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Fraturas Ósseas: Tipos e Classificações

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gabi_fran_ 
Gabrielle França, CESUPA 2021 
Fratura significa a ruptura de um osso, ou 
mais precisamente a perda continuidade de 
um osso, seja completa ou não. Geralmente as 
fraturas surgem através de 
traumas de alta energia. O 
osso, em condições normais, 
possui a habilidade de 
suportar cargas e absorver 
essa energia. 
Caso haja um grande nível de energia 
associado ao trauma, o osso não consegue 
suportar e acaba sofrendo uma fratura. 
Fraturas relacionadas a traumas de baixa 
energia devem acender um alerta sobre a 
possibilidade de fraturas patológicas. 
As fraturas podem ser classificadas de muitas 
formas, mas principalmente: 
Traço da fratura 
1. FRATURA EM GALHO VERDE: Parcial, na 
qual um lado do osso se quebra e o outro 
se dobra; Ocorre em crianças, cujos ossos 
ainda não estão completamente 
ossificados e contêm mais materiais 
orgânicos do que inorgânico; 
 
2. FRATURA COMINUTIVA: Osso é 
fragmentado, esmagado ou quebrado em 
pedaços e fragmentos ósseos menores se 
alojam entre os dois fragmentos principais. 
É muito difícil de tratar. 
 
3. FRATURA DE COLLES: Fratura da 
extremidade distal do osso lateral do 
antebraço (rádio), na qual o fragmento 
distal é deslocado posteriormente. 
 
4. FRATURA DE SMITH: Relacionada a de 
colles, porem seu desvio ocorre para a 
outra direção. 
 
 
Etiologia da fratura 
1. TRAUMÁTICAS: quando o agente 
vulnerante é violento (alta energia). 
 
2. PATOLÓGICAS: o agente vulnerante é fraco 
(baixa energia) e é favorecido por lesões 
ósseas preexistentes. 
 
3. POR ESTRESSE OU ESFORÇO: É uma série 
de fissuras microscópicas no osso, que se 
forma sem qualquer indício de lesão a 
outros tecidos. Resulta por exemplo, de 
atividades vigorosas repetidas. 
 
 
 
Estresse da fratura 
1. EXPOSTA (aberta): quando o tecido 
fraturado tem contato ou comunicação 
com o meio externo. 
 
2. FECHADA: pele permanece intacta. 
 
Afastamento dos fragmentos 
1. SUPERIOSTAL: periósteo fica ligeiramente 
levantado. 
 
2. IMPACTADA: quando um dos fragmentos 
penetra dentro do outro. 
 
3. INCOMPLETA: quando osso não se rompe 
totalmente, sendo a fratura parcial, não 
ocorrendo desvio dos fragmentos. Exemplo: 
galho-verde. 
 
4. COMPLETA: quando ocorre separação total 
na linha de fratura, podendo ocorrer 
desvios em rotação, angular, lateralidade, 
cavalgamento e diástase. 
 
 
Número de fragmentos 
1. SIMPLES: quando houver 1 linha de fratura 
(ou traço), dando como resultado 2 
fragmentos. 
 
2. DUPLA (segmentar): 2 linhas de fratura 
dando como resultado 3 fragmentos. 
3. COMINUTIVA: quando houver mais de 2 
traços de fratura (multifragmentada). 
*Fratura em Cunha: apresentam, pelo menos, 
um terceiro fragmento ósseo, porém com o 
contato entre os dois principais 
*Fraturas Complexas: não há contato com os 
dois fragmentos principais. 
 
Direção do traço 
1. TRANSVERSA: quando a linha de fratura 
ocorre perpendicular ao comprimento do 
osso. 
 
2. OBLÍQUA: quando a linha de fratura ocorre 
em diagonal ao comprimento do osso. 
 
3. ESPIRAL: quando a linha de fratura ocorrer 
em circular ao comprimento do osso. 
 
4. MÚLTIPLA: representam associações 
desses diferentes tipos de fratura. 
 
 
 
Acometimento articular 
1. FRATURA INTRA-ARTICULAR: o traço da 
fratura atinge o território articular. Nesse 
caso, exige-se redução (correção do desvio 
da fratura) perfeita, pois a Consolidação da 
Fratura com degrau articular levará ao 
desgaste articular -> artrose. 
2. FRATURA EXTRA-ARTICULAR: o traço da 
fratura não acomete a articulação. 
 
 
MECANISMOS DE TRAUMA 
As lesões ósseas podem ser classificadas em 
dos tipos: direta ou indireta. 
1. DIRETA: podem ocorrer por: impacto, 
esmagamento, penetrante (PAF), 
 
2. INDIRETA: podem ocorrer por: tração ou 
torção, angulação, compressão, rotação; 
 
Devido a sua grande inervação, a dor óssea 
ocorre no periósteo. Quando temos uma lesão 
óssea, temos uma inflamação. Macrófagos e 
neutrófilos vão liberar histamina que vai 
estimular os nociceptores, estes liberam 
prostaglandina e leucotrieno, os mediadores 
hiperalgésicos. Estes mediadores não deixam a 
inflamação cessar, então estimulam ainda mais 
o processo inflamatório. 
Os macrófagos vão deixar os canais de sódio 
dependente de voltagem com menor potencial 
de ação, ou seja, vai ficar mais fácil de atingir o 
limiar para a despolarização, e assim a 
excitação da célula. Com isso a passagem da via 
da dor vai ficar constante, a via trato 
corticoespinhal. 
Inicialmente, devemos saber que a fratura 
gera um processo de cicatrização chamado de 
consolidação, que é um processo único e 
natural, ocorrendo de forma espontânea em 
conjunto com as ferramentas pertencentes ao 
organismo para tal. Sendo assim, a 
consolidação é a capacidade de regeneração 
dependente da reindução das cascatas 
osteogênicas do período embrionário. 
Ou seja, durante a consolidação há 
necessidade que ocorra uma nova osteogênese, 
como se tivéssemos retornado para o período 
de formação óssea. O osso sofrerá um processo 
de reparação da lesão. Em seguida, em um 
período mais tardio, o osso passará por um 
período de remodelamento ósseo, para o 
retorno anatomofuncional. 
Etapas Gerais 
O processo de consolidação ocorre, 
didaticamente, em TRÊS ETAPAS que se 
sobrepõem durante esse processo. Inicialmente, 
ocorre a inflamação, seguida do reparo e, por 
fim, da remodelação. 
De um modo geral, o hematoma fraturário 
recruta plaquetas para reduzir o processo de 
sangramento. As plaquetas liberam fatores de 
crescimento, gerando o recrutamento de 
células inflamatórias, como neutrófilos, 
linfócitos e monócitos, os quais também 
participam da cascata imunológica da 
consolidação óssea. 
Os macrófagos teciduais participam de uma 
maneira expressiva da consolidação, liberando 
citocinas inflamatórias e fatores de 
crescimento. Todo esse processo culmina na 
diferenciação celular de células mesenquimais 
presentes no periósteo, gerando a 
diferenciação do Pré-osteoblasto a Osteoblasto, 
as células responsáveis pela deposição óssea. 
 
Fatores Gerais de influencia 
Há basicamente dois fatores principais que 
alteram consolidação óssea: 
Fator mecânico: Para que o osso consolide, há 
a necessidade de estabilização do foco 
fraturário por imobilização. O osso não 
consolidará caso haja uma movimentação 
excessiva! A principal célula responsável pelo 
processo de consolidação é o Osteoblasto, o 
qual necessita de um espaço entre os 
fragmentos ósseo reduzido para que possa 
realizar a deposição óssea, o que explica a 
necessidade de estabilização. 
Fator Biológico: Está relacionado com o 
aporte sanguíneo e a chegada de substâncias 
essenciais na consolidação óssea, incluindo o 
aporte de oxigênio e nutrientes. Nesse caso, é 
imprescindível a manutenção da irrigação no 
foco da fratura. Bem como regulação hormonal, 
idade, alimentação, exercícios de rotina e etc. 
 
Tipos de consolidação 
A duração de cada fase depende da idade do 
paciente, local da fratura, condições gerais de 
saúde, estado nutricional e do grau de lesão em 
tecidos moles. Fatores locais como o 
suprimento vascular e forças mecânicas na área 
também participam da consolidação. 
A consolidação pode ocorrer primariamente, 
na presença de uma fixação rígida, ou 
secundariamente, na ausência de uma fixação 
rígida: 
Consolidação óssea primária: 
 Ocorre quando não há nenhum grau de 
mobilidade no foco da fratura. Nesse tipo de 
consolidação, os fragmentos fraturados não se 
movimentam em relação uns aos outros, 
usualmente pela utilização de imobilizações 
Inter fragmentárias cirúrgicas. Sendo assim, 
não há formação de calo ósseo, o processo tem 
função de unir as partes de forma mais lenta. 
Ocorre o contato direto nas corticais dos 
fragmentos fraturados. Esse contato direto 
possibilita a proliferação dos canaisde Havers 
(Ósteons). Ou seja, formam-se túneis ósseos, 
contendo capilares, células mesenquimais e 
osteoblastos que se proliferam conjuntamente, 
entre ambos os fragmentos, através dos canais 
de Havers, possibilitando a consolidação óssea. 
 
Consolidação óssea secundaria: 
A consolidação secundária ocorre quando há 
uma movimentação controlada no foco da 
fratura, utilizando-se processos de estabilização 
que permitam esse grau de mobilidade, ela 
denota mineralização e substituição de uma 
matriz de cartilagem por osso. 
 Nesse caso, há formação de calo ósseo, esse 
calo de união externa aumenta a estabilidade 
no local da fratura, por aumentar a espessura 
do osso. Esse é o tipo mais comum de 
consolidação óssea, dividida em fases: 
1. Formação do hematoma de fratura: 
Os vasos sanguíneos que cruzam a linha 
de fratura são rompidos, então pelo 
extravasamento de sangue das 
extremidades rompidas dos vasos, forma-
se uma massa de sangue (normalmente 
coagulado) em torno do local da fratura, 
chamado HEMATOMA. As células ósseas 
morrem e inicia-se a inflamção do local. 
2. Inflamação: ocorre à proliferação de 
células inflamatórias, Neutrófilos, 
macrófagos e osteoclastos começam a 
remover o tecido necrosado ou lesado 
dentro e em torno do hematoma de 
fratura (Esse estágio pode durar semanas). 
O coágulo consiste em extravasamento 
de eritrócitos, fibrina e plaquetas, que 
liberam PDGF, FGF e TGF-alfa, fatores 
quimiotáticos e reguladores da atividade 
celular. Assim o tecido necrosa trazendo 
mais características da inflamação. 
 
3. Calo Mole: Fibroblastos provenientes 
do periósteo invadem o local da fratura e 
produzem fibras colágenas – também 
chamado de Fibrocartilaginoso - Além 
disso, as células provenientes do 
periósteo se desenvolvem em 
condroblastos e ajudam a produzir 
fibrocartilagem nessa região. Leva em 
torno de 3 semanas e serve como ligação. 
 
 
4. Calo Duro: Em áreas mais próximas do 
tecido ósseo saudável e bem 
vascularizadas, as células osteogênicas se 
desenvolvem em osteoblastos, que 
começam a produzir trabéculas de tecido 
ósseo esponjoso, que se unem às partes 
mortas e vivas dos fragmentos do osso 
original. Com o tempo, a fibrocartilagem é 
convertida em osso esponjoso e o calo é, 
em seguida, referido como calo ósseo, que 
dura em torno de 3 a 4 meses. 
Osteoblastos de dentro do calo sintetizam 
o colágeno e matriz, surge tecido ósseo 
imaturo por ossificação endocondral e 
intramembranosa. 
 
 
5. Remodelação: Fase final e prolongada, 
as partes mortas dos fragmentos originais 
do osso rompido são gradualmente 
reabsorvidas pelos osteoclastos; O osso 
compacto substitui o esponjoso nos locais 
específicos, algumas vezes, o reparo é tão 
completo que a linha de fratura pode se 
tornar imperceptível em uma radiografia. 
Contudo, uma área espessa na superfície 
do osso permanece como evidencia de 
uma fratura cicatrizada. 
 
 
A cicatrização óssea não deixa cicatrizes 
devido suas propriedades e pode durar meses. 
O cálcio e o fósforo necessários para fortalecer 
e endurecer o novo osso são depositados 
gradualmente, e os osteócitos em geral 
crescem e se reproduzem lentamente. 
A velocidade desse processo depende de 
alguns fatores locais e sistêmicos, entre eles 
tipo de tecido ósseo a ser reparada (cortical ou 
esponjoso), presença de infecção, hemorragias, 
imobilização local, idade e alterações 
nutricionais. 
Durante esse processo dinâmico, as células 
ósseas não atuam isoladamente. Elas são 
reguladas por interações sistêmicas, realizadas 
pelo sistema endócrino, por meio da liberação 
de diversos hormônios: PTH, calcitonina, 
insulina, GH, hormônios esteroides e da 
tireoide. 
Localmente, certos fatores de crescimento 
foram identificados, como PDGF, IL-1, FGF, 
TGF-α e β, fator de crescimento epidérmico 
(EGF). 
• PDGF induzem fibroblastos e fibras 
musculares a se proliferarem. Também 
são quimiotáticos para leucócitos e 
fibroblastos. 
 
• IL-1 estimula os fibroblastos a se 
proliferarem e a produzirem colágeno e 
controla o crescimento das células 
endoteliais. 
 
• FGF estimulam o endotélio vascular, os 
fibroblastos e as fibras musculares lisas e 
induzem a formação de novos vasos. 
 
• TGF-α influencia o TGF-β quanto ao índice 
de proliferação de muitas células. 
 
• EGF é mitogênico para células 
mesenquimais (osteoblastos) e epiteliais. 
 
Reabilitação/Fisioterapia 
Depois de uma cirurgia de fraturas graves, ela 
vai atuar no controle do edema e das dores, 
com manobras de drenagem linfática e 
equipamentos de analgesia. Por conta da 
cirurgia e da fixação dos ossos, alguns 
movimentos poderão ser realizados pelo 
fisioterapeuta, como maneira de melhorar a 
circulação do sangue na região operada, 
facilitando a cicatrização, preservando os 
movimentos e dando maior conforto ao 
paciente. 
Dentre os recursos físicos existentes, o 
ultrassom terapêutico de emissão pulsada 
(USP) é um recurso bastante utilizado pelos 
fisioterapeutas, com a capacidade de estimular 
a atividade piezoelétrica do osso, resultando na 
aceleração da formação do calo cartilaginoso e, 
consequentemente, estimulando o processo de 
reparo. 
Os campos magnéticos pulsados de baixa 
frequência são uma ferramenta muito 
importante para a fisioterapia, pois se trata de 
um método não invasivo, seguro e de fácil 
manejo para o tratamento de diversas doenças 
que cursam com dor, inflamação e regeneração, 
a partir desse modo de tratamento há o efeito 
piezoeléctrico e estímulos nos osteócitos. 
A ação do laser no tecido ósseo tem sido 
estudada, revelando que ele é capaz de 
estimular a osteogênese, acelerar a 
consolidação de fraturas e aumentar a massa 
óssea. Já foi demostrado a muito tempo que o 
uso de corrente elétrica direta de baixa 
frequência, semi-invasiva, estimula a 
osteogênese conforme o posicionamento 
correto da polaridade no individuo, cerca de 30 
a 80% de melhora, explicado pelo aumento da 
perfusão vascular devido as contrações 
elétricas no local. 
Muitas pessoas não fazem a fisioterapia e 
nem por isso sentem falta dela, na maioria, 
sobram algumas aderências que ficam 
limitando um pouco alguns movimentos. Esses 
bloqueios com o tempo originam 
compensações no corpo e futuras fraturas ou 
dores.

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