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amantha rebouça isfagi Fisiologia da deglutição O ato de engolir é uma ação reflexa que empurra o bolo de alimento ou de líquido para o esôfago. O estímulo para a deglutição é a pressão criada quando a língua empurra o bolo contra o palato mole e a parte posterior da boca. A pressão do bolo ativa neurônios sensoriais que levam informações pelo nervo glossofaríngeo para o centro da deglutição no bulbo. Disfagia A disfagia é qualquer dificuldade na deglutição, resultante de qualquer interferência na precisão e na sincronia dos movimentos de músculos e estruturas associadas à deglutição, que resultam em inabilidade, seja por debilidade no controle pelo sistema nervoso central ou disfunção mecânica. A deglutição normal apresenta quatro fases: → Oral → Preparatória → Faríngea → Esofágica A disfagia também é comum em idosos, como decorrência das alterações fisiológicas que acontecem com o envelhecimento, tais como: → Diminuição da secreção salivar; → Aumento do tempo de resposta motora que é necessário para formação do bolo alimentar; → Prejuízo na peristalse faríngea; → Abertura do esfíncter esofágico. As principais complicações da disfagia são a desidratação e o prejuízo no estado nutricional pela dificuldade de alimentação → Na disfagia orofaríngea, há o risco de aspiração e desenvolvimento de pneumonia. amantha rebouça Disfagia orofaríngea Decorrente de anormalidades que afetam o mecanismo neuromuscular de controle do movimento do palato, da faringe e do esfíncter esofágico superior. A dificuldade está em iniciar o ato de deglutição, podendo ocorrer engasgos. É comum a ocorrência de forma silenciosa, isto é, sem engasgos, que é diagnosticada através do fonoaudiólogo. Pode estar relacionada a: → Problemas no Sistema Nervoso Central – acidente vascular cerebral, doença de Parkinson, esclerose múltipla, neoplasias → Distúrbios neuromusculares Graus de disfagia: Leve: quando a deglutição é demorada e podem ocorrer engasgos. → Recomendado o fracionamento em menores porções e a observação da deglutição de líquidos. Moderada: há dificuldade em iniciar a deglutição, com risco de aspiração laringotraqueal, com presença de tosse, engasgos, pigarros e voz molhada. → Recomendam-se as manobras facilitadoras e posturais e líquidos engrossados por via oral. Grave: há necessidade de suplementar via oral em virtude da dificuldade em manter ingestão hídrica e de alimentos, sendo alto o risco de aspiração, inclusive de saliva. → Recomenda-se a gastrostomia via enteral. Recomendações: O primeiro passo para estabelecer o plano nutricional é avaliar o grau de disfagia, o que irá permitir a escolha da via de acesso mais adequada. → Em casos mais graves: a via enteral exclusiva pode ser indicada para prevenir a aspiração, desidratação e desnutrição. A oferta por via oral deve ser criteriosa, sendo o grau de disfagia o fator que irá determinar a consistência, ou seja, a textura e viscosidade dos líquidos. Pode haver a necessidade de espessamento dos líquidos, o que possibilita: → o melhor controle oral sobre o bolo alimentar; → tempo maior para que o refluxo da deglutição seja desencadeado. Líquidos ralos podem representar risco de aspiração – seguirem para as vias aéreas Viscosidade dos líquidos: Néctar: líquido levemente espessado que pode ser consumido aos goles como mingau ralo; Mel: líquido espessado que necessita de colher para consumo, como mingau grosso; Pudim: apresenta aparência de sólido e deve ser consumido com colher, mas desfaz-se na boca, como flan. Dieta oral para tratamento da disfagia orofaríngea: Tem como objetivo descrever as etapas para a progressão da alimentação oral para o tratamento da disfagia orofaríngea. amantha rebouça Nível I: consiste em purês homogêneos, alimentos coesivos e de baixa adesividade; Nível II: é composto por alimentos úmidos e de textura macia, como vegetais cozidos, frutas macias e maduras e cereais mais umedecidos, ou seja, alimentos que requerem grau mínimo de mastigação. Excluídos: pães, bolo seco, queijo, em cubos, milho e ervilha. Nível III: consiste em alimentos próximos da textura normal, com exceção de alimentos muito duros e crocantes. São permitidos: pães, arroz, bolos macios, alface, carnes macias. Excluídos: frutas, vegetais duros, castanhas e sementes. Disfagia esofágica Decorrente de distúrbios que afetam o esôfago, resultando em dificuldade na propulsão através do órgão. Durante a deglutição, o esôfago apresenta contrações cuja função é propagar o bolo alimentar em direção ao estômago. O peristaltismo esofágico é um processo neuromuscular coordenado em parte pelo sistema nervoso central e em parte por mecanismos locais e miogênicos. Esse processo pode ser alterado por diversas causas como: → obstruções que invadam a luz do órgão; → alterações manométricas; → espasmos difusos; → distúrbios não específicos de motilidade; → alterações secundárias a processos de degeneração crônica dos tecidos (esclerose e escleroderma). Acalasia: também chamada dissinergia esofágica. Distúrbio da motilidade do esôfago inferior. Número diminuído de células ganglionares no plexo de Auerbach Diminuição na inervação colinérgica da musculatura esofágica Falência do esfíncter esofágico inferior (EEI) para relaxar e abrir durante a deglutição Disfagia ou dificuldade de deglutição No processo de triagem nutricional, a avaliação global subjetiva (AGS) alia questões sobre alterações de peso, ingestão alimentar e exame físico e é um excelente instrumento que poderá ser aplicado e auxiliar no diagnóstico nutricional. Recomendações: A recuperação nutricional deve ser proposta por meio de dieta hipercalórica e hiperproteica. Em caso de dieta por via oral, a consistência irá depender do grau de disfagia, sendo geralmente necessária a dieta líquida. Em casos de inflamação da mucosa esofágica: evitar sucos e frutas ácidas, condimentos e especiarias picantes e irritantes e temperaturas elevadas. Nas preparações por via oral pode-se aumentar a oferta energética e proteica através do enriquecimento de alguns alimentos. amantha rebouça Alimento Adicionar Leite Leite em pó, mel, creme de leite, sorvete Sopas Azeite ou óleo vegetal, margarina, queijo ralado ou picado Carne Ovos, queijo, molho à base de leite Pães e cereais Geleia, mel, manteiga, margarina, queijo Frutas Farinhas, leite condensado, mel, aveia, leite em pó, chocolate, sorvete Notes FONTE: CUPPARI, 2019. SILVERTHRON, 2017
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