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Resumo Didática da Matemática: Uma análise da influência francesa, Cap. I e II

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Título: Didática da matemática: uma análise da influência francesa. 
Autor: Luiz Carlos Pais 
Tipo de publicação: Capítulos de livro 
Ano de publicação: 2018 
Tema: Didática da Matemática 
 
Objetivo: 
Este trabalho procura estabelecer um pressuposto introdutivo do 
conceito de didática da matemática e um estudo das transformações que 
passam os conteúdos da educação matemática, do livro de Luiz Carlos Pais. 
1 Introdução: conceitos da Didática da Matemática 
Inicialmente, é necessário distinguir os conceitos de educação 
matemática e didática da matemática. Para além disso, a didática é confundida 
também como a disciplina pedagógica de didática aplicada à área de estudo da 
matemática. O significado do conhecimento matemático pode ser compreendido 
em relação ao processo educacional enfrentado pelos desafios do cotidiano 
escolar. 
Ao contexto brasileiro, didática da matemática pode ser entendida 
como uma das tendências da grande área de educação matemática, objetivando 
a elaboração de conceitos e teorias do saber escolar matemático, mantendo uma 
ligação firme com a construção de conceitos matemáticos, tanto em nível 
experimental da prática pedagógica, como no território teórico da pesquisa 
acadêmica. 
A partir disso, chegamos a uma área de estudo das transformações 
que os conteúdos matemáticos ensinados na escola são submetidos, onde a 
transposição didática permite analisar tais mudanças. 
Para interpretar a complicação da harmonia entre as dimensões da 
prática e teoria da didática, há uma ênfase de racionalismo aplicado, 
fundamentado pelo filósofo Gastão Bachelard, que representa a valorização de 
uma permanente integração de tais dimensões, onde a razão e a experiência 
formam dois focos que se complementam no pensamento científico. 
Outro fator a ser analisado da obra de Bachelard são os obstáculos 
epistemológicos. No contexto da matemática, a análise dos obstáculos deve ser 
feita com atenção particular, uma vez que seu progresso apresenta regularmente 
períodos de paradas. Os obstáculos aparecem com mais intensidade na fase da 
aprendizagem e síntese dos conhecimentos, interferindo com maior intensidade 
na fase da concepção das primeiras ideias. 
A teoria dos campos conceituais, desenvolvida por Vergnaud, “indica 
uma consistente proposta didática para o problema da construção do significado 
do saber escolar, com a participação efetiva do aluno no processo cognitivo”. 
Essa ideia enfatiza a importância de construir uma definição matemática a partir 
da perspectiva dos problemas contextuais, tomando cuidado para que o ensino 
da matemática não seja traduzido em livros didáticos. 
Em consideração do ambiente escolar, a sala de aula, um ambiente 
significativo – ou uma situação didática – é um conjunto de relações formadas 
entre alunos ou grupos de alunos para avançar seus conhecimentos e 
desenvolver seus saberes. 
O contrato de ensino – ou contrato didático – fornece uma continuação 
do relacionamento entre o professor, o aluno e o saber. Ele está interligado 
diretamente com o conteúdo específico a ser estudado, o objeto de ensino e 
aprendizagem numa aula. 
2 Trajetórias do saber e a transposição didática 
A transposição didática pode ser entendida como um aspecto único 
da mudança de saberes. No contexto da matemática, para determinadas 
mudanças e evoluções, há a existência de alguns paradigmas entre os membros 
de uma comunidade cientifica. A transposição e o saber científico estão 
relacionados, uma vez que para haver uma transposição é preciso ter um 
conhecimento, e todo conhecimento é aprendido através de uma transposição. 
 
A noção de transposição pode ser analisada no domínio mais 
específico da aprendizagem para caracterizar o fluxo cognitivo relativo à 
evolução do conhecimento, restrita ao plano das elaborações subjetivas, pois é 
nesse nível que ocorre o núcleo do fenômeno. Esse domínio/ dimensão 
necessita da aplicação de conhecimentos anteriores para a aprendizagem de um 
novo conceito. 
Examinar as prioridades que norteiam as atividades de aprendizagem 
também é uma das características estratégicas que deve servir de referência na 
elaboração de recomendações para os conteúdos da educação escolar. A noção 
de transposição estuda a seleção que ocorre através de uma extensa rede de 
influências, envolvendo diversos segmentos do sistema educacional. 
A seleção do conteúdo escolar é baseada principalmente no conteúdo 
contido em diversos recursos, como livros. No entanto, é possível reconhecer 
que parte da realidade é uma inovação criativa entregue a programas que devem 
servir como ferramentas para facilitar a aprendizagem e atender às 
necessidades educacionais. 
A partir disso, temos separação do saber científico do escolar. O saber 
científico está associado à vida acadêmica, um saber criado nas universidades 
e nos institutos de pesquisa. Já o saber escolar representa o conjunto dos 
conteúdos previstos na estrutura curricular das várias disciplinas escolares. 
Enquanto o saber científico é apresentado através de artigos, teses, livros e 
relatórios; o saber escolar é apresentado através de livros didáticos, programas 
e de outros materiais. 
O processo de ensino leva ao saber ensinado, que é aquele registrado 
no plano de aula do professor e que não coincide necessariamente com a 
intenção prevista nos objetivos programados. 
A aplicação da teoria, passada de origem estéril, perde seu sentido, 
obscurece sua validade e confunde as soluções dos problemas estudados na 
época. É necessário o exercício de uma vigilância didática. Essa é uma das 
marcas da atividade educacional e é preciso focar na ciência como é no campo 
da educação. 
Na análise do discurso científico e educacional, destacam-se duas 
variáveis associadas à temporalidade: o tempo didático e tempo de 
aprendizagem: (i) Tempo didático: é aquele marcado nos programas escolares 
e nos livros didáticos em cumprimento a uma exigência legal. Prevê um caráter 
cumulativo e irreversível para a formalização. (ii) Tempo de aprendizagem: está 
mais vinculado com as rupturas e conflitos do conhecimento, exigindo uma 
permanente reorganização de informações e que caracteriza toda a 
complexidade do ato de aprender. 
A contextualização do saber é uma das mais importantes noções 
pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática 
contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão 
do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina 
expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo 
estudado com um contexto compreensível por ele.

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