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Corpos estranhos gástricos

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CORPOS ESTRANHOS GÁSTRICOS 
 
Ocorre normalmente em filhotes por esses apresentarem um apetite depravado além de 
serem curiosos. Sendo assim, os sintomas que o animal irá apresentar ao ingerir um CE vai 
depender do que é o CE e onde esse se instalou. Se esse ficar na região de antropiloro o 
animal tem quadro de obstrução parcial já que é o local onde sai a comida com consequente 
irritação da mucosa. Então na região de antro o animal apresentará emese intermitente (que 
não passa). Quando o CE para na região de corpo do estômago não vai ocorrer nada sendo 
assintomático. Porém, temos que tomar muito cuidado com CE LINEAR (animal ingere 
gerando um pregueamento de alças intestinais sendo algo grave). E quadros de animais 
assintomáticos, que por fim CE sai pelas fezes. Nesse último caso só vamos falar algo/intervir 
se for um CE perfurante/fio/linha. 
 
 
De início precisamos identificar a localização deste, se está no estômago ou no intestino 
delgado – raio x resolve isso. Se ele é pequeno ou pontiagudo, pois difere no tratamento. Um 
CE pequeno em um animal grande ou você espera ou já tira com endoscopia. 
Para o diagnóstico saber o histórico (pode ser simplesmente nada, “eu vi ele engolindo algo”, 
ou animal apático que está vomitando, desidratado e com dor), idade, exame físico (dor, 
desidratação) + diagnóstico por imagem. Esse último, radiografias simples ou contrastadas 
(se estiver em dúvida por processos obstrutivos). Podemos também fazer uma 
GASTRODUODENOSCOPIA (endoscopia que chega até o duodeno podendo extrair um CE 
via oral). Em casos onde o animal apresentar esse histórico e for mais velho pensar sobre 
possíveis neoplasias na região de antro (diagnóstico diferencial). 
TRATAMENTO 
Há a possibilidade de esse ser medicamentoso estimulando-o a vomitar – APOMORFINA 
0,02 a 0,04 mg/kg SC em cães e XILAZINA 0,4 a 0,5 mg/kg SC em gatos. Para isso, há a 
necessidade de saber que o CE não apresenta pontas e saber também o tamanho do mesmo. 
Se não for possível ou se não obter sucesso, o tratamento cirúrgico é a GASTROTOMIA ou 
retirada por GASTRODUODENOSCOPIA. Porém, o problema desse último é que temos que 
ter um médico veterinário a sua disposição. 
A respeito da cirurgia de estômago vale ressaltar que para exteriorizar o estômago utiliza de 
um campo e para a abertura do órgão outro campo. 
A sutura é dupla camada invaginante – cushing. Pode pegar o fio na mucosa? Pode! 
O tratamento cirúrgico tem que tomar muito cuidado no pós operatório. Porque abriu o 
estômago e o cachorro estava vomitando muito. Logo, vamos dar um antiemético. A 
alimentação começa com fluido e vai gradativamente entrando na alimentação sólida. Se 
houver úlcera trata essa com SULCRAFATO, CIMETIDINA, OMEPRAZOL. 
Alimentação 1º dia fluidoterapia ou começar com líquida 
2º dia dieta líquida 
3º dia dieta pastosa 
4º dia alimentação habitual 
Se for retirada por vídeo, não precisa se preocupar com a alimentação no pós cirúrgico. 
LEMBRANDO QUE o CE pode parar no esôfago antes sendo provável em duas regiões: 
entrada do tórax esôfago torácico e na base do coração. A diferença do esôfago é o único 
órgão do corpo que não apresenta serosa (só é constituído por adventícia ao invés de uma 
serosa), o problema disso é que essa camada a serosa em si, é a que mais apresenta 
resistência a sutura. Então quando temos um CE esofágico, obrigatoriamente vamos tentar 
fazer a ENDOSCOPIA no lugar de cirurgia. Isso se deve pela cicatrização desse tecido ser 
mais difícil. No entanto o esôfago tem um ponto de sutura específico para ele chama PONTO 
SUIRFT - é como se fosse um ponto simples separado, mas o nó fica na mucosa, ou seja, o 
nó fica no interior do lúmen. 
Vale ressaltar que TORACOTOMIA dói demais. E se não conseguirmos retirar o CE por 
endoscopia? Então vamos tentar transloucar ele para o estômago. Abrindo o estômago ao 
invés do tórax. 
 
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