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Psicólogos e a Desconstrução de Manicômios

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1 Thais Eduarda Birer 
A psicologia e a Desconstrução de Manicômios 
LUTA ANTIMANICOMIAL 
No debate acerca dos lugares (re)construídos pela Psicologia no âmbito das politicas sociais, nos restringimos 
ao campo da saúde pública e da assistência social. Previsto na Constituição de 1988, o SUS – Sistema Único 
de Saúde – é implementado apenas a partir da Lei 8.080/1990. Todavia, a entrada da Psicologia no SUS faz 
parte de um cenário sócio-político mais amplo, que se configura ao longo da década 1990, quando se destacam 
os movimentos sociais, o movimento antimanicomial e reforma psiquiátrica. 
Sabendo que ao longo da história a pessoa com algum transtorno psíquico, foi estigmatizado e foi separado 
da sociedade, em instituições na qual se tinham tratamentos totalmente desumanos. Surge o Movimento 
Antimanicomial visando à humanização do tratamento desse sofredor psíquico, e a devolução da cidadania e 
respeito a sua dignidade humana. Com os movimentos posteriores, o tratamento dos transtornos se ganha um 
novo modelo, baseado na inserção dos sujeitos na sociedade e família. 
Então a atuação do psicólogo, se da com suas teorias que associa o sofrimento a diversos fatores, dentre eles: 
a desorganização psicológica, condição de vida social, relação com a família e outros grupos e suas 
experiências. E como profissionais e peças fundamentais da saúde mental, como o tratamento não se dá só a 
partir de médicos e psicólogos, eles trabalham em equipes interdisciplinares, realizando: troca de informações 
e discussão dos casos, enxergando o sujeito de maneira biopsicossocial. Os resultados da luta antimanicomial 
se constituíram de forma significativa, como por exemplo: a construção de novos modelos de atendimento, 
onde visam a humanização do paciente, não se faz mais o uso abusivo de medicamentos e se tem a 
desinstitucionalização de manicômios, endereçando o tratamento para as redes de saúde. 
Ou seja, o psicólogo deve ser livre de preconceitos, e deve estar atento à institucionalização, na qual limita e 
aliena os profissionais, para que possa realizar os objetivos manifestos, atuando na luta pela 
desinstitucionalização e atendendo aos objetivos da luta antimanicomial. 
No nosso código de Ética, nos apresenta que “é vedado praticar atos de violência, negligência e discriminação 
referentes aos seus pacientes, assim como induzir ou contribuir para o preconceito, utilizar técnicas 
psicológicas para torturar e castigar, ser cúmplice de exercício ilegal da profissão e erros cometidos durante 
a prestação dos serviços.” 
Cabe a nós como profissionais atentarmos a essa luta constante, pois a prática da desinstitucionalização não 
tem o objetivo de apenas fechar os hospitais psiquiátricos, mas baseia- se em uma mudança do paradigma, 
propondo a reabilitação do sujeito, a tolerância da sociedade, e o respeito. Não se pode negar a doença, porém, 
a responsabilidade deve ser dividida entre a família, o paciente e o serviço

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