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Centro Universitário Leonardo da Vinci Disciplina: Direito Processual Civil I - Conhecimento Professor: Maisa Merizio Acadêmica: Eloise Aparecida de Oliveira Mazur (2125645) Turma: DIR0353 Av1 – Estudo de casos Estudo 1 Karina, empresária de sucesso na cidade de Blumenau/SC, faleceu inesperadamente em abril de 2020, vítima do contágio do Coronavírus (Covid19). Depois de dois meses do falecimento de Karina, sem que nenhum de seus filhos, herdeiros legítimos, tenham iniciado o procedimento de inventário e partilha, o juiz da Vara de Família da Comarca onde residia a falecida inicia, de ofício, o dito procedimento. Tomando por base as disposições constantes do Código de Processo Civil, o juiz agiu acertadamente? Houve violação à princípios e normas do dispositivo legal? Fundamente sua resposta. Resposta: Diante da análise do caso, observamos que o juiz agiu de forma equivocada infringindo princípios e normas do dispositivo legal. De acordo com o Princípio da inércia da jurisdição, esse que se encontra materializado no artigo 2° do CPC, o Poder Judiciário deve permanecer inerte até que seja provocado, isso indica que somente a parte pode iniciar o processo, garantindo assim a imparcialidade do juízo. Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. No caput artigo 615 do CPC verificamos que o juiz não possui legitimidade para requerer o início do processo de inventário e partilha, pois em regra a juridicidade pertence a quem estiver na posse e administração dos bens do de cujus. Contudo, embora o administrador provisório, seja em regra, parte legítima para requerer a abertura do inventário, o artigo 616 nos traz um rol que elenca os legitimados concorrentes que poderão pleitear ao juiz o procedimento sucessório. Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611. Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge ou companheiro supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite. Estudo 2 Ana Clara e Henrique envolveram-se em uma colisão no trânsito com seus respectivos veículos na cidade de Itajaí/SC. Como eles não chegaram a um acordo extrajudicialmente, Ana Clara decidiu ingressar com ação judicial de reparação de danos contra Henrique. Conforme o Código de Processo Civil, o qual o foro competente para processar e julgar a referida ação? A competência é da Justiça Estadual ou Federal? Fundamente sua resposta. Resposta: De acordo com os artigos 46 e 53, inciso V do CPC, os foros competentes a julgar a referida ação podem ser o da cidade de Itajaí/SC, local onde aconteceu os fatos, a cidade onde está domiciliado o réu ou de cidade de domicílio do autor da ação. Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. Art. 53. É competente o foro: V - De domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. Quanto a competência, cabe a Justiça Estadual julgar, pois está possui competência residual, isto é, cabe a ela processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar), sua regulamentação está prevista nos artigos 125 e 126 da Constituição Federal. Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. Como fundamentação podemos ainda utilizar o artigo 109 da Constituição Federal, esse que prevê em seus incisos e parágrafos tudo que compete aos juízes federais processar e julgar. Estudo 3 Em meados de 2016, uma empresa de consultoria de marketing brasileira com sede em Florianópolis/SC assina, na cidade de Nova Iorque, EUA, contrato de prestação de serviços com uma empresa americana. As contratantes elegem o foro da comarca de Florianópolis/SC para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão de qualquer outro. quatro anos depois da assinatura do contrato, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no instrumento e não conseguem chegar a uma solução amigável. A empresa de marketing brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina para rescindir o contrato. Analise a situação e resposta: O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide? Qual será o foro de competência da ação? Resposta: De acordo com a análise do caso, o juiz brasileiro poderá sim conhecer e jugar a lide, visto que a empresa de marketing é brasileira, possui sua sede na cidade de Florianópolis/SC e devido as partes terem elegido a comarca de Florianópolis/SC para elucidar eventuais dúvidas que viessem a surgir, submetendo-se assim a jurisdição brasileira, no qual podemos nos respaldares no artigo 22, inciso III do Código de Processo Civil. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: III - Em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional (por meio de contrato ou tratado internacional). Estudo 4 Daniel, estudante de direito, civilmente capaz, firmou contrato de compra e venda de seu carro no dia 10/03/2020, com Pedro, professor de inglês, civilmente capaz. No contrato ficou acordado que Pedro pagaria o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) pela aquisição do automóvel, e que efetuaria o pagamento em dez parcelas de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) cada, ambas com vencimento no dia 10 de cada mês. A primeira parcela ficou com o vencimento estipulado para o dia 10/04/2020. Ocorre que Daniel foi fazer um intercâmbio na Irlanda e pediu que sua irmã Bruna recebesse os valores das parcelas de Pedro. Em meados de julho de 2020 Pedro parou de efetuar o pagamento das parcelas, não respondendo as cobranças extrajudiciais efetuadas por Bruna, a qual procurou um advogado para interpor ação de cobrança dos referidos valores. O advogado ajuizou a ação em nome de Bruna, entretanto, ao receber o pedido, o magistrado julgou extinta a ação sem resolução do mérito. Analise o caso em destaque e responda: O juiz agiu corretamente? Justifique sua resposta de acordo com as normas processuais civis. Resposta: Após análise do caso, certifico que o juiz agiu de forma exata de acordo com os artigos 17, 18 e 485, inciso VI do CPC. A parte legitima que deveria ter ajuizado a ação é Daniel, pois foi ele que firmou contrato de compra e venda com Pedro, Bruna tinha apenas permissão verbal para receber os valores, sendo assim não poderia pleitear um direito que caberia a Daniel. Desta forma o magistrado extinguiu o processo sem a resolução do mérito, pois verificou-se a ausência de interesse e legitimidade processual. Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervircomo assistente litisconsorcial. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...) VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual” Estudo 5 Cleide é professora universitária, domiciliada em Blumenau/SC, recebeu a informação de que um imóvel de sua propriedade, um sítio, situado em Lages/SC, havia sido invadido pelo ex-namorado, Paulo, funcionário público domiciliado em Capão Alto/SC. Apurada a veracidade da notícia, Cleide procurou um advogado e propôs ação de reintegração de posse em face do invasor Paulo, tendo o advogado distribuído a sua petição inicial na Comarca de Blumenau/SC. Analisando o caso em destaque resposta: O advogado agiu corretamente? Qual o foro competente para processar a referida ação? Se trata de hipótese de competência absoluta ou relativa? A competência é da Justiça Estadual ou Federal? Resposta: O advogado da parte agiu de forma errônea, pois de acordo com o artigo 47, § 2° do CPC o foro competente a processar a referida ação é o de Lages/SC, pois, a dita ação trata de bem imóvel e é uma ação possessória imobiliária no qual o foro competente é onde o imóvel encontra-se localizado. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. §2° A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. De acordo com o artigo 62 do CPC, por se tratar de ação fundada em direito real sobre imóvel, como nesse caso, a competência é absoluta. Desse modo as partes não podem questionar a competência ou convencionar de modo diverso. Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. Como já estudo no caso 2, a competência é da Justiça Estadual. Pois está possui competência residual, isto é, cabe a ela processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar), sua regulamentação está prevista nos artigos 125 e 126 da Constituição Federal. Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. Como fundamentação podemos ainda utilizar o artigo 109 da Constituição Federal, esse que prevê em seus incisos e parágrafos tudo que compete aos juízes federais processar e julgar.
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