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CULTURA DO AMENDOIM Eng. Agr. Dr. Samuel de Deus da Silva IFTO - CAMPUS ARAGUATINS CURSO: AGRONOMIA ARAGUATINS-TO Aula 1 – primeiro encontro 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA E PLANO DE ENSINO. INTRODUÇÃO – CULTURA DO AMENDOIM; ORIGEM; CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA; CULTIVARES; PLANTIO; PREPARO DO SOLO; CALAGEM E ADUBAÇÃO. ATIVIDADES DO CURSO Amendoim (Arachis hipogaea L.) Planta: herbácea anual. Família: Leguminosae. INTRODUÇÃO Características Semente: - 25% de proteína e - 45% a 50% de óleo comestível. Frutos: subterrâneos. 3 OLEAGINOSA CASTANHA 4 ORIGEM DA ESPÉCIE Sul-americana Brasil; Bolívia; Uruguai; Norte da Argentina. Amendoim (Arachis hipogaea L.) INTRODUÇÃO Características Flor fertilizada: emite um esporão ou ginóforo. Ginóforo: cresce em direção ao solo e forma vagem. Produção de frutos: subterrâneos. 5 INTRODUÇÃO Espécie: típica de climas quentes Adapta-se: regiões tropicais e subtropicais. Exceção: regiões excessivamente úmidas. Temperaturas: > 15 oC. Prefere: solos de textura leve, bem drenados Características 6 CLIMA E SOLO 7 TEMPERATURA: 25 a 30 oC; Ótima germinação: 30 oC Temperaturas menores: menor velocidade de emergência. Obs. O crescimento vegetativo está diretamente ligado ao aumento da temperatura (< 15 oC problema). 8 CLIMA E SOLO PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA Relativamente: resistente à seca; Germinação: semente com 50 a 55%; Necessidade total: mínima 400 mm; Brasil – cultivares precoces: ciclo 90-110 dias – água 600 a 800 mm. INTRODUÇÃO USOS, FINALIDADES E IMPORTÂNCIA DO AMENDOIM Produção de óleo ALIMENTO ÁSIA CONFEITARIA 9 INTRODUÇÃO USOS, FINALIDADES E IMPORTÂNCIA DO AMENDOIM Principalmente: fonte de óleo. Sementes: até 50% de lipídio. Fonte proteína vegetal: dieta. Óleo – fins medicinais e farmacêuticos. Ex. solvente de medicamentos (injetáveis). 2a oleaginosa: importância mundial; 11 Composição química de grãos de amendoim. (Freeman et al., citado por Woodroof, 1983) Componentes Teores (%) Variação Média Água 3,9-13,2 5,0 Proteínas 21-36,4 28,5 Lipídios 35,8-54,2 47,5 Fibra bruta 1,2-4,3 2,8 Amido 1,0-5,3 4,0 Açucares redutores 0,1-0,3 0,2 Cinzas 1,8-3,1 2,9 Pentosanas 2,2-2,7 2,5 Dissacarídeos 1,9-5,2 4,5 Extrato não nitrogenado 6,0-24,9 13,3 Matéria-prima Óleo – biocombustível (motor diesel); Biodiesel (mistura) – resultados promissores. Programa Nacional de Produção e Uso de Biocombustíveis (Lei 11.097 de 13/01/2005). 12 USOS, FINALIDADES E IMPORTÂNCIA DO AMENDOIM Fonte: Mello et al. (2007) Após extração do óleo: subproduto – torta – alimentação animal ou fertilizante. Torta – forma o farelo – mínimo 46% de proteína. 13 USOS, FINALIDADES E IMPORTÂNCIA DO AMENDOIM Alimento na forma de grãos in natura. Vitaminas B1, B2 e outras, Niacina e vitamina E. Torrado; Na forma de manteiga (muito nos E.U.A.); 14 USOS, FINALIDADES E IMPORTÂNCIA DO AMENDOIM Classificação botânica Subdivisão: Magnoliate (Angiospermae); Classe: Magnoliatae (Dicotyledoneae); Subclasse: Rosidae (Rosiflorae); Ordem: Fabales (leguminosae) Família: Fabaceae (papilionaceae); Gênero: Arachis; Espécie: Arachis hypogeae L. 15 BOTÂNICA Descrição da planta 16 Herbácea; Anual; Ramificada; Porte: rasteiro ou ereto (até cerca de 70 cm altura); Raiz: pivotante (bem desenvolvido até > 1m); 60% das raízes - primeiros 30 cm; BOTÂNICA 17 Leguminosa (Fabaceae): FBN bactérias diazotróficas; Caule: ereto, ramificado. Folhas: compostas, alternas, 2 pares de folíolos. Flores: axila das folhas. Frutos: legume conhecido como vagem, uniloculado (1 a 5 sementes). Descrição da planta 18 Dois grupos Virgínia Spanish e Valência 19 CULTIVARES Grupo Virgínia Axilas: sem flores; Porte: rasteiro ou ereto; Plantas: bem ramificadas; Ciclo longo: 120 dias; Frutos: grandes, 2 sementes, raro 3; Ramificação: alternada 20 CULTIVARES Spanish e Valência Axilas: com flores; Porte: ereto; Plantas: pouco ramificadas; Ciclo curto: 90-110 dias em clima tropical. CARACTERÍSTICAS GERAIS Frutos Spanish: pequenos, acinturados, 2 sementes; Valência: frutos longos, Até 6 sementes, Comum: de 3 a 4 sementes. CULTIVARES IAC Tatu ST Cultivos familiares; Semimecanizado; Porte: ereto; Ciclo: 90 a 110 dias; Vagem: 3 a 4 sementes; Potencial produtivo: 4.500 kg ha-1. 21 CULTIVARES Cultivares Características IAC 503 Sistemas tecnificados, porte rasteiro, ciclo de 140 dias, vagens: 2 sementes, potencial produtivo: 6.500 kg ha-1. IAC 505 Sistemas tecnificados, porte rasteiro, moderadamente resistente a doenças foliares, ciclo de 130 a 140 dias. IAC OL 3 Sistemas tecnificados, porte rasteiro, ciclo de 130 dias, vagens com 2 sementes, cor rosada, potencial produtivo - até 7.000 kg ha-1. IAC OL 4 Sistemas tecnificados, porte rasteiro, o ciclo de 125-130 dias, permite melhor ajuste do seu cultivo nas áreas de renovação de cana; vagens com duas sementes de tamanho médio (padrão Runner), película de cor rosada; potencial produtivo - até 7.000 kg ha-1. 22 23 CULTIVARES RANNER IAC 886 IAC 503 Fonte: http://www.iac.sp.gov.br/areasdepesquisa/graos/amendoim.php Descrição de diversas cultivares de amendoim P LANT I O SEMEADURA - 5 a 8 cm de profundidade (solos arenosos mais profundos). Época de plantio: fevereiro a março. outubro a novembro. 24 P LANT I O SEMENTES Vulneráveis ataque de fungos (aflatoxina). 25 Aflatoxina 26 Micotoxina que pode está presente no amendoim. Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus - Problemas de saúde e comercialização (atividades imunossupressora, mutagênica, teratogênica e hepatocarcinogênica). Fonte: https://alimentusconsultoria.com.br/aflatoxina-micotoxina-no-amendoim/ 27 Aflatoxina Dentre as modificações, no Art. 9º da Instrução Normativa nº 32/2016, determina que será desclassificado e considerado impróprio para o consumo humano, com a comercialização proibida, o amendoim que apresentar uma ou mais das condições indicadas a seguir: I – mais de 5% (cinco por cento) de grãos mofados e ardidos; II – mau estado de conservação; III – odor estranho, impróprio ao produto que inviabilize a sua utilização para o uso proposto; IV – presença de sementes tóxicas ou sementes tratadas; e V – teor de aflatoxinas acima do limite estabelecido na legislação específica vigente. 20 (µg/kg), somadas as aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. Fonte: https://alimentusconsultoria.com.br/aflatoxina-micotoxina-no-amendoim/ 28 ESPAÇAMENTO 5,5 – 5,0 cm entre plantas respectivamente. 29 ESPAÇAMENTO 30 ESPAÇAMENTO PREPARO DO SOLO ARAÇÃO: 1 PASSADA. GRADAGEM: 1 - 2 PASSADAS. AMONTOA Nota: pode ser plantada sobre palhada de cultura anterior. Reduz a erosão e mantém a umidade. 31 Calagem e adubação Planta: apresenta certa tolerância a acidez; Saturação por bases final V2 = 60%. Exigente: Ca (absorvido do solo pelas vagens – baixa translocação) e Mg. Recomenda-se aplicar: 500 a 1.000 kg ha-1 gesso agrícola – início do florescimento. Fornecendo: o Ca e S 32 Calagem e adubação Micronutrientes requeridos pelo amendoim: Zn e B - 1 kg ha-1 do nutriente via ácido bórico (H3BO3) 17% B) (solo), Co e Mo (aplicação foliar) – solos com baixo teor M.O.. ADUBAÇÃO – ANÁLISE DE SOLO 33 Calagem e adubação TABELAS DE INTERPRETAÇÃOE RECOMENDAÇÃO DE NUTRIENTES – 5ª APROXIMAÇÃO MG. Produtividade esperada: 1.800 kg ha-1. Espaçamento: 0,60 m e 15 plantas/metro linear. Calagem: Método do IAC – V2% = 60. N.C. (t/ha) = (((V2 – V1) X T) / PRNT) 34 AMENDOIM 35 N e K Recomendação P Calagem e adubação TABELAS DE INTERPRETAÇÃO E RECOMENDAÇÃO DE NUTRIENTES – 5ª APROXIMAÇÃO MG. Produtividade esperada: 1.800 kg ha-1. Espaçamento: 0,60 m e 15 plantas/metro linear. N: via FBN. Ca e Mg: calagem. Ca e S: via gesso agrícola – 500 kg ha-1 CaSO4 sobre à área na formação do esporão (depois do início do florescimento). 36 Amendoim: absorção lenta de nutrientes até o início do florescimento e emissão do ginóforo; Absorção de nutrientes – N > K > Ca > Mg > P > S; N - maior parte nos grãos; Maior absorção: crescimento ereto - pico de absorção entre 100 a 120 dias. Maior absorção: crescimento rasteiro – 100 dias. NUTRIÇÃO MINERAL 37 MARCHA DE ABSORÇÃO - AMENDOIM. 38 NUTRIÇÃO MINERAL ERETO RASTEIRO NITROGÊNIO 39 NUTRIÇÃO MINERAL MARCHA DE ABSORÇÃO - AMENDOIM. ERETO RASTEIRO FÓSFORO 40 MARCHA DE ABSORÇÃO - AMENDOIM. NUTRIÇÃO MINERAL ERETO RASTEIRO POTÁSSIO Em resumo – adubação até 30 dias após a emergência da planta. Cultura eficiente na absorção de P; O solo deve conter Ca ou ser aplicado via calagem ou adubação (frutificação – enchimento vagens). Adubação – depende da produtividade esperada. Adubação nitrogenada – baixas doses. 41 NUTRIÇÃO MINERAL Fonte: Nakagawa e Rosolen (2011) Calagem – fundamental – solos ácidos e pobres em Ca – há queda de produção – vagens chochas. Alumínio – prejudica o crescimento de raízes e inibe a nodulação. pH – influencia na disponibilidade de outros nutrientes. Ex. molibdênio – influencia na FBN. 42 NUTRIÇÃO MINERAL PLANTIO OU SEMEADURA DO AMENDOIM 43 Sulcamento Em nível (marcação cultivador) – 5-8 cm profundidade; Semente: coberta 5 cm terra; Pode-se: usar matracas; Covas (enxada): manual. Semeadoras: mecânica ou tração animal. TRATOS CULTURAIS Amontoa – chegamento da terra junto às plantas. Quando? Florescimento (2ª capina). Visa: aumento da produção. Frutos: formado no interior do solo. Feita: enxada, cultivador 44 IRRIGAÇÃO 45 TRATOS CULTURAIS Importante: reduzir os riscos e potencializar a produtividade. A necessidade de água depende: Evapotranspiração (área foliar, demanda evaporativa da atmosfera). No amendoim - altas produtividades quando há fornecimento de: 600 mm ao longo do ciclo. A quantidade varia – de acordo com o crescimento e desenvolvimento. 46 TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO 47 TRATOS CULTURAIS Fase inicial – crescimento vegetativo (Pequena) IRRIGAÇÃO Fechamento das entrelinhas, florescimento e frutificação. Final do ciclo Demanda de água do amendoim ao longo do ciclo. A máxima necessidade diária – 5,0 a 6,0 mm. O período de máxima necessidade: depende da cultivar (em função da área foliar e o período de maturação). Deficiência: prejudica a formação de vagens. 48 TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO 49 TRATOS CULTURAIS Cv. Grupo Valência Cv. Grupo Virgínia Período (dias) Necessidade diária (mm) Período (dias) Necessidade diária (mm) 0-30 3,9 0-15 1,4 30-60 4,8 15-45 3,3 60-90 6,0 45-75 6,1 90-110 2,5 75-105 6,9 - - 105-135 4,8 Total 490 mm Total 665 mm 50 TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO QUANDO IRRIGAR ?? Uso de tensiômetros. Amendoim – produtividade ótima -60 KPa ou -0,6 Bar (15 ou 30 cm de profundidade). Outra forma – Evapotranspiração potencial da cultura (ETpc). Etpc = Eto . Kc ETpc – evatranspiração potencial da cultura (mm); ETo – evatranspiração de referência (mm); Kc – coeficiente da cultura. 51 TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO 52 Kc – coeficiente da cultura. TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO Amendoim 0,4 a 0,5 (15-35 dias) - estabelecimento; 0,7 a 0,8 (30-45 dias) – cresc. vegetativo; 0,95 a 1,1 (desenvolvimento, florescimento e formação de vagens); 0,7 a 0,8 (maturação); 0,55 a 0,60 (próximo à colheita). Como irrigar ??? Sistemas mais empregados. Sulcos de infiltração; Aspersão (convencional, pivô, etc) 53 TRATOS CULTURAIS Irrigação por sulcos Indicação: áreas com declividade menor que 5%. Solos: com baixa permeabilidade. 54 TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO 55 TRATOS CULTURAIS IRRIGAÇÃO ASPERSÃO: Adaptado: a todos os tipos de solos e topografia; Limitações: ventos fortes (> 4 m/s) ou temperaturas muito elevadas. CULTURAS INTERCALARES Sistema de cultivo 56 Cultiva: 2 ou mais culturas Simultaneamente na mesma área VANTAGENS Reduz a incidência e severidade ao ataque de pragas e doenças. Para o amendoim – uma cultura secundária é favorável pelo sobreamento – período de formação do ginóforo. Diversificação da produção; Reduz a erosão hídrica; Maior controle de plantas daninhas. 57 CULTURAS INTERCALARES Possíveis consórcios: algodão, gergelim, mamona, mandioca, milho e feijão. Perenes ou semi-perenes: café e seringueira. Obs.: as culturas intercalares ou consorciadas são mais viáveis em áreas menos extensas. Em função da dificuldade nos tratos culturais (adubação, colheita, etc). 58 CULTURAS INTERCALARES Rotação de culturas Cultivo de plantas em uma mesma área em sucessão. O amendoim não deve ser cultivado de forma contínua na mesma área: 2 anos ou 4 safras. Motivos: esgotamento do solo; Aumento de pragas e doenças; Erosão (solos arenosos). 59 60 Rotação de culturas As rotações podem ser feitas: Milho-algodão-amendoim; Mamona-algodão-amendoim; Cana-de-açúcar-amendoim. Batata-amendoim Pastagem-amendoim. Colheita Quando? maior parte das vagens maduras. Cultivares: Porte ereto: 3 a 4 meses AS. Ex. “Tatu” Porte rasteiro: 4 a 5 meses AS. Ex. Runner IAC 886 AS: após a semeadura. 61 Colheita O momento de colher. Ponto de maturação Arranca-se ao acaso as plantas e depois observa-se as vagens interna ou externamente. Se madura: manchas escuras amarronzadas. 62 63 Colheita Raspagem da casca (teste para o ponto de colheita) Escurecimento (madura) 64 Colheita Grãos imaturos Grãos maduros 65 Ponto de colheita RASTEIROS 60-65% vagens com cor escura. ERETOS 70% de vagens com cor escura. Consequências do momento da colheita. Atraso Perda de vagens; Germinação do fruto (umidade no solo); Antecipação Menor produção (semente não formada – menor massa). 66 Colheita A colheita pode ser: Manual, semi-mecanizada e mecanizada. Dividida em 3 fases: Arrancamento das plantas ou enleiramento, Secagem; Separação dos frutos (batedura ou trilha). 67 Colheita Arrancamento ou enleiramento: dias de sol, movimento das mãos (manual), nesse caso pode-se usar enxada ou enxadão. Objetivo: cortar a raiz pivotante. - Sacudir a terra e deixar vagens voltadas para cima (secagem: 3-5 dias). 68 Colheita 69 Colheita Secagem Devem perder água e ficar com 8 a 10% (armazenar). Secagem em linha – geralmente. Duração: 2 a 3 dias. Batedura ou trilha (despencadas - separadas das hastes); Manual: batendo um feixe de plantas contra uma travessa de madeira. Rendimento: 6 sacas/dia/homem. Mecanizada: máquinas trilhadeiras estacionárias ou tracionada. Rendimento: até 600 sacas (25kg)/dia (tracionada). 70 Colheita ARRANCAMENTO BATEBUDURA 71 Colheita (mecanizada) Pós colheita 72 Secagem artificial - Silo Ar aquecido até 35 oC AR - UR (50-60%)Selo de qualidade e fiscalização do produto ABICAB – associação brasileira da indústria de chocolate, cacau, amendoim e balas. Produtos industrializados a base de amendoim. 73
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