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Auditoria e Sistemas de Certificação de Qualidade das Instituições de Saúde

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Auditoria e Sistemas de 
Certificação de Qualidade 
das Instituições de Saúde 
Autoras: Profa. Melissa Rodrigues de Lara 
 Profa. Maria Meimei Brevidelli
Colaboradora: Profa. Renata Guzzo Souza
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Professoras conteudistas: Melissa Rodrigues de Lara / Maria Meimei Brevidelli
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L318a Lara, Melissa Rodrigues.
Auditoria e Sistemas de Certificação de Qualidade das Instituições 
de Saúde / Melissa Rodrigues Lara, Maria Meimei Brevidelli. – São Paulo: 
Editora Sol, 2019.
208 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2-004/19, ISSN 1517-9230.
1. Auditoria. 2. Gestão nas organizações. 3. Qualidade em saúde. 
I. Brevidelli, Maria Meimei. II. Título.
CDU 614
W501.70 – 19
Melissa Rodrigues de Lara 
Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário 
São Camilo, mestra em Saúde do Adulto pela Universidade 
de Guarulhos, especialista nas áreas de Centro Cirúrgico, pela 
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Gestão 
Empresarial para Enfermeiros, pelo Centro Universitário São 
Camilo, e Auditoria em Serviços de Saúde, pela Fundação 
Unimed em parceria com a Universidade Gama Filho. 
Atuou como Enfermeira de Centro Cirúrgico, Central de 
Material Esterilizado e Anestesia em Hospitais de referência 
da cidade de São Paulo e ABC Paulista, foi Gerente de 
Enfermagem em Hospital do ABC Paulista, também exercendo 
a função de Gerente Comercial de Empresa de Assistência 
Domiciliar em São Paulo. Paralelamente à atuação profissional 
assistencial, atua desde o ano de 2000 na docência de escolas 
de curso técnico de Enfermagem e Superior em Enfermagem. 
Atualmente, é Coordenadora do curso de Graduação em 
Enfermagem da Universidade Paulista – UNIP, campus 
Anchieta, coordenadora dos cursos de pós-graduação lato 
sensu de MBA em Serviços de Interesses em Saúde, MBA 
Multiprofissional em Saúde da Família e co-coordenadora 
do curso de Enfermagem do Trabalho da UNIP campus 
Paraíso. Atua como docente nas disciplinas da graduação e 
pós-graduação em Gestão em Saúde, Auditoria, Certificação 
de Qualidade em Serviços de Saúde, Centro Cirúrgico, CME 
e Estágio do último ano da Graduação em Enfermagem. 
Docente em disciplinas de Gestão em Saúde modalidade 
EaD. Integrante da Banca Examinadora de Monografias da 
pós-graduação presencial e SEI da UNIP. Docente convidada 
do curso de pós-graduação da Universidade Nove de Julho 
nas disciplinas de Gestão de Serviços de Saúde e Métodos 
de Pesquisa.
Maria Meimei Brevidelli
Formou-se em Enfermagem pela Universidade de São 
Paulo (1987) e possui mestrado (1997) e doutorado (2003) na 
área pela mesma universidade. Atualmente, é professora titular 
na Universidade Paulista – UNIP, onde desenvolve o Programa 
Vivendo com Estilo e Saúde, para promover a prevenção e o 
controle do diabetes e da hipertensão, nas clínicas de saúde da 
UNIP Vergueiro e Pompeia.
Atuou como enfermeira bolsista CNPq no Núcleo de 
Pesquisa Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de 
Medicina da USP (HCFMUSP), onde teve oportunidade 
de colaborar no gerenciamento do projeto Implantação 
de Unidades de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino, 
financiado pelo MCT/MS/FINEP. Também desenvolveu 
atividades de capacitação técnica em pesquisa clínica. 
Como consultora de pesquisa ad hoc da FGV Projetos 
(SP), desenvolveu projeto de pesquisa sobre indicadores 
epidemiológicos de saúde.
Possui experiência clínica nas áreas de Saúde do 
Adulto, Epidemiologia e Administração em Enfermagem e 
conhecimentos estatísticos sobre construção de banco de 
dados e análises multivariadas.
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Geraldo Teixeira Jr.
 Carla Moro
 Andréia Andrade
 Ana Fazzio
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Sumário
Auditoria e Sistemas de Certificação de Qualidade 
das Instituições de Saúde
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 ÉTICA E AUDITORIA ......................................................................................................................................... 11
1.1 Conceito de hospital ........................................................................................................................... 22
1.2 Legislação em saúde ........................................................................................................................... 26
1.3 Código de Ética Médica ..................................................................................................................... 27
1.4 Resoluções normativas ...................................................................................................................... 28
1.5 Princípios relativos à pessoa do auditor ..................................................................................... 33
2 MODELOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: UM RESGATE HISTÓRICO 
(SUS/SAÚDE SUPLEMENTAR) ......................................................................................................................... 35
3 PROMOÇÃO DA SAÚDE................................................................................................................................. 54
3.1 Contexto atual da saúde ................................................................................................................... 54
3.2 História da promoção de saúde no Brasil .................................................................................. 58
4 AUDITORIA EM SAÚDE E SUAS CONFIGURAÇÕES ............................................................................. 63
4.1 Auditoria em saúde e suas configurações: auditoria contábil .......................................... 64
4.2 Auditoria em saúde e suas configurações: gestão da auditoria ....................................... 73
4.2.1 Auditoria em saúde e suas configurações: auditoria operacional ...................................... 75
4.2.2 Auditoria em saúde e suas configurações: auditoria de controle ...................................... 85
4.2.3 Auditoria baseada em evidências científicas ............................................................................... 92
4.2.4 Auditoria em saúde e suas configurações: auditoria de avaliação ....................................92
4.3 Auditoria em saúde e suas configurações: auditoria em home care ............................102
4.4 Atribuições do auditor hospitalar ................................................................................................107
4.4.1 Auditoria de enfermagem .................................................................................................................108
4.4.2 Auditoria farmacêutica ......................................................................................................................109
4.4.3 Auditoria odontológica ......................................................................................................................109
4.4.4 Auditoria em fisioterapia ................................................................................................................... 110
4.4.5 Auditoria em fonoaudiologia ........................................................................................................... 110
4.5 Relatórios de auditoria.....................................................................................................................110
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Unidade II
5 GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE ...........................................................................................118
5.1 Gestão de desempenho ...................................................................................................................119
5.2 Gestão da qualidade em saúde ....................................................................................................123
5.2.1 Desafios na gestão da qualidade em saúde .............................................................................. 129
5.3 Gestão de enfermagem no âmbito da qualidade em saúde ............................................135
6 QUALIDADE EM SAÚDE: METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ..........................142
6.1 Qualidade em saúde ..........................................................................................................................142
6.1.1 Avaliação da qualidade: princípios, métodos e instrumentos ........................................... 143
6.2 Metodologias de avaliação da qualidade .................................................................................155
6.2.1 Auditorias ................................................................................................................................................ 157
6.2.2 Acreditação............................................................................................................................................. 160
7 QUALIDADE E SEGURANÇA DO PACIENTE ..........................................................................................174
8 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS À SAÚDE ...................................................................178
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APRESENTAÇÃO
Este livro-texto insere-se como instrumento na disciplina de Auditoria e Sistemas de Certificação 
de Qualidade das Instituições de Saúde, cujo objetivo principal é capacitar o aluno para entender os 
processos de auditoria, gestão e sua relação com a qualidade da assistência.
A compreensão desses processos é particularmente importante quando analisamos as 
tendências atuais do mercado de trabalho do enfermeiro, que demanda profissionais com múltiplas 
competências gerenciais, como liderança; trabalho em equipe (com auxiliares e técnicos) e com 
equipes (com médicos, fisioterapeutas etc.); controle de custos; gerenciamento dos resultados 
da assistência. Portanto, por meio deste livro-texto, pretende-se dar subsídios aos alunos para 
assumirem um papel gerencial cada vez mais complexo e dinâmico, voltado à meta de oferecer 
uma assistência eficiente e eficaz.
As atividades da auditoria em saúde estão baseadas nos processos e resultados da prestação dos 
serviços e delimitam o desenvolvimento de um modelo de atenção adequado em relação as normas 
de acesso, diagnostico, tratamento e reabilitação. Consistem em controlar e avaliar o grau de atenção 
efetivamente prestado pelo sistema, comparando-o a um modelo definido.
Dada a importância atual da atuação da auditoria nas empresas relacionadas à prestação de serviços 
de saúde, pretende-se capacitar, você aluno, para futuras escolhas nessa área de atuação profissional, 
exercendo uma visão estratégica e ampla do contexto saúde e das práticas comerciais com vistas ao 
desenvolvimento das políticas públicas e suplementares contemporâneas, além de prepará-lo para 
desempenhar negociações de alto nível com empresas de planos de saúde.
Além disso, são apontados os desafios na gestão da qualidade, que requerem o desenvolvimento de 
competências humanas por parte do gerente, como liderança, capacidade de inovação, reconhecimento 
e retenção de talentos. Esses aspectos são bastante desafiadores nas organizações de saúde no Brasil, 
onde a cultura organizacional e bastante rígida, centrada na hegemonia médica, na preocupação com a 
tarefa e com pouco foco no resultado. 
Finalmente, será discutida a relação entre qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente, 
um dos problemas mais prementes da gestão da qualidade, assim como as ferramentas mais utilizadas 
para o gerenciamento da qualidade, as quais facilitam o trabalho dos gerentes tanto no planejamento 
como no controle da qualidade em saúde.
Apresentaremos conceitos reflexivos que permitem a discussão e a introdução de conteúdos, 
possibilitando uma visão mais crítica da realidade socioeconômica do setor saúde do país e das políticas 
regulatórias com vistas à qualidade dos serviços.
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INTRODUÇÃO 
Historicamente, a dimensão assistencial sempre foi supervalorizada no trabalho do enfermeiro. Desde 
o início de sua formação profissional, o aluno depara-se com disciplinas biomédicas para capacitá-lo 
a entender e intervir no processo saúde-doença, o que é relevante, na medida em que o trabalho do 
enfermeiro está condicionado ao atendimento das necessidades de saúde do cliente/paciente.
No entanto, a dinâmica do trabalho em saúde requer, hoje, muito mais do enfermeiro do que 
somente saber cuidar. Na verdade, demanda um profissional que seja capaz de planejar o cuidado 
adequado às necessidades do paciente; racionalizar os recursos materiais e financeiros; ser capaz 
de liderar a equipe; inter-relacionar-se com outras equipes de profissionais de saúde e demonstrar 
empiricamente os resultado positivos da assistência prestada. Portanto, estamos falando da capacidade 
de ser um gerente eficaz.
O termo gerente eficaz foi cunhado por Peter Drucker (1909-2005), escritor e teórico, considerado 
“pai da administração moderna”, por introduzir a noção, hoje bastante conhecida dos administradores 
de grandes empresas, de que o papel do gerente e “fazer as coisas certas acontecerem”. Para isso, ele 
precisa “dar a sua contribuição” e ajudar cada membro sob sua responsabilidade a chegar lá. Dar a 
sua contribuição significa usar seus conhecimentos e habilidades para atingir resultados positivos 
para a organização. Pensar nos resultados do próprio trabalho é, hoje, requisito fundamental para o 
desempenho da ocupação profissional em saúde. 
Diante de uma realidade com altas demandas de cuidados a pacientes crônicos, novas tecnologias 
diagnósticas e terapêuticas, o custo da assistência à saúde assumiu proporções alarmantes. Nesse 
contexto, não se aceitam mais atitudes amadoras de que é preciso oferecer o melhor cuidado a qualquer 
custo. É necessário demonstrar com argumentos lógicos e racionais (estatísticas) como determinado 
cuidado reduziu a reinternação,o risco de infecção ou a morte prematura.
Na verdade, estamos falando de gerenciar a qualidade da assistência à saúde. Apesar de ser 
um processo multidisciplinar, a enfermagem é a categoria profissional que mais está envolvida 
nesse processo, porque muitas intervenções são administradas ou intermediadas por esses 
profissionais, resultando em mais horas de contato com o cliente. Portanto, é ela que mais deve 
conhecer quem é esse cliente, quais as suas necessidades e quais processos de trabalho precisam 
ser adequados para atingir os resultados de saúde. Isso coloca o enfermeiro em uma posição 
estratégica favorável de liderar os programas de gerenciamento da qualidade, desde que ele 
aceite o desafio e se prepare para isso.
Em termos simples, devemos entender qualidade em saúde como a prestação de assistência 
fundamentada em evidências científicas segura e com custos justificáveis. Para a enfermagem, 
isso implica vencer enormes obstáculos, como abandonar a prática pouco reflexiva, baseada 
em “rotinas” e “apagar incêndios”, e usar estudos científicos para embasar o cuidado prestado; 
valorizar as competências individuais dos membros da equipe; e desenvolver uma visão estratégica 
no gerenciamento.
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Este livro-texto pretende auxiliar o leitor a encarar esse desafio e vencer quaisquer barreiras para 
assumir um papel de destaque na organização de saúde em que trabalha ou pretende trabalhar. Para 
isso, iremos discutir, em detalhes, o processo de auditoria que através de pareceres técnicos facilitam 
o diagnóstico situacional, bem como analisam os custos e garantem a viabilidade econômica e 
financeira que associada a uma prestação de serviços com qualidade, minimizam os riscos e erros que 
podem ser cruciais ao serviço de saúde. Além dos aspectos do gerenciamento das organizações de 
saúde relevantes para a gestão da qualidade, assim como os modos, os meios e as ferramentas que 
todos os gerentes que trabalham no âmbito da qualidade devem se apropriar para “fazer as coisas 
certas acontecerem”.
Desafiamos você, aluno(a), portanto, a abandonar as “velhas bagagens” da enfermagem e buscar 
seu próprio desenvolvimento pessoal para assumir o papel gerencial contemporâneo com excelência. 
Comece se perguntando: pelo que quero ser lembrado? Prossiga buscando as competências necessárias 
para atingir essa meta. Use este livro-texto para ajudá-lo a descobrir os caminhos de como chegar lá.
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
1 ÉTICA E AUDITORIA
Caro aluno, iniciaremos nossa viagem pelo mundo da auditoria primeiramente conceituando-a, pois 
falar de auditoria sem antes perpassar esses conceitos seria prejudicial às premissas que conduzem essa 
atividade profissional.
 Observação
Ethos: morada, abrigo permanente, casa. Construção continuada, 
aberta a mudanças ao fazer e refazer, está ligada à moral, aos costumes e 
valores de determinada cultura. Está associada a fundamentos e princípios 
fundadores de ações (DRUMOND, 2005).
A ética tem a capacidade de balizar a conduta humana, conhecer os princípios universais, permite 
ao homem harmonizar as pessoas e os povos, promover a solidariedade, preservar a espécie humana e 
o planeta (ibidem).
A ética delineia as condutas humanas traçando a existência, consciência da existência, 
consciência da minha existência, consciência da existência dos outros, consciência da existência 
das coisas (ibidem).
Segundo Maciel de Barros (apud DRUMOND, 2005), a conduta ética permeia-se pela dialética entre:
• “eu” e o “outro”;
• “eu” e o “nós”.
A estrutura de uma decisão ética envolverá as seguintes questões a serem feitas entre o homem e 
seu ambiente de trabalho, campo de suas ações sociais:
• o que deverá ser feito?
• quem deverá receber a ação?
• em que condições deverá tal ação ser realizada?
Unidade I
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Unidade I
Rules (1970 apud DRUMOND, 2005) traduz a ética em normas básicas de moral:
• não matar;
• não causar dor;
• não inabilitar;
• não privar da liberdade ou de oportunidades;
• não privar de prazer.
Zajdnajder (1994) detalha as condutas éticas em preceitos básicos que podem influir em condutas 
do ser humano:
• cuidar se si;
• cuidar dos outros;
• ter responsabilidade;
• ter liberdade;
• saber os limites da liberdade;
• ser verdadeiro;
• comemorar a vida.
Ética envolve fatores decisórios para a solução de um problema ético que deve ser de caráter:
• universal;
• racional;
• completo.
Valores são as qualidades ou as características que possui uma pessoa ou um objeto e que o fazem 
estimável. Valores universais são o conjunto de normas de convivência válidas em um tempo e época 
determinados (DRUMOND, 2005).
Compreendem os valores:
• a liberdade;
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
• a justiça;
• o respeito;
• a tolerância;
• a responsabilidade;
• o amor;
• a bondade;
• a honradez;
• a confiança;
• a solidariedade;
• a verdade;
• a temperança;
• a paz;
• a amizade;
• a fraternidade;
• a honra;
• a coragem.
Os valores éticos sociais compreendem:
• autonomia;
• igualdade;
• tolerância;
• diálogo;
• solidariedade.
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Unidade I
Ciência e profissão
• Princípios éticos:
— conhecimento humano e felicidade;
— o homem ético busca a virtude;
— conhecer não é suficiente; viver com sabedoria é preciso.
Virtude está relacionada ao “eu”, em que ser virtuoso precisa ser mais humano, mais forte, mais doce. 
Virtude é poder, é excelência, é exigência. As virtudes são nossos valores morais, mas encarnados tanto 
quanto pudermos, mas vividos, mas em ato. Sempre singulares, como cada um de nós, sempre plurais, 
como as fraquezas que eles combatem ou corrigem. Não há bem em si: o bem não existe, está por ser 
feito, é o que chamamos de virtudes (SPONVILLE apud DRUMOND, 2005).
O extraordinário avanço da medicina técnica coloca inúmeros desafios éticos a seus profissionais, 
tais como a clonagem de seres humanos entre outros dilemas (BRANDT, 2007).
Ao traçarmos uma linha histórica podemos evidenciar os primeiros códigos de ética que tiveram 
seu surgimento na Antiguidade e que nortearam as condutas para o exercício da Medicina. Alguns 
princípios éticos foram estabelecidos os quais atualmente ainda precedem as condutas relacionadas à 
ética, são estes, a saber: beneficência, não maleficência, autonomia e justiça.
Segundo Brandt (2007), os princípios éticos podem ser conceituados por:
• beneficência:
— significa fazer o bem, sendo o primeiro princípio básico a todos os profissionais, e quando 
falamos em saúde significa exercer o alívio da dor e do sofrimento. O médico baseia-se nesse 
contexto nos princípios hipocráticos que estabelecem condutas para que o profissional possa 
“ajudar ou ao menos não causar dano”. Os demais profissionais também conduzem suas relações 
de trabalho permeados por esse princípio. Beneficência significa a busca da excelência em 
favor dos pacientes, princípios também aparentes e conceituados quando definimos qualidade 
em saúde e assistência;
• não maleficência:
— pode ser entendida pela prevenção do dano, do prejuízo ao paciente. “Acima de tudo, não 
prejudicar”. A relação custo-benefício em relação à assistência terapêutica norteia-se por 
esse princípio. O médico poderá em suas condutas adequara terapêutica analisando aquilo 
que menor causar dano ao indivíduo a fim de obter um objetivo maior, como em decisões 
cujo prognóstico do paciente não seja a “cura”, mas somente “paliativo” onde a decisão pelo 
alívio do sofrimento seja necessária, podendo, em muitos casos, abreviar a morte. Exemplo: 
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
prescrição de medicamentos analgésicos em casos de câncer em estado terminal, podendo 
essas medicações serem responsáveis por causar depressão respiratória ao paciente;
• autonomia:
— está relacionada à liberdade das pessoas de decidir sobre si, sobre o que consideram o melhor 
para si como indivíduos racionais. Cabe aos profissionais de saúde salvaguardar o direito 
da autonomia do seu paciente, orientando-o, tornando-o consciente de seu estado geral, 
participando-o no processo decisório relacionado à sua terapêutica. O paciente deverá ser 
responsável em decidir em conjunto com a equipe de saúde, exceto pela legislação vigente 
no País, o direito do paciente em decidir sobre seu “direito de morrer” por meio da eutanásia. 
Nesse caso, há um conflito de princípios entre a autonomia e a não maleficência;
• justiça:
— diz respeito à existência, dever, sistema legal que exerça o poder de proteção e garanta os 
direitos do cidadão.
Portanto, quando o médico decidir individualmente a conduta terapêutica sem consultar o paciente, 
familiar ou responsável legal, ele estará infringindo o princípio da autonomia, bem como quando o 
sistema de saúde ou plano negar-lhe atendimento (ibidem).
 Observação
Uma profissão existe “se, e somente se,” a sociedade assim o decidir.
Usuários
e Comunidade
A relação sanitária
Beneficência
Profissionais 
e Equipe de saúde
Sistema de Saúde
Profissionalismo
não maleficiência
Conscientes de seus 
direitos e exercendo a 
cidadania
Autonomia
Qualidade
Equidade – Universalidade
Eficaz, eficiente, efetivo
Justiça
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Unidade I
A relação sanitária atual vivencia a situações que interferem na atuação profissional de saúde 
(DRUMOND, 2005):
• Imposição de regras: antiprofissionalismo;
— exemplo: Estado;
• o fracionamento “alternativo ou saído” para a comunidade e usuários. Usuário leal: (visão paternalista), 
usuário com “queixas”, desconfiança e demanda. Usuário em “fuga” uso de medicina alternativa;
As profissões relacionadas à saúde terão as seguintes tarefas:
• promover os Direitos Humanos e o exercício da cidadania: entender e propiciar a independência 
social e individual dos seres humanos, de qualquer poder inclusive o “poder médico” em função 
do modelo paternalista absorvido culturalmente pela sociedade;
• modificar a estrutura da relação sanitária: o Estado deverá garantir condições e subsídios baseados 
no compromisso, formação, controle, excelência a fim de garantir aos usuários e sociedade 
condições que favoreçam o cumprimento da cidadania e de seus direitos, expectativas, informação 
e poder;
• promover os valores profissionais e a infraestrutura para desenvolvê-los e controlá-los.
O novo século e o novo milênio vieram acompanhados de novos valores, de subjetividades, de 
ideologias de consumo, emergindo conceitos e a busca pela “vida saudável” e “longevidade”, qualidade de 
vida, do culto ao corpo, desta maneira, a medicina e a saúde passaram a exercer um papel mercadológico 
e de consumo, sendo consideradas mercadorias, e a compor o imaginário das pessoas, tornando-se o 
objeto de desejo de conquistas (ANSELMÉ; BATISTA, 2007).
 Observação
Questiona-se: por que ética na saúde? Segundo Drumond (2005), para: 
estabelecer os limites da conduta profissional; respeitar a vida humana; 
respeitar as diferenças; aprimorar conhecimento; usar a técnica para a 
promoção humana; promover a justiça e preservar o meio ambiente.
Formação ética do profissional de saúde
Vocação de respeito aos valores humanos.
Adesão a um conjunto de virtudes:
• fidelidade à verdade;
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• promoção da justiça social
• compreensão do sofrimento humano.
Os ideais transcendem as obrigações de direitos, e muitas virtudes levam as pessoas a agir de acordo 
com princípios e normas, bem como com seus ideais (BEAUCHAMP; CHILDRESS apud DRUMOND, 2005).
Quase todas as grandes teorias éticas e médicas convergem para a conclusão de que o mais 
importante ingrediente na vida moral da pessoa é o desenvolvimento do caráter que cria a motivação 
íntima e a força para fazer o que é certo e bom (ibidem).
O desafio do homem moderno é saber viver plenamente a complexidade e a diversidade que envolve 
a vida e o meio ambiente.
As mudanças na atenção à saúde:
• o progresso das ciências biológicas e biomédicas;
• a socialização do atendimento médico;
• a progressiva medicalização da vida e da morte;
• a emancipação dos pacientes;
• os padrões morais distintos;
• a maior exigência da sociedade aos profissionais da saúde.
Devido à expansão de tecnologias voltadas à saúde, podemos evidenciar o surgimento de novas 
frentes de trabalho e especialidades nas últimas décadas.
As profissões da saúde tiveram grande evolução nos últimos anos, surgindo, portanto profissões que 
agregaram valor aos cuidados da saúde contemporânea:
Quadro 1
Até 1950 (existência) Final dos anos de 1990 (surgimento)
• Medicina
• Odontologia
• Enfermagem
• Farmácia
• Veterinária
• Fisioterapia
• Terapia ocupacional
• Fonoaudiologia
• Psicologia
• Nutrição
• Biomedicina
• Educação Física
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Unidade I
Quadro 2 – As mudanças nas demandas da saúde (DRUMOND, 2006)
• o envelhecimento da população;
• os custos financeiros de novas técnicas e medicamentos;
• a maior demanda por assistência;
• a criação dos comitês de ética;
• a aspiração de prolongar a vida e evitar a morte;
• a mudança da “medicina de necessidades” para a “medicina de desejos”.
Podemos evidenciar o surgimento de Políticas Públicas tais como o SUS e os programas de Internação 
Domiciliar (PID), empresas privadas prestadoras de serviços de assistência domiciliar, planos, seguradoras 
e operadoras de serviços de saúde a fim de propiciar condições que atendam às demandas e que passem 
a criar um novo mercado de consumo: a saúde.
A saúde é vista como sendo um somatório de variáveis que estão inseridas no contexto socioeconômico 
do indivíduo, como sendo a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade e acessos aos serviços de saúde. Esses fatores em conjunto 
são responsáveis por permitir a organização social dos indivíduos e suas relações com o meio ambiente 
em que esteja inserido (VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, BRASÍLIA, 1986).
Eticamente, todo indivíduo, conforme as leis que embasam a Constituição Federal do Brasil (art. 196 
de 1988), tem o direito à saúde independentemente de seu poder econômico, classe social ou credo.
Dentre os paradigmas a serem transpostos, abrigam-se os conceitos e dilemas éticos baseados na 
sociedade e no poder do consumo, entre relações de cidadania e poder econômico. Os custos de saúde, 
os valores econômicos financeiros passaram a exercer influência nos direitos éticos e legais à saúde.
A globalização e o avanço da tecnologia mundial trouxeram reflexos aos modelos hospitalocêntricos, 
modificando as relações médico-paciente e a concepção ética no atendimento.
No século passado, o especialistaocupou o espaço do médico de família, tratando não mais o 
paciente e sim a doença, minimizando e diminuindo o ser humano a um órgão, uma parte e não a um 
sistema (ibidem).
Segundo o Ministério da Saúde (2006), todo cidadão tem:
• direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde;
• direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema;
• direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação;
• direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos;
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• responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada;
• direito ao comprometimento dos gestores de saúde para que os princípios anteriores sejam 
cumpridos.
Portanto, as relações entre ética e saúde desdobram-se em compromissos políticos que devem 
ir ao encontro da concepção de saúde que prevê uma relação holística e humanística da saúde 
(ANSELMÉ, 2007).
Auditoria é a avaliação sistemática realizada por médicos, enfermeiros e 
demais profissionais de saúde que compara a qualidade da atenção oferecida 
e a realizada com a qualidade idealmente desejada, de acordo com os 
critérios e normas preestabelecidos. É mais uma instância educadora do que 
punitiva e sancionadora, onde se devem aproveitar as experiências, sejam 
negativas – através da análise de incidentes/acidentes – sejam positivas, 
para se introduzir de forma gradual correções e melhorias em cada um dos 
procedimentos de atenção, para satisfazer às demandas de pacientes e seus 
familiares e assim corresponder às crescentes expectativas dos pacientes 
que acorrem às Instituições de Saúde (RENCORET, 2003, p. 2).
A auditoria tem por finalidade estruturar o sistema de educação e aperfeiçoamento continuado 
das Instituições de Saúde, visando à qualidade, à segurança, à atenção e ao humanismo da assistência 
sanitária do País. Pode ser considerada uma instância de mediação, conciliação e solução de conflitos 
que podem surgir na relação médico-paciente-familiares e instituições, em benefício dos envolvidos e 
afetados. Exerce ainda um caráter preventivo e reparador do erro relacionado aos profissionais de saúde 
envolvidos na assistência de forma direta e indireta, porém não tem o papel de ordem penal, mas sim 
moral e ética (DRUMOND, 2005).
A auditoria em saúde tem a finalidade de ser:
• educativa;
• técnico-avaliativa;
• investigativa;
• normativa;
• médico-legal;
• ética;
• financeira/ gerencial.
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Unidade I
A ética permeia as atividades de auditoria, sendo fundamental o trabalho com competência, 
compromisso. A escolha e suas condutas em conduzir resultados devem ser baseadas na ética, 
apoiando-se em bases científicas e em condutas de gestão documental.
A condução das bases de condutas da auditoria fundamenta-se em valores morais, não apenas em 
bases conceituais teóricas (FONSECA, 2010).
A ética em auditoria está baseada na veracidade dos documentos por sua vez avaliados, controlados 
e auditados. Cabe ao auditor analisá-los sem preconceitos, rotulações, mas sim, assegurando condutas 
homogêneas, claras e assertivas.
A ética não apenas depende da competência do auditor, mas do trabalho que envolve a interface 
com diversos profissionais. Na saúde, essa interface ocorre entre membros que realizam o controle direto 
com o público-alvo (pacientes/clientes), tais como profissionais que atuam paralelamente ofertando 
apoio técnico e operacional à prestação de serviços.
A ética em auditoria deve ter como cerne o Código de Ética profissional com seus direitos, devendo 
ser o norte das condutas humanas.
O profissional auditor em sua prática profissional somente deverá aceitar trabalhos a que julgue 
estar capacitado totalmente de recursos para desenvolvê-los (ibidem).
O profissional deverá ser imparcial, manter sigilo, não ser tendencioso, deve ser impessoal, justo, 
e ter a veracidade como lema principal de condutas. O auditor deverá emitir parecer de fatores que 
se julgue conhecedor e informado concretamente (ibidem). Estar em consonância com o Código de 
Ética que regula a profissão, manter a relação direta da empresa cumprindo fielmente suas normas e 
regras institucionais respeitando a cultura organizacional. Nunca deverá agir em benefício próprio ou 
de terceiros, devendo apenas estar direcionado à sua profissão e ao cargo que exerce perante a empresa.
Cabe ao auditor não receber subsídios financeiros, recompensas de terceiros em troca de atitudes que fujam 
da natureza de suas responsabilidades, exceto seu salário e demais vantagens que a empresa forneça fruto 
de suas atribuições (ibidem). Exercer suas funções com autoridade e nunca transferir suas responsabilidades a 
outrem, delegar àqueles que por sua ordem sejam autorizados e competentes para a função.
A emissão de pareceres de auditoria deverá respeitar os seguintes preceitos segundo Fonseca (2010):
• que a análise do trabalho tenha sido executada por ele ou sob sua supervisão;
• o relatório deverá ser objetivo e expressar claramente a sua opinião;
• que na ocorrência da falta de dados ou de comprovação, ou ainda de situação inibitória de um 
juízo seguro, faça constar as suas ressalvas em seu relatório;
• que as informações não se coadunem com os objetivos de auditoria.
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É vedado(a) ao auditor, segundo Fonseca (2004):
• orientar fatos, evidenciar fatores não verossímeis e fidedignos aos processos auditados;
• dissimular irregularidades;
• negligenciar efeitos graves na execução de qualquer trabalho profissional;
• omitir-se ou desvirtuar-se dos preceitos éticos e legais da profissão;
• parcialidade.
O sigilo das informações é preceito ético legal imprescindível à função do auditor, afora exceções 
tais como determinação legal ou autorização expressa (ibidem).
Pode-se concluir que a auditoria é um processo em constante evolução e que a ética está sempre 
presente na formação de todos os profissionais. Se a ética será deixada de lado ou não vai depender 
do profissional, de seus objetivos, se são puramente envolvidos com sua profissão. Se sua preocupação 
com a sua classe trabalhadora for além dos interesses financeiros, certamente, ele cumprirá com suas 
obrigações e levará o código de ética ao pé da letra, pois, para esse profissional, será uma questão de 
honra exercer sua profissão com competência e ética (ibidem).
A ética é indispensável ao profissional porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão 
interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência para exercer a profissão. O agir 
refere-se à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de 
sua profissão.
Os auditores devem seguir normas éticas, cumprir responsabilidades. A auditoria, por sua vez, deverá 
promover a ética e a transparência, exercendo papeis de negociação em busca e resgate dos valores 
humanos associados aos objetivos institucionais privados ou do Estado (ibidem).
A auditoria deve ser compreendida como um conjunto de ações de assessoramento e consultoria 
(ROCHA; BARBOZA, 2006).
 Observação
“A ética profissional, ou moral profissional, denomina-se também 
deontologia, que quer dizer o estudo dos conceitos básicos do direito e do 
dever” (ROCHA; BARBOZA, 2006, p. 4).
Cada profissão possui em seus atos ações que norteiam as condutas e responsabilidades civis que 
direcionam julgamentos e resultados. O Código de Ética pode ser entendido como uma relação das 
práticas de comportamento que, se espera, sejam observadasno exercício da profissão, visando ao 
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Unidade I
bem-estar sócio, político e cultural da sociedade assegurando a lisura de procedimentos no que tange à 
profissão a que se relaciona (ibidem).
Auditoria em saúde está relacionada à auditoria contábil e está associada a analisar e avaliar as 
receitas resultantes da prestação de serviços em saúde. Essa análise envolve o acompanhamento e a 
interpretação de custos e contabilização autênticos da prática operacional profissional.
A finalidade da auditoria é promover e garantir a análise dos processos, evitando irregularidades, 
fraudes e desvios financeiros (ibidem).
 Observação
O auditor deverá assegurar a plena convicção da neutralidade e 
fidedignidade dos fatos/transações apuradas (ROCHA; BARBOZA, 2006).
Como um doente que é mal diagnosticado e que pode vir a morrer pela negligência do médico, o 
patrimônio, a reputação da empresa também poderá sofrer seriíssimos danos caso o auditor não tenha 
como premissa fundamental a ética nas relações humanas e profissionais (ibidem).
Auditoria em saúde é uma atividade indispensável para qualquer tipo de sistema de saúde, seja em 
caráter público ou privado, porém se faz necessário o estabelecimento de regras e mecanismos que 
estejam dentro dos preceitos éticos.
1.1 Conceito de hospital
Para entendermos auditoria, devemos entender a estrutura que compreende o Hospital. Este 
pode ser considerado uma das empresas mais complexas por se constituir em funções, processos, 
ideologias, culturas e multiplicidades de profissões agregadas a um objetivo em comum, emergindo 
em paradigmas. Pode ser considerado um sistema, pois se apresenta em diversas interfaces entre 
setores de internação, unidades de apoio, diagnóstico que, em conjunto, atuam com a finalidade 
de proporcionar resultados satisfatórios e que atendam à demanda dos serviços (LARA, 2010).
A gestão hospitalar exige conhecimento e tomada de decisão, necessitando, portanto, de investir 
em profissionais competentes, tecnologias, exige que se criem processos definidos e alinhados à cultura 
organizacional (BRITO; FERREIRA, 2006).
Dentre a dimensão estrutural, operacional e técnica, faz-se necessário o controle como um método 
de avaliar e acompanhar a dinâmica de trabalho associada à gestão hospitalar.
A auditoria dentro desse contexto hospitalar emerge como um instrumento essencial ao controle 
adequado às necessidades de gerenciamento das informações do ambiente hospitalar, garantindo a 
manutenção da qualidade de seus processos.
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Os primeiros hospitais surgiram em Roma com a finalidade de atender e acolher os doentes, sendo 
a principal razão de sua existência estabelecer a ordem econômica e militar relacionada à estrutura da 
sociedade romana. No último século, emergiu como um centro de saúde para diagnóstico e tratamento 
da comunidade, com uma equipe de múltiplos saberes tal como a equipe de saúde (ibidem).
Nas últimas décadas, tivemos o apogeu da estrutura hospitalocêntrica devido às grandes mudanças 
que ocorreram nas políticas públicas do País, tal como na década de 1980 com o movimento da reforma 
sanitária brasileira.
Hospital é parte integrante de uma organização médica e social, cuja 
função básica consiste em proporcionar à população assistência médica 
integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, 
inclusive o domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, 
capacidade de recursos humanos e de pesquisa em saúde, bem como de 
encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os 
estabelecimentos de saúde a ele vinculado tecnicamente (BRASIL apud 
MEZZOMO; CHERUBIN, 1986).
O hospital é uma unidade econômica que possui vida própria, pois seu objetivo básico é a preservação, 
manutenção ou restabelecimento de saúde (BRITO, FERREIRA, 2006).
O hospital pode ser considerado como empresa que tem: objetivos, metas 
e resultados, tem matéria-prima, mercado, finanças e recursos humanos. 
Exige a aplicação de técnicas administrativas (planejamento, organização, 
coordenação, direção, avaliação e controle), a administração da produção, 
do mercado, das finanças e dos recursos humanos implica a existência 
de um sistema administrativo e operacional e a avaliação de resultados 
(MEZZOMO; CHERUBIN, 1986, pp. 82-83).
O hospital é um universo que contém todas as complexidades 
imagináveis diferentemente do resto das organizações. As tarefas 
multifacetadas da direção exigem preparação integral, grande 
capacidade de liderança, aplicação da mais exigente lógica, bom 
senso, habilidade, iniciativa, autoridade, serenidade, sensatez e ética 
inquestionável (BRITO; FERREIRA, 2006, p. 4).
Existem formas alternativas permissíveis para o atendimento aos usuários de planos de saúde tais 
como (CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998):
• assistência domiciliar ou home care;
• hospitais de retaguarda e reabilitação;
• hospital dia ou day hospital;
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Unidade I
• hospice (hospital para cuidados paliativos);
• outras modalidades de serviços: clínica de recuperação, casa de repouso, spa.
Hospital de Retaguarda (Resolução SS, n. 57 de 4 de maio de 1995)
Objetivos
• aumentar a rotatividade dos leitos de 1ª linha, diminuindo o tempo de permanência do paciente 
nos Hospitais Gerais, que se destinam a casos agudos mais complexos;
• diminuir custo do leito/dia, em função da menor intensidade de cuidados médicos, com maior 
ênfase nos cuidados e orientações de enfermagem.
Conceitos
• aquele cujos leitos se destinam a internações por período superior a 45 dias, de pacientes 
crônicos, convalescentes e terminais, os quais, em sua maioria, são oriundos de Hospitais Gerais e 
prontos-socorros;
• destinados à continuidade do tratamento de pacientes que não têm por que permanecer 
por mais tempo em leitos de hospitais que, pelas suas características, necessitam de ter alta 
rotatividade.
Critérios de internação (estar incluído nas seguintes situações)
• ser convalescente;
• paciente neurológico e/ou traumatológico estabilizado em fase de reabilitação;
• pós-cirúrgico sem complicações e crônicos que necessitem de cuidados médicos e de enfermagem, 
incluindo os casos terminais;
• passar por avaliação prévia por equipe multiprofissional;
• ter sua internação autorizada pela unidade gestora pública de competência;
• ser liberado por meio de alta hospitalar do Hospital Geral.
Pacientes em cuidados prolongados
Paciente convalescente: aquele paciente submetido a procedimentos clínicos/cirúrgicos que se 
encontra em recuperação e necessita de acompanhamento médico, de outros cuidados assistenciais e 
de reabilitação físico-funcional por um período de até 107 dias.
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
Paciente portador de múltiplos agravos à saúde: aquele que necessita de cuidados médico-assistenciais 
permanentes e de terapia de reabilitação.
Paciente crônico: aquele portador de patologia de evolução lenta ou portador de sequela da patologia 
básica que gerou a internação que necessita de cuidados médico-assistenciais permanentes, com vistas 
à reabilitação físico-funcional.
Pacientes em cuidados permanentes: aquele que teve esgotadas todas as condições de terapia 
específica e que necessita de assistência médica ou cuidados permanentes (Portaria n. 2.413, de 23 de 
março de 1998).
Hospital Dia
O Hospital Diaé considerado uma internação hospitalar de curta duração, de caráter intermediário 
entre a assistência ambulatorial e a hospitalização.
Critérios para internação
• pacientes que necessitem ser submetidos a procedimentos diagnósticos que requeiram período de 
preparação e/ou observação médica posterior;
• pacientes submetidos a procedimentos terapêuticos, inclusive medicação parenteral, que 
requeiram exames e/ou preparação e/ou observação posterior;
• pacientes que necessitem de treinamento especializado para aplicação de procedimento 
terapêutico e/ou de manutenção ou uso de equipamentos especiais.
Catelli (apud BRITO; FERREIRA, 2006) denomina gestão como o processo de decisão baseada em 
um conjunto de conceitos e princípios coerentes entre si, que visa a garantir a consecução da cultura 
organizacional. Gestão significa planejar, organizar, dirigir e controlar.
Segundo Grabois (1995), gerenciar um hospital significa estabelecer as linhas de ação do hospital e fazer 
com que essas guias sejam seguidas. A gestão hospitalar envolve a união de gestores (líderes) que em conjunto 
unem-se para um objetivo próprio. O gestor deverá estabelecer metas, planejar e executar estratégias de 
implementação e controle que permitam identificar todas as etapas de formação do trabalho. Garantir resultados, 
melhorias na qualidade da assistência, agregar valor à empresa, exprimir condutas que viabilizem crescimento e 
desenvolvimento ao mesmo tempo em que reflitam uma gestão livre de danos, riscos e custos elevados.
Falar de gestão hospitalar significa basear-se em conceitos administrativos da qualidade, embutir-se 
de preceitos éticos e legais que propiciem melhores condições de trabalho, tendo a comunicação e as 
relações de trabalho com a auditoria como fortes aliadas para o sucesso das organizações.
O gestor deve estar aberto e atento às transformações do meio ambiente 
e às novas tendências, exigindo que o hospital seja, cada dia, um sistema 
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Unidade I
aberto e voltado para a realidade e as pressões do meio que o envolve 
(BRITO; FERREIRA, 2006, p. 5).
 Observação
Portanto, caro aluno, pensar em Gestão Hospitalar envolve políticas e 
processos que estejam alinhados a prestações de serviços. Instrumentos 
administrativos não são suficientes para o sucesso: faz-se necessário o 
controle como medida de avaliação e análise de desempenho.
1.2 Legislação em saúde
Histórico da auditoria médica (DRUMOND, 2005):
• 1910: Association of American Medical College (AAMC) e American Medical Association (AMA): 
controle no treinamento médico e no aparelhamento hospitalar: Flexner Report;
• 1912: Codman introduz o sistema comparativo de resultados finais, servindo de fundamentação 
para hospitais iniciarem auditoria médica;
• anos de 1950: implantação da centralização do processamento dos dados hospitalares com 
programas tipo Professional Activities Studies e Medical Audit Program;
• anos de 1960: fusão das Caixas de Previdência e Assistência Médica no Instituto Nacional de 
Previdência Social – INPS, com a universalização da assistência médica;
• Decreto-lei 73/66 que cria o seguro-saúde a ser comercializado pelas companhias de seguro e 
planos de saúde;
• custos crescentes do modelo assistencial: criação do sistema suplementar;
• anos de 1970: Ministério da Previdência, supostas irregularidades na cobrança de contas médicas 
e hospitalares: auditagem médica e administrativa das contas;
• ordem de serviço número 039.32 da SAM/NPS, 28/12/76: estabelece controle formal e técnico dos serviços;
• anos de 1980: Sistema Suplementar estabelece auditoria médica como atividade necessária em 
todas as modalidades de assistência.
A auditoria como profissão associada a categorias profissionais da saúde e tendo o médico como 
um dos elementos centrais desse processo está alinhada em seus preceitos éticos e morais que serão 
descritos a seguir para melhor entendimento.
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
1.3 Código de Ética Médica
A seguir, a descrição do Código de Ética Médica:
• Art. 8º - O médico não pode, em qualquer circunstância ou sob qualquer pretexto, renunciar à sua 
liberdade profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam prejudicar 
a eficácia e correção de seu trabalho;
• Art. 16º - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou instituição pública ou privada 
poderá limitar a escolha, por parte do médico, dos meios a serem postos em prática para o estabelecimento 
do diagnóstico e para a execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente;
• Art. 19º - O médico deve ter, para com seus colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem todavia, 
eximir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à comissão de ética da instituição em 
que exerce seu trabalho profissional e, se necessário, ao Conselho Regional de Medicina;
• Art. 81º - [É vedado ao médico] alterar a prescrição ou tratamento de paciente, determinado por 
outro médico, mesmo quando investido em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de 
indiscutível conveniência para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico 
responsável;
• Art. 108º – [É vedado ao médico] facilitar manuseio e conhecimento dos prontuários, papeladas e 
demais folhas de observações médicas sujeitas ao segredo profissional, por pessoas não obrigadas 
ao mesmo compromisso;
• Art. 118º – [É vedado ao médico] deixar de atuar com absoluta isenção quando servir como perito 
ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e competência;
• Art. 121º – [É vedado ao médico] intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos 
profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando 
suas observações para o relatório.
Caro aluno, é de extrema importância o conhecimento das leis que regimentam as práticas 
profissionais e cabe ao auditor essa responsabilidade, a fim de intervir e atuar preservando os 
direitos e deveres da profissão. O profissional que diretamente ou indiretamente estiver associado a 
essa função deverá ter como premissas as leis. O profissional de enfermagem, bem como os demais 
profissionais auditores deverão conhecer as leis que precedem o ato médico da auditoria.
 Saiba mais
Para ler o Código de Ética Médica na íntegra, acesse: <http://www.
cremesp.org.br/library/modulos/legislacao/versao_impressao.php?id=8822>.
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Unidade I
1.4 Resoluções normativas
Resolução CFM n. 1614/2001
Considerando a necessidade de disciplinar a fiscalização praticada nos atos médicos pelos serviços 
contratantes de saúde;
Considerando que a auditoria do ato médico constitui-se em importante mecanismo de controle e 
avaliação dos recursos e procedimentos adotados, visando sua resolubilidade melhoria na qualidade da 
prestação dos serviços;
Considerando que a auditoria médica caracteriza-se como ato médico, por exigir conhecimento 
técnico, pleno e integrado da profissão;
Considerando que o médico investido da função de auditor encontra-se sob a égide do preceituado 
no Código de Ética Médica, em especial o constante dos artigos 8º, 16º, 19º, 81º, 108º, 118º e 121º;
Considerando o disposto no Decreto n. 20.931/32;
Resolve:
• Art. 1º - O médico, no exercício de auditoria, deverá estar regularizado no Conselho Regional de 
Medicina da jurisdição onde ocorreu a prestação do serviço auditado;
• Art. 2º - As empresas de auditoria médica e seus responsáveis técnicos deverão estar devidamente 
registrados nos Conselhos Regionais de Medicina das jurisdiçõesonde seus contratantes estiverem 
atuando;
• Art. 3º - Na função de auditor, o médico deverá identificar-se de forma clara em todos os seus 
atos, fazendo constar, sempre, o número de seu registro no Conselho Regional de Medicina;
• Art. 4º - O médico, na função de auditor, deverá apresentar-se ao diretor técnico ou substituto da 
unidade, antes de iniciar suas atividades;
• Art. 5º - O diretor técnico ou diretor clínico deve garantir ao médico/equipe auditora todas as 
condições para o bom desempenho de suas atividades, bem como o acesso aos documentos que 
se fizerem necessários.
• Art. 6º - O médico, na função de auditor, obriga-se a manter o sigilo profissional, devendo, 
sempre que necessário, comunicar a quem de direito e por escrito suas observações, conclusões e 
recomendações, sendo-lhe vedado realizar anotações no prontuário do paciente;
• Parágrafo 1º - É vedado ao médico, na função de auditor, divulgar suas observações, conclusões 
ou recomendações, exceto por justa causa ou dever legal;
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• Parágrafo 2º - O médico, na função de auditor, não pode, em seu relatório, exagerar ou omitir 
fatos decorrentes do exercício de suas funções;
• Parágrafo 3º - Poderá o médico na função de auditor solicitar por escrito, ao médico assistente, 
os esclarecimentos necessários ao exercício de suas atividades;
• Parágrafo 4º - Concluindo haver indícios de ilícito ético, o médico, na função de auditor obriga-se 
a comunicá-los ao Conselho Regional de Medicina;
• Art. 7º - O médico, na função de auditor, tem o direito de acessar, in loco, toda a documentação 
necessária, sendo-lhe vedada a retirada dos prontuários ou cópias da instituição, podendo, se 
necessário, examinar o paciente, desde que devidamente autorizado pelo mesmo, quando possível, 
ou por seu representante legal;
• Parágrafo 1º - Havendo identificação de indícios de irregularidades no atendimento do paciente, 
cuja comprovação necessite de análise do prontuário médico, é permitida a retirada de cópias 
exclusivamente para fins de instrução da auditoria;
• Parágrafo 2º - O médico assistente dever ser antecipadamente cientificado quando da necessidade 
do exame do paciente, sendo-lhe facultado estar presente durante o exame;
• Parágrafo 3º - O médico, na função de auditor, só poderá acompanhar procedimentos no paciente 
com autorização do mesmo, ou representante legal e/ou seu médico assistente;
• Art. 8º - É vedado ao médico, na função de auditor, autorizar, vetar, bem como modificar, 
procedimentos propedêuticos solicitados, salvo em situação de indiscutível conveniência para o 
paciente, devendo, neste caso, fundamentar e comunicar por escrito o fato ao médico assistente;
• Art. 9º - O médico, na função de auditor, encontrando impropriedades ou irregularidades na 
prestação do serviço ao paciente, deve comunicar o fato por escrito ao médico assistente, 
solicitando os esclarecimentos necessários para fundamentar suas recomendações;
• Art. 10º - O médico, na função de auditor, quando integrante de equipe multiprofissional de 
auditoria, deve respeitar a liberdade e independência dos outros profissionais sem, todavia, 
permitir a quebra do sigilo médico;
• Parágrafo único – É vedado ao médico, na função de auditor, transferir sua competência a outros 
profissionais, mesmo quando integrantes de sua equipe;
• Art. 11º - Não compete ao médico, na função de auditor, a aplicação de quaisquer medidas 
punitivas ao médico assistente ou instituição de saúde, cabendo-lhes somente recomendar as 
medidas corretivas em seu relatório, para o fiel cumprimento da prestação da assistência médica;
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Unidade I
• Art. 12º - É vedado ao médico, na função de auditor, propor ou intermediar acordos entre as 
partes contratantes e prestadoras que visem a restrições ou limitações ao exercício da Medicina, 
bem como aspectos pecuniários;
• Art. 13º - O médico, na função de auditor, não pode ser remunerado ou gratificado por valores 
vinculados – glosa;
• Art. 14º - Esta resolução aplica-se a todas as auditorias assistenciais, e não apenas àquelas no 
âmbito do SUS.
• Art. 15º - Fica revogada a Resolução CFM n. 1.466/96;
• Art. 16º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
 Observação
Ética em Saúde:
• Resolução CFO n. 20/2011, de 16 de agosto de 2001: normaliza 
perícias e auditorias odontológicas em sede administrativa;
• Resolução Cofen n. 266/2011, de 5 de outubro de 2011: aprova 
atividades de enfermeiro auditor.
Médico Auditor
Responsabilidade civil
A responsabilidade civil representa o dever de reparo a um dano ocasionado em decorrência da 
violação de um dever jurídico preexistente, seja esse dever contratual, oriundo da lei ou dos preceitos 
gerais de direito:
• Art. 186º – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito;
• Art. 187º – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa fé ou pelos bons costumes;
• Art. 927º – Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186º e 187º), causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo;
Art. 951º – O disposto nos artigos 948º, 949º e 950º aplica-se ainda no caso de indenização devida 
por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar 
morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
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Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 8.078 – 11/09/1990)
• Art. 14º – O fornecedor de serviços responde, independentemente de existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, 
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos;
• Alínea 4ª – A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação 
de culpa;
• Art. 17º – Para os efeitos desta seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
 Saiba mais
Para ler o Código de Proteção e Defesa do Consumidor na íntegra, 
acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>.
Como repercussão criminal
Regra geral (CP, Decreto-lei 2.848/40)
Crime culposo: o agente não tem a intenção:
• não age com predisposição e vontade de provocar o dano, determinar a lesão ou causar prejuízo;
• caracteriza-se pela previsibilidade;
• tem de estar instituído no Código Penal.
Tipificação Penal (CP, Decreto-lei 2.848/40):
• em caso de lesões, o crime é tipificado na alínea 6ª do artigo 129º do Código Penal;
• em caso de morte, a responsabilidade é relativa a homicídio culposo, previsto na alínea 3ª do 
artigo 121º do citado Código.
 Lembrete
No Código de Ética Médica, despontam os artigos 81º, 118º, 119º, 120º e 
121º como aqueles diretamente envolvidos nessa atividade.
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Unidade I
É vedado ao Médico (CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA, 1988):
• Art. 81º – Alterar prescrição ou tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo 
quando investido em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível 
conveniência para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável;
Excepcionalmente, o auditor poderá intervir em benefíciodo paciente, quando constatar equívocos 
de prescrição médica, que coloquem em risco a vida do mesmo (CREMEPE, 2008).
Nessa situação, deverá ser procurado o colega para a correção ou, na sua ausência, o Diretor 
Clínico. Na ausência dos dois, a correção deverá ser feita e o colega assistente avisado assim que 
possível (ibidem);
• Art. 118 – Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou 
auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e competência.
O Diretor Clínico do hospital deve ser cientificado da presença dos médicos auditores. O exame 
do paciente por parte do auditor não constitui infração ética. O auditor não deverá tecer nenhum 
comentário com o examinado ou seus acompanhantes (ibidem).
Uma cópia do relatório de auditoria deverá ser fornecida ao médico assistente ou, na ausência 
deste, ao Diretor Clínico do Hospital (ibidem). Diálogo do médico auditor e do médico assistente 
deverá ser pautado pelo respeito, independência, consideração e solidariedade profissionais (Art. 18º 
e 19º do CEM, 1988). O auditor não pode adulterar o prontuário e tão pouco efetivar a alta hospitalar 
(CREMEPE, 2008);
• Art. 119º – Assinar laudos periciais ou de verificação médico-legal, quando não tenha realizado ou 
participado pessoalmente do exame.
Devem assinar relatórios ou laudos apenas aqueles que participaram de fato da sua elaboração 
(ibidem);
• Art. 120º – Ser perito de paciente seu, de pessoa de sua família ou de qualquer pessoa com a qual 
tenha relações capazes de influir em seu trabalho.
Os auditores devem eximir-se de participar de auditorias, sempre que não se sintam isentos para tal, 
devido a qualquer tipo de relacionamento que possa influir em seu trabalho (ibidem);
• Art. 121º – Intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou 
fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório.
Não confundir com questionamento ou solicitação de relatório, nem mesmo a glosa pode ser 
entendida como tal (ibidem).
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1.5 Princípios relativos à pessoa do auditor
Princípios baseados no que demonstram o Cremepe (2008) e Manual de Normas de Auditoria 
Médica – Unimed do Brasil (LEIGH, 2002):
Quadro 3 
Independência
O auditor no exercício de sua atividade deve 
manter uma atitude de independência que 
assegure a imparcialidade do seu julgamento, 
execução e emissão do seu parecer, bem 
como nos demais aspectos relacionados à sua 
atividade profissional.
A meta do auditor é achar o maior grau de 
independência dentro das limitações existentes 
no seu mundo real, dessa forma protegê-lo-á 
de assumir compromissos em detrimento dos 
objetivos da auditoria.
Soberania
O auditor deverá possuir domínio do 
julgamento profissional, na seleção e 
aplicação de procedimentos técnicos e testes 
de auditoria, na definição de suas conclusões 
e na elaboração de relatórios e pareceres.
Imparcialidade
O auditor deverá abster-se de intervir nos casos 
onde há conflitos de interesses que possam 
influenciar a absoluta isenção do seu julgamento.
Objetividade
Deverá apoiar-se em fatos e evidências que 
permitam o convencimento da realidade 
ou a veracidade dos fatos, documentos ou 
situações examinadas, permitindo a emissão 
de opinião em bases consistentes.
Conhecimento técnico e capacidade 
profissional
O auditor deverá possuir conhecimentos 
específicos de sua formação profissional, 
conhecimentos técnicos relativos à auditoria, 
garantindo a legitimidade e legalidade no 
desempenho.
Experiência e capacidade profissional
Experiência obtida de um somatório de 
atuações, agregando valores, possibilitando 
o amadurecimento do desempenho, 
julgamento e discernimento.
Capacidade profissional por meio do 
domínio dos procedimentos e técnicas 
aplicáveis à auditoria.
Atualização dos conhecimentos técnicos
O auditor deverá aprimorar-se, atualizar-se 
quanto a normas reguladoras, atos profissionais 
(leis), métodos e técnicas de auditoria.
Cautela e zelo profissional
Na elaboração de seus relatórios, na emissão 
de sua opinião, bom senso em seus atos 
decisórios, cumprindo as leis e normas gerais 
de auditoria.
Comportamento ético
Proteger os interesses da sociedade, respeitar as 
normas de conduta ético-profissionais.
Honestidade
Ponderação.
Confiança.
Diplomacia.
Capacidade de adaptação.
Atualização/evidência científica.
Humildade.
Curiosidade.
Discrição.
Cautela e zelo profissional.
Boa capacidade de comunicação.
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Unidade I
Decálogo do auditor ético (FRANÇA, 2006)
1. evitar conclusões intuitivas e precipitadas;
2. falar pouco e em tom sério;
3. agir com modéstia e sem vaidade;
4. manter sigilo exigido;
5. ter autoridade para ser acreditado;
6. ser livre para agir com isenção;
7. não aceitar a intromissão de terceiros;
8. ser honesto e ter vida pessoal correta;
9. ter coragem para decidir;
10. ser competente para ser respeitado.
Educação continuada
• Discussão de casos.
• Unificação de condutas sobre regras de temas específicos.
• Palestras com convidados sobre assuntos de interesse do grupo de auditores.
• Apresentação de resultados das auditorias.
• Atualização científica.
• Treinamento.
• Negociação.
• Preparo de documentação.
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
Quadro 4 
Equipe de Auditoria em Saúde – Equipe Multidisciplinar – Manual de Normas de Auditoria Médica – 
Unimed do Brasil (LEIGH, 2002) 
Médicos.
Generalistas (áreas básicas).
Experiência em auditoria.
Clínica médica.
Cirurgia geral.
Pediatria.
Ginecologia e Obstetrícia.
Médicos especialistas – auditor da especialidade.
Enfermeiros.
Experiência na profissão.
Experiência em auditoria é desejável.
Experiência profissional em:
• unidades de tratamento intensivo, pediátrico e neonatal;
• unidades de internação;
• bloco cirúrgico;
• hemodinâmica;
• unidades de diálise.
Farmacêutico
Experiência em farmácia hospitalar.
Epidemiologista
Experiência em medicina baseada em evidências.
Odontólogo
Experiência em odontologia social e clínica.
Se equipe de odontologia, especialistas: 
periodontia, endodontia etc.
Equipe de peritos.
Fisioterapeuta
Administrativos.
Fonoaudiólogo.
2 MODELOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: UM RESGATE HISTÓRICO (SUS/SAÚDE 
SUPLEMENTAR)
A auditoria tem sua origem em uma forma primitiva, sob a ótica de análise contábil, com registros 
do ano de 2600 a. C., realizada por revisores ou inspetores de contas na época do Rei Uru-Kagina (SÁ 
apud SCARPARO, 2007).
A auditoria está pautada na necessidade de confirmação da realidade econômica e financeira do 
patrimônio, dos controles e das rotinas das empresas (SCARPARO, 2007). No Brasil, há relatos de que a 
auditoria teve seu início com a chegada das primeiras expedições marítimas (CRUZ apud SCARPARO, 2007).
As primeiras notícias médicas registradas no Brasil datam de 1500. Com a colonização dos brancos, 
vieram as doenças tais como a varíola e sarampo e, com os negros, a filariose e a febre amarela, com a 
explosão de epidemias trazendo trágicos cenários com consequências negativas para a saúde coletiva e 
o comércio exterior devido à falta de estrutura sanitária básica (MELLO, 2004 e REBELO, 2007).
O período de 1500 até o Primeiro Reinado foi identificado como a fase de utilização de recursos da 
Terra, o uso de plantas medicinais, simpatias e curandeiros eram fortes práticas da saúde. No Primeiro 
Reinado, a saúde era vista como unitária e centralizada,onde a dificuldade de acesso a tratamentos era 
comum, a falta de comunicação era uma realidade e os recursos eram precários. Apenas dois hospitais 
serviam à população: Rio de Janeiro e Bahia. A prática de Boticários era comum, devido aos seus 
conhecimentos de ervas medicinais e à sua manipulação (REBELO, 2007).
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Unidade I
Com a Proclamação da República, iniciou-se o período com enfoque capitalista, a saúde como 
produto para burguesia e latifundiários, apogeu da medicina de família. O período colonial foi crítico e 
precário no quesito medicamentos, e os hospitais eram depósitos de doentes, sendo apenas modificados 
com a vinda da Família Real ao Brasil em 1808 (MELLO, 2004).
A criação de Santas Casas de Misericórdia deu-se como alternativa de tratamentos. No século 
XVIII, nasceram os primeiros hospitais destinados ao atendimento das tropas de guerra, mediante 
a cobrança de taxas. Com a vinda da Família Real, criaram-se cargos de Provedor Mor da Saúde, 
com a função de controle dos portos, estabelecimento de quarentenas quando da suspeita de 
doenças, sendo alterada somente em 1828 com a descentralização para as Câmaras Municipais 
(ibidem).
A década de 1920 foi marcada pela Organização da Diretoria Geral de Saúde Pública e pela 
figura do médico sanitarista Oswaldo Cruz, o qual implementou estratégias e instituições públicas 
de higiene e saúde no Brasil. Essa década foi o marco inicial de campanhas de saúde coletiva, 
principalmente direcionadas às ações de combate à febre amarela, varíola com ações policialescas, 
porém eficazes – modelo campanhista (REBELO, 2007).
Com a organização da Diretoria Geral de Saúde Pública gerenciada pelo médico Oswaldo Cruz, foram 
criados (ibidem):
• laboratórios bacteriológicos;
• serviço de engenharia sanitária e de profilaxia da febre amarela;
• inspetoria de isolamento e desinfecção;
• Instituto Soroterápico Federal, posteriormente transformado no instituto Oswaldo Cruz.
Percorrendo a linha do tempo da Diretoria de Saúde Pública, tivemos a presença marcante do 
sucessor do médico Oswaldo Cruz: a figura de Carlos Chagas foi notória mudando a política de 
relação, metodologia publicitária e de propaganda da saúde. Estabeleceu a Educação Sanitária, 
houve a criação de órgãos especializados na luta contra tuberculose, lepra e doenças venéreas. 
Para a enfermagem brasileira, foi o início da implantação de um modelo educacional centrado na 
formação de enfermeiras sanitaristas especializadas, com a criação da Escola de Enfermagem Ana 
Nery, expandindo, portanto, o saneamento para outros estados brasileiros além do Rio de Janeiro 
e Bahia (ibidem).
Para melhor entendimento da influência da Saúde Pública no Brasil em relação à atividade da 
Auditoria, podemos traçar fatos marcantes na História que engendraram ações para a qualidade da 
assistência, cerne da Auditoria em Saúde. Segundo Rebelo (2007) e Mello (2004), podemos elencar esses 
fatos marcantes como veremos a seguir.
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Década de 1920
• 1923: Lei Eloy Chaves
— surgimento da Previdência Social no Brasil;
— criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPS).
• CAPS: finalidades
— aposentadoria, pensões;
— assistência médica (inclusive familiares) e medicamentos a preços especiais.
Década de 1930
• criação do Ministério da Educação e Saúde;
• Previdência Social passa ao controle do Estado:
— CAPS/IAPS: Institutos de Aposentadorias e Pensões os quais pertenciam a algumas categorias 
profissionais tais como comerciários, industriários etc. A finalidade consistia na assistência 
médica, aposentadoria e pensões. O financiamento tinha a participação do assalariado e do 
recolhimento do empregador junto ao IAP;
— a gestão passa a ter uma visão tripartite: empregado, empregador e União.
Década de 1960
• ampliação dos benefícios na assistência;
• aumento da contribuição dos trabalhadores de 3% para 8%;
• exclusão do Estado na contribuição;
• desvio de recursos financeiros para obras do Governo;
• Golpe de 1964: centralização do poder do Estado;
• 1967: Fusão dos IAPS em um único órgão: o Instituto Nacional de Previdência Social o INPS:
— INPS: assistência médica, aposentadoria e pensões, participação de empregados e empregadores 
no financiamento;
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Unidade I
— o governo liberou verbas a fundo perdido a fim de proporcionar às empresas privadas recursos 
para a construção de Hospitais, a fim de enviar seus segurados. A Previdência financiou e 
sustentou Hospitais privados por 20 anos, propiciando recursos e a capitalização de empresários 
que, enriquecidos, se descredenciaram do INPS;
— o dinheiro da Previdência tornou-se insuficiente, a escassez de leitos públicos foi o declínio em 
decorrência da privatização da rede;
• criação do Fundo dos Trabalhadores Rurais;
• surgimento das medicinas de grupo no ABC Paulista, com o objetivo de suprir as necessidades de 
atendimento aos profissionais que trabalhavam em grandes multinacionais da região, seguindo 
modelos norte-americanos de medicinas de grupo;
• com a finalidade de dividir os encargos de gestão da saúde do Estado, surgem em 1964 os primeiros 
convênios com empresas, podendo deduzir da cota devida ao INPS 2% da folha de pagamento;
• durante cerca de 30 anos, o setor operou sem controle do Estado.
Década de 1970
• divisão do INPS ( 1977)
— SINPAS:
– IAPAS: arrecadação da Previdência;
– INAMPS: assistência médica;
— INPS:
– aposentadorias e pensões.
Os trabalhadores desempregados e aqueles que não contribuíam para a Previdência passaram a não 
ter acesso à assistência médica, reduzindo-se a tentar o atendimento em Hospitais Filantrópicos. Caos e 
desespero tornou-se o total abandono da Saúde da população:
• separação nítida entre as ações e serviços de saúde pública e as ações e serviços assistenciais;
• serviços de assistência médica eram assegurados ou aos que tinham dinheiro para pagar ou aos 
beneficiários da Previdência Social;
• medicalização e especialização da Medicina com a privatização dos Serviços de Saúde foi um forte 
estímulo para a transformação da medicina coletiva para a medicina curativa, evidenciando-se 
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AUDITORIA E SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE 
na formação médica, na especialização e na sofisticação tecnológica, dependentes das indústrias 
farmacêuticas e de equipamentos médicos hospitalares.
Década de 1980
• o sistema brasileiro de saúde começa a apresentar o diagnóstico de esgotamento, a realidade vivenciada 
passa a ser evidenciada por intermináveis filas, baixos salários e precárias condições de trabalho;
• população descontente e revoltada, colapso;
• abertura política: reestruturação de movimentos em defesa de uma política de saúde abrangente, 
democrática e disponível para todos.
Movimento da Reforma Sanitária do Brasil
• profissionais da área da Saúde;
• lideranças políticas, sindicais e populares;
• o governo cria o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde sendo este substituído em 1988 pelo SUS;
• com a reformulação e promulgação da Constituição Federal de 1988, autoriza-se a criação da 
iniciativa privada dos programas de Assistência Médico Hospitalar e os seguros de saúde;
• a década de 1980 foi o apogeu das medicinas de grupo e cooperativas médicas;
• pelo sucateamento da saúde pública, pela falta de recursos e pela demanda muito maior que a 
oferta de serviços, aumentou drasticamente a valorização

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