
TÓPICO 2 — ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE 
SOCIAL ....................................................................................................................... 159
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159
2 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL PREVIDENCIÁRIAS ............................. 160
3 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL NÃO PREVIDENCIÁRIAS ................... 161
4 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL RESIDUAIS E GERAIS ......................... 163
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 166
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 172
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE EXCEÇÕES, INADIMPLEMENTOS E 
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DA SEGURIDADE SOCIAL ............................... 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173
2 HIPÓTESES DE MORATÓRIA, ANISTIA, REMISSÃO E IMUNIDADES DAS 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ........................................................................................................ 173
3 HIPÓTESES E CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES 
SOCIAIS ........................................................................................................................................... 180
4 COMENTÁRIOS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA E ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS 
CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL............................................................. 182
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 185
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 193
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 194
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 195
1
UNIDADE 1 — 
FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO 
HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que é a Seguridade Social, por meio de seus conceitos e 
fundamentos;
• delinear a natureza jurídica da Seguridade Social;
• estabelecer a evolução histórica da Seguridade Social no mundo;
• compreender a evolução histórica da Seguridade Social no Brasil;
•	 estimular	a	reflexão	acerca	da	importância	da	Seguridade	Social	enquanto	
um sistema de proteção social;
• desenvolver um olhar crítico acerca da Seguridade Social, compreendendo 
seu panorama atual.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
TÓPICO 2 – A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO
TÓPICO 3 – A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada que se inicia. 
Neste primeiro tópico iremos estudar o conceito e os fundamentos da 
Seguridade Social. Veremos a sua natureza jurídica e em que ramo do direito, 
enquanto ciência jurídica, a Seguridade Social estaria vinculada.
 A Seguridade Social é um importante sistema de proteção social, 
composta por serviços e benefícios sociais que visam o bem-estar da sociedade. 
Uma dúvida muito comum que temos é sobre as semelhanças e diferenças 
da Previdência Social, pois frequentemente vemos a Seguridade Social e a 
Previdência Social sendo tratadas como sinônimos, mas não são.
Nesta caminhada iremos descobrir juntos estas e outras questões 
fundamentais para compreendermos o universo da Seguridade Social, este 
importante instrumento de concretização de direitos fundamentais, essenciais 
para efetivação da cidadania e dignidade da pessoa humana, visando a formação 
de uma sociedade livre, justa e solidária.
Você vai ver que Seguridade Social é um tema muito mais empolgante e 
interessante do que poderia imaginar. 
Está preparado para iniciar esta jornada de conhecimento? O início da 
caminhada	está	a	uma	página	de	distância.	Vamos	lá?
2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL
O conceito de Seguridade Social, em uma primeira análise e, por 
assim	dizer,	em	uma	definição	mais	ortodoxa,	é	naturalmente	aquele	previsto	
constitucionalmente,	 no	 artigo	 194	 da	 Carta	Magna,	 que	 a	 define	 como	 um	
“conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência social e 
assistência social”.
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
4
O	 artigo	 6ᵒ	 da	 Constituição	 Federal,	 diz	 que	 são	 direitos	 sociais:	 a	
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, 
a	 segurança,	 a	 previdência	 social,	 a	 proteção	 à	 maternidade	 e	 à	 infância,	 a	
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988).
Assim, podemos concluir já nestas primeiras linhas de nossos estudos 
que a Seguridade Social é um conceito muito mais amplo do que o de Previdência 
Social, muito embora estes termos sejam utilizados com frequência, inclusive 
pela melhor doutrina jurídica, como se fossem sinônimos, mas não são. 
A	 Seguridade	 Social,	 como	 bem	 delineado	 pelo	 próprio	 texto	
constitucional, é um gênero que contempla três espécies: a saúde, a assistência 
social e a previdência social. Este é o chamado tripé da seguridade social ou 
tríplice aspecto da seguridade social.
A Previdência Social é, portanto, uma espécie dentro do gênero 
Seguridade Social, sendo esta última muito mais abrangente do que a primeira. 
Desde	já,	entenda	e	lembre-se	de	que	a	única	dentre	estas	três	espécies	que	exige,	
obrigatoriamente, a chamada contraprestação pecuniária – ou seja, você precisa 
contribuir/pagar para utilizar – é a previdência social. 
Por outro lado, a saúde e a assistência social, independem de contribuição, 
pagamento ou contraprestação, são de acesso livre, universal e gratuito. A 
maior parte da doutrina resume estes termos “contribuição, pagamento ou 
contraprestação” como “contributivo” ou “não contributivo”. Ou seja, enquanto a 
previdência social obedece a todo um sistema contributivo, a saúde e a assistência 
social são “não contributivos”, porque independem de qualquer “contribuição” 
direta por parte do cidadão, ou seja, pagamento.
Naturalmente, nada é “de graça”. Muito embora o cidadão não necessite 
contribuir	diretamente	para	acessar	os	serviços	de	saúde	e	assistência	social,	existe	
um	sistema	de	financiamento	destes	serviços,	que	inclui	contribuições	indiretas	
de toda a sociedade e do Estado.
 
Seja	 como	 for,	 para	 fins	 doutrinários	 e	 inclusive	 frente	 a	 questões	 de	
provas	de	concursos	ou	exame	de	ordem,por	exemplo,	a	regra	é	de	que	saúde	e	
assistência social são sistemas não contributivos, enquanto somente a previdência 
social é um sistema contributivo. É muito importante que você tenha isto muito 
bem	fixado.
Bradbury (2020, p. 6) nos ajuda a compreender melhor o conceito de 
Assistência Social e seus aspectos: 
Assim,	 podemos	 definir	 a	 Seguridade	 Social	 como	 o	 conjunto	 de	
políticas públicas governamentais e ações da sociedade civil voltadas 
para o desenvolvimento de direitos relacionados à saúde, previdência 
e	assistência	social.	[...]	Verifica-se,	assim,	que	a	Seguridade	Social,	tem	
os seus três ramos (saúde, assistência e previdência social) previstos 
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
5
expressamente	no	art.	6ᵒ	da	CF/1988,	como	direitos	sociais	de	segura	
geração ou dimensão, os quais foram assegurados pelo Estado do 
Bem-Estar Social, que busca implementar a seguinte premissa lógica: 
“é preciso ter para ser”, ou seja é necessário ter, materialmente, um 
mínimo de direitos assegurados e realizados, para que o indivíduo 
possa ser, realmente, um cidadão. Os direitos de segura geração ou 
dimensão se situam, desta maneira, no plano do ter, de conteúdo 
econômico e social e almejam melhorar as condições de vida e trabalho 
da	população,	 exigindo	do	Estado	uma	 atuação	positiva	 (obrigação	
de	 fazer)	 em	 prol	 dos	 explorados,	 compreendendo,	 dentre	 outros,	
o direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à educação, à moradia e à 
previdência social.
A	definição	 trazida	 por	 Bradbury	 (2020,	 p.	 6)	 deixa	 bastante	 claro	 que	
a Seguridade Social tem por função garantir a dignidade da pessoa humana, 
cercando-a por três aspectos absolutamente fundamentais, quais sejam, a saúde, 
a	assistência	social,	e	a	previdência	social,	que	beneficiam	os	cidadãos	durante	
todas	as	etapas	de	sua	vida,	garantindo-lhe	o	mínimo	existencial,	em	busca	do	
estabelecimento e manutenção de uma ordem de bem-estar social, ainda tão 
almejada pela sociedade brasileira. 
O esquema a seguir ilustra bem a Seguridade Social com gênero, que tem 
intersecções com as suas espécies: saúde, assistência e previdência. Note que as 
espécies não se intersecionam entre si, mas somente com a Seguridade Social:
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DO TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL
FONTE: Os autores
São, portanto, espécies, bastante distintas umas das outras. Vale transcrever 
um trecho da obra de Santos (2019, p. 269), que ensina:
A	solidariedade	é	o	fundamento	da	seguridade	social.	Pela	definição	
constitucional, a seguridade social compreende o direito à saúde, 
à assistência social e à previdência social, cada qual com disciplina 
constitucional	e	infraconstitucional	específica.	Trata-se	de	normas	de	
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
6
proteção social, destinadas a prover o necessário para a sobrevivência 
com dignidade, que se concretizam quando o indivíduo, acometido 
de doença, invalidez, desemprego, ou outra causa, não tem condições 
de prover seu sustento ou de sua família. É com a proteção dada por 
uns dos institutos componentes da seguridade social que se garantem 
os mínimos necessários à sobrevivência com dignidade, à efetivação 
do bem-estar, à redução das desigualdades, que conduzem à justiça 
social. As mutações sociais e econômicas decorrentes do avanço 
tecnológico conduzem a novas situações causadoras de necessidades, 
fazendo com que a proteção social tenha que se adequar aos novos 
tempos.	O	art.	194,	parágrafo	único,	da	CF,	permite	que	se	expanda	a	
proteção	e,	consequentemente,	também	o	seu	financiamento.	Deseja	a	
Constituição que todos estejam protegidos, de alguma forma, dentro 
da	seguridade	social.	E	a	proteção	adequada	se	fixa	em	razão	do	custeio	
e da necessidade. Assim, se o necessitado for segurado da previdência 
social, a proteção social será dada pela concessão do benefício 
previdenciário correspondente à contingência-necessidade que o 
atingiu. Caso o necessitado não seja segurado de nenhum dos regimes 
previdenciários disponíveis, e preencha os requisitos legais, terá direito 
à assistência social. Todos, ricos ou pobres, segurados da previdência 
ou não, têm o mesmo direito à saúde (art. 196). Portanto, todos os que 
vivem no território nacional, de alguma forma, estão ao abrigo do 
“grande guarda-chuva da seguridade social”, pois a seguridade social 
é direito social, cujo atributo principal é a universalidade, impondo que 
todos tenham direito a alguma forma de proteção, independentemente 
de sua condição socioeconômica. A seguridade social garante os 
mínimos necessários à sobrevivência. É instrumento de bem-estar e de 
justiça social, e redutor das desigualdades sociais, que se manifestam 
quando,	por	alguma	razão,	faltam	ingressos	financeiros	no	orçamento	
do indivíduo e de sua família.
 
É	muito	interessante	a	visão	de	Santos	(2019,	p.	269)	ao	inserir	no	contexto	
do estudo da Seguridade Social o termo solidariedade. Ao fazer uma simples 
pesquisa em um buscador de internet, veremos que o termo solidariedade, 
do francês solidarité, quer dizer responsabilidade mútua, inteiro, completo, 
interdependente. E, do latim, solide ou solidus,	é	um	termo	que	manifesta	firmeza,	
algo inteiro e sólido. É, assim, um termo muito apropriado este utilizado por 
Santos	(2019)	ao	buscar	definir	Seguridade	Social.	
Leitão	(2018,	p.	48)	contribui	para	o	conceito	de	Seguridade	Social,	ao	afirmar:
A seguridade social, parte integrante da ordem social, compreende 
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e 
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social (art. 194 da CF/88). Portanto, conclui-
se que a seguridade social é um sistema de proteção social composto 
de três subsistemas: previdência, assistência social e saúde.
 
Impende	observar	que	o	Leitão	(2018)	classifica	a	Seguridade	Social	dentro	
do	contexto	da	Ordem	social,	ou	seja,	como	uma	das	ferramentas	para	a	promoção	
da ordem e Bem-Estar social. O autor apresenta uma didática ilustração acerca da 
Seguridade Social:
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
7
FIGURA 2 – SEGURIDADE SOCIAL NA VISÃO DE LEITÃO (2018)
FONTE: Leitão (2018, p. 47)
Denota-se	pelo	esquema	da	figura	acima	que	Leitão	 (2018)	 compreende	a	
Seguridade Social como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes 
públicos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. 
Kertzman	 (2014,	 p.	 11)	 estrutura	 de	 forma	 bastante	 interessante	 o	 seu	
conceito de Seguridade Social:
A palavra “seguridade” quer dizer “segurança”, “proteção”, 
“salvaguarda”.	Associada	ao	adjetivo	“social”,	passa	a	ser	expressão	
indicativa de um conjunto de políticas públicas assumidas pelo Estado 
com o objetivo de garantir aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no país os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. A “seguridade social” é, portanto, e em última 
análise, a manifestação institucional de um seguro que a própria 
sociedade brasileira, tendo como base o primado do trabalho e com 
vistas ao bem-estar e à justiça sociais, construiu para si mesma.
O autor contribui, também, com uma tabela muito didática:
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
8
TABELA 1 – QUADRO-RESUMO DA SEGURIDADE SOCIAL
FONTE: Kertzman (2014, p. 11)
Você compreendeu o conceito de Seguridade Social e como este conceito 
é totalmente diferente de Previdência Social? Conseguiu compreender, além 
disso, que a Seguridade Social compreende saúde, assistência e previdência? 
Não se preocupe em entender agora os detalhes. O importante é que você tenha 
compreendido os aspectos gerais e saiba, ao menos, responder às perguntas 
acima.	Em	nossa	próxima	unidade,	estudaremos	de	forma	mais	aprofundada	o	
tríplice aspecto da Seguridade Social, bem como, mais algumas de suas distinções 
em relação à PrevidênciaSocial. Já está curioso(a)? 
3 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
Antes de adentrar aos fundamentos em espécie da Seguridade Social, 
é salutar conceituar o que são fundamentos, na acepção jurídica deste termo. 
Fundamentos, em ciência jurídica, são os elementos que formam o arcabouço, a 
espinha dorsal, a base sobre a qual esta ciência se desenvolve. 
Em sede de Seguridade Social, os fundamentos em linhas gerais são comuns 
a outros ramos do direito, porém, com elementos que lhe são particulares, por 
exemplo,	princípios	específicos,	normas	constitucionais	especificamente	dirigidas	
à Seguridade Social, leis que tratam da seguridade social, e assim por diante. 
Assim, podemos dizer que os fundamentos da Seguridade Social são 
formados por:
•	 Princípios	específicos
• Constituição Federal
• Emendas constitucionais
• Leis e suas espécies
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
9
• Medidas provisórias
• Decretos e suas espécies
• Resoluções, portarias, instruções normativas 
• Jurisprudência 
Tsutiya	 (2013,	 p.	 47)	 explica	 de	 maneira	 muito	 didática	 sobre	 os	
fundamentos da Seguridade Social:
Todo o processo se inicia na Constituição. O povo, reunido em 
Assembleia Nacional, por intermédio de seus representantes, 
estabelece	as	diretrizes	para	a	explicitação	de	sua	vontade.	Compõe-
se a chamada superestrutura do ordenamento jurídico, na visão 
kelseniana. Em seguida, o legislador regula- menta a vontade 
do povo por meio das leis e diversas espécies normativas. São as 
chamadas	normas	infraconstitucionais,	ou	seja,	localizadas	abaixo	da	
Constituição. As leis criam direitos e obrigações. Para sua efetivação, 
entra	 em	 cena	 o	 Poder	 Executivo,	 que	 tem	 a	 função	 precípua	 de	
executar	as	leis.	Para	tanto,	utiliza	instrumentos	que	tornam	exequível,	
administrativamente, o comando emanado do Poder Legislativo. 
Essas espécies normativas compõem as normas infralegais. São os 
decretos, regulamentos, circulares, ordens de serviço etc., em que são 
efetivamente concedidos os direitos e cobradas as obrigações na seara 
do direito público.
O	autor	ilustra,	por	meio	da	figura	a	seguir,	de	forma	bastante	visual,	os	
fundamentos da Seguridade Social:
FIGURA 3 – FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
FONTE: Tsutiya (2013, p. 48)
Normas
infraconstitucionais
Normas
infralegais
Constituição Federal
Emendas constitucionais
Leis ordinárias, complementares,
leis delegadas, decretos legislativos,
medidas provisórias
Decretos, regulamentos
Instruções normativas
Ordens de serviço
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
10
Perceba que Tsutiya (2013) divide os fundamentos da Seguridade Social 
em dois grandes grupos: normas infraconstitucionais, ou seja, aquelas que estão 
abaixo	da	constituição	como	as	leis	ordinárias,	complementares,	leis	delegadas,	
decretos legislativos e medidas provisórias; e as normas infralegais, como os 
decretos,	regulamentos,	e	instruções	normativas,	por	exemplo.
3.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS
Os	 princípios	 específicos	 de	 Seguridade	 Social	 serão	 abordados	 em	
unidade adiante, mas, considerando que integram os fundamentos da Seguridade 
Social, vamos aqui, tão somente, elencar os principais:
• Universalidade da cobertura e do atendimento
• Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e 
urbanas
• Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
• Irredutibilidade do valor dos benefícios
• Equidade na forma de participação no custeio
•	 Diversidade	da	base	de	financiamento
• Caráter democrático e descentralizado da administração
Estes princípios estão previstos constitucionalmente no artigo 194 da 
Constituição Federal, incisos I ao VII.
É	importante	destacar	que	os	princípios	específicos	da	Seguridade	Social	
não	se	confundem	com	os	princípios	específicos	de	Direito	Previdenciário	ou	de	
Previdência Social, posto que, como estudamos, o primeiro é gênero, enquanto os 
segundos são espécie.
3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A	Constituição	Federal	não	poderia	deixar	de	ser	um	dos	fundamentos	da	
Seguridade Social. Tsutiya (2013, p. 49) tece alguns comentários relevantes acerca 
da posição da Constituição Federal como integrante do rol de fundamentos da 
Seguridade Social, sob a ótica de Hans Kelsen:
A Constituição, segundo o sistema kelseniano, ocupa o topo da 
pirâmide	normativa.	É	a	 lei	 suprema	do	Estado,	a	 fonte	 irradiadora	
de todo o direito. Em vista disso, todas as normas jurídicas devem 
submeter-se	a	ela.	Como	vimos,	traz	as	diretrizes	para	a	explicitação	
da vontade do povo. Como carta política, contém princípios e valores 
fundamentais que servem de paradigma para a interpretação das 
demais normas de integração do ordenamento jurídico.
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
11
O artigo 194 da Constituição Federal trata da Seguridade Social, 
insculpindo que a seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (BRASIL, 
1988). A seu turno, o artigo 195 da Constituição Federal também fala da 
Seguridade	Social,	mais	especificamente	nos	seguintes	termos:	“A	seguridade	
social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social”.
3.3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
O artigo 59 da Constituição Federal e seu inciso I, preveem que “o processo 
legislativo compreende a elaboração de: I- emendas à Constituição” (BRASIL, 
1988,	 art.	 59).	 As	 emendas	 constitucionais	 são	 alterações	 específicas	 no	 texto	
constitucional,	que	podem	atingir	toda	a	constituição,	com	exceção	das	chamadas	
cláusulas pétreas, que são aquelas que são consideradas imutáveis, assim sendo 
aquelas	previstas	no	artigo	60,	parágrafo	4ᵒ,	da	Constituição	Federal,	a	saber:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
[...]
§	4ᵒ	Não	será	objeto	de	deliberação	a	proposta	de	emenda	tendente	
a abolir:
[...]
I- a forma federativa de Estado;
II- o voto direto, secreto, universal e periódico;
III- a separação dos Poderes;
IV- os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988, s. p.).
Desta forma, tudo aquilo que não se enquadre nas hipóteses acima, 
quais sejam, cláusulas pétreas da Constituição Federal, poderá ser objeto de 
emenda constitucional. A seguir, disponibilizamos a lista de todas as emendas 
constitucionais já implementadas em matérias de Seguridade Social:
Emenda Constitucional nᵒ 103, de 12 de novembro de 2019 
Altera o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e 
disposições transitórias.
Emenda Constitucional nᵒ 98, de 6 de dezembro de 2017 
Altera	o	art.	31	da	Emenda	Constitucional	nᵒ	19,	de	04	de	junho	de	1998,	e	
dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 88, de 7 de maio de 2015
Altera	o	inciso	II	do	§	1ᵒ	do	art.	40	da	Constituição	Federal,	relativamente	ao	
limite de idade para a aposentadoria compulsória do servidor público, bem como 
acrescenta o art. 100 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
12
Emenda Constitucional Nᵒ 79, de 27 de maio de 2014
Altera	o	art.	31	da	Emenda	Constitucional	nᵒ	19,	de	4	de	junho	de	1998,	
para	prever	 a	 inclusão,	 em	quadro	 em	 extinção	da	Administração	 Federal,	 de	
servidores e policiais militares admitidos pelos Estados do Amapá e de Roraima, 
na fase de instalação dessas unidades federadas, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 70, de 29 de março de 2012
Acrescenta	 o	 art.	 6ᵒ-A	 à	 Emenda	 Constitucional	 nᵒ	 41,	 de	 2003,	 para	
estabelecer critérios para o cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria 
por invalidez dos servidores públicos.
Emenda Constitucional nᵒ 47, de 6 de julho de 2005 
Altera os arts. 37, 40, 195 e 201 da Constituição Federal, para dispor sobre 
aprevidência social, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 41, de 19 de dezembro de 2003 
Modifica	os	arts.	37,	40,	42,	48,	96,	149	e	201	da	Constituição	Federal,	revoga	
o	inciso	IX	do	§	3ᵒ	do	art.	142	da	Constituição	Federal	e	dispositivos	da	Emenda	
Constitucional	nᵒ	20,	de	15	de	dezembro	de	1998,	e	dá	outras	providências.
Emenda Constitucional nᵒ 25, de 14 de fevereiro de 2000
Altera o inciso VI do art. 29 e acrescenta o art. 29-A à Constituição Federal, 
que dispõem sobre limites de despesas com o Poder Legislativo Municipal.
Emenda Constitucional nᵒ 20, de 15 de dezembro de 1998 
Modifica	o	sistema	de	previdência	social,	estabelece	normas	de	transição	
e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 19, de 4 de junho 1998 
Modifica	o	regime	e	dispõe	sobre	princípios	e	normas	da	Administração	
Pública,	servidores	e	agentes	políticos,	controle	de	despesas	e	finanças	públicas	e	
custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências.
Emenda Constitucional nᵒ 18, de 5 de fevereiro de 1998
Dispõe sobre o regime constitucional dos militares.
A Emenda Constitucional n° 103/2019, também conhecida como Reforma 
da Previdência, altera o sistema de previdência social, estabelece regras de transição 
e disposições transitórias, trouxe profundas e controversas modificações no sistema 
previdenciário brasileiro. Recomendamos que você faça a leitura, acessando: http://
sa.previdencia.gov.br/site/2019/11/5dd3d625cb972-5dd3d625cb975EC-n.o-103-de-12-
novembro-2019-DOU-de-13.11.2019.pdf.pdf.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
13
3.4 LEIS E SUAS ESPÉCIES
As leis têm previsão constitucional (artigo 59, incisos II e III). Na lição de 
Tsutiya (2013, p. 50):
Somente as leis têm o condão de criar direitos e obrigações. A 
intenção do povo, manifestada pelo poder constituinte originário 
ou	derivado,	não	é	suficiente	para	criar	direitos;	é	somente	a	partir	
da lei que se passa à efetividade. A não ser, é claro, que se trate de 
norma	 constitucional	 de	 eficácia	 plena	 e	 aplicabilidade	 imediata,	
que por si só produz efeitos imediatos. Porém, esse tipo de norma 
é	 exceção;	 a	 Constituição	 é	 geralmente	 composta	 de	 normas	 de	
eficácia	 limitada	 de	 cunho	 programático.	 Tal	 espécie	 de	 norma	 é	
condizente com o espírito da Constituição, que é uma carta política. 
São diretrizes apontadas pelo povo, por meio do poder constituinte, 
para a elaboração de sua vontade.
3.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS
As medidas provisórias, segundo preconiza o artigo 59, inciso V, da 
Constituição Federal, são parte do processo legislativo. Trata-se de um ato 
privativo	do	chefe	do	poder	executivo	nacional,	em	caso	de	urgência	e	relevância.	
Com força de lei, tem prazo de duração de sessenta dias, prorrogáveis por igual 
período, e, caso não seja objeto de apreciação pelo poder legislativo no prazo 
de quarenta e cinco dias, tranca a pauta e obriga a realização de sua votação, 
transformando-a ou não em lei. 
3.6 DECRETOS E SUAS ESPÉCIES
Decretos Legislativos
Previstos no art. 59, inciso VI, da Constituição Federal, os decretos 
legislativos, segundo Tsutiya (2013, p. 51):
[...] introduzem na ordem jurídica os tratados e convenções. Por esse 
instrumento normativo, o Legislativo aprova os tratados e convenções 
internacionais	 assinados	 pelo	 presidente	 da	 República.	 Exemplo	 de	
decreto legislativo é o de n. 27, de 26-5-1992, que aprova a Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos celebrada em 1969 — Pacto de 
San José (Costa Rica). Entre os direitos humanos encontra-se o direito 
à Seguridade Social.
Decretos Administrativos
Os decretos administrativos, por sua vez, são um comando emanado 
diretamente	 do	 Poder	 Executivo,	 e	 visam	dar	 efetividade	 à	 aplicação	 de	 uma	
norma jurídica. O decreto administrativo é um ato que compete privativamente 
ao	chefe	do	poder	executivo,	e	jamais	poderá	contrariar	uma	norma	jurídica,	mas	
apenas complementá-la ou aperfeiçoá-la, sem retirar-lhe o espírito.
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
14
3.7 RESOLUÇÕES, PORTARIAS E INSTRUÇÕES 
NORMATIVAS 
As Resoluções são normas ou atos administrativos que partem de 
autoridades	do	poder	executivo,	com	a	finalidade	de	disciplinar	determinados	
temas.	No	 âmbito	 do	 INSS,	 por	 exemplo,	 estes	 instrumentos	 são	 amplamente	
utilizados para regular de forma pormenorizada as determinações da autarquia. 
Existem	 centenas	 destas	 normas	 regulando	 os	 mais	 variados	 tipos	 de	 temas,	
tanto sobre a forma dos requerimentos, prazos, sistema recursal, dentre outros 
temas.	Quem	atua	nesta	área	deve	estar	extremamente	atento	a	estas	normas,	pois	
inclusive muitas delas tem tido a sua própria constitucionalidade questionada. 
 
Já as Portarias	 são	documentos	oficiais	assinados	por	chefes	de	estado.	
Assemelham-se bastante às Resoluções, sendo estas últimas mais comuns no 
âmbito	da	Seguridade	Social	do	que	as	Portarias.	
As Instruções Normativas	 no	 âmbito	 da	 Previdência	 Social,	 a	 título	
de	 exemplo,	 na	 lição	 de	 Tsutiya	 (2013,	 p.	 52)	 são	 uma	 instrução	 “emitida	
exclusivamente	 pela	 diretoria	 colegiada	 para	 normatizar	 e	 disciplinar	 a	
aplicação de leis, decretos, regulamentos e pareceres normativos de autoridades 
do	Poder	Executivo”.	No	âmbito	da	Previdência	Social,	a	instrução	normativa	é	
emitida	exclusivamente	pela	diretoria	colegiada	para	normatizar	e	disciplinar	a	
aplicação de leis, decretos, regulamentos e pareceres normativos de autoridades 
do	Poder	Executivo.
3.8 JURISPRUDÊNCIA
Por	 fim,	 a	 jurisprudência,	 que	 consiste	 em	 um	 conjunto	 de	 decisões	
do poder judiciário, de forma reiterada no mesmo sentido e direção sobre 
determinado tema, também é considerada um dos fundamentos da Seguridade 
Social, que está sujeita ao seu controle. 
Assim,	finalizamos	o	estudo	dos	fundamentos	da	Seguridade	Social.	
4 NATUREZA JURÍDICA DA SEGURIDADE SOCIAL
A Seguridade Social é uma criação constitucional, disciplinada, como 
estudamos anteriormente, normas jurídicas diversas. É uma espécie de proteção 
estatal compulsória. Não se escolhe ser acolhido ou não pela Seguridade Social. 
O fato é que ela está à disposição de toda a sociedade.
Outro	fator	a	ser	considerado,	é	que	as	normas	no	âmbito	da	Seguridade	
Social	 são	 impositivas,	 não	 cabendo	 ao	 beneficiário	 qualquer	 espécie	 de	
interferência direta. Tal fato, revela a natureza jurídica do Direito Previdenciário: 
Direito Público. 
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
15
Afinal,	 o	 que	 é	Direito	Público?	O	Direito	Público	 é	 o	 ramo	da	 ciência	
jurídica que trata do conjunto de normas jurídicas que organizam os interesses 
estatais,	tanto	internos	como	externos.	No	caso	do	Direito	Previdenciário,	temos	
que este se enquadra como um ramo do Direito Público Interno, posto que trata 
da soberania do Estado sobre o povo em assuntos domésticos. 
Dower (2001, p. 5) ensina que:
Normas de Direito Público são aquelas em que o Estado toma parte, 
ou seja, regulam as relações em que o Poder Público (a União, o 
Estado membro, o Município, suas respectivas autarquias) é parte. 
Considerando que o Estado intervém na relação jurídica como 
autoridade estatal, norma de direito público é aquela que se refere aos 
interesses do Estado.
Para	além	destas	considerações,	é	importante	contextualizar	a	Seguridade	
Social, enquanto parte do Direito Público, também como uma espécie de imposição 
Estatal. Neste sentido, somos brindados com a lição de Canotilho (1993, p. 541), 
quando aponta que a função defensiva dos direitos dos cidadãos possui dupla 
perspectiva:
[...] (1) constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de 
competência negativa para os poderes públicos, proibindo 
fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica 
individual; (2) implicam, num plano jurídico-subjetivo, o poder de 
exercer	 positivamente	 direitos	 fundamentais	 (liberdade	 positiva)	 e	
de	exigir	omissões	dos	poderes	públicos,de	forma	a	evitar	agressões	
lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa).
Alexy	(2011,	p.	443)	vem	no	mesmo	sentido	e	direção,	quando	afirma:
[...] de acordo com a interpretação liberal clássica, direitos 
fundamentais	 são	“destinados,	em	primeira	 instância,	a	proteger	a	
esfera de liberdade do indivíduo contra intervenções dos Poderes 
Públicos; eles são direitos de defesa do cidadão contra o Estado”. 
Diretos de defesa do cidadão contra o Estado são direitos a ações 
negativas (abstenções) do Estado. Eles pertencem ao status negativo, 
mais precisamente ao status negativo em sentido amplo. Seu 
contraponto são os direitos a uma ação positiva do Estado, que 
pertencem ao status positivo, mais precisamente ao status positivo 
em sentido estrito.
Assim, bem delineados os aspectos da natureza jurídica da Seguridade 
Social, enquanto parte do Direito Público. 
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
16
LEITURA COMPLEMENTAR
SEGURIDADE SOCIAL: A ASSISTÊNCIA COMO FERRAMENTA DE 
GARANTIAS SOCIAIS
Romilda Barbosa da Silva Lourençon
Resumo: Este artigo estuda a assistência social, parte integrante da 
Seguridade Social. A Assistência se diferencia da Previdência Social por 
apresentar	um	caráter	de	auxílio	aos	que	dela	necessitem,	 independentemente	
de contribuição. Tem-se o intuito de demonstrar a Assistência como natureza de 
justiça social, como ferramenta utilizada pelo Estado de cuidar dos necessitados 
e ser omisso diante da grande segregação e disparidade na distribuição de renda 
de nosso país.
Palavras-chave: Seguridade Social. Assistência Social. Princípio da 
Universalidade.
1. A Seguridade Social
A seguridade social de acordo com o artigo 194 da Constituição Federal e 
o	art.	1ᵒ	da	Lei	8.212,	Lei	Orgânica	da	Seguridade	Social,	compreende	um	conjunto	
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado 
a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social, e tem 
como princípios e diretrizes a universalidade da cobertura e do atendimento; 
uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas 
e rurais; seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
irredutibilidade do valor dos benefícios; equidade na forma de participação 
no	 custeio;	 diversidade	 da	 base	 de	 financiamento;	 e	 caráter	 democrático	 e	
descentralizado da gestão administrativa com a participação da comunidade, em 
especial de trabalhadores, empresários e aposentados.
Existem	 duas	 concepções	 para	 a	 seguridade	 social,	 uma	 distributiva	 e	
outra comutativa:
A comutativa pode ser observada nas primeiras legislações dos 
seguros sociais e nos sistemas que se inspiram no seguro privado. 
Aqui o direito à seguridade social está intimamente associado 
a	 uma	 atividade	 assalariada.	 Dessa	 forma,	 o	 exercício	 de	 uma	
atividade	profissional	é	a	causa	e	a	medida	de	tal	proteção.	Segundo	
a concepção comutativa, a seguridade social funciona como um 
sistema	de	garantias	de	rendas	obtidas	pelo	exercício	de	determinada	
atividade	profissional	e	destinadas	à	cobertura	de	riscos	previamente	
catalogados.	[…]	Segunda	a	concepção	distributiva,	o	exercício	de	uma	
atividade	profissional	deixa	de	ser	o	elemento	fundamental	do	direito	
à seguridade social. Aqui, o objeto é a necessidade dos indivíduos, 
levando-se	 em	 consideração	 a	 existência	 de	 outras	 necessidades	
sociais, novas, chamadas de coletivas (CORREIA, 2013).
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
17
Essa segunda concepção trabalha com a ideia do princípio da 
solidariedade, onde toda a coletividade deve tomar para si as prestações 
destinadas	a	garantir	a	todos	a	existência	digna.	Reflete-se	assim	na	seguridade,	
como sendo um sistema de garantias em busca do mínimo social.
Quando estudamos a Seguridade Social, devemos ter em mente todo o 
percurso que foi necessário para se ter esses direitos garantidos na Constituição. 
Historicamente, o Brasil é um país jovem em comparação aos demais com o 
mesmo nível de desenvolvimento, e embora não tenhamos de maneira satisfatória 
e efetiva a garantia e respeito a preceitos constitucionais referentes aos direitos 
de segunda geração, temos isso instituído em Lei. Com o desenvolvimento e 
participação social nas políticas públicas, que vem gradativamente ocorrendo com 
país, é questão de tempo para que haja o correto funcionamento da seguridade 
social.	O	que	atravanca	o	desempenho	desse	ramo	do	direito	é	a	falta	fiscalização,	
comprometimento e gestão dos recursos destinados à seguridade.
A seguridade social é um conjunto de ações e instrumentos por meio 
do qual se pretende alcançar uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar 
a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e promover o 
bem de todos. Ela visa a garantir que o cidadão se sinta seguro e protegido ao 
longo	de	sua	existência,	provendo-lhe	a	assistência	e	recursos	necessários	para	
os momentos de infortúnios. É a segurança social, segurança do indivíduo como 
parte integrante de uma sociedade.
Para tanto, a seguridade social, de acordo com o art. 196 da Constituição 
Federal, divide-se em: saúde, previdência social e assistência.
2. A Assistência Social
A Constituição trata sobre Assistência Social nos artigos 203 e 204.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem 
por objetivos:
I-	 a	proteção	à	família,	à	maternidade,	à	infância,	à	adolescência	e	à	
velhice;
II- o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III- a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV-	 a	habilitação	e	reabilitação	das	pessoas	portadoras	de	deficiência	e	
a promoção de sua integração à vida comunitária;
V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora	de	deficiência	e	ao	idoso	que	comprovem	não	possuir	
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social 
serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, 
previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base 
nas seguintes diretrizes:
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
18
I- descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e 
as	normas	gerais	à	esfera	federal	e	a	coordenação	e	a	execução	dos	
respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a 
entidades	beneficentes	e	de	assistência	social;
II- participação da população, por meio de organizações 
representativas, na formulação das políticas e no controle das ações 
em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular 
a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos 
por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses 
recursos no pagamento de:
I- despesas com pessoal e encargos sociais;
II- serviço da dívida;
III- qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados.
Sergio	 Pinto	 Martins	 define	 Assistência	 Social	 como	 conjunto	 de	
princípios, de regras e de instituições detonado a estabelecer uma política social 
aos	 hipossuficientes,	 por	meio	 de	 atividades	 particulares	 e	 estatais,	 visando	 à	
concessão de pequenos benefícios e serviços, independentemente de contribuição 
por parte do próprio interessado. A partir disso, observamos que Assistência 
Social é para todos, nela está contida o solidarismo, essencial a seguridade, pois 
os ativos devem contribuir para sustentar os inativos, e quando uma pessoa 
é atingida pela contingência, todas as outras continuam contribuindo para 
a	 cobertura	 do	 benefício	 do	 necessitado,	 princípio	 esse	 implícito	 no	 art.	 3ᵒ	 da	
Constituição Federal.
Portanto, a Assistência Social é prestada a quem dela necessitar, 
independentemente	de	contribuição	do	próprio	beneficiário	à	seguridadesocial.
A Assistência Social organiza-se por dois tipos de proteção. A proteção 
social básica, onde temos conjuntos de serviços, programas, projetos e benefícios 
da assistência social que visa prevenir situações de vulnerabilidade e risco social 
por meio de desenvolvimento de potencialidades e aquisições do fortalecimento 
de vínculos familiares e comunitários. A proteção social especial, que é o 
conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir 
para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa do direito, 
o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e 
indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos.
Os objetivos da Assistência Social estão contidos nos incisos do art. 203 da 
Constituição Federal. Sendo eles: a proteção social, que visa à garantia da vida, à 
redução de danos e à prevenção da incidência de riscos.
A Assistência Social se diferencia do Assistencialismo que é:
uma prática de dar atenção às populações desfavorecidas por 
intermédio de políticas públicas. Pode haver cooptação de eleitores, 
que,	na	maioria,	é	de	pessoas	de	baixa	renda,	submissas	e	dependentes.	
A pessoa recebe e não quer trabalhar. O pagamento por longo prazo 
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
19
propicia renda à pessoa, que não vai mais procurar emprego. Várias 
pessoas vivem ao mesmo tempo do benefício recebido. Recentemente 
até um gato recebeu irregularmente o benefício. Os assistidos podem 
dar retorno eleitoral por ocasião das eleições a quem o concede.
A Assistência Social deve ser feita de forma integrada às políticas que 
busquem dar ao necessitado meios de sair da situação geradora da necessidade. 
O Assistência torna-se assistencialismo ao passo de que não se oferece os meios 
de	crescimento	e	tampouco	haja	fiscalização	de	modo	a	obrigar	o	necessitado	que	
saia dessa condição, muitas vezes cômoda.
3. Princípios e Diretrizes
A Assistência é política pública de proteção social e não contributiva, de 
direito de cidadania e responsabilidade estatal. Ela se apresenta como processo 
e instrumento que se objetiva na redução das mazelas sociais, por meio de 
benefícios contínuos e serviços assistenciais protetivos, “a quem dela necessitar”, 
art. 203, CF, a partir de dispositivos leais, sendo a diretiva geral estabelecida pala 
LOAS	–	Lei	Orgânica	da	Assistência	Social.
"No artigo 204 da Constituição de 1988 encontram-se duas diretrizes 
da política de assistência social, relacionadas à descentralização político-
administrativa e à participação da população e controle social. O artigo 203 
preconiza os objetivos e são antecedidos pelo enunciado de que “a assistência 
social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição 
à	 seguridade	 social”.	 Portanto,	 o	 texto	 da	Carta	Magna	 remete	 a	 gratuidade	
dos benefícios e serviços oferecidos e disponibilizados indistintamente a 
quem necessitar, sobretudo, o acesso e a garantia dos direitos, respeitando a 
autonomia dos cidadãos bem como as diferenças culturais, regionais, sociais, 
religiosas e territoriais.”
Com relação às diretrizes da política da Assistência social, temos a 
primazia da responsabilidade do Estado e o comando único das relações em 
cada esfera do governo, sendo centralizado na família para concepção de 
serviços, projetos, programas e benefícios. O LOAS descentralizou política 
e administrativamente o controle das atividades sociais, demandando aos 
municípios a construção de uma nova ordem democrática, art. 16, da LOAS. 
Há diretriz de participação popular por meio de organizações representativas, 
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Há 
descentralizarão político-administrativa e participarão da população, conforme 
art.	5ᵒ	da	Lei	8.742:
Art.	5ᵒ	A	organização	da	assistência	social	tem	como	base	as	seguintes	
diretrizes:
I- descentralização político-administrativa para os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em 
cada esfera de governo;
II- participação da população, por meio de organizações 
representativas, na formulação das políticas e no controle das 
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
20
ações em todos os níveis;
III- primazia da responsabilidade do Estado na condução da política 
de assistência social em cada esfera de governo.
Os princípios éticos da Assistência Social, podemos apresentar:
Defesa incondicional da liberdade, da dignidade da pessoa humana, 
da privacidade, da cidadania, da integridade física, moral e 
psicológica e dos direitos socioassistenciais; Defesa do protagonismo 
e da autonomia dos usuários e a recusa de práticas de caráter 
clientelista,	vexatório	ou	com	intuito	de	benesse	ou	ajuda;	Oferta	de	
serviços, programas, projetos e benefícios públicos gratuitos com 
qualidade e continuidade, que garantam a oportunidade de convívio 
para o fortalecimento de laços familiares e sociais; Garantia do direito 
a receber dos órgãos públicos e prestadores de serviços o acesso às 
informações e documentos da assistência social, de interesse particular, 
ou coletivo, ou geral – que serão prestadas dentro do prazo da Lei 
no 12.527, de 18 de novembro de 2011 – Lei de Acesso à Informação – 
LAI,	e	a	identificação	daqueles	que	o	atender;	Proteção	à	privacidade	
dos	 usuários,	 observando	 o	 sigilo	 profissional,	 preservando	 sua	
intimidade e opção e resgatando sua história de vida; Garantia de 
atenção	 profissional	 direcionada	 para	 a	 construção	 de	 projetos	
pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade do usuário; 
Reconhecimento do direito dos usuários de ter acesso a benefícios e 
à	renda;	Garantia	incondicional	do	exercício	do	direito	à	participação	
democrática dos usuários, com incentivo e apoio à organização de 
fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas populares, 
potencializando práticas participativas; Acesso à assistência social a 
quem dela necessitar, sem discriminação social de qualquer natureza, 
resguardando os critérios de elegibilidade dos diferentes benefícios 
e	as	especificidades	dos	serviços,	programas	e	projetos;	Garantia	aos	
profissionais	das	condições	necessárias	para	a	oferta	de	serviços	em	
local adequado e acessível aos usuários, com a preservação do sigilo 
sobre as informações prestadas no atendimento socioassistencial, de 
forma	a	assegurar	o	compromisso	ético	e	profissional	estabelecidos	
na Norma Operacional Básica de Recurso Humanos do SUAS – NOB-
RH/SUAS;	 Disseminação	 do	 conhecimento	 produzido	 no	 âmbito	
do SUAS, por meio da publicização e divulgação das informações 
colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários e trabalhadores, no 
sentido de que estes possam usá-las na defesa da assistência social, 
de seus direitos e na melhoria das qualidade dos serviços, programas, 
projetos	e	benefícios;	Simplificação	dos	processos	e	procedimentos	na	
relação com os usuários no acesso aos serviços, programas, projetos e 
benefícios, agilizando e melhorando sua oferta; garantia aos usuários 
do direito às informações do respectivo histórico de atendimentos, 
devidamente registrados nos prontuários do SUAS.
Sergio Pinto Martins coloca como princípios a supremacia do atendimento 
às	 necessidades	 sociais	 sobre	 as	 exigências	 de	 rentabilidade	 econômica;	
universalização	 dos	 direitos	 sociais,	 a	 fim	 de	 tornar	 o	 destinatário	 da	 ação	
assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; respeito à dignidade do 
cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem 
como à conveniência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação 
TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL
21
vexatória	 de	 necessidade;	 igualdade	 de	 direitos	 no	 acesso	 ao	 atendimento,	
sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência entre às 
populações urbanas e rurais; divulgação ampla de benefícios, serviços, programas 
e projetos assistenciais,bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e 
dos critérios para sua concessão.
Observa-se que na Assistência, não há o que se falar em universalidade, 
visto que ela não atinge a todos, apenas aos que dela realmente necessitem.
5. Conclusão
Como podemos observar, a Assistência Social busca promover bem mais 
do que assistência, busca promover dignidade, resgatar qualquer do povo que 
esteja passando por necessidades, por meio de políticas públicas.
A	assistência	se	configura	como	uma	ação	estatal	que	promove	medidas	
de política social. A LOAS estende a aplicação da assistência a qualquer que 
dela necessite, sem que a contribuição seja requisito para a concessão. Há 
descentralização	 da	 assistência,	 que	 significa	 a	 possibilidade	 de	 ampliação	
dos direitos através da participação cotidiana dos cidadãos na gestão pública, 
a autonomia municipal e uma potencialização quanto ao uso e redistribuição 
dos recursos.
A assistência prevê cobertura prioritária à criança, à família, à gestante, 
à nutriz, em situações de riscos e nos casos de calamidade pública. A assistência 
é “um direito do cidadão”, entretanto para ser atendido por ela é necessário 
que	 esse	 cidadão	 se	 aproxime	 da	 miserabilidade.	 A	 assistência	 sem	 políticas	
que dê ao atendido meios para sair da condição de necessitado não passará 
de	 assistencialismo,	 é	 mister	 que	 haja	 não	 só	 fiscalização	 e	 incentivo	 para	 o	
crescimento	 profissional	 do	 atendido,	 mas	 também	 uma	 política	 mais	 efetiva	
no	 sentido	 de	 obriga-lo	 a	 se	 profissionalizar	 e	 se	 torne	 autossuficiente.	 Dessa	
forma, além de desonerar a Seguridade Social, melhoraria a economia do país, e 
promoveria o desenvolvimento e inclusão social do atendido.
As políticas assistenciais em voga são necessárias, nosso país tem uma 
das piores distribuições de renda do mundo. A Seguridade Social, entre outras 
coisas, promove a redistribuição de renda o passo em que há proporcionalidade 
nas contribuições. No entanto, o que analisamos frente as notícias dos programas 
sociais	 atuais,	 é	 que	 há	 pouca	 fiscalização	 tanto	 quando	 se	 vai	 conceder	 os	
benefícios,	quanto	a	fiscalização	de	sua	manutenção.	Os	escândalos	envolvidos	
com a distribuição desses benefícios, tanto no que tange ao desvio de verbas, 
quanto na não necessidade do recebimento por parte de atendidos não pode 
macular a Assistência.
FONTE: Disponível em <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-previdenciario/
seguridade-social-a-assistencia-como-ferramenta-de-garantias-sociais/#:~:text=3%C2%BA%20
da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20Federal.,pr%C3%B3prio%20benefici%C3%A1rio%20
%C3%A0%20seguridade%20social.&text=203%20da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20
Federal.,preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20incid%C3%AAncia%20de%20riscos>. 
Acesso em: 21 jun. 2020.
22
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Seguridade Social engloba saúde, assistência social e previdência social.
• Muito embora sejam tratados frequentemente como sinônimos, Seguridade 
Social e Previdência Social são diferentes, sendo que o primeiro é gênero e o 
segundo é espécie.
• A natureza jurídica da Seguridade Social é como um ramo do Direito Público.
• A Seguridade Social tem diversos fundamentos, estando assentada em uma 
ordem	jurídica	complexa.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 O Estado Democrático brasileiro é destinado constitucionalmente a 
assegurar	 o	 exercício	 dos	 direitos	 sociais	 e	 individuais,	 a	 liberdade,	 a	
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. 
Prevê	 em	 seu	art.	 6ᵒ	da	CF	a	garantia	 aos	direitos	 sociais	 como	meio	de	
proteção social e satisfação das necessidades vitais da sociedade. Neste 
sentido, com base em seus estudos nesta unidade, discorra com suas 
palavras sobre o conceito de Seguridade Social.
2 A Seguridade Social enquanto conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos poderes públicos e da sociedade envolve um sistema amplo de 
proteção social no Brasil. A Previdência Social integra os denominados 
direitos fundamentais sociais, voltados à proteção social dos trabalhadores 
brasileiros	 e	 suas	 famílias.	 Com	 base	 no	 exposto	 responda:	 Seguridade	
Social	é	o	mesmo	que	Previdência	Social?	Justifique	sua	resposta.
3 A Seguridade Social é um importante instrumento para efetivação dos 
direitos sociais fundamentais. Compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade. Sobre para onde 
esse conjunto de ações é destinado, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Saúde, à previdência e ao trabalho.
b) ( ) Saúde, ao trabalho e à segurança.
c) ( ) Saúde, à previdência e à assistência social.
d) ( ) Saúde, à segurança e à assistência social.
4 Segundo Martins (2018, p. 21), "a Seguridade Social é um “conjunto de 
princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema 
de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de 
prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar 
os direitos relativos a saúde, a previdência e a assistência social”. Assinale a 
alternativa CORRETA que indica a natureza jurídica da Seguridade Social:
FONTE: MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 37 ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
 
a) ( ) Direito misto, privado e público.
b) ( ) Direito Autônomo
c) ( ) Direito Público 
d) ( ) Direito Universal
AUTOATIVIDADE
24
5 A Seguridade Social, assim como a organização social brasileira, passou por 
um longo processo de transformação em nosso ordenamento jurídico. Com 
relação	à	evolução	constitucional	da	seguridade	social	no	Brasil,	classifique	
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(			)	 A	Constituição	Imperial	de	1824,	ainda	que	de	forma	bastante	superficial,	
tratou pela primeira vez sobre assistência social
(			)	 Em	1965	foi	criado	o	auxílio-desemprego	no	âmbito	da	constituição	militar.
( ) O conceito de Seguridade Social aparece pela primeira vez na Constituição 
brasileira de 1967.
( ) A Constituição de 1934 cria a tríplice forma de custeio, composta por 
empregados, empregadores e governo, bem como inclui a noção de risco 
social com os eventos doença, invalidez, velhice e morte.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – V – F.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) V – V – F – V.
25
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Seja bem-vindo ao segundo tópico da nossa unidade. 
Atualmente, sabemos que o Estado é responsável pela proteção social 
da população, e o faz por meio de serviços como a saúde (SUS), benefícios 
assistenciais e previdenciários, mas será que sempre foi assim? Quando e por 
quais	circunstâncias	iniciou-se	a	proteção	social	por	parte	do	Estado?
Neste tópico conheceremos a evolução histórica da Seguridade Social no 
mundo, desde o princípio até a atualidade. A proteção social advém de uma série 
de	contextos	sociais	vivenciados	em	distintos	momentos	da	história	mundial,	e	
que foram consolidados por meio de constantes lutas sociais.
A Seguridade Social surge então da necessidade social de se estabelecer 
métodos de proteção contra os diversos riscos às necessidades básicas do ser 
humano.	 Em	 âmbito	 mundial,	 surge	 sistematizada	 por	 meio	 de	 duas	 teorias	
clássicas: os modelos Bismarckiano (1883) e Beveridgiano (1942), os quais 
conheceremos	neste	tópico,	assim	como	poderemos	refletir	sobre	suas	influências	
no atual modelo brasileiro.
Vamos	finalizar	nosso	tópico	conversando	um	pouco	sobre	o	panorama	
atual da Seguridade Social no mundo. 
2 TEORIAS CLÁSSICAS DA SEGURIDADE SOCIAL
Antes de adentrarmos ao tema das teorias clássicas da Seguridade Social, é 
importante estudarmos a evolução histórica da Seguridade Social no mundo. 
Desde já, destacamos que a história da Seguridade Socialno mundo se confunde 
com a história da Previdência Social e do Direito Previdenciário, pois todos 
beberam das mesmas fontes, para só na história recente haver a já estudada 
distinção entre Seguridade Social enquanto gênero das espécies saúde, assistência 
social e previdência social.
Leitão (2018, p. 32) nos diz que:
26
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
A questão social foi a mola propulsora que impulsionou o surgimento 
do Estado Social. A previsão de direitos sociais, em primeiro 
momento,	deferidos	aos	trabalhadores,	com	viés	expansionista,	até	a	
inclusão	na	carta	de	direitos	das	constituições	adotadas	após	o	fim	da	
Primeira Guerra Mundial, tinha como objetivo precípuo permitir que 
a vida em sociedade fosse usufruída com o mínimo de dignidade.
O estudo da Seguridade Social passa pela compreensão do seu surgimento 
e evolução no mundo, através dos tempos – a sua história. Cada direito, neste 
campo,	que	hoje	é	garantido	a	qualquer	cidadão	do	mundo	ou	do	Brasil,	existe	
por	uma	razão	muito	específica	–	a	dialética	estabelecida	entre	cidadão	e	Estado.	
Desde o surgimento até os dias de hoje, a Seguridade Social foi, 
basicamente, fruto da dialética estabelecida entre o Estado e o cidadão, 
consistente em uma “luta pelo direito”, em que grupos de trabalhadores que até 
então eram completamente desamparados e desprovidos de qualquer garantia 
caso adoecessem ou mesmo perdessem total ou parcialmente, temporária ou 
permanentemente a sua capacidade de trabalhar, seja por acidentes, doenças ou 
pela idade, lutaram pela garantia de sua subsistência e de suas famílias.
Estes grupos de trabalhadores começaram a se unir de forma organizada 
e reivindicar por parte do Poder Público uma resposta sobre estes eventos 
adversos,	 a	 fim	 de	 que	 o	 seu	 próprio	 sustento	 e	 de	 suas	 famílias	 fossem	
assegurados caso não pudessem trabalhar por algum motivo. 
Assim, o Estado, de um lado, enquanto fruto de um pacto ou contrato social, 
figura	no	campo	previdenciário	como	um	agente	protetor,	ou	assim	pelo	menos	
deve ser. É neste sentido que se diz que cabe ao Estado garantir a subsistência ou 
o	também	chamado	“mínimo	existencial”	ao	cidadão	que	necessite	de	recursos	
materiais	quando	não	mais	possui	condições	 físicas	ou	psicológicas	de	exercer	
uma atividade remunerada que provenha o seu sustento. Ou, ainda, quando este 
cidadão alcance determinados requisitos necessários – e estabelecidos pelo Estado 
–	para	gozar	de	um	merecido	descanso,	por	exemplo,	quando	do	nascimento	ou	
adoção	de	um	filho,	ou	quando	se	aposenta.	
Situações em que o trabalhador que preencha as condições estabelecidas 
pelo Estado para tanto, pode usufruir de descanso enquanto recebe uma quantia 
que	seja	suficiente	para	garantir	sua	subsistência	e	de	sua	família.	Geralmente,	
todo o grupo de segurados em plena atividade – ou seja, que estão trabalhando – 
é	que	contribui	financeiramente	para	que	os	trabalhadores	sem	possibilidade	de	
trabalhar possam usufruir dos benefícios com tranquilidade.
Como	 exatamente	 tudo	 isso	 começou	 no	 mundo?	 O	 surgimento	 da	
Seguridade	Social	no	mundo	foi,	como	não	poderia	deixar	de	ser,	um	fenômeno	
social, como já visto, fruto da luta dos trabalhadores organizados por dignidade 
para além dos seus ambientes de trabalho, mas notadamente para a manutenção 
de condições dignas de vida em situações de impossibilidade de trabalhar. 
TÓPICO 2 — A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO
27
Importante considerar que a Seguridade Social pode se desenvolver porque 
suas sementes foram lançadas sobre um solo fértil, chamado Estado sólido. Sem 
um	Estado	 forte,	 capaz	de	 assegurar	 aos	 seus	 cidadãos	 o	mínimo	 existencial,	 a	
Seguridade Social não teria se desenvolvido tal qual a conhecemos hoje. Neste 
sentido, alguns movimentos históricos ocorridos em alguns países do mundo são 
considerados os precursores da Seguridade Social, servindo de inspiração para o 
sistema de Seguridade Social de praticamente todos os países do mundo. 
Alguns	 escritores	 ou	 doutrinadores	 do	 direito	 costumam	 classificar	
estes movimentos e momentos históricos por regiões ou países, mas, aqui, para 
promover	uma	melhor	compreensão	desta	dinâmica,	vamos	apresentar	por	data:	
da mais antiga, para a mais atual. Para tanto, utilizaram-se as lições históricas 
e	 doutrinárias	 de	 Bradbury	 (2020),	 Santos	 (2019),	 Kertzman	 (2015)	 e	 Leitão	
(2018), cujos títulos encontram-se nas referências desta unidade e recomendamos 
fortemente a leitura. Vamos lá?
1601 – Inglaterra 
O documento intitulado “Poor Relief Act” (ou “A Lei de Alívio para os 
Pobres”) foi uma espécie de política de assistência social. Também conhecido 
como “Lei dos Elisabetanos”, o Poor Relief Act	foi	instituído	em	1601	durante	o	43ᵒ	
ano de reinado de Elizabeth I, e previa uma contribuição obrigatória por parte de 
toda	a	sociedade	em	auxílio	aos	necessitados.
Os	 critérios	 e	 a	 dinâmica	 desta	 lei	 eram	 bastante	 subjetivos,	 e	 os	
registros históricos mostram que a rainha delegou que magistrados em geral 
nomeassem a seu livre critério inspetores, que eram responsáveis por arrecadar 
de forma discricionária (livre de condições) valores de proprietários de imóveis 
considerados	de	grande	extensão	territorial,	e	dízimos	da	população	em	geral,	
devendo	destinar	tais	valores	para	o	financiamento	da	assistência	pública	–	uma	
espécie, como dito, de assistência social.
1883 – Alemanha 
Muito	embora	não	 tenha	 sido	o	primeiro	país	a	 estabelecer	auxílios	de	
natureza previdenciária, a Alemanha também pode ser considerada como uma das 
precursoras do Direito Previdenciário e da própria Seguridade Social, posto que 
os modelos lá criados e estabelecidos são até hoje os mais adotados globalmente, 
e foram, efetivamente, de natureza previdenciária, e não assistencial, mas que, de 
todo modo, encontram-se dentro do “guarda-chuva” da Seguridade Social.
No	 ano	 de	 1883,	 o	 Chanceler	 alemão	 Otto	 von	 Bismark	 estabeleceu	 o	
primeiro	benefício	previdenciário	do	mundo:	o	auxílio-doença,	logo	em	seguida	
incluindo	também	um	auxílio	para	os	trabalhadores	que	sofressem	acidentes	de	
trabalho.	O	auxílio-doença	era	custeado	 tanto	pelos	 trabalhadores,	 como	pelos	
empresários e pelo próprio Estado. Um modelo já bem semelhante ao atualmente 
seguido pela maior parte dos países do mundo.
28
UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL
Já	 o	 auxílio	 prestado	 aos	 trabalhadores	 que	 sofressem	 acidentes	 de	
trabalho, era custeado integralmente pelos empresários, atendendo, assim, às 
reinvindicações dos trabalhadores organizados para que houvesse mais segurança 
em seus ambientes de trabalho, notadamente nas grandes indústrias. 
De forma que, se ocorresse qualquer acidente de trabalho que 
impossibilitasse	 um	 trabalhador	 de	 exercer	 suas	 atividades	 temporária	 ou	
definitivamente,	seria	de	responsabilidade	integral	do	seu	empregador	custear	o	
seu sustento e de sua família.
Mais adiante, vamos estudar um pouco mais a fundo sobre este modelo, 
chamado de Bismarckiano.
1889 – Alemanha 
Em 1889, também na Alemanha, e ainda sob a batuta de Bismark, foi criado o 
seguro por invalidez, que hoje poderíamos chamar de aposentadoria por invalidez, e, 
ainda no mesmo ano, o seguro-velhice, correspondente a atual aposentadoria. Estes 
benefícios eram custeados pelos empregados, empregadores e Estado. 
Como estudamos anteriormente, a Previdência Social surgiu como fruto 
da dialética entre os trabalhadores organizados e o Estado. Neste sentido, Bismark 
entendeu	por	bem	criar	tais	benefícios	em	uma	tentativa	de	acalmar	os	ânimos	e	
evitar movimentos socialistas, posto que naquela época a Alemanha passava por 
uma profunda crise industrial.
1917 – México 
Pela	primeira	vez	na	história	um	país	incluiu	no	texto	da	sua	constituição	
direitos	 de	 natureza	 análoga	 a	 Seguridade	 Social,	 e	 mais	 especificamente	
previdenciária.	A	constituição	mexicana	de	1917	trouxe	na	sua	redação	direitos

Outros materiais