Curso de Direito Ambiental - Aula 06

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Licenciamento 
Ambiental
Éttore de Lima
Rio Claro/SP, 2019
PNMA (Lei n.º 6938/81) -
Instrumentos
• Art. 9º:
1) Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
2) Zoneamento ambiental;
3) Avaliação de Impactos Ambientais;
4) Licenciamento Ambiental;
5) Incentivos à produção e instalação de equipamentos e 
tecnologia;
6) Criação de espaços territoriais especialmente protegidos;
7) Sistema nacional de informações ambientais;
8) Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de 
Defesa Ambiental;
9) Instrumentos econômicos: concessão florestal; servidão 
ambiental, seguro ambiental, etc.
PNMA
• Art. 10. A construção, instalação,
ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades
utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental dependerão de
prévio licenciamento ambiental.
MAS, COMO CONSEGUIR A LICENÇA 
AMBIENTAL?
No Direito Administrativo – Atos 
administrativos
• Licença: ato administrativo vinculado e definitivo, pelo qual cumpridos os
requisitos legais, a Adm. Pública tem o dever de conceder o direito do exercício
de uma atividade. É ato declaratório. EX: obtenção de CNH.
• Autorização: ato administrativo discricionário e precário, pela qual o Poder
Público concede direitos com base em conveniência e oportunidade. É ato
constitutivo de atividade de interesse predominantemente particular. Ex:
casamento na praia.
• Permissão: ato administrativo discricionário e precário pela qual a Adm. Pública
concede direitos com base em conveniência e oportunidade ao particular. É ato
constitutivo de atividade de interesse predominantemente pública. Ex: feira de
artesanato em uma praça (beneficia uma coletividade).
FONTE: (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo, Atlas,
2013, p.234/237)
Licença ambiental
Licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental (art. 2º, I, LC 140/2011).
Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso
(art. 1º, I, Resolução CONAMA 237/1997).
Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo
empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental. (art. 1º, II, Resolução CONAMA 237/1997).
Licença ambiental
TJSP: Licença ambiental tem natureza de autorização,
pois existe a possibilidade de renovação da licença,
indicando que não é um ato definitivo.
Parte da doutrina: “caso admitamos a natureza de
autorização, estaremos defendendo que não há direito
subjetivo à abertura de empreendimentos econômicos,
ficando à mercê da discricionariedade da administração
pública [...] a possibilidade de sua não renovação,
modificação ou cancelamento não implica a sua
precariedade, uma vez que não poderá ocorrer de
forma discricionária”.
(BELTRÃO, Antônio F. G. Curso de Direito Ambiental. São
Paulo: MÉTODO, 2014, p.123/124).
Licença Ambiental
1) Instrumento técnico prévio e concomitante
(possibilidade de modificação, suspensão
ou cancelamento);
2) A prevenção é pensada neste momento;
3) Objetivo: desenvolvimento sustentável
(limitação da livre iniciativa pela
obediência às normas ambientais – art.
170, VI, CF);
4) Visa atingir equilíbrio entre os custos
ambientais e os benefícios econômicos e
sociais de um empreendimento.
5) Não existe Lei Federal que determina como
será o procedimento da Licença Ambiental.
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Tipos de Licença – Resolução 
CONAMA n.º 237/1997
• Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
• I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção,
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação
-DURAÇÃO DE ATÉ 05 ANOS;
• II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante – DURAÇÃO DE TÉ 6
ANOS;
• III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta
das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação – DURAÇÃO DE 4 A 10 ANOS;
POSSIBILIDADE DE RENOVAÇÃO: Até 120 dias de antecedência, considera-se
prorrogada a licença até o Poder Público se manifestar.
O que precisa de licenciamento?
• Art. 10 PNMA. A construção, instalação,
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental dependerão de prévio licenciamento
ambiental.
O órgão ambiental dirá se o empreendimento tem
capacidade de causar impacto ambiental
(discricionariedade técnica administrativa).
O que precisa de licenciamento?
• Na prática, há falta de uniformidade entre os
diversos órgãos do SISNAMA. Por isso, foi incluído
o Anexo I na Resolução CONAMA 237/97:
OBS 1: Se não está
na norma federal, o
Estado tem que
decidir se irá
requerer o
licenciamento
OBS 2: Rol do Anexo
1 é exemplificativo –
cabe ao órgão
ambiental a decisão.
Etapas do licenciamento ambiental –
Resolução CONAMA n.º 237/1997
• Procedimento:
• 1) Definição do órgão ambiental competente: O licenciamento é feito em
apenas 1 órgão ambiental, sendo que a União fará (art, 7º, XIV, LC 140/11):
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica
exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar [...];
G) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo,
em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações [...];
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão
Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama) [...];
*Caso a União não faça o licenciamento (por meio do IBAMA), caberá aos Estados ou Municípios.
Etapas do licenciamento ambiental –
Resolução CONAMA n.º 237/1997
• Procedimento:
• 2) Requerimento da Licença Ambiental pelo
Empreendedor, acompanhado dos documentos,
projetos e estudos ambientais pertinentes:
Etapas do licenciamento ambiental –
Resolução CONAMA n.º 237/1997
• Estudos ambientais pertinentes:
AIA é um instrumento da PNMA. A avaliação dos estudos é feita
pelo órgão ambiental e o custeio é do empreendedor.
Todo licenciamento tem que ter um AIA. Tem vários tipos, sendo o
EIA/RIMA o mais comum:
Resolução CONAMA 01/1986fala como tem que ser o EIA/RIMA:
avaliações físicas; biológicas e socioeconômicas do local do
empreendimento.
Para empreendimento de menor impacto ambiental, a AIA é
simplificada.
Etapas do licenciamento ambiental –
Resolução CONAMA n.º 237/1997
• Procedimento:
• 3) Análise pelo órgão ambiental competente,
integrante do SISNAMA;
• 4) Solicitação de esclarecimentos e
complementações pelo órgão ambiental;
• 5) Audiência Pública, quando couber (quando o
órgão ambiental julgar necessário, quando o MP
solicitar ou quando 50 ou mais cidadãos
solicitarem);
• 6) Solicitação de esclarecimentos e
complementações pelo órgão ambiental em
decorrência da audiência pública;
Etapas do licenciamento ambiental –
Resolução CONAMA n.º 237/1997
• Procedimento:
• 7) Emissão do parecer técnico conclusivo. Pode
ser que haja um parecer jurídico, também. Os
pareceres não precisar estar vinculado o
EIA/RIMA.
8) Deferimento ou indeferimento do pedido de
licença;
* A análise do judiciário é feita somente se houver
alguma ilegalidade no procedimento.
Etapas do licenciamento ambiental –
Resolução CONAMA n.º 237/1997
Responsabilidade do empreendedor 
sem a licença ambiental
Quem opera sem a licença incorre em 
1) Crime (responsabilidade penal): art. 60 LCA
2) Responsabilidade administrativa: art. 66 do Decreto n.º 6514/08
Art. 66. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, atividades, obras
ou serviços utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a
licença obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).
3) Responsabilidade civil: caso haja impacto (mesmo com a licença).
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou
autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e
regulamentares pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Projetos de Lei de “afrouxamento” 
do licenciamento ambiental