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Vários sistemas de feedback negativo interligados controlam a pressão arterial por meio do ajuste do ritmo cardíaco, do volume sistólico, da resistência vascular sistêmica e do volume de sangue. Alguns sistemas possibilitam ajustes rápidos para lidar com mudanças bruscas, como a queda da pressão sanguínea no encéfalo que ocorre quando a pessoa levanta da cama; outros agem mais lentamente para fornecer a regulação a longo prazo da pressão sanguínea. O corpo também pode exigir ajustes na distribuição do fluxo sanguíneo. Durante o exercício, por exemplo, maior porcentagem do fluxo sanguíneo total é desviada para os músculos esqueléticos. Papel do centro cardiovascular: O centro CV também controla sistemas de feedback negativo neurais, hormonais e locais que regulam a pressão e fluxo sanguíneo a tecidos específicos. Grupo de neurônios espalhados no CV regulam: A frequência cardíaca; A contratilidade (força de contração) dos ventrículos; Diâmetro dos vasos sanguíneos (constrição/ dilatação). Alguns neurônios: Estimulam o coração (centro cardioestimulatório); Outros inibem o coração (centro cardioinibitório); Controlam o diâmetro dos vasos sanguíneos (causando constrição -centro vasoconstritor- ou dilatação -centro vasodilatador-) ; Neurônios são chamados coletivamente de centro vasomotor. Funcionamento:O CV recebe informações das regiões superiores do encéfalo e dos receptores sensitivos. Os impulsos nervosos descem do córtex cerebral, sistema límbico e hipotálamo para afetar o centro cardiovascular. *Os três tipos principais de receptores sensitivos que fornecem informações ao centro cardiovascular são os: Proprioceptores: Monitoram os movimentos das articulações e músculos e fornecem informações ao centro cardiovascular durante a atividade física. Sua atividade é responsável pelo rápido aumento da frequência cardíaca no início do exercício; Barorreceptores: Monitoram as alterações na pressão e distendem as paredes dos vasos sanguíneos; Quimiorreceptores: Monitoram a concentração de vários produtos químicos no sangue Controle da pressão SANGUÍNEA & HIPERTENSÃO Milla I 1º Semestre I Medicina Regulação neural da pressão sanguínea: O sistema nervoso regula a pressão sanguínea por meio de alças de feedback negativo que ocorrem como dois tipos de reflexos: Barorreceptores(Brres): * Localizados na aorta, nas artérias carótidas internas (artérias do pescoço que fornecem sangue ao encéfalo) e outras grandes artérias do pescoço e do tórax. Receptores sensitivos sensíveis à pressão, eles enviam impulsos para o centro cardiovascular para ajudar a regular a pressão sanguínea. Os dois reflexos barorreceptores mais importantes são o reflexo do seio carótico e o reflexo da aorta. Os brres da parede dos SC (seios caróticos), iniciam o reflexo do SC que ajuda a regular a pressão sanguínea no encéfalo. Os SC são pequenas ampliações das artérias carótidas internas direita e esquerda, acima do ponto em que elas se ramificam da artéria carótida comum. A pressão arterial distende a parede do seio carótico, estimulando os brres. Os impulsos nervosos se propagam dos barorreceptores do seio carótico para os axônios sensitivos nos nervos glossofaríngeos (IX) para o centro cardiovascular no bulbo. Os barorreceptores da parede da parte ascendente da aorta e arco da aorta iniciam o reflexo da aorta, que regula a pressão arterial sistêmica. Os impulsos nervosos dos barorreceptores aórticos chegam ao centro cardiovascular via axônios sensitivos do nervo vago (X). Quando a pressão arterial cai, os barorreceptores são menos distendidos e enviam impulsos nervosos em uma frequência mais lenta ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV diminui a estimulação parassimpática do coração por meio dos axônios motores dos nervos vago e aumenta a estimulação simpática do coração via nervos aceleradores cardíacos. Quimiorreceptores: Os quimiorreceptores, receptores sensitivos que monitoram a composição química do sangue, estão localizados perto dos barorreceptores do seio carótico e do arco da aorta em pequenas estruturas chamadas glomos caróticos e glomos paraaórticos, respectivamente. Estes quimiorreceptores detectam mudanças nos níveis sanguíneos de O2 , CO2 e H + . Hipoxia (baixa disponibilidade de O2), acidose (aumento na concentração de H + ) ou hipercapnia (excesso de CO2) estimulam os quimiorreceptores a enviar impulsos ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV aumenta a estimulação simpática de arteríolas e veias, provocando vasoconstrição e aumento da pressão sanguínea. Estes quimiorreceptores também fornecem informações ao centro respiratório no tronco encefálico para ajustar a frequência respiratória. Regulação hormonal da pressão sanguínea: Vários hormônios ajudam a regular a pressão arterial e o fluxo sanguíneo por meio da alteração no débito cardíaco, alteração da resistência vascular sistêmica ou ajuste do volume total de sangue: Sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAA): Quando o volume de sangue cai ou o fluxo sanguíneo para os rins diminui, as células justaglomerulares dos rins secretam renina na corrente sanguínea. Na sequência, a renina e a enzima conversora de angiotensina (ECA) atuam sobre seus substratos para produzir o hormônio ativo angiotensina II, que aumenta a pressão arterial de duas maneiras. Em primeiro lugar, a angiotensina II é um potente vasoconstritor; isso aumenta a pressão arterial ao aumentar a resistência vascular sistêmica. Em segundo lugar, estimula a secreção de aldosterona, a qual aumenta a reabsorção dos íons sódio (Na + ) e água pelos rins. A reabsorção de água aumenta o volume sanguíneo total, o que eleva a pressão arterial. Epinefrina e norepinefrina: Em resposta à estimulação simpática, a medula da glândula suprarrenal libera epinefrina e norepinefrina. Esses hormônios aumentam o débito cardíaco ao elevarem a velocidade e força das contrações cardíacas. Também causam constrição das arteríolas e veias na pele e órgãos abdominais e dilatação das arteríolas no músculo cardíaco e esquelético, o que ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo para o músculo durante o exercício Hormônio antidiurético (HAD): é produzido pelo hipotálamo e liberado pela neuroHipófise em resposta à desidratação ou à diminuição no volume sanguíneo. Entre outras ações, o HAD causa vasoconstrição, o que aumenta a pressão arterial. Por isso, o HAD é também chamado vasopressina. O HAD também promove o deslocamento de água do lúmen dos túbulos renais para a corrente sanguínea. Isso resulta em aumento no volume sanguíneo e diminuição na produção de urina Peptídio natriurético atrial (PNA): Liberado pelas células do átrio do coração, o PNA reduz a pressão arterial ao causar vasodilatação e promover a perda de sal e água na urina, o que reduz o volume sanguíneo. Alterações no volume sanguíneo afetam a pressão arterial: Se o volume sanguíneo aumenta, a pressão arterial aumenta. Quando o volume sanguíneo diminui, a pressão arterial diminui. Pequenos aumentos no volume sanguíneo ocorrem durante o dia, devido à ingestão de alimentos e líquidos, contudo, em geral, esses aumentos não geram mudanças duradouras na pressão sanguínea, devido às compensações homeostáticas. Ajustes ao volume sanguíneo aumentado são de responsabilidade dos rins. Se o volume sanguíneo aumenta, os rins restabelecem o volume normal por excretar o excesso de água na urina, os rins também ajudam a regular a pressão arterial por meio da secreção da enzima renina, que ativa o sistema RAA. O aumento da renina provoca elevação da pressão arterial. Autorregulação do Fluxo sanguíneo: Dois tipos gerais de estímulos causam alterações autorregulatórias no fluxo sanguíneo: 1. Alterações físicas- O aquecimento provoca vasodilataçãoe o resfriamento causa vasoconstrição. Além disso, o músculo liso das paredes das arteríolas exibe uma resposta miogênica – se contrai com mais força quando é distendido e relaxa quando a distensão diminui. Se, por exemplo, o fluxo sanguíneo por uma arteríola diminui, a distensão das paredes da arteríola é reduzida. Como resultado, o músculo liso relaxa e produz vasodilatação, o que aumenta o fluxo sanguíneo. 2. Produtos químicos vasodilatadores e vasoconstritores- Vários tipos de células – incluindo leucócitos, plaquetas, fibras de músculo liso, macrófagos e células endoteliais – liberam uma grande variedade de substâncias químicas que alteram o diâmetro do vaso sanguíneo. As substâncias químicas vasodilatadoras liberadas pelas células teciduais metabolicamente ativas incluem o K + , H + , ácido láctico (lactato) e adenosina (do ATP). Outro vasodilatador liberado pelas células endoteliais é o óxido nítrico (NO). O trauma tecidual ou inflamação provoca a liberação de cininas vasodilatadoras e histamina. Os vasoconstritores incluem o tromboxano A2, os radicais superóxidos, a serotonina (das plaquetas) e as endotelinas (das células endoteliais). A hipertensão: Representa uma falha da homeostasia, é uma condição crônica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos sendo a Sistólica ≥ 140 mmHg Quanto mais o coração se contrai, maior é a pressão sistólica. Diastólica ≥ 90 mmHg Esvaziamento da arvore da aorta para a rede de capilares : Relaxamento do coração: momento da diástole. Impacto da Hipertensão Arterial nas Doenças Cardiovasculares: Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a HA costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cardiocirculatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose, e diabetes melito (DM). DCV são a principal causa de mortes, hospitalizaçães e atendimentos ambulatórias no mundo, inclusive no Brasil. Hipertensão Fatores de Risco para Hipertensão Arterial: Genética (Ex: Síndrome de Liddle- relacionada com a regulação, via aldosterona e do canal epitelial de sódio situado no néfron distal. SINAIS: hipertensão arterial, hipocalemia, alcalose metabólica e retardo no crescimento.) Idade: enrijecimento progressivo e da perda de complacência das grandes artérias; Sexo HA em Homens jovens é maior. Apenas por volta dos 60 anos maior incidência de HA em mulheres; Etnia; Sobrepeso/Obesidade e: ganho de peso está associado ao aumento de insulina plasmática: hormônio que favorece a absorção de sódio pelos rins, o aumento do volume sanguíneo circulante e a atividade vascular: estimula o aumento da ativação do sistema nervoso simpático a liberação de noradrenalina da pressão sanguínea; Ingestão de sódio e potássio; Sedentarismo aumento os triglicérides e diminui o (HDL): AJUDANDO A FORMAR AS PLACAS DE ATEROMA: Predisposição aumento de PA e aparecimento de DC; Álcool enrijecimento das artérias, prejudicando o bombeamento de sangue pelo corpo. Inibe a produção do ADH liberado pela neurohipofise diminuindo a reabsorção de agua promovendo desequilíbrio renal e aumento da pressão arterial; Fatores Socioeconômicos; Apneia Obstrutiva do Sono (AOS); drogas licitas e ilícitas (tabagismo). Sintomas da Hipertensão: A maioria não apresenta sintomas, os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão está muito alta: Dores no peito; Palpitação; Falta de ar; Inchaço; Perda de memória e de equilíbrio; Palidez; Problemas urinários; Dor de cabeça; Tonturas; Zumbido no ouvido; Fraqueza; Visão embaçada ; Sangramento nasal. Prevenção da hipertensão: Controle do peso; Dieta saudável; Balancear o consumo de sódio e potássio; Praticar atividades físicas; Limitar/ consumir menos álcool; Controle do estresse emocional; Consumir suplementos alimentares (prescrição médica); Evitar o tabagismo; Espiritualidade TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: 1. Diuréticos (DIU) 2. Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC); 3. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA); 4. Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA); 5. Betabloqueadores (BB); Diuréticos • Previne: AVC, Infarto do miocárdio, Insuficiência Cardíaca Congestiva. • Eficácia: Associação com betabloqueadores e IECA. Obs.: São superiores aos βbloqueadores em idosos. • Efeitos adversos: são fraqueza, cãibras, hipovolemia e disfunção erétil. • Ex.: Furosemida, Clortalidona, Hidroclorotiazida, Espironolactona β-Bloqueadores: • Efeitos adversos: fadiga, letargia, insônia, alucinações, diminui o libido, causa impotência sexual, altera metabolismo das lipoproteinas(aumenta o HDL),bradicardia,hipotensão . • Ex.:Atenolol,Labetalol,Propr anolol, Timolol, Metoprolol. Inibidores da ECA(IECA) Efeitos adversos: tosse seca, vermelhidão cutânea, febre, alteração do paladar, hipercalemia. • Ex.: Captopril, Enalapril, Ramipril, Lisinopril. aumenta as taxas de bradicinina: MECANISMO DE AÇÃO Combinação de Medicamentos: A combinação de fármacos é a estratégia terapêutica preferencial para a maioria dos hipertensos, independentemente do estágio da HA e do risco CV associado. O início do tratamento deve ser feito com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismos de ação distintos, exceção a essa regra a associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio.
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