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Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 Taxonomia Os vírus dessa família que infectam animais não infectam humanos e vice-versa. – espécie específica Salvador é uma das cidades com maior sorovalencia para HTLV-1 (mais virulenta). Histórico AZT inibe a enzima transcriptase reversa, mas o vírus tem alta taxa de mutação. Monodroga não é eficiente, tem que ser multidrogas. Estrutura Vírus envelopado com bicamada lipídica, glicoproteínas de superfície inseridas na bicamada. o Gp41 – glicoproteína transmembrana o Gp120 – mais superficial; Proteínas da matriz: p17 Capsídeo com formato de cone formado pela proteína p24 Dentro do capsídeo há duas moléculas de RNA viral e para revestir esse RNA tem as ribonucleoproteínas formado pela P7 e P9. Nesse interior também se encontra 3 enzimas que são carreadas pelo vírus e que tem um papel importante na replicação viral. o Vermelho – transcriptase reversa o Rosa – integrase o Laranja – protease As drogas vão inibir as enzimas, Genoma do hiv-1 Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 *coloridos – codificam para genes estruturais o Env- gene que codifica as proteínas do envelope (gp41, gp120) o Gag- gene que codifica as proteínas do capsídeo, da matriz, do núcleo dapsídeo o Pol – gene que codifica as enzimas Quando um paciente evolui com resistência ao tratamento antirretroviral, ele troca de droga ao longo do acompanhamento. O médico para saber que droga ele vai trocar, vai pedir um exame para analisar essa região gênica do vírus, o sequenciamento da região pol pois a maioria das drogas de tratamento para o HIV inibe uma dessas enzimas. Fazendo a análise do gene, consegue determinar qual a mutação que está associada a resistência e trocar apenas a droga em que a cepa mutou, com isso a expectativa de vida do soropositivo é maior. Há também genes não estruturais: vif, vpn, ver, tat, vpu...que funcionam como enzimas transativando os genes. o Tat: transativa genes celulares, interfere na transcrição do DNA celular da célula que o vírus infectou, fazendo com que essa célula pare de trabalhar para si próprio e passe a transcrever e trabalhar para a replicação viral o LTR: terminal longo de repetição; é que vai fazer com que haja a possibilidade de integração do genoma viral com genoma da célula hospedeira. HIV-1 é a espécie pandêmica. Na África e em algumas regiões da Ásia uma incidência mais alta de HIV-2 também. HIV-1 tem uma taxa de mutação e virulência maior que o HIV-2. HIV-1 possui muita variabilidade genética (grupo, subtipos...). Distribuição geográfica Subtipo B é predominante. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 Receptores específicos A gp120 tem uma afinidade pela molécula CD4, o CD4 não está presente apenas no linfócito T CD4 mas também em macrófagos e células dendriticas (também expressam o receptor CD4). HIV vai conseguir infectar várias células do sistema imunológico. A preferência é pelo linfócito T CD4. Na imagem, dá para ver a gp120 se ligando a molécula CD4 da célula do hospedeiro. Para entrar na célula, além do CD4, o vírus tem que se ligar a correceptores de superfície celular; ex: CCR5 e CXCR4 Com isso, a gp120 se liga no CCR5, sofre uma mudança conformacional e começa a expressar o gp41. Tudo isso para a entrada do vírus ser efetivada. Primeiro caso de cura da aids Paciente com HIV, carga viral com tratamento e desenvolveu leucemia. Chance de sobreviver com doação de medula óssea. Cientistas pesquisando doadores de medula óssea que tinham mutação nos correceptores de entrada. Há pessoas que tem mutação nos coreceptores e o vírus não consegue entrar de forma eficiente nas células; pessoas com resistências ao HIV. Lentos progressores para AIDS. Paciente ficou com carga viral 0 para HIV, não tinha mais o vírus replicando no seu organismo. Isso aconteceu porque a medula óssea dele produz as células de defesa e para que se faça o transplante de medula óssea, é necessário matar a Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 medula óssea dele e injetar uma nova. A nova passou a produzir células imune com a mutação no CCR5 e o resíduo de vírus que ainda tinha teve dificuldade de infectar essas novas células e ainda com o tratamento retroviral, zerou o vírus. Achar o doador compatível e ainda com mutação é muito difícil. CCR5- macrófagos, células fagocíticas... CXCR4 – linfócitos T CD4 Entrada do hiv na célula alvo Para que esse vírus reconheça a célula alvo e haja o tropismo, essa célula tem que expressar o CD4. Gp120 se liga ao CD4. Gp120 sofre mudança conformacional para se ligar ao correceptor, CCR5. Essa ligação expõe domínios da gp41 para que o vírus inicie o processo de fusão membranar. Forma com que o vírus entra na célula. O envelope viral se funde com a membrana da célula hospedeira e o núcleo capsídeo passa para o citoplasma da célula. Entra por fusão membranar, perde seu envelope e núcleo capsídeo passa para interior da célula. Ciclo de replicação O núcleo capsídeo é degradado no citoplasma, sofre decapsidação e libera material genético viral e as enzimas. O material genético do HIV é RNA, a primeira enzima a agir será a transcriptase reversa. Vai pegar o RNA e gerar uma dupla fita de DNA. Essa dupla fita de DNA vai ser transportada pela integrase através de microtúbulos para o núcleo da célula, a integrase vai fazer a integração do genoma viral que agora é um DNA de dupla fita no DNA da célula hospedeira. Célula dominada. Depois disso, vem as etapas de transcrição do genoma. Tradução a nível dos ribossomos gerando as proteínas virais para montar os vírus, o gp41 e gp120 vão ser inseridos na membrana da célula alvo, proteína da matriz também... o vírus é montado no citoplasma e liberado por brotamento. No momento que está sendo liberado, a terceira enzima é importante. A protease vai fazer uma clivagem proteolítica, pois tem proteínas no processo, para que o vírus se torne uma partícula infectante. Protease faz maturação da partícula viral. O HIV replica intensamente na célula alvo, utiliza muito a transcriptase reversa. Não é citolítico, não mata a célula, ele brota. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 A replicação dele é tão intensa que o linfócito T CD4 entra em exaustão. Usa tanto a transcriptase reversa que a taxa de erro vai se acumulando, porque essa enzima tem uma taxa de erro muito alta e uma taxa de correção baixa. Vai acumulando mutações pontuais que muitas são vantagens evolutivas para essa cepa viral, o paciente infectado ao longo da vida vai tendo variação de cepas. Muitos linfócitos T CD4 se rompem pela resposta imune, pelo linfócito T CD8, NK. Mas também por exaustão de uma replicação tão intensa que acontece na montagem e no brotamento. O linfócito T CD4 é o “general” da resposta imune. O HIV interfere na função da principal célula de defesa do organismo. O indivíduo não morre do HIV, morre de uma síndrome que leva a uma imunodeficiência – morre de uma tuberculose miliar, câncer...pois seu sistema imune está debilitado. O vírus vai levar a uma depleção do linfócito T CD4 e um comprometimentoda sua função e do sistema imunológico em geral, fazendo a AIDS acontecer. AIDS é uma síndrome que se caracteriza por essa ausência de resposta adequada a infecções e levando a evolução. O linfócito T CD4 vai fazer todo o processo de ativação através da sinalização por citocinas, estimulando a resposta imune contra vírus, bactérias, fungos...estimulando a ação do linfócito T CD8,NK...estimulando o linfócito B a produção de anticorpos. NK faz checkpoint de célula neoplásica, sem ela tem mais chance de ter câncer. A distribuição do HIV ainda é muito alta, o controle é difícil apesar das terapias já existentes. Pauperização e interiorização. Heterossexualização e feminização do HIV. Usuários de drogas injetáveis pela via parenteral. Mãe para bebê durante o parto. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 Formas de transmissão Retal causa mais microlesão. Oral tem que ter microlesões para infecção. O HIV é capaz de transpor a barreira transplacentária e infectar o bebê em desenvolvimento, principalmente a mão com alta carga viral. O vírus é eliminado no leite materno. Sem pré-natal o risco é alto, mas se fizer e seguir as recomendações o bebê consegue nascer saudável. Disseminação do hiv Chegando nas vias de entrada, as células dendríticas vão fagocitar o linfócito T CD4, ele vai entrar nessa célula mas ele replica nela. As células dendríticas são apresentadoras de antígenos e levam o vírus HIV para os linfonodos. Nos linfonodos, haverá uma grande quantidade de célula para infectar. A partir dai, o vírus se dissemina para a corrente sanguínea infectando praticamente todos os órgãos e tecidos do organismo. Até na córnea terá HIV. Não pode doar nenhum órgão. Temos linfócitos T CD4 ativados, eles ativados vão gerar partículas virais que vão cair na corrente sanguínea e infectar novas células. Vai ser reconhecido pelo T CD8, NK pois está expressando ativamente o vírus. Temos linfócitos T CD4 infectado de memória, que é como se fosse o reservatório viral. Não é reconhecido pelo sistema imunológico, não está estressando proteínas virais. A droga age nas ativadas mas não age no reservatório. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 Resposta imune ao hiv Logo no início, quando o indivíduo se infecta, a carga viral é altíssima. O vírus vai se multiplicar muito, ainda não tem defesa, foi levado para os linfonodos e se disseminação. 4 a 8 semanas da infecção. Existe um período para que os anticorpos comecem a ser produzidos. Para produzir anticorpos, o linfócito T CD4 tem que produzir citocinas para sinalizar para o linfócito B, para ele se diferenciar em plasmócito e começar a produzir anticorpos. Os anticorpos tem que estar em níveis séricos para que o que kit usado detecte esse anticorpo, isso leva semanas. É chamado de janela imunológica, leva de 4 a 8 semanas. Existe um período de janela de soroconversão, o teste pode levar até 1 ou 2 meses para dar positivo após a infecção. Paciente infectado com carga viral alta, sistema imune respondeu, produziu anticorpos e células de defesa e essa resposta imunológica é que vai fazer com que a carga viral se torne baixa ou controlada. Pode nem saber que tem HIV, pode não ter manifestação nenhuma porque a carga viral está sendo suprimida pela resposta imunológica do indivíduo. Fase chamada de latência clínica, clinicamente está ótimo porém quando desequilibra, o sistema imune entra em exaustão, a carga viral começa a aumentar, CD4 e anticorpos começam a cair e aí começa a AIDS. Chamado de progressão para AIDS. O tratamento tem como objetivo reduzir a carga viral e controlar os níveis de célula de defesa e anticorpos. Assintomático também transmite, a carga viral baixa também pode transmitir. Pede sorologia para HIV na triagem, principalmente em grupo de risco. Com o passar do tempo, se o paciente não for monitorado a tendência vai ser a queda de linfócitos e anticorpos e o aumento da carga viral. Quando os níveis de linfócitos T CD4 estão abaixo de 500, começam a surgir as doenças oportunistas. Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 Hoje em dia com a terapia antiviral se vê cada vez menos esse achado. Diagnóstico O ELISA precisa ser confirmado com o Western- Blot. PCR detecta o genoma do vírus. O vírus é RNA fora da célula mas nas células vamos ter o vírus convertido em C DNA (DNA complementar). Genotipagem importante para desenhar vacinas, novas drogas... Controle Thalia Feitosa, 2°P– Aula 11 Alvos para terapia antiviral As primeiras drogas tinham objetivo de inibir a transcrição reversa, inibir a conversão do RNA viral para DNA. Outro alvo era a inibição da integração, da integrasse. DNA viral sendo integrado no genoma da célula hospedeira. Bloqueio da protease. 3 principais grupos de drogas antirretrovirais. PEP – prevenção por profilaxia. Ex: acidente com perfuro cortante, indivíduo que sofreu abuso sexual. Profilaxia pos exposição Uso de drogas antirretrovirais
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